Entramos em abril com o pé direito! Em uma noite regada a música boa e estilos variados, os preconceitos musicais não atravessaram os muros do Circo Voador. A intitulada Folk Fest foi a balada de muitos nessa sexta, 31/03, e contou com as bandas Outro Eu e Suricato no palco principal. Já na Nave Anexa, aquele deck que fica na frente da rampa para o segundo andar, os cariocas do Café Irlanda nos transportaram diretamente para as ruas da Irlanda no começo e intervalo dos outros shows.
Começando como quem não quer nada, o Café Irlanda chamou a atenção de quem esperava o início dos shows não só pelo estilo do som, como também pelo timbre do vocalista. Eles tocaram músicas tradicionais irlandesa, mas com uma pegada brasileira. Asa Branca e outras músicas do baião ganharam versões inusitadas.
Um pouco depois das 23 horas foi a vez de OutroEu assumir o rumo da noite e nos trazer de volta para o Brasil. Em um pouco mais de uma hora de show, eles apresentaram diversas músicas novas que vão estar no CD, prestes a sair do forno. Além disso, eles ainda fizeram releituras das músicas Budapest, Dona Cila e Sexual Healing. O público muito participativo cantava e dançava todas as músicas, quando tocaram Coisa de Casa, a platéia foi de arrepiar. A felicidade e o carisma dos meninos em cima do palco contagiaram a todos. Já estamos esperando o próximo.
Com o fim do show da OutroEu, o Café Irlanda retomou o comando da noite, dessa vez um pouco mais intimista por conta da chuva. Bebida na mão, um pouco de frio e a música nos levaram novamente para além do Oceano Atlântico.
Direto do Lollapalooza para o palco do Circo Voador, o Suricato fez um show de experiências. Com músicas inéditas, integrantes novos, mas com a mesma energia contagiante em cima do palco. Caminhando entre as músicas dos álbuns Pra Sempre Primavera (2012), Sol-te (2014) e música novas o sexteto mostrou que está em plena sintonia, uma dessas composições inéditas foi a Amor de Sol, canção em parceira com o Paulinho Moska.
Este slideshow necessita de JavaScript.
A canção escolhida para fechar com chave de ouro o repertório foi Talvez, mas por conta da chuva a banda resolveu estender um pouco mais o show. Dando espaço para os talentos dentro do grupo, eles convidaram o Cauê Nardi, responsável pela viola e violão no Suricato, para cantar uma composição própria. E depois chamaram ao palco todos os responsáveis por aquela noite acontecer: Café Irlanda, OutroEu e claro, os técnicos. Ao som de Eclipse Oculto e com todas a as estrelas da noite em cima do palco, eles se despediram pela segunda vez do público, que parecia não querer que aquela noite acabasse.
Eu sempre gosto de mês que tem o Lolla, porque parece que tudo fica mais musical. O quanto eu gosto de música aflora nessa época. O Lolla, como bem disse a linda Thais Zichtl, me faz gostar mais de música.
Todo ano eu começo a ouvir pelo menos uma banda nova e me apaixono. A desse ano foi o Silversun Pickups. Muito também dessa descoberta se deve a insistente recomendação de Ricardo Baianinho, nosso editor.
Gostei muito, de cara! Voz andrógina do Brian, o baixo pesado da Nikki, a linha reta, mas tresloucada da batera do Chris e a programação viajada do Joe, me remetia ao que eu mais gostava de ouvir nos anos 90. Aquele pós grunge boladão de raiz.
Os assisti em São Paulo (#chupaduranduran) e, já tinha ficado muito feliz tanto com a resposta do público, que conhecia bastante, quanto a performance da banda, já que eu tinha medo que aquele vigor do disco não transparecesse ao vivo. Ainda bem que o medo era infundado.
Como eu já falei, eu adoro essa época de Lollapalooza. Muito também porque ela proporciona que tenha aqui no Rio shows menores das bandas que tocam no festival. Eu já assisti shows INCRÍVEIS e, em lugares menores, por causa disso. Foster the People, Skrillex, Three Days Grace, TWENTY ONE PILOTS…
O show do Silversun Pickups foi feito pra ser tocado em um lugar menor. O show dessa quarta foi poderoso! A acústica do circo pareceu que foi projetada pro som deles. A cada palhetada que a Nikki dava, o grave batia e você sentia na alma. Essa mesma alma que era cortada a cada riffada e a cada grito do Brian. A mesma alma que balançava no groove do Chris e também a que contemplava o Joe. A alma que saiu lavada.
‘Nightlight’, ‘Circadian Rhythm’, ‘Panic Switch’, ‘Lazy Eye’, todas foram tocadas com intensidade e atenção a cada nota, numa tentativa de retribuir cada grito e gota de suor que o público estava entregando à banda. O som deles soa sincero. E, todo ano no Lolla, tem os candidatos a banda que daqui a pouco vão se tornar enormes. Os meus desse ano são o Catfish e o Silversun. Eles tem que ser grandes. As pessoas tem que ouvir o som deles. Tem que.
Ah, teve o show do Cage The Elephant também.
Maravilhoso. Intenso. Vigoroso. Inesquecível. Escolha um dos adjetivos e aplique ao show.
