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Em turnê pelo Brasil, The Slackers se apresenta no Rio de Janeiro nesta sexta-feira

Por Natalia Salvador

A reconhecida banda de ska nova-iorquina desembarcou no Brasil neste mês para uma série de shows em diferentes regiões do país. A turnê do The Slackers no Brasil é organizada pela Radiola Records & Booking Música e chega ao Rio de Janeiro neste sexta-feira. O Circo Voador é o palco para esta grande festa, que vai contar também com shows de BNegão e Seletores de Frequência, além de The Congos. O Canal RIFF bateu um papo com Dave Hillyard, saxofonista do grupo, sobre o próximo encontro com o público carioca. Confira!

Depois de mais de cinco anos longe dos brasileiros, a banda que mistura ska, reggae, jazz e blues de maneira irreverente está de volta! Já são mais de 25 anos de estrada, 15 discos, diversas turnês e reconhecimento internacionais. “Estamos muito animados em voltar para o Brasil, a última vez que viemos foi em 2012! Mal podemos acreditar que demoramos assim, nós temos grandes lembranças daqui”, comenta Dave, animado.

Apesar de o show estar sendo trabalhado em cima do último trabalho de estúdio, The Slackers, de 2016, o público brasileiro pode esperar por um repertório que contempla todas as fases da banda formada por Ara Babajian (bateria), David Hillyard (saxofone), Jayson Nugent (guitarra), Vic Ruggiero (voz e órgão), Marcus Geard (baixo) e Glen Pine (trombone e voz). “No show do Rio de Janeiro vamos fazer um mix de músicas dos nossos álbuns, como também é o vigésimo aniversário do disco The Question, provavelmente vamos fazer algumas músicas extras para comemorar! E, claro, vai rolar uma versão reggae de Minha Menina, d’Os Mutantes”, contou Dave.

Os ingressos ainda estão à venda no site e poderão ser adquiridos também na bilheteria. Se você não quer perder a oportunidade de conferir a apresentação da melhor banda de reggae/ska de Nova York pela revista Beat, além de ter sido definida como “o som de Nova York” pelo jornal The New York Times, não perca tempo! Além do show no Circo Voador, nesta sexta-feira, os caras se apresentam em São Paulo no sábado (19).

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Resenha: Oh Wonder + Zara Larsson @Circo Voador

Por Natalia Salvador

Se tem uma coisa que eu gosto em shows de artistas internacionais, principalmente quando se trata da primeira experiência deles no Brasil, é observar o rosto dos músicos e bailarinos. Não é nenhuma novidade que o público brasileiro é, vamos chamar, intenso e energético. E foi exatamente isso que levei dos shows de Oh Wonder e Zara Larsson, na última terça-feira (20), no nosso amado Circo Voador. A apresentação foi um dos side shows do festival Lollapalooza – que acontece nesse final de semana em São Paulo -, organizado pela plataforma Queremos! em parceria com a Heineken.

Apesar da casa não estar tão cheia, totalmente esperado para um show terça-feira à noite, a plateia carioca não deixa a desejar. Com poucos minutos de atraso, a dupla Oh Wonder subiu ao palco ao som dos gritos quase histéricos dos fãs. Com poucos músicos de apoio no palco – só um baterista e um baixista (confirmar na foto) – os ingleses se bastam em cima do palco. Os timbres de voz doce se completam às notas dos teclados e é quase impossível não se apaixonar. Ali eles apenas comprovam o porque do sucesso repentino na internet enquanto divulgavam música sem pretensão no Soundcloud.

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Oh Wonder @2018

O setlist foi bem equilibrado entre canções de “Oh Wonder” e “Ultralife”, os dois álbuns de estúdio da dupla. Drive, Livewire, Dazzle, HighonHumans, Heavy e Lifetime eram as mais aguardadas e não ficaram de fora. Depois de um belo discurso sobre ser você mesmo e defender as inciativas e princípios que acreditamos, Josephine introduziu All We Do, que foi ovacionada pelo público. Body Gold, primeira música composta para o projeto, também fez barulho!

No quesito simpatia, os dois levaram nota 11! O sorriso estampado no rosto durante cada música mostrava da maneira mais clara o que eles estavam sentindo. Depois de passar um dia curtindo a cidade maravilhosa, com direito a praia em Ipanema e tudo, a energia não podia ser melhor! “Nós comemos açaí, fomos à praia e lá estavam nos oferecendo caipirinha às 10h da manhã. Definitivamente nós estamos no Rio de Janeiro”, contou Josephine. Depois de muitos pedidos, os dois voltaram ao palco saltitantes e encerraram o show com Ultralife e Drive.

