Categorias
Lançamentos Resenha de Álbum

Todo mundo deveria ouvir o novo disco da Alaska, “Ninguém Vai Me Ouvir”

Por Felipe Ernani

Foto destaque por Stefano Loscalzo

Mudança de direção, quebra de paradigmas, reinvenção sonora… Quantas vezes não ouvimos esses termos quando se fala de um novo lançamento de uma banda? Mudar, de certa forma, virou clichê. Até porque é natural a expectativa de algum tipo de evolução, ainda que algumas bandas sejam levadas à frente pela inércia de lançamentos que consolidam uma carreira. Mais do que isso, na verdade, as mudanças foram se tornando previsíveis — assim como a ausência destas também, em alguns contextos.

Não foi nada disso que a banda paulistana Alaska fez com o seu novo disco, Ninguém Vai Me Ouvir, lançado ontem (31/08/2018) pelo selo Sagitta Records. O disco mostra, sim, tudo que foi citado ali em cima: uma quebra de paradigma, um rompimento com a sonoridade e atitude mais rock que o primeiro trabalho da banda (Onda, de 2015) propunha, uma adequação às tendências do mercado musical, etc.. No entanto, a grande importância desse trabalho é a sensibilidade instrumental e, principalmente, lírica.

Alaska é um quinteto formado por (da esquerda para a direita): Vitor Dechem (teclado, guitarra e voz), André Ribeiro (voz, guitarra e sintetizadores), Wallace Schmidt (baixo), Nicolas Csiky (bateria) e André Raeder (guitarra). (Foto: Stefano Loscalzo)

Quando as composições do disco começaram, a banda criou um espaço na plataforma Curious Cat para que fãs, amigos e pessoas em geral pudessem compartilhar histórias emocionalmente carregadas de forma anônima (ou não) que, em conjunto com as próprias cargas emocionais dos integrantes, formaram as inspirações da temática do disco: um grande manifesto sobre as frustrações das rotinas exaustivas, dos prazeres ditados (e ao mesmo tempo minados) pelas redes sociais, da eterna busca por uma resposta que parece estar em todo lugar mas ao mesmo tempo não está em nenhum.

Assim, paradoxalmente, o single inicial NVMO, lançado bem antes do disco, fala de forma bem crua e direta: “Tanta gente aqui / Mas se eu gritar ninguém vai me ouvir”. O instrumental (não só dessa música como do disco inteiro) muito mais focado nos sintetizadores, nos aparatos eletrônicos e na ambientação para as letras densas e os vocais cheios de efeitos reforça constantemente esse sentimento de estarmos perdidos no mundo, em meio a relações vazias, obrigações e regras sociais e profissionais ditadas por uma força cada vez mais invisível e difícil de se desgarrar.

Ao mesmo tempo, o disco deixa muito clara a relação de amizade entre os membros da banda e toda a equipe que trabalhou na confecção do disco, como se fossem justamente essas relações de proximidade e parceria quase incondicional a solução para toda essa confusão que nos permeia atualmente. Aliás, tamanha sensibilidade só é perceptível graças à produção impecável de Gabriel Olivieri, à mixagem fantástica de João Milliet e ao trabalho sensacional de Guilherme Garofalo tanto no projeto gráfico do disco quanto nos clipes lançados até agora.

Alaska — Ninguém Vai Me Ouvir (Projeto gráfico: Guilherme Garofalo)

É bastante difícil enumerar os destaques do álbum. Do começo ao fim, sente-se que o trabalho foi feito minuciosamente para que todos os detalhes remetam a sensações específicas, sentimentos outrora esquecidos e sem rebuscamentos desnecessários para camuflar a verdade (muitas vezes dolorosa) da mensagem transmitida. É assim com Tem Que Ver Isso Aí, cuja letra remete a um conflito interno entre o que somos e o que queremos ser. É assim também com Até o Mundo Acabar, talvez a faixa mais delicada do disco justamente pela auto-reflexão de um amor não mais possível. Instrumentalmente, Tudobem” aparece como um dos destaques por ter um refrão que resgata e recontextualiza a sonoridade do disco Onda; além dessa, a dupla O Que Foi Nosso e Infinita Procura / Eterno Desligamento se encaixam perfeitamente e chamam muito a atenção do ouvinte.