Sabe o que parece o show do Cage? É como se alguem pegasse aquelas duas obras primas do Guy Ritchie (‘Snatch’ e ‘Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes’), e transformasse esses filmes em música. Eu os classifico a partir de agora como indie-de-pub britânico-cinematográfico-mosh-stage dive-boladão.
Mick Jagger já pode se aposentar, pois já temos um substituto a altura. Matt Shultz é o melhor frontman que o indie já produziu! Eu dúvido que alguém vá ao show e não se sinta contagiado pela presença dele.
Este slideshow necessita de JavaScript.
Que noite! Que semana! Que alegria! Até o ano que vem, mês maravilhoso do Lolla!
A 6ª edição brasileira do Lollapalooza não terminou no último domingo após o show dos Strokes. Quer dizer, ao menos os chamados ‘side shows’ do Lolla ainda dão uma esticadinha na agenda de algumas bandas, como o Jimmy Eat World e o Two Door Cinema Club. Ambas tocaram nesta terça-feira (28/3) no Rio de Janeiro diante de um público que lotou o Circo Voador.
A abertura da noite ficou com os norte-americanos do Jimmy Eat World, que estrearam nos palcos brasileiros enfim nesta semana. A espera foi longa e os fãs presentes foram recompensados e cantaram em alto e bom som os hits I Will Steal You Back, Pain, Work, 23, Swetness e, principalmente, The Middle.
Até por conta da espera de 24 anos, o repertório veio repleto de músicas antigas, especialmente do ‘Bleed American’ (2001) e ‘Futures’ (2004), fase em que a aura “emo” era sentida com mais emoção internacionalmente. Apesar do recente álbum ‘Integrity Blues’ (2016), o momento áureo do Jimmy está na década passada.
De lá para cá a banda experimentou variações na sonoridade e uma certa falta de identidade, que por vezes confunde. Como no caso do vocalista Vinny (aquele mesmo!), que através de suas redes sociais surgiu como um inesperado (e ácido) crítico da trajetória da banda.
Porém, na prática, esse timing atrasado não prejudicou em nada a apresentação no Circo Voador. Aos gritos de “Olê, olê, olê, olê! Jimmê! Jimmmê!”, a banda deixou o palco com sorriso de orelha a orelha (especialmente do simpático vocalista Jim Adkins), se desculparam pela demora em vir ao país, e prometeram voltar em breve.
No intervalo entre os shows era possível esbarrar com músicos de outras bandas gringas, como o Cage The Elephant e o Silversun Pickups. Nós, claro, também aproveitamos para tietar um pouco.
Se o Jimmy estreava nos palcos brasileiros, os norte-irlandeses do Two Door Cinema Club já são habitués do Circo Voador. A banda originalmente formada por Alex Trimble (vocal/guitarra), Sam Halliday (guitarra), Kevin Baird (baixo) já viera ao Rio em 2011 e 2013 para show memoráveis.
E o show desta terça provavelmente também entra para esse hall de shows memoráveis. Dessa vez como show da consolidação como os mais precisos hitmakers para pistas indies. Não é de hoje que eles são o coringa para qualquer DJ fazer a alegria de uma festa. Como disse meu colega Alan Bonner, Em terra de baile funk, o que se viu foi um verdadeiro ‘baile indie‘, com animadíssimos riffs de guitarra que chamavam para dançar a todo momento. E nessa hora, amigo, todo mundo vira indie rocker… Ronaldo Fenômeno vira, Tande do vôlei (que esteve no Circo e bloqueou minha visão) vira…
Após a arrebatadora estreia com o álbum ‘Tourist History’ (2010), o TDCC manteve o fôlego (e os hits) no ‘Beacon’ (2012) e no ‘Gameshow’ (2016). Tanto que no show se nota uma constante, sem deixar nem peteca nem os balões (surpresa bonita dos fãs) caírem. Destaques para as boas respostas do público carioca em Undercover Martyn, Next Year, I Can Talk, Someday, Something Good Can Work, What You Know.
Este slideshow necessita de JavaScript.
Entre uma taça e outra (provavelmente de vinho), o agora cabeludo Alex Trimble mostrou que veio ao Brasil disposto a fincar o Two Door como futuro headliner dos grandes festivais. Quer show com público pulando que nem pipoca e dançando feliz da vida? Chama os caras!
Mais um mês e, consequentemente, mais um Rio Novo Rock, evento que acontece no Imperator, localizado no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro. Os responsáveis pela edição de Março, a terceira do ano, foram os cariocas da Two Places at Once e os paulistas da Alaska.
Com um pouco mais de dois anos e meio, o Rio Novo Rock se consolidou no cenário de bandas independentes brasileiras. Além de abrir espaço para grupos cariocas, eles buscam trazer bandas de outros estados e entregam algo que faz bastante falta hoje em dia: uma boa infraestrutura aos músicos e ao público.
Two Places at Once @2017
Sempre pontuais, o show da Two Places at Once começou um pouco depois das 21 horas e trouxe músicas do disco lançado no início de 2016, ‘Birdtraps’. O quarteto formado por Renan Rocha (voz e guitarra), Rodrigo Soares (guitarra), Juan Salinas (baixo) e Victor Barbosa (bateria). mistura leveza e suavidade com muita energia.
