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Resenha

Porão do Rock comemora 20 anos abrindo portas para um novo futuro

Por Felipe Ernani

Em 1998, uma equipe de produtores e 15 bandas que ensaiavam nos subsolos do Plano Piloto de Brasília resolveram colocar a mão na massa e transformar aqueles ensaios em um festival — surgia, então, o Porão do Rock, nomeado sugestivamente em referência ao local de ensaio das bandas. 20 anos e 20 edições depois, quase 700 artistas já passaram pelos palcos do que veio a se tornar o maior festival de rock do Distrito Federal, desde nomes locais até mega atrações como Muse e Suicidal Tendencies.

Nos últimos anos, o Porão não viveu a sua melhor fase. Ainda que oferecesse atrações bem interessantes (como a presença de Elza Soares e Baiana System na edição de 2017), os problemas de infraestrutura e até mesmo a despopularização do gênero que nomeia o festival se tornaram empecilhos no constante crescimento do evento. No entanto, a história parece começar a mudar agora.

Nessa edição comemorativa de 20 anos, o Porão do Rock abriu as portas para um novo futuro. Diversificou as atrações, investiu na infraestrutura para que o evento corresse sem atrasos (até com alguns adiantamentos!) e sem problemas técnicos e aumentou a duração para dois dias. O resultado foi excelente.

No primeiro dia de festival, os palcos principais — localizados um do lado do outro, no mesmo formato do Rock in Rio — contaram com atrações de vários gêneros e localidades. Os principais nomes da noite, CPM 22 e Nação Zumbi & BNegão, já são contrastantes por si só. Mas o contraste vai além, trazendo, por exemplo, a segunda aparição consecutiva do Braza logo depois do rap rock do Pavilhão 9 que se apresentou após a música quase cigana dos brasilienses d’O Tarot.

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Apresentação d’O Tarot no Porão do Rock 2018. (Foto: Felipe Ernani)

Os shows em si tiveram qualidade compatível com o tamanho do festival. O bom público do primeiro dia respondeu muito bem especialmente aos shows do Braza e CPM 22 — este último colocou até o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, dentro de uma rodinha punk. Nação Zumbi & BNegão fizeram um show recheado de mensagens políticas e de alertas importantes, se tornando talvez o show mais impactante da noite. Vale ressaltar também a (ótima) ousadia de recrutar a OBMJ (Orquestra Brasileira de Música Jamaicana), que fez uma apresentação excelente e com repertório variado.

Enquanto isso, como já é de praxe no festival, os fãs da música pesada tinham seu próprio recinto, um pouco afastado dos palcos principais e com uma programação também excelente. Como estava sozinho, foi difícil acompanhar ambos os palcos. Mas consegui assistir ao ótimo show do Project 46, que deixou todos os presentes headbanging do começo ao fim.

No domingo, infelizmente, o público não compareceu tanto quanto no sábado. Naturalmente, o evento concorreu com o festival Green Move, gratuito e com a presença de Pitty e Jota Quest. Porém, as bandas não pareceram se importar: a começar pela Molho Negro, que fez um show irretocável para os poucos que chegaram cedo. Uma constante desse dia, inclusive, foi a manifestação “Ele Não”, que estava estampada na guitarra de João Lemos, guitarrista e vocalista da banda paraense.

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Guitarra de João Lemos, da Molho Negro. (Foto: Felipe Ernani)

O “Ele Não” também apareceu várias vezes no telão durante o show da Lupa, cujo repertório incluiu duas músicas novas e pareceu agradar muito aos (vários) fãs que trajavam os merchs da banda, ainda que tenha sido o único show com alguns problemas técnicos notáveis. Em seguida, a conexão latino-brasileira do Francisco, El Hombre mostrou que segue infalível em animar festivais e, é claro, apresentou a canção Bolsonada que serviu como mensagem e hino da noite.

