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Resenha Quarto dia de Rock in Rio

Por Camila Borges  e Maria Paula

Após pausa de três dias, o Rock In Rio retorna numa plena tarde de quinta feira. Pelas camisetas que variam em faixas etárias, percebemos fãs de todos os tipos, mas principalmente de Aerosmith, Scalene e Fall Out Boy fervilhando aos redores da cidade do rock.

No Palco Sunset começa com Ana Cañas e convidado Hyldon, onde levantaram a bandeira LGTB fazendo diversas pessoas se declararem abertamente ao amor. Tyler Bryant & The Shakedow, assistido pelo telão do palco mundo, percebe-se a presença marcante do olhar do cantor ao público. The Kills, que não conhecíamos, marcou pela grande presença de palco conduzida pela vocalista Alison Mosshart. Mais tarde, após a primeira apresentação no Palco Mundo, Alice Cooper mais Arthur Brown entram em cena, como um grande espetáculo teatral trazendo boneco gigante sinistro e até número de ilusionismo, uma legítima ópera do rock.

Foto I Hate Flash/Diego Padilha

Falando em Palco Mundo, quem abriu foi Scalene, uma das grandes novidades do rock nacional no line up do evento, trazendo em seu repertório apenas músicas autorais. Algumas do recente álbum, magnetite, passando também por grandes sucessos de seus anteriores Éter e Real/Surreal. O grupo pouco conhecido do grande público soube aos poucos envolvê-los e assim passaram pelo grande festival.

Foto Breno Galtier

Segunda atração do palco mundo, o Fall Out Boy trouxe em seu repertório clássicos de sua carreira como “Dance Dance”, a versão “Beat It”, do Michael Jackson, entre outros sucessos. E também “Champion”, do novo disco da banda que será lançado em 2018. Muita gente cantou, dançou. Afinal, quem nunca teve sua fase emo ?!?

Foto Felipe Ferreira Vieira/Divulgação Rock in Rio

E o que dizer da veterana Def Leppard. Confesso que não lembrava muito dos “hits” da banda até que fossem executados aos vivo. Aquele hard rock dos anos 80 levou muitos a cantarem e relembrarem os grandes sucessos como “Rock Of Ages”, “Love Bites” (essa confesso que cantei aquela versão em Português mesmo haha), “Pour Some Sugar On Me”, e também apresentando seu material mais recente, como por exemplo a faixa “Man Enough”.

Foto Felipe Ferreira Vieira/Divulgação Rock in Rio

E para finalizar a noite, o showman Steven Tyler e seu grandioso Aerosmith desfilou no palco mundo com seus famosos hits “Crazy”, “Dream On’’, entre tantos outros. Cheios de riffs clássicos e algumas improvisações, Joe Perry mostra o quanto é uma peça chave da banda. Tivemos também a versão de “Come Together”, e confesso que senti falta de algumas músicas. E a mesma encerra a noite com “Walk This Way”, com algumas pessoas cantando e dançando, outras já deixando o parque olímpico. Aliás, estamos torcendo e muito pela recuperação de Steven Tyler que devido a problemas de saúde não pode prosseguir com os shows pós Rock in Rio.

Foto Breno Galtier

Em resumo, o quarto dia de Rock in Rio uniu muitas gerações. Daquelas que surgiram lá em 1970 com o rock do Aerosmith, passando pelo hard rock de Def Leppard. E aqueles que tiveram sua adolescência embalada ao som dos famosos “emo”, e conhecendo o nosso atual rock nacional. Quem ousar dizer que as tribos não podem se misturar e trocar experiências está totalmente enganado.

 

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Maroon 5, 5SOS, Pet Shop Boys, Ivete Sangalo e muito mais! @Rock in Rio 2017

  Por Thaís Huguenin

Sétima edição do Rock in Rio e mais uma mudança de casa. Dessa vez quem recebeu o maior festival de música foi o Parque Olímpico na Barra da Tijuca. O termo Cidade do Rock nunca foi tão apropriado. Palco Mundo, Sunset, de patrocinadores, Arena Games, Rock Street, Rock District, entre outras tantas atrações. É muita coisa para explorar, principalmente no dia mais quente do inverno. É preciso muita organização, já que tudo ficou mais distante. Para quem estava acostumado a ir e vir do Sunset para o Mundo a todo instante, se decepcionou – e desgastou – um pouco.

O show fora do palco Mundo que mais atraiu público foi o da Pabllo Vittar. Cotada para se apresentar com a Lady Gaga, ela foi convidada para cantar no stand de um banco e arrastou centenas de pessoas. Nitidamente, a organização não esperava tanto público, porque eles não tinham estrutura para atender a todos. As pessoas que estavam mais ao fundo não conseguiam enxergar, nem ouvir a apresentação, mas mesmo assim ficaram para prestigiar um dos novos nomes do pop nacional.

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Pabllo Vittar | por Bléia Campos

Outros destaques foram o Digital Stage, lugar responsável por receber os grandes nomes do Youtube; a Game XP, espaço mais interativo do festival, com costplayers, jogos e muito mais; e o Rock District, um palco que recebia  uma variedade de apresentações, a que mais me chamou a atenção foram as vionilistas Trítony Trio. Tocando clássicos do pop e rock elas levantaram, literalmente, o público que descansava por lá.

O palco Sunset – conhecido pelas inovações – recebeu em homenagem ao samba, grandes nomes como Alcione, Jorge Aragão, Martinho da Vila, Monarco, entre outros sambistas.  Esse sem dúvidas foi um dos melhores shows da noite, ninguém ficou parado e nos lembrou de umas das maiores preciosidades que temos na música.

Quem abriu os trabalhos foi o músico inglês SG Lewis, com uma apresentação dançante, ele basicamente mostrou como fazer batidas eletrônicas ao vivo, já que contava com uma banda e não só com os samples. Também se apresentaram Céu com Boogarins, escolha perfeita para o pôr do sol se não estivesse muito quente, mesmo assim fizeram uma boa apresentação e mostraram uma faceta do rock ainda pouco valorizada no Brasil. Em seguida, Fernanda Abreu com Dream Team do passinho e Focus Cia de dança, um show animado, mas mais do mesmo.