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Oh Wonder @2018

Mudando quase que radicalmente o cenário do Circo Voador, a doçura e leveza de Oh Wonder deram espaço para o clima sexy e dançante do pop de Zara Larsson. A sueca subiu ao palco com banda, backing vocal, bailarinas e muitos falsetes. As primeiras palavras de Zara em Never Forget You não foram ouvidas, microfone ainda desligado ou plateia ensurdecedora? Fica ai o questionamento. A certeza é que a jovem cantora, de apenas 20 anos, é muito popular entre o público LGBT, certeza de uma noite de muita diversão!

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Zara Larsson @2018

Symphony – parceria com Clean Bandit -, Girls Like, Ain’tMyFault e Lush Love marcaram presença no setlist. Além dos grandes sucessos autorais, a cantora inclui músicas de companheiros de estrada. Ed Sheeran e Cardi B fizeram parte de pot-pourris: Shape of You acompanhou Don’t Let Me Be Yours, enquanto que Bodak Yellow deu força para I Would Like. Para atender aos pedidos incessantes dos fãs, Zara voltou para o bis performando uma música que não costuma estar em seu repertório, One Mississippi lavou a alma dos fãs.

Apesar da vibe diferente, os shows se complementaram para quem se dispôs as experiências. O combo de estreia de Oh Wonder e Zara Larsson no Brasil funcionou muito bem, pelo menos para os cariocas que não vão ao Lollapalooza no fim de semana. Eu certamente vou passar mais algumas semanas ouvindo os CDs no repeat e lembrando do rostinho da dupla inglesa completamente anestesiada. A grande lição é que uma noite e um festival como esses comprovam que tem espaço para todo mundo curtir e se divertir junto. Afinal, música é isso, né?

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Baco Exu do Blues + Don L @Circo Voador

Por Gustavo Chagas (texto e fotos) | @gustavochagas

Noite de rap no Circo Voador com dois dos mais aclamados mcs da atualidade, Don L e Baco Exu do Blues. Além disso, eles lançaram dois discaços ano passado, “Roteiro para Ainouz, vol.3” e “Esú”, respectivamente. Escutem!!

Don L foi o primeiro a subir ao palco, e, serei sincero, eu não tava curtindo tanto. A expectativa tava alta e, eu sou meio averso ao uso de auto tune na voz, recurso que, infelizmente, ta ficando cada vez mais comum no rap. Mas eu fui ficando mais empolgado ao longo do show, muito por causa da galera, que agitava e cantava tudo!

Aliás, parabéns ao público que foi em peso dar moral a esses dois artistas!

Mas vamos ao que(m) interessa. Esse é o terceiro show do Baco que assisto desde novembro e, esse foi de longe o melhor! Já virou lenda que o Baco perde a voz durante as apresentações, mas eu nunca presenciei nenhum problema nesses três shows. Ontem a voz dele estava especialmente boa.

Tocou praticamente todo o “Esú” e mais as duas novas, e ÓTIMAS, faixas novas: “Facção Carinhosa” e “Sinfonia do Adeus”. Eu sempre fico esperando que ele toque a musica “Onze”, que é a minha preferida, mas, por enquanto ainda não rolou. Tô aqui na torcida, Baco!

Show irretocável, que se não fossem dois pequenos problemas, teria sido perfeito. Na música “Imortais e Fatais”, rolou um pequeno esquecimento por parte de Baco e, ele não cantou um dos melhores versos da musica (“Você não aproveita a vida, mas quer a imortalidade”). Nada demais, ninguém deve ter percebido.

Outro problema foi quando a galera começou a pedir por “Sulicídio“, o que visivelmente incomodou Baco, tanto que começou o beat da música, ele se retirou do palco, meio que querendo dizer me incluam fora dessa.

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Galera, parem de pedir “Sulicídio“, sério, já passou! Apreciem o que o Baco produziu depois disso. Muito provavelmente 80% das pessoas que estavam lá ontem conheceram Baco por causa dessa música, ou seja, ela já cumpriu sua função. Olhem pra frente porque os futuros discos prometem – e muito!