Por outro lado, no palco pesado, fiz questão de assistir um show pelo qual estava ansiosíssimo: o da banda de hardcore mineira Pense. E, de fato, foi uma catarse do começo ao fim — contando com diversos momentos do vocalista Lucas Guerra descendo para a plateia e, no final, com esta subindo ao palco durante a execução de Eu Não Posso Mais. A mensagem positivista no meio do instrumental agressivo da banda soa como uma lembrança de que no meio de toda essa tempestade sociopolítica atual, existe uma esperança e devemos sempre lembrar dos valores aos quais nos apegamos para manter essa esperança viva.

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Apresentação da Pense no Porão do Rock 2018. (Foto: Felipe Ernani)

Por fim, talvez as atrações mais “arriscadas” da noite tenham sido Cordel do Fogo Encantado e Letrux, nos palcos principais. E foram apostas certeiras: público diferente, comparecendo em peso e renovando as possibilidades do festival para os próximos anos. Porém, a noite acabou com shows de bandas mais tradicionais dentro do circuito do Porão do Rock —o que naturalmente também tem o seu devido valor.  Plebe Rude Barão Vermelho comandaram a festa que terminou com o último show do Matanza em Brasília, que encerrou a noite e parecia estar encerrando, realmente, um ciclo.

E que esse novo ciclo do Porão do Rock possa continuar fomentando a cultura em Brasília por mais 20 (e muitos) anos, abrindo espaço para as bandas independentes locais e trazendo ao público do Centro-Oeste shows cada vez mais diversos e interessantes. Se essa edição servir como modelo, com certeza assim será.

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Resenha: TEM, Francisco, El Hombre e Bloco da Laje no @Auditório Araújo Vianna

por Camila Borges / fotos Alex Vitola

Calor, emoção, dança, música de primeira qualidade. isso tudo e mais um pouco vocês encontram nos shows de Trabalhos Espaciais Manuais, Francisco, El Hombre e Bloco da Laje. Quem produziu esse belo espetáculo em Porto Alegre no Araújo Vianna foi o projeto Antenna ao vivo que quer mostrar, divulgar, conectar e potencializar a nova música que está sendo produzida.

A primeira banda a ingressar ao palco foi a TEM (trabalhos espaciais manuais), uma orquestra de música popular que surgiu em Porto Alegre e está em atuação desde 2013. A banda tem sua sonoridade no formato Baile-Show, onde estilos como o samba, o funk e o rock’n’roll são misturados com vários outros gêneros. A banda conta com Daniel Hartmann (guitarra), Diego Schütz (teclados), Ettore Sanfelice (baixo), Felipe Mantovani (trombone), Gabriel Sacks (bateria), Gustavo Gaspar Almeida (percussão), João Pedro Cé (guitarra), Luciana de Mello (percussão), Rafael Druzian (sax tenor) e Tomás Piccinini (sax alto). O público já mais que animado dançou ao som de músicas como “Manobra“, “Última Luta“, “Cada Dia“, entre outras.

foto Alex Vitola

Segunda banda da noite (e talvez a mais esperada), Francisco, El Hombre chegou colocando fogo na capital gaúcha e literalmente soltando as bruxas. Formada pelos irmãos mexicanos Sebastián (bateria e voz) e Mateo Piracés-Ugarte (violão e voz) e pelos brasileiros Juliana Strassacapa (voz), Andrei Kozyreff (guitarra) e Rafael Gomes (baixo), a banda conquista cada vez mais fãs por onde passa e na reta final de seu atual disco “Soltasbruxa” (2016) colocou todos para dançar, cantar vários dos seus sucessos como  “Calor da Rua”, “Tá com Dólar, Tá com Deus”, “Bolso Nada” e “Triste, Louca ou Má”. Com seu engajamento político, a banda acredita principalmente no poder do afeto, do amor, da música, da conscientização. É um show de puro amor e poesia, onde o público mais que pronto segue todos os passos ensinados do palco, com suas rodas, e esbanjando um sorriso no rosto.

foto Alex Vitola

A terceira e última banda é a espetacular Bloco da Laje. Engana-se quem diz que o bloco só funciona no carnaval, ele pulsa o ano inteiro. Desde 2012 o bloco arrasta multidões pelas ruas de Porto Alegre. Com o tempo, o Bloco passou a se apresentar em eventos culturais e de entretenimento. Para quem quer conhecer um pouco mais sobre, a mesma tem ensaios abertos todos os domingos pela manhã – às 10h – no Parque da Redenção, em Porto Alegre. Mesmo sendo a terceira banda o público não parou um segundo ao som de algumas músicas, como por exemplo “Terremoto“, “Rei do Congo” e “Jesus“.

foto Alex Vitola

Shows como esses trazem a Porto Alegre o sentimento de liberdade. em tempos difíceis poder deixar os problemas para lá por algumas horas e tirar um tempo para dançar, sorrir, se emocionar e compartilhar isso com pessoas que você não conhece faz com que possamos nos libertar e viver com um pouco mais de esperança no ser humano.