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Céu e Boogarins | por Fernando Schlaepfer  

Quando deu 19 horas em ponto, todos já estavam a espera da queima de fogos que indicaria o início dos trabalhos no palco principal, mas para a surpresa de todos, quem adentrou o Mundo foi a modelo Gisele Bündchen, para lançar a campanha Belive.earth. Com um discurso emocionado sobre a importância do respeito com pessoas, animais e plantas, ela foi responsável por trazer a primeira atração da noite: Ivete Sangalo. Ela, ao lado da top model, interpretou “Imagine”, do John Lennon.

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Gisele e Ivete | por Ariel Martini

Logo após a cantora se retirou do palco e aí sim tivemos a tão aguardada queima de fogos. Minutos depois, Ivete surge com um look a lá Ariana Grande e coloca todo mundo para dançar. Mesmo grávida de gêmeas essa mulher não parou um instante, a animação e satisfação de estar ali no palco eram evidentes. Além disso, a sintonia entre ela, os dançarinos e os músicos é invejável.

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Não era necessário ser um fã de carteirinha para saber cantar as músicas, porque elas estão contidas na bagagem cultural de cada brasileiro, quando você menos percebe está cantando. Ela passeou por vários hits animados como “A Festa”, “Sorte Grande”, “O Farol”, “Eva” e pelos mais melódicos como “Quando A Chuva Passar”. Ivete fez um tributo para Cazuza cantando “Pro Dia Nascer Feliz” com uma performance de arrepiar, com direito a bandeirões contra o racismo, a homofobia e um pedido de socorro da Amazônia. Showoman como ela é, interagiu bastante com a plateia e também homenageou o axé baiano  cantando Daniela Mercury, É O Tchan e Claudia Leitte.

Para finalizar, ela tocou na ferida aberta da noite: a ausência de Lady Gaga. Inclusive, foi a única do palco principal a falar nesse assunto. Como ela mesmo disse, não tinha como deixar passar em branco e improvisou “Bad Romance”.

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Pet Shop Boys | por Filipe Marques

Quem assumiu o palco em seguida foi a dupla Pet Shop Boys. Com ternos e capacetes futuristas eles criaram uma atmosfera nostálgica. O engraçado foi observar que o público estava dividido, tinha a galera que foi ao festival pela Lady Gaga e outra por eles. São gerações diferentes, mas quando o pop eletrônico começou a tocar na Cidade do Rock fez todos dançarem. Uma das poucas interações que eles tiveram com o público, foi falando que “A Vida É” era uma das canções que o Brasil deu a eles.

Entre os shows, o espetáculo continuou no céu, cerca de 100 drones fizeram uma apresentação de 10 minutos no ar. Ao som de bossa nova e música clássica, eles criaram diversos desenhos, incluindo os dizeres “Rock in Rio” e a famosa guitarra da marca.

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5SOS | por Wes Allen 

Os responsáveis por seguir com o show foram os australianos do 5 Seconds of Summer. Se a ordem da line-up tivesse sido diferente – Ivete, eles, Pet Shop Boys e Maroon 5 -, o público estaria mais animado na apresentação. Tinha obviamente grupos que cantavam a plenos pulmões as músicas, mas a maioria das pessoas não conhecia a banda, já estavam cansadas e queriam poupar energias para o show principal da noite, ou seja, curtiram o show sentados mesmo. Ao longo da apresentação o vocalista, Luke Hemmings, teve problemas com o retorno, isso ficou evidente em “Other Space”, quando ele desafinou. Infelizmente, é necessário admitir que talvez não tenha sido uma boa ideia eles tocarem no palco Mundo, pelo menos não por agora.

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Maroon 5 | por Fernando Schlaepfer 

Mesmo com vários little monsters espalhados pela Cidade do Rock, a noite foi encerrada por Maroon 5. Caso tenha perdido a polêmica, Lady Gaga, headline do dia 15, cancelou o show na véspera por problemas de saúde e eles foram escalados para substituir. A princípio rolou a insatisfação dos fãs com o festival e a promessa de ‘causar’ durante o show da banda americana. Podem ficar tranquilos, não houve sangue derramado, na realidade parecia que o grupo sempre foi responsável pelo primeiro dia.

Temos que concordar que com uma setlist repleta de hits, o trabalho ficou bem mais fácil.  A sequência de “Moves Like Jagger”, “This Love” e “Harder” já levou o público ao delírio. Sempre muito simpáticos, eles a toda hora interagiam com a plateia. Para coroar a apresentação, eles se arriscaram e cantaram “Garota de Ipanema”, seguida por “She Will be Loved”, “Do You Wanna Know” e “Sugar”.  A questão é como eles vão fazer para não soarem repetitivos?!

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Resenha: The Get Up Kids @ Carioca Club

Por Alan Bonner |@bonnerzin

Viajar para ver um show é sempre um misto de angústia e prazer, pelo menos pra mim. Angústia pelas horas de estrada/voo com medo que dê algo de errado e não dê pra chegar a tempo. O prazer, bom, esse começa na chegada do local do evento e a certeza que aquele será um(a) ótimo(a) dia ou noite. Foi bem o que aconteceu nessa #coberturariff, onde fui a São Paulo para mais um evento do Ano Do Emo No Brasil ™ cobrir a primeira vinda de uma das mães do real emo e do pop punk, o The Get Up Kids, com direito a abertura das ótimas Horace Green e Hateen e mais uma produção impecável da Powerline.

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A qualidade da safra de bandas novas brasileiras (em especial as de hardcore e suas inúmeras vertentes) permitem um fenômeno interessante: o de sentir o nível de ansiedade em ver a(s) banda(s) de abertura chegar próximo ao nível de ansiedade em ver a atração principal. Poucas bandas teriam me causado todo esse frisson em uma noite de The Get Up Kids, e a Horace Green é uma delas. A fúria trazida por Shamil Carlos, Fernando Chero, Clayton Romero e Guilherme Amato nos trabalhos em estúdio trazia uma grande expectativa ao riffeiro que vos escreve em ver os paulistanos ao vivo. Expectativa que, infelizmente, foi frustrada pelos percalços de se viajar para longe para ver um show. Não consegui chegar a tempo para ve-los, desejo que só aumentou para uma próxima oportunidade. Tomara que seja breve!