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Resenha: O Terno + Boogarins @Circo Voador

Por Natalia Salvador

É oficial! Decretei aqui que o Circo Voador é uma das casas de show mais mágicas do Rio de Janeiro. Não tem uma noite que eu tenha passado nesse lugar que não me fez ficar encantada com alguma coisa. Seja produção, público, energia ou banda. No último sábado, 03 de março, foi a vez de O Terno e Boogarins e, é claro que não seria muito diferente. Com casa cheia, cada banda trocava sinceridade e intensidade – na medida – com o público.

Quem abriu a noite foram os paulistas d’O Terno, que levaram boa parte do público presente. O Circo Voador acompanhava alto cada música apresentada pelo trio. Além disso, a banda também contou com o apoio de três incríveis musicistas. A inclusão de metais no novo show deixou tudo ainda mais bonito e, depois de certo tempo dos cariocas esperando por outra apresentação após o lançamento de Melhor do Que Parece, parecia o reencontro ideal. Em cima do palco, Tim, Biel, Guilherme e o trio de metais tocavam em perfeita sintonia.

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O Terno @2018

No repertório, músicas do último CD eram a maioria. A História Mais Velha do Mundo, Não Espero Mais, Deixa Fugir e Lua Cheia foram as primeiras da noite. Um dos grandes destaques da apresentação ficou por conta dos solos. Principalmente de Biel Basile, na bateria, e do trio de metais. Douglas Antunes e Amilcar Rodrigues também participaram das gravações do terceiro disco da banda. O show seguiu com Eu Confesso, Depois que a Dor Passar, Nó, além de O Orgulho e o Perdão – um dos pontos altos da noite. Bote ao Contrário e Volta, não ficaram de fora. Ao se aproximar do fim do show, Culpa ganhou coreografia e palmas e engatou em Ai, Ai, Como Eu Me Iludo e Melhor do Que Parece. Depois de calorosos pedidos de “mais um”, a banda voltou ao palco e encerrou a noite com 66, sucesso do primeiro CD – lançado em 2012.

Não muito tempo depois, o quarteto goiano de Indie Rock Psicodélico subiu ao palco trazendo o show do novo disco Lá Vem a Morte, lançado em junho de 2017, e provocando uma experiência diferente para o público. Dinho Almeida, Benke Ferraz, Raphael Vaz e Ynaiã Benthroldo apresentam um show bastante linear. A luz baixa e o instrumental das músicas te convidam a viajar no mundo dos Boogarins. A platéia já estava menos cheia e não cantava tão alto as músicas, era uma outra proposta de envolvimento. Foimal, Doce, 6000 dias e Lucifernandis chamaram atenção na apresentação da banda que já se apresentou em diferentes e importantes festivais pelo mundo – como  Primavera Sound, Coachella, Lollapalooza e South by Southwest.

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Boogarins @2018

A diferença entre as bandas se somou na noite de sábado. Não sei se todos ali, já que muitos estavam presentes por conta da segunda banda, concordariam comigo, mas o encaixe seria ainda melhor com a ordem de shows invertida. Com um show muito mais enérgico e apaixonado, O Terno se reforça como um dos grandes nomes do cenário atual.

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Resenha: Francisco El Hombre + Mulamba @Circo Voador

Por Fernanda Alves

“Nós não é saco de bosta pra levar tanta porrada”

Com essa frase Mulamba abriu os trabalhos na noite de sexta-feira, 12 de janeiro, no Circo Voador.

LEIA TAMBÉM: ENTREVISTA EXCLUSIVA COM FRANCISCO, EL HOMBRE

A banda curitibana composta unicamente por mulheres, subiu ao palco pouco antes da meia-noite, ainda com poucas pessoas na plateia. De forma gradativa, a espaço foi enchendo, e a vibração e palmas que se ouviam ficavam cada vez mais altas conforme o show acontecia.

Você logo saca que Mulamba está bem alinhada aos sons feitos aqui no Brasil nesses últimos tempos, reunindo influências de vários ritmos e artistas, com levada um tanto indie e com sonoridades que vão desde a MPB, passando pelo rock e chegando ao funk carioca.

A bandeira da representatividade, da questão feminina, defendida pelo grupo em seu show, foi rapidamente absorvida e abraçada pelos presentes. Rolou até cover de Cássia Eller e também contou com a participação da cantora da banda principal da noite Juliana Strassacapa, duas artistas fortemente ligadas ao tema do feminismo.