 

 

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Resenha: Francisco El Hombre + Mulamba @Circo Voador

Por Fernanda Alves

“Nós não é saco de bosta pra levar tanta porrada”

Com essa frase Mulamba abriu os trabalhos na noite de sexta-feira, 12 de janeiro, no Circo Voador.

LEIA TAMBÉM: ENTREVISTA EXCLUSIVA COM FRANCISCO, EL HOMBRE

A banda curitibana composta unicamente por mulheres, subiu ao palco pouco antes da meia-noite, ainda com poucas pessoas na plateia. De forma gradativa, a espaço foi enchendo, e a vibração e palmas que se ouviam ficavam cada vez mais altas conforme o show acontecia.

Você logo saca que Mulamba está bem alinhada aos sons feitos aqui no Brasil nesses últimos tempos, reunindo influências de vários ritmos e artistas, com levada um tanto indie e com sonoridades que vão desde a MPB, passando pelo rock e chegando ao funk carioca.

A bandeira da representatividade, da questão feminina, defendida pelo grupo em seu show, foi rapidamente absorvida e abraçada pelos presentes. Rolou até cover de Cássia Eller e também contou com a participação da cantora da banda principal da noite Juliana Strassacapa, duas artistas fortemente ligadas ao tema do feminismo.

O show manteve esse ritmo do início ao fim, numa mistura de teatro, música, performance, poesia e protesto, além da profundidade das letras e melodia.

“Já sei pra onde vou!”

Após uma pausa pra água (não, pera!)… Francisco, El Hombre entrou e já mostrou ao que veio, nos levando a sentir o Calor da Rua!

A banda campineira trouxe em suas raízes a efervescência latina, envolvendo timbres, ritmos, arranjos e em favor de uma identidade ímpar. Temas como a violência doméstica, o papel da mulher na sociedade e uma crítica direta ao conservadorismo ditaram a narrativa do show, que contou com participações ilustríssimas e que acrescentaram mais pimenta ao caldeirão como As Bahias e a Cozinha Mineira e Clarice Falcão.

Francisco, el Hombre, ao longo de sua apresentação provocou o público com sua “pachanga folk”, o que uma completa interação entre plateia e banda.

Percebemos o quão poderosas são as vozes dos integrantes da banda, explícitos e políticos nas letras, multiculturais na sonoridade. Com belíssimas melodias e arranjos, o repertório se concentrou nas canções do álbum Soltabruxas, e como já era o esperado, o momento mais emocionante foi a execução de Triste, louca ou má, indicada ao Grammy Latino. A apresentação contou com uma canção inédita, Muero por Ti  e também com algumas versões de “O meu sangue ferve por você”, “Um morto muito louco” (por que não?) e Tic tic Tac embaladas na batida do bloco “Calor da Rua”.

Bis? Não tivemos… até porque a banda sequer deixou o palco! O que se seguiu foi um grande bloco de carnaval, com artistas, convidados e público numa só folia!

Uma coisa ficou clara, a passagem de Francisco, el Hombre por terras cariocas deixou mais que claro o quanto eles precisam voltar. E que seja em breve.

 

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francisco, el hombre toca com o bloco “calor da rua” e recebe convidados no Circo Voador

Por Natalia Salvador 

Que 2017 foi um grande ano para música nacional ninguém tem dúvidas. Uma das bandas que roubou a cena e mostrou que veio para ficar foi a francisco, el hombre. Uma mistura de culturas, ritmos e, porque não, movimentos. Aproveitando que o grupo estará de passagem pela cidade maravilhosa no próximo dia 12 de janeiro (sexta-feira), o Canal RIFF bateu um papo com Rafael Gomes, baixista da banda, sobre os últimos acontecimentos e as expectativas para o próximo encontro com o mágico Circo Voador.