O que melhor para confortar um corpo cansado de horas na estrada e frustrado por não ver uma banda que tanto queria ver do que uma hora de baile de uma das clássicas do hardcore melódico brazuca? Graças ao Getúlio (motorista gentil e eficiente que conduziu meu bonde para SP), consegui chegar a tempo de ver o Hateen botando a casa abaixo e fazendo o público superaquecer os gogós para o ato final da tarde/noite. Rodrigo Koala e companhia desfilaram os hits da banda, sobretudo as músicas da fase “em inglês” da banda. O público ainda foi presenteado com um excelente cover de “In Circles”, hino do Sunny Day Real Estate.

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Hateen @ Carioca Club
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Koala arrepiando em “In Cicles”

Depois do belo show do Hateen, chegou a hora de acabar com uma espera de 22 anos. O The Get Up Kids finalmente subiu em um palco brasileiro. E que jeito melhor de compensar toda a demora senão começando com o maior clássico da banda? Matt Pryor (Guitarra/Vocal), Jim Suptic (Guitarra), Rob Pope (Baixo), James Dewees (Teclado) e Ryan Pope (Bateria) começaram os primeiros acordes de “Holiday” e levaram o público (que cantou alto) à loucura logo no início do show. A intensidade continuou lá em cima, com o público respondendo com stage dives antecedidos de dancinhas criativas em cima do palco, que arrancavam risadas dos membros da banda durante as músicas e elogios à energia do público nas pausas entre elas.

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The Get Up Kids @ Cariora Club
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“Só vocês!”

Particularmente, fui surpreendido positivamente em dois aspectos: como o vocal de Matt continua atingindo os tons altos do início dos anos 90 e como os teclados compõem bem nas músicas quando executadas ao vivo. Com o passar das músicas do longo setlist (22 músicas!) e com a execução de baladas como “Valentine”, foi possível olhar em volta e ver cenas bem bonitas. Amigos se abraçando, casais se declarando, fãs chorando e todo mundo bem emocionado. A vibe era maravilhosa, tanto para quem estava assistindo quanto para quem estava tocando. Tanto que Matt se questionou porque a banda tinha levado tanto tempo para ir ao Brasil, levando a galera ao delírio mais uma vez. Ao final do show, a banda não queria sair do palco e reservou dois “bis” para o público, o primeiro deles com covers de The Cure e The Replacements, seguidos de “I’ll Catch You” e “Ten Minutes”, do “Something to Write About”. No segundo, entre as ótimas “Out of Reach” e “Shorty”, a banda mandou o clássico “nós voltaremos”. Esperamos que seja verdade e que seja breve!

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“We will be back! I promise!” Vamos cobrar heim
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Um dos sortudos que ganhou o setlist e o abriu pra uma fotinha :)

O Canal Riff lamenta a morte de Mateus Pagalidis, jovem fluminense que, tal como nosso correspondente, viajou até São Paulo para assistir ao show. Mateus foi um grande entusiasta, produtor, músico e agitador musical em Cabo Frio e região, agregando pessoas e produzindo shows no estado do Rio de Janeiro e no Brasil. Nossas condolências aos amigos e familiares e nosso desejo de que mais jovens façam acontecer aquilo que eles acreditam, não importando a distância ou o obstáculo, como Mateus fez em vida.

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R.I.P., Mateus :'(
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HANSON @ KM DE VANTAGENS HALL

Por Natalia Salvador

Eu lembro do dia que estava na casa da minha avó, provavelmente experimentando todos os sapatos de salto da minha tia – como sempre -, e a gente ouvia Middle Of Nowhere no rádio. Lembro também que, nesse dia, minha tia perguntou se eu não queria aquele CD pra mim. Eu tinha gostado muito daquilo e, vamos combinar, sempre fui um pouco mimada. Eu devia ter por volta de uns 5 anos e arrisco afirmar que foi ali que toda minha saga apaixonada por música e bandas começou. Lembro ainda de uma das várias manhãs em finais de semana que meu pai tirava a gente de casa e, em uma dessas ele me deu uma revistinha 100% do trio. Eram fotos, quadrinhos – SIM! minha parte preferida -, textos e mais textos. O tempo passou e parece que em um piscar de olhos Hanson estava prestes a anunciar uma turnê comemorativa de 25 anos de carreira.

Não pensei duas vezes: lá estava eu, anos depois de me apaixonar pela primeira banda da minha vida, comprando o ingresso para um show deles. Foi um dia muito aguardado e, depois de vários dias nublados, os irmãos de Tulsa trouxeram o sol de volta a cidade maravilhosa. Muitas mulheres que ali estavam, eram a grande maioria do público, pareciam dividir desse mesmo sentimento de primeiro amor. Era pura nostalgia. O trio americano subiu ao palco pontualmente às 21:30, feito muito raro para shows no Rio de Janeiro, e fez todo mundo dançar, pular, cantar e se emocionar durante as 2 horas de show.

Hanson @ 2017

O setlist caminhou pelos 6 discos da banda – não amigos, eles não pararam nos anos 2000 – e, como uma turnê comemorativa, contemplou cada fase desses 25 anos de história. Os irmãos são multi-instrumentistas e, enquanto Isaac troca de guitarras e violões a todo o tempo – juro, perdi a conta de quantas vezes isso aconteceu -, Zac toca bateria, mas também, em alguns momentos, vem para a frente do palco cantar e tocar um pouco de piano – e, claro, arrancar gritos e suspiros. Enquanto isso, o mil e uma utilidades, Taylor, assume os vocais principais da grande maioria das músicas, enquanto intercala entre tocar piano, bateria, violão, gaita… e claro: o cara ainda pula e coloca o público pra cima em diversos momentos do show. WOW, haja fôlego!