Portando os mais respeitáveis bigodes da noite, a Alaska subiu no palco um pouco antes das 23 horas. Quem acompanha a banda nas redes sociais pôde perceber toda animação que estavam para voltarem ao Rio de Janeiro e, talvez por esse motivo, fizeram uma das melhores apresentações deles aqui.
Alaska @2017
Com um show que levantou a galera, eles foram acompanhados do início ao fim pelo público que cantava com animação as músicas do CD ‘Onda’, lançado em agosto de 2015.
Para ajudar na canção Correndo com Tesouras, os meninos contaram com a participação especial de Saulo Von Seehausen, vocalista e guitarrista da banda Hover. Surpreendendo os fãs, eles tocaram O Resto é Silêncio e como se não bastasse, fizeram uma releitura de Euforia, música frequentemente pedida nos shows e que sempre acabava fora do setlist .
Alaska @2017
O fim da apresentação da Alaska costuma ser marcada pelo coro de Vista, e não foi diferente dessa vez, a plateia acompanhou em alto e bom som os músicos. No fim, rolou a famosa invasão do palco, fechando com chave de ouro essa noite!
Inconstantemente bom. Assim foi o show do Jake Bugg. No Brasil pra lancar o seu terceiro disco, Jake apresentou no show músicas de todas fases de sua curta carreira. Sua discografia é variadíssima, assim como a noite de ontem.
Houveram momentos voz e violão, folk, pop… Em dado momento, eu e minha namorada ficamos tentando lembrar com quem a música que ele tava tocando parecia. Conclusão da mini reunião: parecia John Mayer! (Ps.: Eu adoro John Mayer, só pra constar)
Isso tudo faz sentido quando você lembra que ele tem só 23 anos! As quatro primeiras músicas foram apresentadas no formato voz e violão, intimista from the get go. Dessas primeiras, eu destaco a última, a singela “Simple as This“, que foi cantada em uníssono pelo bom público presente no Circo Voador.
“Two Fingers” foi a música que abriu a parte “plugada” do show. Foram 21 músicas no total de um show que me surpreendeu bastante. Por ter um repertório que passeia entre o folk, blue grass e o pop intimista, o show não vai numa crescente. Quando parece que o baile vai começar, ele manda uma balada. Quando parece que vai dar pra chamar a garota ao lado pra uma dança sob o luar da Lapa, ele manda uma rápida. E isso foi muito bom.
Esse passeio me fez ficar prestando atenção no que iria vir a seguir, tentando entender a dinâmica, e isso fez com o show voasse, me deixando querendo ver mais.
O melhor momento da noite ficou a cargo das duas últimas músicas: “Broken” e “Lightining Bolt“. A primeira foi tocada por Jake, de novo, sozinho no palco. E a galera compareceu nessa. Foi o coro mais alto da noite, do mês, do ano!! Coisa linda! A segunda veio pra completar a catarse já instalada. Showzaço!
Como eu disse, ele tem só 23 anos e ainda vai surpreender o seu público, porque, se sendo inconstante ele já faz esse show, imagina já consolidado?! Ate as próximas, Mr. BUGG.
Sábado (18/02), o Canal RIFF marcou presença no Círculo Operário do Cruzeiro, que foi palco do aniversário de 5 anos da Acetona Produções. Os brasilienses fãs de hardcore ganharam uma noite nostálgica, com direito a apresentação de banda que não tocava há muito tempo e a show de reunião de banda que já acabou. A produtora trouxe, assim como em seu primeiro evento, a banda Zander para ser a principal atração da noite, além das bandas locais Nada em Vão, ADI e Dias.
A Acetona, que já produziu shows de renomadas bandas da cena underground nacional, como Menores Atos e Bullet Bane, também está com um divertido projeto, que acontece às terças-feiras, no Club 904. “A Fantástica Fábrica de Bandas” é uma espécie de karaokê para bandas, que, com inscrição prévia, podem se apresentar no palco do Clube da ASCEB.
A Nada Em Vão deu início às comemorações. Por volta das 21h, Lucas Cardoso (voz), Pedro Tavares (guitarra), Delton Porto (bateria) e César Oliveira (baixo) já estavam a postos. Com músicas relativamente curtas, mas com mensagens fortes e concisas, a caçula da noite apresentou, quase na íntegra, as canções de seus dois EPs: “Nada em Vão”, de novembro de 2015, e “Sempre em Frente”, lançado um ano após o debut da banda.
Nada Em Vão @2017
O show do grupo contou com duas participações especiais. A primeira, de Regis Matsumoto para ajudar Lucas nos vocais do cover de “We”, dos veteranos do Descendents. A segunda participação foi mais espontânea e veio da plateia, que, mais ao fim da apresentação, já entoava as músicas junto com a banda.
O punk rock tocado pelo grupo não tem nada de niilista e se destaca justamente pela mensagem positiva que entrega. De acordo com o baixista, César, e o vocalista, Lucas, a Nada Em Vão tenta sempre transmitir boas energias por meio de suas composições, dando ênfase ao lado bom da vida e trazendo indagações que estimulem seus ouvintes a buscar a melhor versão de si.
Depois de um pequeno intervalo para troca de palco, a segunda banda do lineup, ADI, começou sua apresentação, com um setlist que contemplou todas as canções do último EP da banda, “Sobre os Dias que Não Vão Voltar”, lançado no final do ano passado, sem muito alarde, além de músicas de trabalhos mais antigos.