“Faziam anos que sonhávamos em ter o nome no Grammy ao lado de outros nomes que tanto nos inspiram”, afirmou Rafael Gomes.

Com o início de um novo ano chega a ser inevitável pensar em tudo que se passou durante o período anterior. Para Rafael, a dinâmica de cada ano se transformando completamente com o passar do tempo é muito linda. “2017 foi um ano muito importante para a gente! Circulamos por uma infinidade de lugares com o soltasbruxa. Conhecemos lugares incríveis, aprendemos com todas essas e experiências e descobrimos, pouco a pouco, que nossa tinha potencial de ir muito longe”, relembra.

O ano foi cheio de energia e grandes conquistas. Entre elas, os grandes destaque ficam para a indicação ao Grammy Latino – na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa – e o convite para tocar no Lollapalooza 2018. Para o grupo, as notícias foram surpreendentes e especiais. O mais gratificante, destaca Gomes, foi a primeira indicação sem nenhum nome de gravadora na categoria. “Me sinto mega honrado em saber que os tempos estão realmente mudando e não se precisa de uma mega estrutura por trás de uma carreira artística para conquistar reconhecimento à nível internacional. Ainda que seja uma premiação estadunidense à indústria latino-americana é muito importante pra gente saber que essa galera tá escutando nosso som e dando valor ao que cantamos”, contou.

Carnaval, Lollapalooza e os planos para 2018

Integrando o line-up de peso do próximo Lollapalooza Brasil, fancisco, el hombre vê o festival como uma grande festa da música. “O ‘time’ brasileiro tá incrível! Várias e vários artistas que dividem cena com a gente, sem mencionar os artistas internacionais. Costumamos dizer que festival é que nem festa de aniversário: dia de rever amigos da estrada e conhecer ainda mais gente para se conectar e seguir junto dali pra frente!”, brincou Rafael. Além dos shows, dentro e fora do país, 2018 vai trazer novidades! De acordo com Gomes, ainda não há uma data para o lançamento do novo CD, mas as ideias estão fervilhando.    

francisco, el hombre traz bloco de carnaval para o Circo Voador

O grupo é um misto de culturas e nada mais justo que explorar isso com uma das maiores formas de expressão cultural brasileira: carnaval! Infelizmente, os ventos ainda não vão trazer o grupo no período mais agitado do ano, mas o pré-carnaval está ai pra isso! Não é a primeira vez que a banda mexicana-brasileira toca no palco do Circo Voador e, segundo o baixista, é sempre uma experiência incrível. “O público sempre faz uma parte importante do show e esperamos que as pessoas venham compartilhar da boa energia que 2018 vem prometendo. Além das participações mais que especiais d’As Bahias e a Cozinha Mineira e da Clarice Falcão, a Aline Paes vai chegar junto na bagunça. As amigas da Mulamba vem como banda de abertura e, espero eu, que elas subam no palco com a gente também”, convidou Gomes. O Canal RIFF até tentou descobrir, mas Rafael deixou todo mundo curioso. “Dizem ainda que várias outras amizades devem aparecer pra engrossar o caldo… E bom, se esse ano tem disco novo, pode ser que alguma coisa apareça no repertório, né?! Vai saber”, afirmou.

A festa vai ser bonita e, se você quer entrar nessa dança, não perde mais tempo! O show acontece no dia 12 de janeiro e a casa abre às 22h. Os ingressos ainda estão sendo vendidos e os preços variam entre 40 e 100 reais. Ah! E se você for, não esquece de contar aqui pra gente como foi.