Hanson @ 2017

 

Apesar do pouco destaque, o baixista de apoio fez questão de mostrar o gingado, principalmente em faixas mais dançantes, como Thinking About Something. A casa dos 30 fez muito bem para todos eles – quero envelhecer assim como a família Hanson -, e eles parecem os meninos cheios de energia e brilho nos olhos. Where’s The Love, This Time Around, Juliet e Penny and Me causaram o famoso frenesi. Mas foram os 3 grandes sucessos do trio que arracaram os maiores coros da noite: Save Me, If Only e, claro, MMMBop, não deixaram ninguém contido.

Passando por momentos mais atuais, Taylor dedicou Give a Little aos poucos homens presentes. Get the Girl Back, Fired Up e o mais recente lançamento I Was Born não ficaram para trás. Quando o trio deixou o palco, parecia que só tinham se passado 5 minutos de show e a platéia não arredou o pé até eles voltarem para o bis. Os irmãos se uniram em volta de um microfone, apenas voz e o estalar dos dedos para a apresentação mais fofa de Rockin’ Robin, cover de Bobby Day e encerraram com Lost Without Each Other, do CD Underneath, de 2004.

Hanson @ 2017

Com certeza este não foi o show mais cheio da tour, mas a entrega do trio foi nítida e recíproca ao sentimento dos fãs presentes. Para os que pararam no tempo e conhecem os irmãos Hanson apenas por MMMBop – o grande sucesso que rendeu mais de 10 milhões de cópias vendidas, além do Hanson Day, em Tulsa, e a indicação para 3 Grammys – está mais do que na hora de se atualizar nos trabalhos mais recentes. Com a empolgação do público, é provável que eles estejam animados a voltar qualquer dia desses e eu, com certeza, não perco esse show!

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Resenha: The World Is A Beautiful Place & I Am No Longer Afraid To Die @A Autêntica

Por Marina Jacome

Os americanos do The World Is A Beautiful Place & I Am No Longer Afraid To Die se apresentaram na capital mineira na última sexta-feira na conceituada A Autêntica. Apesar do pouco público, a banda conseguiu contagiar a todos que ali estavam, mostrando a que vieram.

A abertura do evento ficou com o artista mineiro Fábio de Carvalho, que levou grande parte do público à casa (público que permaneceu do lado de fora da casa de show durante as outras apresentações). A banda Kill Moves já é figurinha carimbada na abertura de shows importantes na capital. A banda se reinventou e assumiu a sua identidade indie triste, deixando os fãs que os conheceram em shows do underground do hardcore mineiro um pouco decepcionados. O show contou com trabalhos antigos e músicas novas, muito boas por sinal, que de acordo com o vocalista Vitor, serão lançadas em um EP em setembro.

Com shows curtos e pontuais, as duas bandas de abertura deixaram um ótimo clima para a entrada dos americanos, que não demoraram muito para invadir aquele ambiente.

A banda – que mal cabia no palco da casa – (não por sua grande formação, sete músicos, mas por toda a energia leve porém espaçosa que ocupava todo o recinto), veio com um grande repertório (igual ao dos shows anteriores dessa turnê), o que pode ser positivo. Ou não.

Com uma apresentação longa e demorada, o grupo teve picos de tédio e de euforia, reação claramente vista nos rostos de vários jovens vestidos como nos anos noventa que cantavam todas as músicas sem falta. Com pouca interação com o público, The World Is A Beautiful Place tocou músicas de todos os seus trabalhos, que são uma grande mistura de indie, emo e (um pouco) de pop punk, mistura qual vem agradando grande parte dos críticos e fãs do gênero. Vazio, o show não deixou a desejar, emocionando vários casais apaixonados que assistiam o show com muita atenção.

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The World Is A Beautiful Place & I Am No Longer Afraid To Die fez quatro shows em solo brasileiro, finalizando a sua turnê em São Paulo, no Clash Club, sem muita novidade entre uma apresentação à outra, mas com muito calor e respeito pelo público brasileiro fiel e apaixonado.

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Resenha: Festival CoMA

Por Aline Barbosa (fotos) e Tayane Sampaio (texto)

De 04 a 06 de agosto, Brasília sediou o que tem tudo pra ser O FESTIVAL da cidade, assim como o Lollapalooza está para São Paulo, o Rock in Rio pro Rio de Janeiro e o Bananada para Goiânia. Só que o Festival CoMA foi muito além dos shows. Seguindo a lógica do nome, Convenção de Música e Artes, o festival se preocupou em abranger o cronograma para atividades que envolvem a indústria musical no geral, muito além da parte fonográfica. Sendo assim, quem comprou o passaporte para os três dias de evento pôde aproveitar palestras, pitches com novos artistas, oficinas e os shows, é claro.

Com estrutura gigantesca, que ocupou o espaço entre o Clube do Choro, Planetário e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o CoMa mostrou que já chegou querendo crescer e firmar sua marca no circuito de festivais brasileiros. O line-up foi composto por grandes nomes da música independente e muitas bandas locais. Mesmo com alguns pontos a melhorar, como o acesso da impressa e a segurança, o Festival CoMA foi uma bonita celebração da música e nós contamos pra vocês quais foram nossos shows preferidos.

EMICIDA

Emicida | Por Aline Barbosa

O rapper, que tinha uma multidão à sua espera, não decepcionou. Com um show extremamente longo para um festival, Emicida não deixou a peteca cair e fez o público participar do show inteiro. Desde 2015 divulgando o segundo álbum de estúdio, Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa, a apresentação do músico é extremamente dinâmica e pesada. Além da presença de palco invejável de Emicida, que circula pelo palco inteiro, o tempo todo, a banda que o acompanha é um destaque do show.

BALEIA

Baleia | Por Aline Barbosa

No seu terceiro show na Capital, o segundo promovendo o disco Atlas, a banda mostrou a força do último álbum e como cresceram no palco. No última passagem por Brasília, na festa Play!, a banda apresentou um show improvisado, pois Gabriel Vaz estava sem voz e o grupo teve que ensaiar, horas antes do show, uma apresentação sem o segundo vocalista. Com todo o time em campo, no CoMA, o Baleia mostrou toda a grandiosidade do Atlas, um álbum muito denso e conceitual. As músicas, cheias de camadas, ficam ainda mais potentes ao vivo e funcionam muito bem com as faixas do primogênito da banda, Quebra Azul. Sofia Vaz, uma das vocalistas, cresceu muito em sua performance, que está mais marcante e desenvolta.