ADI @2017
Gustavo Hildebrand (voz e guitarra), Rafael Rezende (guitarra), Gustavo Portella (baixo) e Thales Maia (bateria) foram muito bem recebidos pelo público, que, provavelmente, estava com saudade de ver a banda nos palcos. Os fãs de longa data da banda puderam matar a saudade de alguns clássicos, como “Retrato Que Eu Fiz”, “Falhas Perfeitas” “Edu” e “Mundo Inteiro”, a mais pedida em uma enquete feita pela banda na página do evento. Deu pra matar a saudade da ADI, mas a apresentação e as novas músicas deixaram um gostinho do quero mais.
A banda, que ficou 8 anos sem lançar novos trabalhos, surpreendeu ao soltar o EP de inéditas. O baterista, Thales, contou pra gente que essas músicas estavam guardadas há uns 4 anos e que sofreram algumas modificações, ao longo do tempo, até que eles resolveram gravá-las. Nos últimos anos, a banda fez um show aqui e acolá e as coisas devem continuar assim, já que nem todos os integrantes residem no DF.
A Dias, terceira banda a ser apresentar, foi responsável por alguns dos momentos mais bonitos da noite. Manoel Neto (voz), Fill Braga (guitarra), Leandro Correia (guitarra), Bruno Formiga (baixo) e Arnoldo Ravizzini (bateria) se reuniram, após cinco anos do término da banda, para matar a saudade dos palcos e do público, que aproveitou cada segundo da apresentação.
Dias @2017
Os mais próximos do palco cantaram com Manoel durante todas as dez músicas do set, intercalando os berros com bate-cabeça. A banda começou a apresentação com “Vazio”, do EP de 2008, mas o palco pegou fogo quando o grupo resgatou músicas do começo da carreira, como “Procura” e “Aprender”, do primeiro EP (2004).
Nostálgico, o vocalista lembrou do começo da banda, quando matava aula para ensaiar e de quando trocava correspondência com Gabriel Zander e comprava fita K7 da Noção de Nada. Apesar da recepção calorosa da galera, a banda já tinha falado que o show não seria uma volta às atividades, e sim uma oportunidade para a banda lembrar os bons momentos que viveram juntos.
Outro intervalo, para o público recuperar o fôlego do show eletrizante do Dias, e a Zander subiu no palco do Círculo Operário para fechar a noite. Com mais pessoas para ver o show e com caras novas próximas ao palco, a quarta e última apresentação da noite foi iniciada. Perto de meia-noite, Gabriel Zander (voz e guitarra), Gabriel Arbex (guitarra), Marcelo Mauni (baixo) e Bruno Bade (bateria) tocaram os primeiros acordes de “Bandida e Malvista” e de cara emendaram mais duas músicas no “Flamboyant”, álbum que o grupo veio lançar.
Zander @2017
O público, mais uma vez, não deixou a desejar. Muitas vezes o coro gritado dos fãs silenciava a voz de Bill, que é um vocalista com uma ótima presença de palco. O bate-cabeça continuou, rolavam uns stage dives e até uma pequena invasão de palco rolou, mais para o final do show. Em “Humaitá”, música do primeiro álbum completo da banda, “Brasa” (2010), o caos tomou conta da frente do palco. A Zander tocou músicas de todos os seus trabalhos lançados, exceto do Ep’tizer. Uma das canções mais pedidas foi “Dezesseis”, do trabalho de estreia, o EP “Em Construção” (2008).
Bill lembrou ao público que a banda estava vendendo seus produtos de merchandising, ao lado do palco, e o quanto era importante o apoio dos fãs para que a banda conseguisse seguir lançando trabalhos e fazendo shows. O vocalista também lembrou das bandas locais e da importância delas para que bandas de fora toquem na cidade e elogiou os presentes pelo suporte à cena local. Antes de finalizar o show, a Zander anunciou que tinha acabado de fechar outra apresentação, na Casa da Val, e convidou a galera para comparecer. Por fim, a banda se despediu com “Até a Próxima”.
A Acetona teve uma bonita festa de aniversário e compartilhou o presente com os fãs. A produtora homenageou, de certa forma, a cena de uns anos atrás trazendo a Dias, que teve uma importância muito grande para o hardcore do DF e mostrou que a capital ainda tem muita coisa nova a oferecer.
O Canal RIFF esteve ontem, 23/02, no primeiro show da banda paulistaPagan John em solo carioca. O local escolhido foi o La Esquina, bar localizado na Lapa, zona mais boemia e acolhedora do Rio de Janeiro.
Começando um pouco depois do esperado, a banda Bordô abriu os trabalhos da noite. Eles apresentaram canções do EP de estreia “O Boato da Viúva Vermelha”(2015) e mesmo com um setlist curto, mostraram um som de qualidade e uma performace cheia de estilo.
Bordô @2017
Um pouco antes das 23 horas, Pagan John assumiu o palco e fez a noite valer muito a pena. O quarteto composto por Gustavo Pagan (voz e violão), João Milliet (violão, mandolin e guitarra), Leo Wicthoff (baixo) e Mauricio Sousa (bateria e percussão) ganhou projeção na última edição do programa Superstar, em 2016.
Formada em 2014 o grupo conta com músicos que já participaram de outras bandas e estão no meio musical há muito tempo, por isso pode soar familiar.