A contemporaneidade do trabalho é uma das características mais charmosas, com toda certeza. A crueza, a ousadia e ao mesmo tempo o embelezamento de cada canção demonstra de uma vez por todas que a Alaska veio para se estabelecer com força no cenário nacional sem medo de enfrentar e questionar conceitos pré-estabelecidos. Ninguém Vai Me Ouvir com certeza firma o posicionamento do grupo e se torna, sem dúvidas, um dos fortes candidatos a melhor disco do ano e, ironicamente, deveria ser ouvido por todos que têm algum interesse na nova direção que a música brasileira vai tomando.

Escute Ninguém Vai Me Ouvir, novo álbum da banda Alaska:

Publicidade
Categorias
Artigo Listas

TOP 10: OS MELHORES SHOWS DE 2017

Por Natalia Salvador

Quando você ama assistir shows e, finalmente, mora em um lugar que te oferece diferentes opções todo fim de semana é uma baita realização. Em 2017 eu tive a oportunidade de cobrir e curtir por lazer diferentes espetáculos, nada mais justo que relembrar aqueles que marcaram o ano, pelo menos para mim (e que a gente já fica doido pra ver de novo). Prometo não me estender muito, então vem conhecer meu TOP 10 de melhores shows de 2017!

  1. FRESNO + VITAL

O Imperator, por si só, já tem uma energia completamente diferente de todas as outras casas de show do Rio de Janeiro. Toda vez que eu piso lá a sensação de que algo grandioso está para acontecer. E foi exatamente isso que presenciei neste culto sold out. Além de tudo que envolvia o show da Fresno – comemoração dos 18 anos e minha primeira vez vendo eles como headliners -, uma das coisas que mais me chamou atenção foi o quanto o público acolheu e abraçou a banda de abertura, a Vital.

Fresno@2017 por Natalia Salvador
  1. MENORES ATOS + ODRADEK + AVEC

A primeira vez de um ser humano num show da Menores Atos é pra nunca mais esquecer. Acho que posso dispensar apresentações, o trio faz a platéia se emocionar, chorar e cantar o mais alto que pode. O show no Estúdio Aldeia marcou o encerramento da turnê do Animalia e a banda está trabalhando em um novo CD. Nesta noite de inéditos, para mim, também tive a grande chance de conhecer a banda Odradek. Um instrumental pesado e envolvente.

  1. MEDULLA + HOVER + NVRA

O CD Deus e o átomo foi um dos grandes elogiados de 2016, nada melhor que começar 2017 com um showzão desses, não é mesmo? O diferencial de ver shows no Estúdio Aldeia é a vibe intimista do lugar e a proximidade que você consegue ter dos artistas. A entrega dos irmãos Raony e Keops envolve e empolga o público. Além deles, a Hover, que também tem um show completinho e cheio de energia somou para a noite ser incrível. Cada apresentação deles na cidade é uma emoção diferente, coisa de casa mesmo.  

  1. R.SIGMA + COMODORO

Sim, eu só conheci R.Sigma em 2017 – que bom que os dias de glória chegam para todos. No único show que a banda realizou no Rio de Janeiro a maioria do público estava matando as saudades depois de quase 6 anos em hiato. Acho que foi esse cenário que tornou tudo tão especial. Na abertura, a Comodoro tomou conta do palco e colocou os poucos presentes para dançar – e acompanhar toda a malemolência de Fred Rocha, vocalista. Quando R.Sigma entrou no palco a casa já estava cheia e o coro permaneceu por todo o show. Além disso, Tomás Tróia que viriam novidades por ai. Durante o semestre, a banda lançou uma música inédita, fez outros shows e seguimos acompanhando os próximos passos – ATENTOS!   