CUATRO PESOS DE PROPINA

Cuatro Pesos de Propina | Por Aline Barbosa

Os uruguaios foram uma grata surpresa e fizeram o melhor show do festival. Lugar pequeno, público ansioso; palco pequeno, banda gigante. Logo nos primeiros acordes, a Cuatro Pesos mostrou ao que veio: fazer o povo dançar! Com uma sonoridade singular e esbanjando o ritmo latino, a banda tem uma interação ótima. O vocalista, Gastón Puentes, transborda simpatia e logo no início do show, coberto de suor, foi pro meio da galera, que foi à loucura. O grupo estava em turnê com a banda brasileira Francisco, El Hombre, que também tocou no Festival, e convidou os amigos Mateo, Sebastián e Juliana para algumas músicas. A sintonia entre o público dançante e a banda hiperativa foi tanta que, no fim do show, eles não queriam deixar o palco e saíram dançando, enquanto o pessoal da técnica aguardava para troca de palco.

 

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Resenha Far From Alaska e Hover no @ Palco Z

‍Por ‏Camila Borges

O que esperar do show do pré lançamento de um álbum recém saído do forno apenas alguns dias atrás: Casa cheia? Um show inesquecível do início ao fim? Se você disse sim, Ah você está totalmente certo.

Na última quinta-feira (10/8) com a casa lotada, Emmily Barreto, Cris Botarelli, Rafael Brasil, Edu Filgueira e Lauro Kirschz mostraram seu mais novo trabalho na íntegra.

Unlikely foi lançado dia 4/8, financiado por um crowdfunding. De acordo com a própria banda foi a melhor coisa que fizeram na vida. Segundo álbum de estúdio do Far From Alaska, foi gravado em Ashland, no Oregon, EUA, com a produtora Sylvia Massy, conhecida por produzir bandas como System of a Down, Johnny Cash e Red Hot Chili Peppers.

A banda já havia apresentado algumas músicas no Festival CoMa, em Brasília, e já foi muito bem recebido pelo público.

Primeiro show em São Paulo logo após o lançamento foi um tanto especial. Quem começou os trabalhos no Palco Z foi a Hover, banda de Petrópolis/RJ que trouxe seus sucessos do Never Trust The Weather diretamente para capital paulista, e já começava o que seria uma ótima noite pra música.

Foto Leca Suzuki

Logo após, o grande esperado Far From Alaska apresentou todas as faixas do Unlikely. Sim, TODAS! E ainda descreveram um pouco de cada música, curiosidades sobre os nomes, quais suas preferidas. Uma ressalva para Pig (que iria se chamar galinha), que surgiu com a ideia de mostrar o clima de uma fazenda perto da praia. Para Monkey que tem seu momento repetitivo (quem ouviu vai entender), Cobra que já está totalmente na ponta da língua, Rhino sobre a dificuldade para criar a música e que tem uma homenagem a cantora Whitney Houston com o refrão “I Will Always Love You”, e a pesada Slug pra quem achou que o FFA tinha mudado. Ainda tivemos um cover de Supercombo e muita interatividade com o público entre as músicas.

Foto Leca Suzuki

Naquela noite de quinta quem se dispôs a ir ao Z foi muito bem recompensado com um ótimo show. Quem ainda não conhecia a banda tenho certeza que gostou, e quem já era fã se tornou mais ainda. Um viva ao Far From Alaska que mostrou que sabe muito bem fazer rock, expondo e expandindo sua sonoridade. E se você ainda não foi ao show dos caras, você realmente está perdendo tempo.

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RESENHA: ANAVITORIA @ CIRCO VOADOR

Por Natalia Salvador

No último sábado, dia 12 de agosto, a dupla Anavitoria fez mais um show com ingressos esgotados – dessa vez em menos de uma semana -, no Circo Voador, localizado no bairro boêmio da Lapa, Rio de Janeiro. Eu já sabia que as duas eram um sucesso, um bom exemplo disso foi a criação de um selo especialmente para a contratação das meninas de Tocantis pela gravadora Som Livre. O que eu não estava imaginando era essa proporção,  com tão pouco tempo de estrada.

Anavitoria @ 2017

Mesmo com os avisos na internet e placas na bilheteria sinalizando que os ingressos estavam esgotados, era possível ver alguns fãs tentando entrar na casa até o último minuto! Mas, sem banda de abertura, o show começou pontualmente às 22 horas e 30 minutos, deixando o pessoal do lado de fora sem muitas opções. Dentro do Circo Voador, quem chegou mais tarde, tinha até certa dificuldade de ver as meninas no palco – e que palco! A produção estava impecável e o visual era encantador.

Com um show curtinho, de quase 1 hora, as duas pulam, cantam, tocam e sorriem para todos os lados do palco. E como sorriem! A dupla externa a felicidade que sente em estar no palco e, vamos combinar, dá até vontade de saber cantar só para ver se a gente fica parecido com a Vitória. A ruiva dos cabelos enrolados parece ter nascido para não fazer nada além disso: encantar quem a assiste. A voz um pouco rouca, doce e sorridente se completa com a afinação de Ana Clara. Mas é claro que, em um show sold out, no Rio de Janeiro, iria ganhar uma forcinha extra.

Anavitoria @ 2017

De Coração Carnaval a Dê um Role – cover de Os Novos Baianos que encerrou a apresentação -, o público não deixou de cantar uma música sequer! Chamego meu, Fica e Agora Eu Quero Ir ganharam os coros mais altos. Além disso, a chuva de papel picado, balões preto e branco e o mar de luzes não ficaram de fora dessa celebração.