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Resenha: Festival CoMA

Por Aline Barbosa (fotos) e Tayane Sampaio (texto)

De 04 a 06 de agosto, Brasília sediou o que tem tudo pra ser O FESTIVAL da cidade, assim como o Lollapalooza está para São Paulo, o Rock in Rio pro Rio de Janeiro e o Bananada para Goiânia. Só que o Festival CoMA foi muito além dos shows. Seguindo a lógica do nome, Convenção de Música e Artes, o festival se preocupou em abranger o cronograma para atividades que envolvem a indústria musical no geral, muito além da parte fonográfica. Sendo assim, quem comprou o passaporte para os três dias de evento pôde aproveitar palestras, pitches com novos artistas, oficinas e os shows, é claro.

Com estrutura gigantesca, que ocupou o espaço entre o Clube do Choro, Planetário e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o CoMa mostrou que já chegou querendo crescer e firmar sua marca no circuito de festivais brasileiros. O line-up foi composto por grandes nomes da música independente e muitas bandas locais. Mesmo com alguns pontos a melhorar, como o acesso da impressa e a segurança, o Festival CoMA foi uma bonita celebração da música e nós contamos pra vocês quais foram nossos shows preferidos.

EMICIDA

Emicida | Por Aline Barbosa

O rapper, que tinha uma multidão à sua espera, não decepcionou. Com um show extremamente longo para um festival, Emicida não deixou a peteca cair e fez o público participar do show inteiro. Desde 2015 divulgando o segundo álbum de estúdio, Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa, a apresentação do músico é extremamente dinâmica e pesada. Além da presença de palco invejável de Emicida, que circula pelo palco inteiro, o tempo todo, a banda que o acompanha é um destaque do show.

BALEIA

Baleia | Por Aline Barbosa

No seu terceiro show na Capital, o segundo promovendo o disco Atlas, a banda mostrou a força do último álbum e como cresceram no palco. No última passagem por Brasília, na festa Play!, a banda apresentou um show improvisado, pois Gabriel Vaz estava sem voz e o grupo teve que ensaiar, horas antes do show, uma apresentação sem o segundo vocalista. Com todo o time em campo, no CoMA, o Baleia mostrou toda a grandiosidade do Atlas, um álbum muito denso e conceitual. As músicas, cheias de camadas, ficam ainda mais potentes ao vivo e funcionam muito bem com as faixas do primogênito da banda, Quebra Azul. Sofia Vaz, uma das vocalistas, cresceu muito em sua performance, que está mais marcante e desenvolta.

CUATRO PESOS DE PROPINA

Cuatro Pesos de Propina | Por Aline Barbosa

Os uruguaios foram uma grata surpresa e fizeram o melhor show do festival. Lugar pequeno, público ansioso; palco pequeno, banda gigante. Logo nos primeiros acordes, a Cuatro Pesos mostrou ao que veio: fazer o povo dançar! Com uma sonoridade singular e esbanjando o ritmo latino, a banda tem uma interação ótima. O vocalista, Gastón Puentes, transborda simpatia e logo no início do show, coberto de suor, foi pro meio da galera, que foi à loucura. O grupo estava em turnê com a banda brasileira Francisco, El Hombre, que também tocou no Festival, e convidou os amigos Mateo, Sebastián e Juliana para algumas músicas. A sintonia entre o público dançante e a banda hiperativa foi tanta que, no fim do show, eles não queriam deixar o palco e saíram dançando, enquanto o pessoal da técnica aguardava para troca de palco.

 

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Notícias

Conheça o Festival das Estações Música Brasil

  Por Felipe Sousa | @Felipdsousa

Festival anunciado em São Paulo conta com excelentes artistas da nova geração da música brasileira.

 

Se por um lado 2017 tem sido um ano cheio de grandes discos lançados no mundo da música, por outro, tem sido um belo ano aqui no Brasil quando falamos em festivais.  E pra confirmar isso, a Agência Pindorama anunciou no último domingo (09), a primeira edição de inverno do Festival das Estações da Música, que prestigia artistas nacionais da nova geração.

BRAZA – Que recentemente lançou álbum novo; Tijolo por Tijolo -, francisco, el hombre, R.Sigma, Vivendo do Ócio, Carne Doce e NDK  vão animar o evento que acontecerá em São Paulo, dia 25 de agosto. Além dos seis ótimos nomes, DJ’s trarão em seus sets artistas como Tim Maia e Caetano Veloso.