  1. HANSON

Vocês tem uma lembrança clara dos primeiros contatos com algo que gostem muito? Minha primeira grande lembrança com a música foi com esse trio de irmãos americanos. Eu era muito novinha e ganhei o cd de estréia deles – conto essa história completinha na resenha desse show. 20 anos depois, tive a chance de ver um show comemorativo que contemplou diferentes fases de Zac, Taylor e Isaac – primeiro grande amor de muitas. Foi uma noite nostálgica e de muito amor, é estranhamente incrível quando você consegue perceber a troca fácil e respeitosa entre os músicos no palco. Uma noite família, literalmente.

  1. CASTELLO BRANCO

Não sei vocês, mas uma das coisas que mais me chama atenção em shows é a performance dos vocalistas. Depois de assistir ao show do R.Sigma, fui em busca de mais informações sobre Lucas Castello Branco e me deparei com um projeto incrível. Meses depois lá estava eu impactada com a leveza e ternura, muito diferentes da energia apresentada na frente da banda, do lançamento de Sintoma. O show solo do Castello é aquela saída perfeita com carinha de domingo tranquilo, que é pra começar a semana com o maior sorriso no rosto!

Castello Branco@2017 por Natalia Salvador
  1. BRAZA

Qual banda que tem 2 anos de estrada, 2 discos lançados e entrega ao público 2 horas de show? Danilo, Nicolas e Vitor fazem um verdadeiro espetáculo em cima do palco. A energia deles é anestesiante, do início ao fim. A galera, canta, dança e se entrega. Ver os 3 fazendo música juntos ainda contribui para aquele falso consolo da saudade que os fãs sentem do Forfun. Os caras fizeram história e agora estão escrevendo uma nova. Ciclos.  

  1. ALASKA (Rio novo Rock + Despedida em Petrópolis)

Se trazer dois shows da mesma banda para um TOP 10 é errado, eu não quero estar certa. Em 2017 a Alaska teve dois grandes momentos no Rio de Janeiro. Uma das primeiras edições do Rio Novo Rock do ano contou com a partição dos paulistas e os cariocas da Two Places At Once. Como comentado anteriormente, o Imperator é um senhor palco e a noite não poderia ser outra coisa se não memorável, com direito a setlist especial e invasão de palco.

Mas a festa ficou linda mesmo na despedida do Onda, que aconteceu em Petrópolis. Eu não sei o que acontece, mas os shows da Alaska na Cidade Imperial tem uma emoção diferente. É claro que os petropolitanos não iam deixar esta ser uma despedida normal. O público, fiel, cantava tão alto que muitas vezes roubava o lugar dos músicos. Uma das características mais marcantes dos shows da banda, é a troca entre os músicos, seja nos sorrisos, carinhos ou nos finos que um tira do instrumento do outro. É uma experiência de entrega diferente de tudo que eu já vi.

Alaska@2017 por Natalia Salvador
  1. SCRACHO

Você provavelmente está se perguntando que ano é hoje ou porque raios Scracho está no segundo lugar dessa lista. Pois bem, no último mês do ano – famoso 45 minutos do segundo tempo – eu, sem dúvidas, presenciei a maior festa do ano! Celebrando 10 anos de lançamento do primeiro cd, A Grande Bola Azul, Dedé, Diego e Caio reuniram grandes amigos e lendas do underground carioca para um show de lavar a alma e fazer os jovens adolescentes de 10 anos atrás muito felizes. Foram 2 horas de nostalgia, entrega e gargantas arranhando no dia seguinte, em um Circo Voador abarrotado.  

  1. AURORA

Aurora é a prova viva de que fadas existem. Eu já pensava sobre isso assistindo alguns vídeos internet afora, mas depois que tive a oportunidade de ver a jovenzinha norueguesa de apenas 21 anos emocionar os públicos por todas as cidades brasileiras que passou, eu pude ter certeza. Sabe quando você sente a energia passando pelo corpo, os pelinhos arrepiando e os olhos se encherem de lágrimas? Foi assim que me senti o show inteiro. Sem grandes estruturas, a inocência, ternura e compaixão que habitam Aurora ficam evidentes em cima do palco. Esta, sem dúvidas, foi melhor experiência musical de 2017!