O estilo Anavitoria encanta e vende nesse Brasil de grande diversidade cultural. Elas podem até não se encaixarem no seu perfil de sonoridade preferido, mas é quase impossível não se apaixonar por essas duas. Parece que as pupilas de Tiago Iorc e Felipe Simas ainda tem um grande caminho pela frente. E se posso dizer algo pelo público que estava ali: obrigada e até breve!

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RESENHA: Stereophant + Hover + Montablan @ Estúdio Aldeia

Por Natalia Salvador

Toda vez que eu volto para casa depois de um belo show (e são muitos), eu fico pensando o por que alguma grande quantidade de brasileiros ainda insistem que não há boa música sendo feita no país hoje em dia. Saindo dos rótulos e julgamentos de que ‘funk não presta’, ‘o rock morreu’, ‘essa letra não diz nada’ ou qualquer outra expressão que todos já estamos cansados de ouvir, eu só posso concretizar que o que sobra nas pessoas é pura preguiça de buscar pelo conteúdo que lhes agrada. No último sábado, 29 de julho, foi o primeiro show após o lançamento do novo da Stereophant – Mar de Espelhos – e foi exatamente assim que eu me senti no dia seguinte.

A  noite fria parecia espantar o público do Estúdio Aldeia, espaço que já é um velho conhecido das bandas independentes do Rio de Janeiro, e o primeiro show não teve grande adesão de público. Os petropolitanos da Montablan fizeram um show curto, mas redondinho e de muita qualidade.

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Na sequência e já com um pouco mais de público, os também petropolitanos da Hover fizeram mais um belíssimo show. O quinteto – velho conhecido do RIFF – , que agora conta com o apoio de Leonardo Bronze no baixo, se sente em casa no palco do Aldeia e deixa isso bem claro para a plateia. Trabalhando o disco Never Trust The Weather, que será apresentado no Estúdio Showlivre no próximo dia 11 de agosto, I’m Homesick, Teeth, My Name Is Alaska e There’s No Vampire In Antarctica, At Least For Six Months não ficaram de fora de setlist.

IMG_3650Hover @ 2017

Todos estavam ansiosos pelo primeiro show da Stereophant logo após o lançamento do CD Mar de Espelhos. O disco foi liberado nas plataformas digitais um dia antes do encontro e já conta com um clipe – e que clipe! Apesar de afirmarem que ainda estão aprendendo a tocar as músicas novas, o show foi bastante linear e trouxe as faixas de maior destaque para o setlist. Tem algo estranho no ar, Homem ao mar, A Cidade, Mar de Espelhos, Fora de Rota, entre outras das 15 faixas, provaram a força do novo trabalho.

Claro que Vermelha e O Tempo não podiam ficar de fora e ganharam o apoio das vozes presentes. Mas se engana que achou que as músicas novas já não estavam ensaiadas. Essa Música é a Cura ganhou coro e pegou os músicos de surpresa. Outro ponto que chama atenção nos palcos é a performance de Fabrício Abramov, baixista.

IMG_3752Stereophant @ 2017

Mar de espelhos tem produção de Felipe Rodarte, da banda The Baggios, e diversas  participações especiais como Felipe Pacheco (Baleia), Gabriel Ventura (Ventre), Jan Santoro (Facção Caipira), Walber Assis (Verbara), entre outros. O álbum explora novas sonoridades e traz letras baseadas na relação do homem com o mar. Confira o novo trabalho da Stereophant e fique de olho nas próximas datas para não perder esse show!

 

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Versalle faz show intimista no Rio de Janeiro

Por Ygor Gomes

Na ultima terça (26), a banda Versalle se apresentou no New York City Center, no Rio de Janeiro, pelo projeto “MPB no Mall”, onde artistas de diversos gêneros estão marcando presença semanalmente.

O evento aconteceu no fim do dia e foi uma ótima forma de escapar do típico engarrafamento da hora do rush. Antes do show começar as pessoas já começavam a se juntar entorno do palco. Enquanto a banda passava o som, podíamos ver diversas famílias sentadas aguardando o início, tudo em um clima bastante intimista.

A apresentação começou às 19 hrs e haviam umas 40 pessoas assistindo, a banda se apresentou por uma hora e misturou canções do seu primeiro álbum Distante Em Algum Lugar de 2015 e também do EP Apenas lançado em 2016 e tocaram pela primeira vez duas músicas inéditas, O Porto e Tarde Cinza, que podem estar no próximo álbum deles, ainda sem nome divulgado e atualmente em processo de pré-produção.

https://instagram.com/p/BW-8tFvhWmr/

Essa foi umas das poucas apresentações da Versalle em 2017, exatamente por estarem totalmente focados em produzir o próximo disco, portanto podemos esperar um ótimo material vindo por aí. Caso você esteja passando pelo New York City Center em alguma terça-feira no fim de noite, dê uma conferida no projeto “MPB no Mall”, sempre há uma boa atração por lá!


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PicniK Festival @ Fonte da Torre de TV

Por Tayane Sampaio

Nos dias 24 e 25 de junho, a Fonte da Torre de TV, em Brasília, foi ocupada pelos moradores da Cidade. O que tirou as pessoas de casa, nesse final de semana frio de inverno, foi mais uma edição do PicniK, um dos eventos mais completos do DF.

O PicniK, que começou pequeno, como uma pequena feira de economia colaborativa, virou um evento que reúne multidões em pontos chaves da cidade, como a Praça dos Cristais, no Setor Militar Urbano, ou no Parque da Cidade. Lá você encontra de tudo: roupas, ilustrações, calçados, itens de decoração e até aplicação de piercing. O evento ainda conta com uma vasta área de alimentação, que inclui uma área com MUITAS opções veganas, além de espaços para meditação, massagem, brinquedos infláveis pra criançada e até uma tenda de música eletrônica.

A música não é o foco principal do evento, mas, ultimamente, os lineups do Festival têm atraído muitos fãs da música independente. Geralmente, a quantidade de bandas é modesta, mas a última edição foi em dose dupla, com dois dias de muita música. Depois de uma rápida cerimônia de abertura shamanica, começou a maratona de shows e, nos dois dias, assistimos às apresentações das bandas Transquarto, Brancunians, Teach Me Tiger, Firefriend, Congo Congo, Ava Rocha, Bixiga 70, Supervibe, The Raulis, The Dead Rocks, The Blank Tapes, Glue Trip, Mustache e os Apaches, O Terno, Tagore e Cassino Supernova.