O show manteve esse ritmo do início ao fim, numa mistura de teatro, música, performance, poesia e protesto, além da profundidade das letras e melodia.

“Já sei pra onde vou!”

Após uma pausa pra água (não, pera!)… Francisco, El Hombre entrou e já mostrou ao que veio, nos levando a sentir o Calor da Rua!

A banda campineira trouxe em suas raízes a efervescência latina, envolvendo timbres, ritmos, arranjos e em favor de uma identidade ímpar. Temas como a violência doméstica, o papel da mulher na sociedade e uma crítica direta ao conservadorismo ditaram a narrativa do show, que contou com participações ilustríssimas e que acrescentaram mais pimenta ao caldeirão como As Bahias e a Cozinha Mineira e Clarice Falcão.

Francisco, el Hombre, ao longo de sua apresentação provocou o público com sua “pachanga folk”, o que uma completa interação entre plateia e banda.

Percebemos o quão poderosas são as vozes dos integrantes da banda, explícitos e políticos nas letras, multiculturais na sonoridade. Com belíssimas melodias e arranjos, o repertório se concentrou nas canções do álbum Soltabruxas, e como já era o esperado, o momento mais emocionante foi a execução de Triste, louca ou má, indicada ao Grammy Latino. A apresentação contou com uma canção inédita, Muero por Ti  e também com algumas versões de “O meu sangue ferve por você”, “Um morto muito louco” (por que não?) e Tic tic Tac embaladas na batida do bloco “Calor da Rua”.

Bis? Não tivemos… até porque a banda sequer deixou o palco! O que se seguiu foi um grande bloco de carnaval, com artistas, convidados e público numa só folia!

Uma coisa ficou clara, a passagem de Francisco, el Hombre por terras cariocas deixou mais que claro o quanto eles precisam voltar. E que seja em breve.

 

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Scracho faz show de comemoração aos 10 anos do A Grande Bola Azul @Circo Voador

Texto: Natalia Salvador / Fotos: Thais Huguenin 

Você já sentiu como se o tempo tivesse parado? Ou como se um momento, distante do que você vive hoje, voltasse, mesmo que só por uns instantes. Mas sem peso nenhum! Foi assim que eu e, acredito que, muitas outras pessoas se sentiram no Circo Voador nesse último domingo (10/12). Em comemoração aos 10 anos de lançamento do CD A Grande Bola Azul, a banda Scracho organizou alguns shows para fazer uma festa com os fãs. Spoiler: as expectativas foram superadas!

Gabriel Elias | por Thaís Huguenin

Com os ingressos esgotados em questão de horas de venda era certo que o Circo ia ficar pequeno para tantas memórias. Em um típico domingo carioca, Gabriel Elias deu início a noite. O cantor apresentou músicas autorais, mas não deixou de fora a nostalgia. Catch Side, Forfun, Edu Ribeiro, Charlie Brown Junior e The Calling entraram para o setlist. Apesar do grande público que acompanhava o show de abertura, muitas pessoas ainda chegavam no local e aproveitavam para garantir o merch especial da festa, que além de camisetas e bonés ainda contava com um copo exclusivo!

Scracho | por Thaís Huguenin

Próximo às 20h da noite, Scracho assumia o palco para dar início a uma noite intensa, saudosa e emocionante. Além de Diego Miranda (guitarra e vocal), Caio Correa (baixo e vocal) e Dedé Teicher (bateria e vocal), o trio contou com a participação de Gabriel Leal, ex-guitarrista. Além dele, outra guitarra marcava presença no palco – o que, para mim, não parecia fazer muito sentido. Vários balões azuis e brancos tomaram conta do Circo Voador e, como dizem os jovens, foi tiro atrás de tiro!

Universo Paralelo, Quando eu voltar, A Vida Que Eu Quero, Então Vai foram só alguns dos muitos clássicos que tocaram em muitos aparelhos de mp3 e mp4 nos anos de 2007, 2008 e 2009. Apesar do tempo, as letras estavam na ponta da língua e a plateia acompanhava a plenos pulmões. Eu já disse nesse texto que a festa estava linda? Para acompanhar em Mais Um Dia, Rodrigo Stallone – primeiro baterista da banda – assumiu as baquetas.