Aurora@2017 por Natalia Salvador
Categorias
Resenha

A Despedida do Onda @breve

‏Texto Camila Borges , Fotos Felipe Indini

Para a física, uma Onda é uma perturbação oscilante de alguma grandeza física no espaço e periódica no tempo. Para outros (me incluo nessa) foi um dos álbuns mais profundos, cheios de significados. Começar uma resenha desta maneira diferente foi a única maneira que encontrei pra citar melhor a despedida. Foi uma noite memorável, cheia de amigos, fãs, bandas e histórias pra contar.

Na última sexta-feira (15), o palco da vez foi o Breve. Casa de shows que fica em São Paulo, conhecida por receber bandas alternativas no geral.

Começamos a noite com O Grande Babaca (Gabriel Olivieri) mostrando algumas gravações que você pode ouvir na internet, inclusive uma canção inédita apenas para quem esteve no show, por enquanto. Pra quem ainda não conhece vale a pena ouvir.

A segunda banda da noite foi a Hover, banda de Petrópolis/RJ que conta com Saulo von Seehausen (guitarrista e vocalista), Lucas Lisboa (guitarrista), Felipe Duriez (guitarrista), Álvaro Cardozo (baterista) e Leandro Bronze (baixista). Mostram boa parte do repertório do seu ótimo “Never Trust The Weather”, e entre uma música e outra  rolaram muitas declarações não só de amor, mas gratidão e amizade a principal banda da noite.

Eis que chega a parte mais esperada para  muitos, a última chance de ouvir o Onda na íntegra, ao vivo. A troca entre a Alaska e público é uma das coisas mais impressionantes que acontecem show após show e naquele dia não foi diferente. A evolução e a paixão pelo que fazem é notável, sou suspeita pra falar.

Durante a apresentação rolaram algumas participações, como por exemplo a do André Vinco (Ceano) invadindo o palco e dividindo o microfone durante Alto-mar. Mariana Ávila em O Resto é Silêncio (ok, nessa hora não deu pra segurar a emoção e já tinha um bocado de gente aos prantos).

Foto Leo Rodrigues

Durante muitas músicas a voz do público se misturava com a do vocalista, outrora eram apenas eles e mais ninguém. Muitos ali vieram desde o catarse, outros de muito antes, outros de pouco tempo. A emoção tomou conta do show durante muitas vezes, deixando muitos sem palavras.

O fim da apresentação chegou com as últimas 3 músicas: Onda, Euforia com a sua nova “roupagem” bem diferente daquela que ouvimos no EP, e Vista. Esta última com invasão de muitos amigos ao palco, e como sempre a plateia acompanhando em alto e bom som os músicos. Logo após toda essa loucura ainda tivemos uma breve surpresa: uma das músicas novas. Ainda sem nome,por enquanto, ela é chamada de 16 pela própria banda.

Foram dois anos de Onda, com muitos shows, 3 videoclipes, participações especiais. Mas o que realmente fica é a marca e algumas lições que o álbum deixa em cada um que se dispôs a conhecê-lo, a interpretá-lo e principalmente acreditar no que era proposto quando talvez ninguém mais acreditaria.

 

 

 

 

Categorias
Agenda de Shows Lançamentos

Banda Alaska anuncia encerramento do ciclo do disco Onda com clipe e shows

Por Natalia Salvador

Para quem já acompanha a banda Alaska não é nenhuma novidade que um novo disco vem ganhando forma e o ciclo do primogênito está chegando ao fim. O que ninguém esperava eram as surpresas do encerramento dessa fase.  Poucos dias depois de anunciarem os últimos shows antes da pausa para a produção e gravação do novo disco, os paulistanos divulgaram o clipe da faixa ‘Correndo Contra Tesouras’.

André Ribeiro (guitarra e voz), Nicolas Csiky (bateria), André Raeder (guitarra), Vitor Dechem (teclado, guitarra e voz) e Wallace Schmidt (baixo), integram a banda com este nome e formação há seis anos e estão sempre rodeados de amigos. Manoela Cezar e Guilherme Garofalo dirigiram o vídeo, que tem produção da Filmes do Acaso.  O clipe é uma ruptura estética, focado em expandir conceitos abordados no álbum como um todo e abrir portas para o novo.