Os valores dos ingressos variam entre R$ 30,00 e R$ 80,00 (meia entrada) e podem ser adquiridos online no Clube do Ingresso ou em pontos de vendas físicos, confira aqui.

 

 

 

 

 

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Entrevista

Entrevista: Scalene

 

Por Tayane Sampaio

O que vem depois do Éter? E de um Grammy Latino? Nos últimos anos, os brasilienses da Scalene vêm acumulando uma sequência de vitórias: seja o prêmio de “Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa”, uma agenda cheia ou uma legião de fãs chapadões pelos riffs de guitarra!

Sem dúvidas, todo esse reconhecimento é fruto do árduo trabalho do quarteto, ao longo dos oito anos de banda. Em um dos momentos mais frenéticos da carreira, os meninos arrumaram tempo pra compor e gravar as músicas do próximo disco.

O baixista da banda, Lucas Furtado, mais conhecido como Lukão, nos contou algumas coisas sobre o novo álbum, que você lê na entrevista abaixo.


Primeiro, o que todo mundo quer saber: vocês já têm uma previsão para a data de lançamento do novo álbum?

Ainda não! A única coisa que sabemos é que vai sair no segundo semestre, mas queremos lançar o mais rápido possível!

 

É a primeira vez que a banda grava fora do DF, longe de casa. Por que escolheram São Paulo?

Tivemos a oportunidade de utilizar o estúdio da Red Bull Station em São Paulo, que é um lugar incrível tanto pela vibe do lugar (que recebe exposições e abriga artistas e estudantes) quanto pelo estúdio em si, que conta com equipamentos de ponta e uma equipe fenomenal. Foi uma escolha fácil e contribuiu muito para a qualidade do disco.

 

Tem alguma música antiga, não lançada, que vocês tiraram da gaveta e deram uma cara nova ou as músicas desse novo álbum são todas composições atuais?

Quando “sobra” alguma música da produção de um disco anterior, geralmente a descartamos porque quando inicia o processo de composição de um novo CD estamos em um novo estágio da banda, com outra mentalidade e buscando outras sonoridades. Por isso só trabalhamos com novas composições a cada disco.

 

Geralmente a banda trabalha um conceito pro álbum. Isso vai se repetir?

Sim e esse conceito vai ficar bem claro pra galera quando o disco sair. É bem direto ao ponto.

 

Tem algum tempo que vocês estão com um músico de apoio nos shows, o Samyr (namí, Aloizio, Divinas Tetas), que também participou da gravação do novo disco. Ele contribuiu, de alguma forma, no processo de composição?

O Samyr é, além de um grande amigo, uma influência positiva na vida de todos nós. Com certeza ele contribuiu para a composição, mas de uma forma mais indireta, mostrando novas sonoridades a abordagens musicais e não necessariamente compondo partes específicas de músicas

 

Se vocês tivessem que escolher uma música da Scalene, dos lançamentos anteriores, para ser um “resumo” do próximo álbum, qual seria?

Essa pergunta não tem resposta pelo simples fato de que até dentro dos outros trabalhos é difícil escolher uma música que resume o álbum inteiro. O que podemos dizer é que o próximo disco vai ser diferente do ÉTER assim como o ÉTER é diferente do Real/Surreal.

 

No decorrer dos anos deu pra perceber que, aos poucos, vocês estão abraçando mais influências brasileiras na sonoridade da banda. Quais são os artistas brasileiros que mais têm inspirado vocês?

Metá Metá, francisco, el hombre, Elza Soares, BaianaSystem, Kiko Dinucci e vários outros.

No geral, o que os fãs devem esperar para esse primeiro semestre do ano?

Muitos shows e ficar ligados nas notícias da banda, porque vem coisa boa por aí!


Confira o RIFFPÉDIA que gravamos com a Scalene:


Escute o último álbum da banda, Éter, aqui:

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Listas

Lista: 14 álbuns de agosto e de setembro pra você ouvir agora!

Por Felipe Sousa | @Felipdsousa

Estamos na metade de outubro, o fim do ano já se aproxima, mas ainda vale (e como vale) olhar para trás e ver o que de legal foi lançado nos últimos meses. Para quem quer buscar música nova, separamos alguns álbuns dos meses de agosto e setembro. Todos disponíveis em streaming pra você ouvir à vontade. Vale destacar o grande trabalho de bandas nacionais nesses dois meses.