Pagan John @2017
Mesmo com problemas técnicos na primeira canção, eles pararam, se desculparam, recomeçaram e não deixaram isso abalar a noite que estava apenas começando. Carta foi escolhida como abre alas, seguida por Sina e Beija Flor.
Em um pouco mais de uma hora de show eles saíram completamente do clima carnavalesco que paira sobre a cidade e caminharam perfeitamente entre as músicas de “Inesperado” (2016) e as releituras como Sina e Maria Maria, sucessos que caíram na graça do público no programa Superstar. Do “Black to Grey” (2014), disco de estreia e com composições em inglês, eles só tocaram Raindrops On the Glass.
A interação com o público é constante e os músicos se divertem no palco como se não estivessem em um, o que torna a apresentação ainda mais especial e menos automatizada. A música gravada já é boa, mas aovivo é melhor ainda. No fim, a sensação é que todos ali fazem parte de uma grande família.
OutroEu e Melim estavam presentes e fizeram participações mais do que especias durante a apresentação, mostrando que a amizade iniciada no programa global se estende até hoje. Coisa de Casa, Zade e Meu Abrigo foram muito bem recebidas pelo público.
Pagan John e OutroEu @2017
Para a reta final do show, as músicas escolhidas foram Muito Obrigado e Come Together dos Beatles. A banda se despediu ao som de Maria Maria e para ajudarem nessa missão convocaram os integrantes da OutroEu e Melim para retornarem ao palco e fecharem com chave de ouro essa grande festa.
Não resta dúvidas que Pagan John arrebatou mais ainda os corações cariocas. Tomara que esse seja o primeiro de muitos outros shows por aqui!
Este slideshow necessita de JavaScript.
Para os que chegaram até aqui e não conhecem o som da banda, mas ficaram com vontade, confere aí:
Quase quatro meses depois do primeiro show da tour Rogério, que aconteceu no Centro do Rio de Janeiro, a Supercombo volta a Cidade Maravilhosa para fazer o que faz de melhor: colocar os fãs para dançar! Dessa vez, o evento apresentava uma proposta diferente e levou o público para um teatro na Barra da Tijuca, mas só apresentava. A energia da banda, as participações especiais e os fãs fiéis fizeram, mais uma vez, um belo espetáculo!
Supercombo @2017
De início, parecia estranho ver os fãs sentados nos lugares marcados aguardando o show começar. Mas, como era de se esperar, a banda entrou no palco levantando a galera e levando todo mundo para a beira do palco. O setlist da tour já é conhecido e a sequência ‘Jovem’, ‘Fundo do Mar’ e ‘Saco Cheio’, casam muito bem com esse pontapé inicial. Quem assumiu a bateria da Supercombo na noite e somou com a banda, foi Jean Dolabella, ex-baterista do Sepultura e atual Ego Kill Talent.
Ao contrário do que estamos acostumados a acompanhar na maioria das casas de show no Rio de Janeiro, a estrutura do Teatro Bradesco proporcionou ao público um espetáculo de cores e luzes, produzido pelos telões de LED que acompanham a banda nessa nova tour. Eles continuaram com ‘Campo de Força’, ‘Magaiver’, ‘Bomba Relógio’ e ‘Todo Dia é Dia de Comemorar’. Na sequência, ‘Monstros’ contou com a participação de Mauro Henrique, da banda Oficina G3, que participou da gravação original da música.
Keops @2017
Já é comum ver Léo Ramos, Paulo Vaz, Carol Navarro e Pedro Ramos tocando músicas de bandas nacionais amigas em seus shows. Dessa vez, a homenageada foi a Medulla e contou com a participação de Keops, cantando ‘Abraço’ e ‘Eterno Retorno’. As interpretações do cantor são um espetáculo à parte. O momento acústico do show seguiu com ‘Saudade’ e ‘Soldadinho’.
O último bloco teve ‘Morar’, ‘Menino’, ‘Amianto’, ‘Rogério’ e a música que, segundo os próprios integrantes, é a mais legal nas apresentações, ‘Grão de Areia’. A invasão de palco já está virando rotina no encerramento de shows das bandas de rock. Apesar da tentativa de alguns fãs, quem acompanhou a Supercombo em ‘Piloto Automático’ foram os meninos da Outro Eu e os demais convidados.
Este slideshow necessita de JavaScript.
A banda se despediu aos pedidos de ‘mais um’ do público e aguardou esperançoso o retorno para um ‘bis’. O gostinho de quero mais vai ter que ser suprido num próximo encontro. Aliás, será que demora?
Botafogo é um bairro conhecido, principalmente, por seus diversos bares. Fora da rota habitual Voluntários da Pátria e Bambina temos o Saloon 79, localizado na Rua Pinheiro Guimarães, 79. A fachada que lembra o velho oeste e o letreiro neon destoam dos prédios residenciais da rua. A casa costuma abrigar os amantes do rock’n’ roll e nesta sexta, 3/02, os responsáveis pela noite foram as bandas Drive, Drops96 e Divisa.
Com a casa relativamente cheia, o lema da noite foi: “quem sabe, faz ao vivo”, porque a plateia fez os músicos saírem da zona de conforto do setlist previamente ensaiado. Mesmo enfrentando algumas dificuldades técnicas, por conta da estrutura da casa, eles mostraram um trabalho autoral de qualidade.