O sábado começou com a viagem transcendental da Transquarto. O quarteto brasiliense, formado por Davi Mascarenhas (guitarra), Pepy Araújo (bateria), Gata Marques (baixo) e Tarso Jones (teclado) passa por várias sonoridades, por meio de suas experimentações. Até o momento, o grupo tem apenas um trabalho lançado, o EP Entre Baleias, que conta com duas faixas, mas só nesses quase vinte minutos de som, a banda já te prende com uma apresentação cheia de camadas.

Continuando com a prata da casa, a Brancunians foi a próxima banda a subir no palco. De chapéu, GAP GAP (voz e guitarra), Ana Laura Rodrigues (sintetizadores), Victor Chater (bateria), Rodrigo da Cruz (guitarra) e Fabio Resende (baixo) tocaram músicas de seu trabalho de estreia, +bsb, que tem um pé na psicodelia.

Logo depois, o trio mineiro Teach Me Tiger, formado por Chris Martins (voz e sintetizadores), Yannick Falisse (guitarra e voz) e Felipe Continentino (bateria), fez sua estreia em solo brasiliense. A apresentação da banda seguiu a tônica do disco de estreia, Two Sides: um bonito e harmonioso contraste entre a leveza do dream pop e o peso  do trip hop, que, misturados à outras sonoridades, resultam em um som extremamente sexy.

Julia Grassetti (voz e baixo), Caca Amaral (bateria) e Yury Hermuche (voz e guitarra), da Firefriend, subiram no palco do PicniK após o trio mineiro. O som denso, meio destoante e cheio de ruídos dos paulistanos segurou a onda da viagem do Teach Me Tiger e preparou o público pra brisa do Congo Congo.

Firefriend | Por Tayane Sampaio

O Congo Congo é composto por nomes de peso da cena belorizontina: André Travassos (voz e guitarra), Victor Magalhães (teclado), Gustavo Cunha (guitarra), Yannick Falisse (baixo), Leonardo Marques (guitarra) e Pedro Hamdan (bateria). A banda não cai na mesmice do psicodélico, que é um dos subgêneros mais saturados da atualidade, e consegue dar uma cara nova e legal para o estilo. A agitação do vocalista, que se movimenta bastante no palco, convida o público para dançar. O show terminou em clima de festa, com a participação de Yury Hermuche.

Performática e poderosa, Ava Rocha fez um dos shows mais esperados do dia. A cada música cantada, uma peça de roupa do figurino de Ava ia para o chão. A artista exala confiança e domina o palco e o público, que tem a oportunidade de vê-la bem de perto e até de contribuir com seu ritual. O público foi ao delírio com a apresentação, principalmente nas músicas do autêntico Ava Patrya Yndia Yracema, último álbum lançado pela cantora.

Encerramos a noite com um palco cheio, ocupado pelos músicos do Bixiga 70. Décio 7 (bateria), Rômulo Nardes (percussão), Gustávo Cék (percussão), Marcelo Dworecki (baixo), Mauricio Fleury (teclas e guitarra), Cris Scabello (guitarra), Cuca Ferreira (saxofone barítono), Daniel Nogueira (saxofone tenor), Douglas Antunes (trombone) e Daniel Gralha (trompete) levaram a plateia à loucura. O instrumental dançante do grupo animou e aqueceu o público, que lotou a lona de circo em que o palco estava montado.

Congo Congo | Por Tayane Sampaio

O domingo começou com mais uma promessa da nova safra de bandas DF, a Supervibe. Sand Lêycia (bateria), João Ramalho (voz e guitarra) e Deivison Alves (baixo) apresentaram as canções de seu EP de estreia, Clarão. O psicodélico mais pesado da banda proporciona um show intenso, mas que tem alguns momentos mais leves e divertidos, com um indie rock bem executado.

Ava Rocha | Por Tayane Sampaio

Os veteranos da The Dead Rocks chegaram com tudo no palco do PicniK. Com direito a uniforme e a coreografias ensaiadas, Johnny Crash (guitarra), Paul Punk (baixo) e Marky Wildstone (bateria) animaram o público. Apesar do visual à la Beatles, o trio apresentou um set super dinâmico de surf music.

Na sequência, os recifenses do The Raulis deram continuidade à onda de surf music instrumental iniciada pela Dead Rocks. Em formato de trio, Arthur Soares (guitarra), Rafael Cunha (bateria) e Gabriel Izidoro (baixo) trouxeram a sensação de beira de praia pro centro da Capital Federal.

Os americanos da The Blank Tapes fizeram um show extremamente condizente com o clima leve de fim de tarde de um domingo. Matt Adams (voz e guitarra) e companhia mostraram uma gostosa psicodelia litorânea, cheia de solos de guitarra.

A Glue Trip, que é da Paraíba, deu continuidade ao clima praiano deixado pelas bandas anteriores, mas com muito mais calor, peso e energia. Com um dos melhores shows do Festival, a banda sabe muito bem transpor as músicas para o palco e fazer o público dançar e se envolver com a performance. Lucas Moura (voz e guitarra), Gabriel Araújo (baixo e voz), Uirá Garcia (guitarra, sintetizador e voz) e CH Malves (bateria) contaram com a ajuda do público pra cantar várias músicas e, em “Elbow Pain”, rolou a participação de uma mini fã, que surgiu do público, vestida de princesa e com uma guitarra de plástico em mãos. Um dos momentos mais bonitos e significativos do final de semana.

Em uma pausa na psicodelia, os paulistas da Mustache e os Apaches transformaram a tenda do PicniK em uma grande festa. Axel Flag (voz, percussão e viola), Jack Rubens (bandolim, lap steel, dobro, guitarra e voz), Lumineiro  (washboard, bateria e voz), Pedro Pastoriz (banjo, guitarra, kazoo e voz) e Tomas Oliveira (contrabaixo, piano e voz) bebem do folk raíz, mas transformam isso em uma linguagem totalmente nova. Um grupo grande, com vários instrumentos inusitados, em que todo mundo canta. A “bagunça” do palco terminou no público, pois a banda finalizou a apresentação do melhor jeito possível: no meio da galera.