Scracho | por Thaís Huguenin

Como no Rio de Janeiro tudo vira grito de futebol, já era de se esperar que em algum momento alguém ia puxar um. “OOH VOLTA SCRACHO” foi o escolhido da vez. Em seguida, Gabriel palestrou sobre o quanto aquele momento era importante e o quanto tudo que eles viveram mudou a vida deles – e a as nossas também, mas não precisava de tantas palavras. O show seguiu com Você Mudou e Canção Pra Te Mostrar, com direito a Diego e um violão sozinhos no palco. Mas o ponto alto do bloco ficou por conta de Quase de Manhã, comandada a capela pelo público.

A festa era do AGBA, mas algumas músicas de Boto Fé e Mundo a Descobrir não ficaram de fora – e nem podiam. Faz Sentido, #Tudobem, Cuida de mim, Bem-te-vi, Passa e Fica e Som Sincero não deixaram ninguém parado. Mas o grande momento da noite ficou por conta de Lado Bê, que contou com a participação de Rodrigo Costa, Vitor Isensee e André Fialho, o Dedeco. Não teve uma pessoa que não gritava nesse momento. Eu vi pessoas se abraçando e uma energia fora do comum. Sim, meus caros, nossa adolescência estava ali, vivinha! Como já era de se esperar, no fim da música o ex-vocalista do Dibob se jogou na galera.

Scracho | por Thaís Huguenin

Apesar de alguns poucos erros, o calor e a superlotação da casa, foi uma linda festa e, sem dúvidas, memorável. Acredito que nem todos os presentes tenham uma ligação tão forte com a infância/adolescência como eu tenho, mas era nítida a emoção em cada rostinho. E a música é tudo isso, história, lembrança, carinho, amor, alegria, emoção… É você, fã, se aprimorar de um conteúdo para expressar tudo que está ai dentro de você. Ver um Circo Voador lotado ovacionando 3 bandas do underground carioca de alguns anos atrás me fez ter esperança de que todo artista pode ter seu – merecido – momento de reconhecimento.  Obrigada por isso, Scracho.  

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Resenha: Daughter @Circo Voador

Por Hiram Alem | Fotos: Eduardo Magalhães/Queremos

Os portões se abriram às 21h no Circo Voador (Rio de Janeiro) e o público chegava aos poucos naquela véspera de feriado. Dentro do Circo havia um stand da Queremos! vendendo produtos com a marca da plataforma e vários posters da Daughter para serem levados de graça pelo público.

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Antes do atração principal, quem abriu foi Mari Romano, uma artista que reúne em sua banda diversos nomes experientes na música brasileira como Marcelo Callado e Gustavo Benjão. A sonoridade é brasileiríssima, remetendo muito às décadas passadas da mpb mas com aquela pegada indie. A presença de palco e bom humor da Mari ajudavam a criar um clima descontraído, conversando e brincando com o público, ela dançava e pulava o tempo todo junto com as músicas. O show ainda contou com a participação de Pedro Pastoriz, também do mesmo selo de Mari, a paulista “Risco”.

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Às 23h em ponto, fazendo jus à nacionalidade da banda, o trio inglês entra no palco. No primeiro minuto de New Ways, a música de abertura, já dava pra perceber que a banda era impecável ao vivo e não deixava absolutamente nada a desejar para o som de estúdio, evocando atmosfera etérea, “dream-like” tão característica deles. O público cantava junto em quase todas as músicas. Gritos de “angel!” e “linda” ecoavam a cada intervalo entre as músicas, deixando a vocalista Elena sorrindo de alegria e timidez. Na hora de interagir com o público, sua voz e movimentos eram muito mais contidos, tímidos, mas transbordando carisma e sorrisos contagiantes.

De todos os momentos, talvez o ápice do show tenha sido quando a banda tocou Youth e todos cantavam a plenos pulmões e de celulares acesos. Uma curiosidade é que a banda não tocou nenhuma de suas músicas do seu álbum mais recente, The Calm Before the Storm, mas isso talvez se deva ao fato dele ter sido lançado em setembro desse ano (2017). Por fim, encerraram o show com a dançante Fossa, que botou todo mundo pra se mexer.

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Após o fim do show, os fãs se amontoaram na saída para esperar pelos integrantes que, após algum tempo, apareceram e carinhosamente assinaram todos os posteres e tiraram selfies com todo mundo, sorrindo, abraçando e conversando. Durante a conversa com os fãs, o baterista Remi Aguilella se revelou fã de bandas brasileiras como Sepultura, Soulfly e… Cansei de Ser Sexy!. Após garantir meu autógrafo e fotos, retornei para casa já ansioso pela próxima vez

Na turnê brasileira a banda se apresentou ainda em São Paulo, no dia 15, e no dia 16, em Porto Alegre.