Já passava das 23 horas, quando a Divisa subiu no palco. O show foi embalado, principalmente, por canções do EP “(auto)retrato” lançado em agosto de 2016 e por uma nova versão de Reação, quarta faixa no álbum de estreia “Marco Zero” (2013). Além das músicas autorais, a apresentação contou com covers de The Killers, Kings of Leon e Tiago Iorc – animando ainda mais o público presente.
Divisa @2017
Durante a introdução de Coisa de Gênio, atual single do grupo, o vocalista Igor Balmas revelou a presença do compositor da música e de algumas pessoas que participaram do clipe na plateia. O vídeo fala sobre o amor em suas diferentes formas, algo que mesmo sendo simples muitas pessoas ainda não compreenderam.
Quando eles anunciaram Sempre Quis como a última música do setlist, a plateia tratou logo de pedir mais uma. A escolhida foi Terceira Idade e teve um belo coro acompanhando.
Quando foi a vez do Drops96 assumir o comando, o palco do Saloon79 ficou pequeno. Composto por seis integrantes, eles tiveram que se apertar um pouco, mas nada que comprometesse a performance cheia de energia do grupo.
Drops96 @2017
Em um pouco mais de 40 minutos de show eles tocaram o disco “Busque Mais da Vida” (2016) e alguns covers. As primeiras quatro músicas foram autorais e como uma forma de aproximar mais o público que não conhece o trabalho da banda, eles fizeram uma releitura de Charlie Brown Jr. Isso funcionou tanto, que ficou até difícil transitar entre o bar e o palco.
A banda contou com um integrante especial, Luca Schirru, baterista da primeira formação do grupo, substituiu Bruno Lamas que está fora do país. Mesmo algum tempo afastado, Luca mostrou que continua muito entrosado com o restante do grupo e aguentou firme a responsabilidade.
Quando os primeiros acordes de Palco da Vida soaram, ficou claro que o show estava chegando ao fim, mas a plateia se fez presente (novamente) e através de gritos ou por recados na tela do celular pediram mais músicas, incluindo Volta pra Mim, um dos primeiros sucessos da banda e que não tinha sido incluída no setlist. Eles não tiveram problemas em cantar essa e uma versão de Planet Hemp para encerrar. Com certeza deixaram um gostinho de quero mais no público presente.
Drive @2017
A Drive foi a responsável por encerrar a noite, a banda que voltou recentemente aos palcos com uma nova formação caminhou, em um pouco mais de uma hora, entre canções do primeiro álbum, “Drive (2005)”, do segundo, “Plano Sequência (2012)” e do mais novo single do grupo, Não Vou te Sufocar.
Entre Bom Cidadão e Singular, Pack comentou sobre o relacionamento no meio musical atualmente: “As bandas tem que ser ver como aliadas e não como rivais, para assim fortalecer a cena. Tá difícil viver de rock, mas tenho certeza que a maioria das bandas que estão no underground também fazem isso porque gostam.”
Este slideshow necessita de JavaScript.
Diferentemente do show de estreia no Teatro Odisséia, a bateria durou a noite inteira, fazendo com que Te Enganar e Mais Um Dia Ruim pudessem ser tocadas sem problemas. Em Mais Um Dia Ruim e no cover de Foo Fighters que fechou a noite com chave de ouro, Pack dividiu os vocais com um fã. Depois dos dois shows aqui no Rio, não restam dúvidas de que a Drive voltou com tudo!
O que para muitos era um domingo de retorno do feriado prolongado, para os fãs da Rancore era a volta da banda aos palcos cariocas. Sem pisar no Rio desde a tour de despedida, em 2014, o grupo tinha uma legião de adoradores sedentos para revê-los. O Teatro Odisseia quase não deu conta de tantas saudades, e com lotação máxima, foi palco de uma noite memorável. Cansaço, canela roxa, falta de voz e uma leve desidratação, por conta do calor, são sintomas presentes na maioria das pessoas que curtiram o show.
Quem abriu os trabalhos foi a banda Stereophant, com um setlist pequeno por conta do tempo apertado, misturaram músicas do álbum “Correndo de Encontro a Tudo” e algumas do disco novo – que a princípio será lançado em Março. Eles contagiaram o público que chegou cedo para prestigiar as bandas da noite. Todas as canções tiveram participação da plateia, mas em O Tempo e Vermelhao coro foi de arrepiar.
Já a segunda banda foi a Nove Zero Nove, eles tocaram músicas do álbum “Blindado” (2016) e “Nove Zero Nove” (2013). Em meio a rodinhas e pessoas pulando do palco o grupo abriu o show cantando Mártir, escolha perfeita para o período que estamos vivendo.
Em certo momento, o vocalista Mauricio Kyann agradeceu o apoio do público e, falou sobre a falta de visibilidade que as bandas independentes tem nos meios de comunicação de massa atualmente: “Foda-se que não estamos entre os 100 mais tocados. A gente fala mais que vários artistas por aí. Ver vocês aqui, ver esse evento rolando, dando certo. Isso é o que faz a gente continuar:”
Quem ficou com a responsabilidade de ser a última banda antes da Rancore foi a Zander. Com cinco trabalhos lançados, o quarteto foi de “Em Construção” (2008) até “Flamboyant” (2016) em um pouco mais de 40 minutos de show. O público cantou Dezesseis e Humaitá a plenos pulmões, mostrando que a galera tinha fôlego de sobra e estavam preparadíssimos para receber os paulistas mais esperados da noite.