O Terno | Por Tayane Sampaio

O clima da euforia deixado pelo show suado da Mustache e os Apaches só cresceu, pois agora o público se amontoava à espera d’O Terno. Tim Bernardes (voz e guitarra), Guilherme d’Almeida (baixo) e Biel Basile  (bateria), que tinham tocado na Cidade há pouco tempo, com o Boogarins, foram recebidos com muitos gritos dos fãs. O frisson do público, que começou antes do trio subir ao palco, se estendeu durante todo o show. Em alguns momentos, os fãs cantavam mais alto que Tim.

O penúltimo show do Festival ficou por conta dos pernambucanos da Tagore. Em turnê para divulgar o disco Pineal, Tagore Suassuna (voz, violão e guitarra), Julio Castilho (baixo, guitarra e teclado), Caramuru Baumgartner (percussão e teclado), Alexandre Barros (bateria e sample) e João Cavalcanti (baixo, guitarra e teclados) chegaram em Brasília com energia pra dar e vender. O quinteto, que diz ter referências que vão de Tom Zé a Tame Impala, mostra um rock psicodélico totalmente abrasileirado, cheio de sonoridades pertencentes à música nacional, principalmente a nordestina. Pulando de um lado pro outro, com os cabelos na cara e de pés descalços, o frontman do grupo incita a plateia a curtir e interagir com o som tanto quanto ele faz no palco.

O encerramento da edição do PicniK Festival foi especial e cheia de significado. O Cassino Supernova, grupo super conhecido e respeitado na cena brasiliense, fez um show em homenagem ao Pedro Souto, prolífico músico brasiliense e baixista da banda, que faleceu no começo do ano. Gustavo Halfeld (guitarra), Raphael Valadares (guitarra), Márlon Tugdual (bateria) e Gorfo (voz), apresentaram os sucessos da banda, já conhecidos e cantados por um grupo expressivo de pessoas que ficaram para ver a banda.

Depois de dois dias de muita música e energia boa, fica a expectativa pra próxima edição do Festival!

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Resenha: The Maine @Circo Voador

     Por Natalia Salvador | Fotos: Thaís Huguenin

A banda americana The Maine desembarcou no Rio de Janeiro, no domingo, dia 23 de julho, para o último show da turnê Lovely Little Lonely no país. Para mim, esse era o primeiro contato com a banda e, para os fãs que ali estavam parecia que todo encontro é como se fosse a primeira vez. Depois de passar por São Paulo, Limeira, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Belo Horizonte e serem acompanhados por muitos desses fãs por essas cidades, era hora de lavar a alma, mais uma vez, no palco do Circo Voador.

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Michael Band @2017

Para começar a aquecer a noite – quase – fria na cidade maravilhosa, Michael Band, ex-integrante do grupo P9, se apresentou e foi muito bem recebido pela plateia ansiosa. Com o apoio de Felipe Lopes – baixista da banda OutroEu -, Michael apresentou músicas autorais, com uma pegada mais folk, que combinam muito com a voz suave. Além disso, o carioca se arriscou com uma versão apenas voz e violão de Take Me Dancing e a galera acompanhou em alto e bom som, dando uma pequena amostra do que estava por vir.

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The Maine @2017

Com um cenário simples, mas muito bonito, John O’Callaghan (vocal), Kennedy Brock (guitarra e vocal), Jared Monaco (guitarra), Garrett Nickelsen (baixo) e Pat Kirch (bateria) subiram no palco arrancando gritos e suspiros de uma platéia cheia de paixão. Eu sempre tive amigas fãs de The Maine, mas eu nunca tinha visto essa relação de perto. Logo nas primeiras músicas se tornou muito difícil ficar parado, aquela história de energia que contagia.

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The Maine @2017

Guardem seus celulares para essa próxima música e dancem. Vocês pagaram por isso, vamos estar aqui juntos, sem desculpas”, convidou John, em uma das muitas trocas que o vocalista tem com o público durante o show, antes de puxar o coro para a faixa de My Heroine. Outra música que ganhou destaque na noite entre solos e entusiasmo foi Ice Cave. E é claro que essa banda, com essa proximidade com seus fãs, não deixaria de atender a um pedido. “Nós tocamos essa música em Brasília, mas vocês sabem como é, não praticamos muito. Vamos precisar da ajuda de vocês”. E mais uma vez, Taxi foi adicionada ao set list de última hora, para alegria de todos.

Como já é de costume, John chamou uma pessoa para ajudar a cantar no palco Girls Do What They Want. O sortudo da vez foi o Vitor, lá de Maceió, e que também estava vivendo a experiência The Maine pela primeira vez. Os dois ainda escolheram mais uma fã, a carioca Mariane mal conseguia se conter de tanta emoção. Os dois cantaram abraçados e aproveitaram aquele momento único.

 

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The Maine @2017

Quase no fim do show, John falou do quanto é importante sentir as emoções e deixar que elas se libertem de nós. Segundo ele, podemos ficar tristes e felizes mas, acima de tudo, temos que ser bons uns para os outros. Foram tantas alegrias naquelas 1 hora e 30 minutos de música, tantos sorrisos, tanto carinho, tantos rebolados, que os problemas com o microfone não atrapalharam em nada a noite.

 

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Depois de tanto tempo acompanhando isso tudo de longe, me senti feliz por finalmente entender um pouquinho do que se passava no coração das minhas amigas fãs de The Maine no ensino médio. “Obrigada por acolherem a gente no seu país, nós amamos muito vocês. Se cuidem e a gente se vê”, afirmou o vocalista ao se despedir. É, John, o Brasil também ama muito vocês e, sem dúvidas, já não vê a hora para encontrar vocês de novo. Quem sabe não rola uma segunda primeira vez pra mim também?