“O Onda é conceitual, não é sobre a vida dos caras da banda. O clipe seguiu essa linha, ele abre para muitas interpretações por conta da escolha das imagens de arquivo; tem coisas ali que conversam diretamente com o CD, outras que estão lá pra instigar sensações que a música passa, outras para expandir os significados… Mas ao mesmo tempo tem os caras tocando, e eles nunca aparecem completos pro espectador. Não é sobre eles”, conta a diretora.

“Durante esses dois anos, a gente cresceu muito em diversos aspectos e nós aprendemos muito com esse ciclo, principalmente sobre nós mesmos como artistas. Acho que estamos em uma transição muito importante agora, querendo e precisando respeitar nossa individualidade e sair da prateleira onde todas as bandas de ‘rock’ foram colocadas sem querer”, conta  André Ribeiro.

Além do clipe, o quinteto ainda divulgou 4 datas que marcam os últimos shows do ano e vão passar por cidades do Rio de Janeiro e São Paulo e eles dividem o palco com bandas como Hover, Two Places at Once e Whipallas. Para a despedida a banda promete surpresas, além de músicas que não são tocadas desde o lançamento! Você não é nem doido de perder, não é mesmo? Confira as datas e acompanhe a banda nas redes sociais para mais informações.

Categorias
Vídeos

A onda da Alaska | RIFF Spotlight #5

Categorias
Notícias

Banda Alaska convoca você para ajudar a compor as músicas do próximo álbum

Por Natalia Salvador

Sabe quando você escuta um CD e ele se encaixa perfeitamente com a sua realidade? Ou quando toca aquela música e você vira para todos a sua volta, muito animado, dizendo que é a sua música? Para a banda Alaska, esse sentimento está se tornando um novo combustível para a composição das músicas de seu segundo disco. Não está entendendo muita coisa? Eu explico.

Em entrevista recente para o Canal RIFF, André Ribeiro, vocalista e guitarrista, contou que a banda começaria a produzir o segundo CD em 2017. O quinteto paulista divulgou essa semana nas redes sociais que querem fazer músicas em parceria com você, comigo e quem mais estiver interessado em dividir seus sentimentos, ideias ou criações. “De uns tempos pra cá, tenho percebido que todo mundo tem algo importante pra dizer, pra externalizar, dividir e etc. E acontece que a gente se acostumou a guardar. E pior ainda, nos acostumamos a não perguntar e a não escutar. Estamos nos afastando e isso não é legal”, diz o texto na fan page da banda.

Para reunir os depoimentos dos fãs, amigos e curiosos, a Alaska criou um perfil na plataforma Curious Cat, uma rede social de perguntas e respostas anônimas – muito similar ao falecido Formspring. Não é necessário nenhum tipo de cadastro no site para enviar uma ‘confissão’ e ela pode ser realizada de maneira anônima.

Gostou da ideia? Quer fazer parte disso? Entre nesse link e abra seu coração, seja com uma pergunta, um poema ou texto, a Alaska quer ouvir.

Categorias
Resenha

Resenha: Alaska + Two Places at Once @Imperator

Por Thaís Huguenin | Fotos: Natalia Salvador

Mais um mês e, consequentemente, mais um Rio Novo Rock, evento que acontece no Imperator, localizado no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro. Os responsáveis pela edição de Março, a terceira do ano, foram os cariocas da Two Places at Once e os paulistas da Alaska.

Com um pouco mais de dois anos e meio, o Rio Novo Rock se consolidou no cenário de bandas independentes brasileiras. Além de abrir espaço para grupos cariocas, eles buscam trazer bandas de outros estados e entregam algo que faz bastante falta hoje em dia: uma boa infraestrutura aos músicos e ao público.

IMG_2477
Two Places at Once @2017

Sempre pontuais, o show da Two Places at Once começou um pouco depois das 21 horas e trouxe músicas do disco lançado no início de 2016, ‘Birdtraps’. O quarteto formado por Renan Rocha (voz e guitarra), Rodrigo Soares (guitarra), Juan Salinas (baixo) e Victor Barbosa (bateria).  mistura leveza e suavidade com muita energia.