Não tem muita coisa que se possa falar depois do show da Rancore. É uma experiência para ser vivida. Já começa que as músicas são entoadas como hino,como se a vida de cada pessoa presente naquele lugar dependesse disso.Não há um ser que fique parado. É uma troca de energia imensa, você sai mais leve.
Teco, vocalista, consegue conduzir como ninguém a nação de fãs que eles colecionaram ao longo dos anos. Sempre mostrando muito respeito e igualdade. Ele deixa claro que qualquer um pode participar das rodinhas e fazer stage diving, mas é para uns cuidarem dos outros, porque o intuito principal ali é a diversão.
Caggegi, Ale, Candinho e Teco caminharam perfeitamente entre os clássicos de “Yoga, Stress e Cafeína” (2006), “Liberta” (2008) e “Seiva” (2011). Como nem tudo é maravilhoso, os fãs sentiram falta de Cresci, M.E.I e Mulher no setlist, mas entre tantas músicas marcantesé difícil montar o repertório sem sacrificar algumas.
O show por si só já foi o ponto alto da noite, mas não podemos esquecer o momento épico em que Teco ficou só de sunga no palco, nem quando durante a música Ritual a plateia se transformou em uma alcateia e mostrou que a Rancore nunca vai ser um lobo solitário.
Este slideshow necessita de JavaScript.
Depois desse show podemos, enfim, começar o ano. Infelizmente, ainda não sabemos se a banda vai realmente voltar ou não, mas a única certeza que os integrantes precisam ter nesse momento é que nada mudou nesse tempo. Quer dizer, só aumentou a certeza que a Rancore tem continuar/voltar.
As pessoas que foram ao Teatro Odisseia na tarde/noite do último sábado, 21/01, estavam lá para viver e apoiar o renascimento da Drive. Banda que estreou sua terceira formação e voltou aos palcos depois de alguns anos em hiatus. Você acompanhou aqui, no Canal RIFF, o lançamento da nova música, o mistério de quem seriam os integrantes e, agora, confere a resenha do show de retorno. Posso adiantar que foram muitas emoções.
A responsável por abrir os trabalhos foi a The Unknowns, única banda da noite a ter um vocal feminino. Eles começaram tocando o single Basta Lutar, mas conquistaram o público presente fazendo cover de 30 Seconds to Mars e um medley que incluía Radioactive, Drag me Down e Summertime Sadness. O grupo tocou ao todo seis músicas, incluindo a inédita Entre Nós.
O segundo show foi o da Âncora, trazendo músicas do EP “Mar Aberto” e a novíssima Entre o Medo e a Coragem, a banda usou e abusou de introduções instrumentais. Isso de maneira alguma foi problema, porque elas se encaixaram perfeitamente no andamento da apresentação. O setlist deles também foi curto e segundo o vocalista, Felipe Barboza , iam fazer valer a pena (e fizeram). Com sete músicas eles mostraram que a banda tem um grande potencial.
Ao som de troca de estações de rádio e trechos de sucessos da banda, a Drive subiu no palco um pouco antes das 20h. Para a surpresa de muitos, eles já começaram tocando a música nova Não Vou te Sufocar.
Mostrando que é uma nova fase da banda, eles seguiram o show misturando canções do primeiro álbum, “Drive” (2005), e do segundo, “Plano Sequência” (2012), sendo acompanhados pela plateia que foi um show a parte e cantou todas as músicas.
Como se não bastasse toda emoção da noite, eles preparam uma surpresa para os fãs. Fizeram uma nova versão de Sonho Azul, música da Drive que vazou, mas nunca foi regravada ou fez parte de algum disco e mesmo assim é uma das preferidas da galera.
Infelizmente, durante Tentando Melhorar a pele do bumbo (da bateria) estourou, mas eles não se abalaram. Pack, vocalista, explicou a situação, pediu desculpas e disse que tocariam dali para frente músicas mais leves. O lado bom foi que isso abriu uma brecha para Juliana entrar no setlist.
Quando o show se aproximava do fim, a banda convidou vários fãs para subirem no palco e ajudarem a cantar o grande sucesso da Drive, Olhando Pra Você. Muitas pessoas foram, mas outras preferiram curtir na plateia mesmo. Que momento!
Como ainda sobraram alguns minutos, o grupo pediu sugestões para uma última música e Verdade fechou com chave de ouro essa noite de nostalgia.
O recado foi dado: eles voltaram com tudo. Não restam dúvidas que a nova formação chegou com o pé na porta, Douglas, Marlon, Davidson e Pedro mostraram que aguentam a responsabilidade de agora fazerem parte da banda que marcou uma geração.