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Daughter Setlist Circo Voador, Rio de Janeiro, Brazil 2017

 

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Resenha: Liniker + Letrux @Circo Voador

Por Fernanda Alves

Duas palavras definem a última noite de sexta no circo voador: Lacre e climão. Não há outra forma de descrever, só se deixar “bagunçar”!

Letrux abriu o espetáculo mostrando seu novo trabalho: “Letrux – em noite de climão”, de nome extremamente apropriado para ocasião. Sua voz marcante e sua presença performática contagiaram o público numa espécie de catarse coletiva. Entre sorrisos falsos, versos marcados pela ironia, deboche, libertação e sussurros eróticos, um convite a mergulhar nas pistas de dança. Não havia quem ficasse parado ou indiferente às suas letras e canções, claramente inspirado pela temática da separação, mas exploradas com leveza e humor (longe da sofrência dos sertanejos). Do começo ao fim do show, a cantora, que se jogou nos braços (literalmente) da plateia, manteve a energia lá em cima de uma forma vibrante.

Depois da pausa pra se recompor após o furacão Letrux, Liniker subiu ao palco ao som de Remonta, sucesso de seu mais recente álbum. E o que podemos dizer sem parecer clichê?

Quem esteve no Circo viu o quanto impactante é vê-lx e ouvi-lx !

O show do Liniker e os Caramelows é uma experiência desafiadora e transformadora. Sua imagem indefinível elimina a existência do gênero, embaralhando convicções. É a voz forte e grave que sai da boca pintada de vermelho. Mas tudo isso teria apenas um efeito estético se sua voz não desse conta do recado. Sua música e presença são arrebatadoras e seu discurso é o que vive no dia a dia.

Sua instrumentação sai dos anos 1970 e encontra o discurso contemporâneo das ruas, da causa, do homem, da mulher. Toda uma mistura de gêneros representada em suas canções. Às vezes percussão, às vezes guitarra, às vezes teclado, mas tudo com a imprecisão de um som saindo de um vinil.

Zero, Você Fez Merda, Louise Du Brésil e Funzy mostram que o barulho que começou a ser feito quando surgiu na mídia não era em vão. Liniker “passou pra dar um cheiro” e mostrou que mais do que algo a dizer, elx têm algo a cantar.

A gente fica mordidx, não fica?”

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RESENHA: ANAVITORIA @ CIRCO VOADOR

Por Natalia Salvador

No último sábado, dia 12 de agosto, a dupla Anavitoria fez mais um show com ingressos esgotados – dessa vez em menos de uma semana -, no Circo Voador, localizado no bairro boêmio da Lapa, Rio de Janeiro. Eu já sabia que as duas eram um sucesso, um bom exemplo disso foi a criação de um selo especialmente para a contratação das meninas de Tocantis pela gravadora Som Livre. O que eu não estava imaginando era essa proporção,  com tão pouco tempo de estrada.

Anavitoria @ 2017

Mesmo com os avisos na internet e placas na bilheteria sinalizando que os ingressos estavam esgotados, era possível ver alguns fãs tentando entrar na casa até o último minuto! Mas, sem banda de abertura, o show começou pontualmente às 22 horas e 30 minutos, deixando o pessoal do lado de fora sem muitas opções. Dentro do Circo Voador, quem chegou mais tarde, tinha até certa dificuldade de ver as meninas no palco – e que palco! A produção estava impecável e o visual era encantador.

Com um show curtinho, de quase 1 hora, as duas pulam, cantam, tocam e sorriem para todos os lados do palco. E como sorriem! A dupla externa a felicidade que sente em estar no palco e, vamos combinar, dá até vontade de saber cantar só para ver se a gente fica parecido com a Vitória. A ruiva dos cabelos enrolados parece ter nascido para não fazer nada além disso: encantar quem a assiste. A voz um pouco rouca, doce e sorridente se completa com a afinação de Ana Clara. Mas é claro que, em um show sold out, no Rio de Janeiro, iria ganhar uma forcinha extra.