Portando os mais respeitáveis bigodes da noite, a Alaska subiu no palco um pouco antes das 23 horas. Quem acompanha a banda nas redes sociais pôde perceber toda animação que estavam para voltarem ao Rio de Janeiro e, talvez por esse motivo, fizeram uma das melhores apresentações deles aqui.

IMG_2736.jpg
Alaska @2017

Com um show que levantou a galera, eles foram acompanhados do início ao fim pelo público que cantava com animação as músicas do CD ‘Onda’, lançado em agosto de 2015.

Para ajudar na canção Correndo com Tesouras, os meninos contaram com a participação especial de Saulo Von Seehausen, vocalista e guitarrista da banda Hover. Surpreendendo os fãs, eles tocaram O Resto é Silêncio e como se não bastasse, fizeram uma releitura de Euforia, música frequentemente pedida nos shows e que sempre acabava fora do setlist .

IMG_2777.jpg
Alaska @2017

O fim da apresentação da Alaska costuma ser marcada pelo coro de Vista, e não foi diferente dessa vez, a plateia acompanhou em alto e bom som os músicos. No fim, rolou a famosa invasão do palco, fechando com chave de ouro essa noite!

Este slideshow necessita de JavaScript.

Categorias
Notícias

Supercombo divulga playlist só com bandas nacionais no Spotify

Por Thaís Huguenin 

Provando, mais uma vez, que existe música autoral de qualidade sendo feita no país, a banda Supercombo divulgou uma playlist que conta com vários artistas da nova geração do rock nacional. Entre eles é possível encontrar Medulla, Hover, Alaska, Rancore, Selvagens à Procura de Lei entre outros tantos. Confere aí “O Novo Rock”:


Categorias
Entrevista

Depois de tour pelo nordeste, Alaska se prepara para gravar o próximo CD

Por Natalia Salvador | @_salvadorna


Revelação com “Onda”, banda Alaska começa a produzir o próximo CD


Que 2016 foi um ano de muitas surpresas e boas descobertas para o rock brasileiro, todo mundo já sabe. Uma das bandas que ganhou seu espaço e vem crescendo no cenário nacional é a Alaska. Indicados em diferentes prêmios, inclusive no Prêmio RIFF de Música, como banda revelação e aposta, André Ribeiro (voz e guitarra), Vitor Dechem (teclado, guitarra e voz), Nicolas Csiky (bateria), André Raeder (guitarra) e Wallace Schmidt (baixo) prometem não diminuir as novidades e surpresas para 2017. O Canal RIFF conversou com o vocalista André Ribeiro, que falou sobre o clipe de Impulso, a tour do último ano e os planos para o futuro. Confira!

O CD de estreia da banda paulistana é o ‘Onda’, de 2015. Muito elogiado, o trabalho vem sendo desenvolvido e gerando bons resultados. Um bom exemplo disso é o clipe de Impulso, quarta faixa do álbum, lançado em novembro de 2016. Com um roteiro de suspense, o vídeo foi gravado em um estacionamento, no centro de São Paulo, durante a madrugada. “Tivemos várias reuniões com o Santiago Paestor e o Vitor D’Angelo– diretores- antes de gravar. As ideias começaram a aparecer ainda no primeiro semestre do ano e foram meses de pré-produção”, contou, ressaltando que esta foi uma das vivências mais legais e cansativas que já tiveram.

Dentre as experiências vividas em 2016, a banda teve a oportunidade de tocar em diferentes estados do país. “Foi muito massa viajar o quanto viajamos, além de conhecer e dividir o palco com muitos artistas ótimos como Maglore, Scalene, Vivendo do Ócio, Sarina e várias bandas que trabalham muito para entregar músicas e shows incríveis. Também podemos conhecer pessoas que interagem com a gente pelas redes sociais e isso tudo torna o aprendizado, que é intenso e nem sempre da forma que a gente gostaria, muito mais agradável. Faz tudo valer a pena!”, afirmou André.