1-Não Vou Te Sufocar
2 – Cada Vez Mais Só
3 – Bom cidadão
4 – Singular
5- Muito Mais Que Eu Quis
6 – Tempo
7 – Frases Feitas
8 – Sonho Azul
9- Deixa Eu
10- Meus Olhos
11- Bons Amigos
12- Tentando Melhorar
13 – Juliana
14- Recomeçar
15 – Olhando Pra Você
16 – Verdade
Já não é de hoje que citamos que o Imperator (Centro Cultural João Nogueira, para formalidades) está consolidado como o quartel general do rock no rio de janeiro. Além dos principais nomes do rock carioca, grandes representantes de diferentes vertentes do estilo em todo o brasil passam pelo Rio Novo Rock, a parada obrigatória de todo mês para quem curte descobrir ou encontrar bandas de qualidade numas das melhores, quiçá a melhor, estruturas do Estado.
Na primeira edição do ano de 2017 não foi diferente.
Ao anunciar Overdrive Saravá e Ego Kill Talent, o evento mostrou que apostava em bastante peso e uma mistura de propostas com bastante diversidade para a edição que abriria o ano. E assim foi.
O universo apelou para a estratégia de seleção natural por meio da chuva intensa, fazendo cair o mundo nos momentos que antecederam o início do evento. Mesmo assim o público que chegava foi muito bem recebido ao som de clássicos do rock, embalados pela carismática Dj Suirá, que mostrou muito feeling e conquistou o público ansioso, formado por muitos músicos locais, mas desenvolvido cada vez mais com a presença de pessoas não ligadas a cena musical da cidade.
Após uma introdução de clima denso, corpo fechado e munida de percussões firmes, a Overdrive Saravá iniciou o show com a canção “Atabaques e D’jembes”, canção escolhida também para o primeiro clipe da banda, lançando seu álbum homônimo, que foi disponibilizado em setembro de 2016.
Com um repertório que representa muita diversidade e críticas embasadas na história do Brasil, a banda passou com vigor mensagens fortes envolvendo temas como opressão cultural e desigualdade social. O Imperator foi preenchido com batuques que faziam fundo para o performático vocalista Gregory Combat, que transmitia com muito coração e autenticidade mensagens sobre os desafios de viver da arte.
Com versões de clássicas canções que apontam críticas sociais, como “João do Amor Divino” e “Construção”, a banda fez um show coeso finalizando com as canções “Ressuscita, Pataxó”, que faz referência ao índio Galdino da tribo Pataxó, assassinado em 1997, e “A vista do Vidigal”.
Apesar de ser a primeira apresentação da banda na cidade, não podemos dizer que a Ego Kill Talent começou sua história no Rio de Janeiro com o pé direito. Na verdade, os caras chegaram foi com os dois pés, no peito, de voadora. Numa apresentação impecável, a banda, que tem como diretriz a mensagem “ego demais vai matar seu talento”, deu uma aula de timbres e massa sonora, com muita qualidade em todos os quesitos, resultado do time de peso que a compõe. O nome Ego Kill Talent já era, há algum tempo, um dos mais aguardados para se apresentar no evento, que começa o ano deixando bem clara qual é a proposta do Rio Novo Rock, uma fuckin’ porrada nos ouvidos que dá gosto de levar. Obrigado.
Com uma configuração totalmente dinâmica, a Ego Kill Talent abriu os trabalhos com “Sublimated”, canção que também dá nome ao EP de 2015, e desde lá conquistou o público que venceu a chuva para cantar com muita energia todas as outras canções dos dois trabalhos dos galáticos integrantes, que interagiam entre si e com todos os que assistiam extasiados.
Pausas para troca de funções, constantes na apresentação da banda, passaram totalmente despercebidas. Aconteceram? Reza a lenda que sim, mas a qualidade, por exemplo, da bateria comandada por Jean Dolabella ou Raphael Miranda (que há poucos dias esteve no Imperator com o Medulla) nos deixa tranquilos para perceber o real sentido de tanto faz.
Este slideshow necessita de JavaScript.
Theo Van der Loo e Niper Boaventura completaram o revezamento na cozinha, entregando um show impecável, que já faz parte do pódio de melhores apresentações da história do evento. A banda apresentou todas as canções de seus dois EPs, além de“Old Love andSkulls”, “Heroes, Kings andGods”, “Last Ride” e“Try, therewillbeblood”, que farão parte do novo álbum.
Sobre a voz de Jonathan Correa? Há quase 10 anos sem tocar no rio de janeiro (sua primeira e única apresentação em terras cariocas foi no canecão, em 2007) encontrou o inferno ao descobrir o céu, mesmo. É outro. Com uma performance lá em cima e absolutamente cativante, trouxe todos os expectadores para bem perto e baniu da noite qualquer timidez do público, que cantava todas as músicas da banda. Com uma postura absurdamente enérgica, com requintes de Eddie Vedder versão PINKPOP 1992, e uma linha vocal totalmente desgarrada da sua história com o REC, mostrou que realmente se foram os dias, mas a garganta continua em forma e a identidade do novo rumo já está mais que estabelecida.
A banda lança na próxima sexta-feira, 20 de janeiro, seu primeiro álbum, também com o título de Ego Kill Talent. Hoje agradou a internet o vídeo de “CollisionCourse”. A música, que mostra a Ego Kill Talent em conjunto com o Far From Alaska, dá uma prévia do tipo de som que vem por aí, criando expectativas muito boas para a massa roqueira em 2017. Confira abaixo:
A próxima edição do RIO NOVO ROCK, dia 2 de fevereiro,traz as bandas Rats e Mustache e os Apaches. Se você é ou estará no Rio de Janeiro, não deve perder. Parada obrigatória.