Anavitoria @ 2017

De Coração Carnaval a Dê um Role – cover de Os Novos Baianos que encerrou a apresentação -, o público não deixou de cantar uma música sequer! Chamego meu, Fica e Agora Eu Quero Ir ganharam os coros mais altos. Além disso, a chuva de papel picado, balões preto e branco e o mar de luzes não ficaram de fora dessa celebração.

O estilo Anavitoria encanta e vende nesse Brasil de grande diversidade cultural. Elas podem até não se encaixarem no seu perfil de sonoridade preferido, mas é quase impossível não se apaixonar por essas duas. Parece que as pupilas de Tiago Iorc e Felipe Simas ainda tem um grande caminho pela frente. E se posso dizer algo pelo público que estava ali: obrigada e até breve!

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Resenha: The Maine @Circo Voador

     Por Natalia Salvador | Fotos: Thaís Huguenin

A banda americana The Maine desembarcou no Rio de Janeiro, no domingo, dia 23 de julho, para o último show da turnê Lovely Little Lonely no país. Para mim, esse era o primeiro contato com a banda e, para os fãs que ali estavam parecia que todo encontro é como se fosse a primeira vez. Depois de passar por São Paulo, Limeira, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Belo Horizonte e serem acompanhados por muitos desses fãs por essas cidades, era hora de lavar a alma, mais uma vez, no palco do Circo Voador.

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Michael Band @2017

Para começar a aquecer a noite – quase – fria na cidade maravilhosa, Michael Band, ex-integrante do grupo P9, se apresentou e foi muito bem recebido pela plateia ansiosa. Com o apoio de Felipe Lopes – baixista da banda OutroEu -, Michael apresentou músicas autorais, com uma pegada mais folk, que combinam muito com a voz suave. Além disso, o carioca se arriscou com uma versão apenas voz e violão de Take Me Dancing e a galera acompanhou em alto e bom som, dando uma pequena amostra do que estava por vir.

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The Maine @2017

Com um cenário simples, mas muito bonito, John O’Callaghan (vocal), Kennedy Brock (guitarra e vocal), Jared Monaco (guitarra), Garrett Nickelsen (baixo) e Pat Kirch (bateria) subiram no palco arrancando gritos e suspiros de uma platéia cheia de paixão. Eu sempre tive amigas fãs de The Maine, mas eu nunca tinha visto essa relação de perto. Logo nas primeiras músicas se tornou muito difícil ficar parado, aquela história de energia que contagia.

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The Maine @2017

Guardem seus celulares para essa próxima música e dancem. Vocês pagaram por isso, vamos estar aqui juntos, sem desculpas”, convidou John, em uma das muitas trocas que o vocalista tem com o público durante o show, antes de puxar o coro para a faixa de My Heroine. Outra música que ganhou destaque na noite entre solos e entusiasmo foi Ice Cave. E é claro que essa banda, com essa proximidade com seus fãs, não deixaria de atender a um pedido. “Nós tocamos essa música em Brasília, mas vocês sabem como é, não praticamos muito. Vamos precisar da ajuda de vocês”. E mais uma vez, Taxi foi adicionada ao set list de última hora, para alegria de todos.

Como já é de costume, John chamou uma pessoa para ajudar a cantar no palco Girls Do What They Want. O sortudo da vez foi o Vitor, lá de Maceió, e que também estava vivendo a experiência The Maine pela primeira vez. Os dois ainda escolheram mais uma fã, a carioca Mariane mal conseguia se conter de tanta emoção. Os dois cantaram abraçados e aproveitaram aquele momento único.

 

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The Maine @2017

Quase no fim do show, John falou do quanto é importante sentir as emoções e deixar que elas se libertem de nós. Segundo ele, podemos ficar tristes e felizes mas, acima de tudo, temos que ser bons uns para os outros. Foram tantas alegrias naquelas 1 hora e 30 minutos de música, tantos sorrisos, tanto carinho, tantos rebolados, que os problemas com o microfone não atrapalharam em nada a noite.

 

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Depois de tanto tempo acompanhando isso tudo de longe, me senti feliz por finalmente entender um pouquinho do que se passava no coração das minhas amigas fãs de The Maine no ensino médio. “Obrigada por acolherem a gente no seu país, nós amamos muito vocês. Se cuidem e a gente se vê”, afirmou o vocalista ao se despedir. É, John, o Brasil também ama muito vocês e, sem dúvidas, já não vê a hora para encontrar vocês de novo. Quem sabe não rola uma segunda primeira vez pra mim também?


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