alaska
Alaska @2017 | Divulgação

Para quem já acompanha a banda, sabe que, para a nossa alegria, eles estão empolgados com que vem por ai e nos enchendo de curiosidade. “Tem muita coisa para rolar ainda esse ano. Vamos lançar mais um ou dois clipes do ‘Onda’ e estamos começando a escrever o segundo álbum”, contou. Ainda no início do processo criativo, o vocalista não descarta a opção de financiamento coletivo -usado no último CD -, que tem ajudado as bandas independentes e ainda garante aos fãs e amigos recompensas exclusivas. “Estamos bem animados pela próxima fase, seja lá o que isso significa. É muito bom fazer parte de cada etapa do processo. Pretendemos continuar fazendo as coisas dessa forma!”, acrescentou.

Categorias
Resenha

Resenha: Supercombo + Radioativa + Alaska @Democráticos

Por Natalia Salvador  | Fotos @_salvadorna & Marcella Keller

Depois de muita espera e ansiedade, o primeiro show da Tour Rogério, álbum lançado em julho de 2016, pela Supercombo, aconteceu. Formada em Vitória, no Espírito Santo, a banda já tem quase 10 anos de estrada e esse é o seu quarto álbum. Com uma mistura de ritmos, conceito bem amarrado, letras divertidas, inteligentes e o carisma que já é marca registrada. As expectativas para essa festa eram as melhores e não decepcionou.

Jpeg
Alaska @2016

Com uma hora e meia de atraso e uma fila que dava voltas no quarteirão, as portas do clube Democráticos se abriram e os paulistas da banda Alaska já estavam no palco. Depois de uma rápida passagem de som, os meninos já engataram com um show que levantou a galera. Os primeiros da fila puderam acompanhar tudo de pertinho e cantavam com animação e euforia as músicas do cd ‘Onda’, lançado em agosto do ano passado. Para compor a canção Exílio, os meninos contaram com a participação especial de Thiago Pádua, vocalista e baixista da banda Sarina. Mas o ponto alto da apresentação da Alaska costuma ficar para o fim: o coro da platéia acompanhou em alto e bom som o final marcante de Vista.

Jpeg
Radioativa @2016

Logo em seguida, quem assumiu o palco foram os cariocas da banda Radioativa. O pop rock apresentado por Ana, Felipe, Fabrício, Denny e Rodrigo deixou o público ainda mais ansioso para o último show da noite. Pontuando suas influências e reforçando a ideia de que é importante e preciso apoiar o rock nacional, a banda apresentou um cover de Sete vidas, da cantora baiana Pitty. Além, de claro, diversas músicas autorais que passearam por diferentes fases e trabalhos desses sete anos de estrada.

Jpeg
Supercombo @2016

A galera já não aguentava mais de ansiedade quando a Supercombo, finalmente, subiu no palco. A banda abriu o show com a música Jovem do último cd, e nesse momento ficou claro que a noite seria de grandes emoções. Apesar de recente, o público cantou com toda a força que os pulmões podem alcançar. Eles seguiram com uma sequência que incluiu músicas dos trabalhos anteriores, passando por Fundo do Mar e Saco Cheio.

Com muita luz e interação, o novo aparato tecnológico, que ajudava a compor o cenário, chamou bastante atenção e deixou a festa ainda mais bonita e interessante. Outra novidade que merece ser comentada é o baterista Maick Sousa, que assumiu as baquetas de Raul com excelência. Para fortalecer ainda mais a ideia de que é importante reconhecer e ressaltar o rock nacional, o vocalista Leo Ramos e o tecladista Paulo Vaz, fizeram uma versão acústica de Surreal, da banda Scalene.

Este slideshow necessita de JavaScript.

“Toda vez que a gente vem aqui dá vontade de chorar, o Rio de Janeiro é emocionante”, afirmou a baixista Carol Navarro, que, em entrevista ao Canal RIFF, contou amar o fato dos cariocas sempre fazerem as famosas rodinhas punk nos shows. Se para os músicos a noite foi especial, para os fãs ela foi inesquecível. Quem deixou o Democráticos na madrugada de sábado, saiu de alma lavada.