1. Inky – Animania
Começamos com o grande “Animania”, segundo álbum dos paulistas da Inky. Lançado em 26 de agosto, o trabalho aparece forte em um ano muito bom pra música nacional. Com letras bem vivas, arranjos e melodias bem elaboradas e propondo espaço pra cada instrumento dar seu show a parte, Animania chega com tudo pra ser um dos grandes álbuns de 2016.

2. O Terno – Melhor do Que Parece
Mais uma “brazuka” vinda de São Paulo, a banda O Terno acabou de produzir seu terceiro álbum intitulado “Melhor do que Parece”. A banda que já tem um som bem original chega com seu novo trabalho influenciado no que parece ser um rock “das antigas”.

3. Carne Doce – Princesa
Você com certeza deve ouvir o som que a Carne Doce está trazendo. Intitulado “Princesa” o novo álbum da banda goiana é além de tudo um sopro de alegria pros ouvidos, com muito psicodelismo, rock, MPB e a linda voz de Salma Jô.

4. Bayside – Vacancy
Sétimo álbum da carreira da Bayside, “Vacancy” não chega com status de espetacular, mas mantém a expectativa de que é mais um álbum interessante pra quem curte pop/punk daqueles com melodias fáceis de memorizar.

5. Dinossaur Jr. – Give a Glimpse Of What Yer Not
A excelente Dinossaur Jr lança depois de quantro anos o seu novo trabalho “Give a Glimpse Of What Yer Not”. Um rock alternativo sem grandes inovações, porém muito bom de ouvir.

6. Young The Giant – Home of The Strange
O indie rock do Young The Giant aparece mais maduro nesse novo álbum, “Home of The Strange“. Ainda que não tenham ousado tanto na sonoridade, é um bom terceiro disco de estúdio.

7. Jeff The Brotherhood – Zone
Esse simples redator que vos fala é suspeito pra falar dessa dupla. Chegando com o seu décimo álbum de estúdio, e com muito psicodelismo, “Zone” é mais um ótimo projeto do Jeff The Brotherhood. Ouça que vale muito a pena.

8. Thee Oh Sees – Weird Exits
Depois de oito anos na Estrada o Thee Oh Sees lança o seu décimo trabalho. “Weird Exits” é ótimo como um rock de garagem com pegadas interessantes de psicodelia. Projeto muito interessante!

9. Medulla – Deus e o Átomo
Mais um disco bastante aguardado no ano, o “Deus e o Átomo” do Medulla, vem com grandes participações, tais como Marcelo D2 e Teco Martins. Mais um sopro de felicidade pra música nacional.

10. Francisco, El Hombre – Soltasbruxa
Falamos no inicio do artigo sobre o destaque que daríamos a música nacional, acredito que você esteja percebendo o quanto isso é verdade. Mais um excelente lançamento “brazuka”. Francisco, El Hombre e seu “Soltasbruxa” aparecem com muita influência na MPB e música latina. Fique de olho nesse grupo e aproveite esse som foda!

11. Blues Pills – Lady In Gold
Uma dica de longe, lá da Suécia. “Lady in Gold” é um achado interessante. Com muita psicodelia e cheio de riffs esse é novo trabalho do Blues Pills.

12. K.Flay – Crush Me
Fugindo um pouco do rock mais rock, falamos da K.Flay e seu EP “Crush Me”. Uma mistura de pop, rock e rap e uma voz bem particular e gostosa de ouvir da Kristine Meredith Flaherty.

13. Bon Iver – 22, A Million
Com muita pegada eletrônica, o terceiro álbum do Bon Iver foi lançado em setembro. Há quem diga que tanta influência eletrônica descaracterize demais o som do grupo. O fato é que o novo projeto precisa ser muito bom pra seguir os passos de seu antecessor, o ótimo “Bon Iver, Bon Iver” de 2011. Ouça “22, A Million” e tire suas conclusões.

14. The Baggios – Brutown
Mais um disco que conta com participações especiais é o “Brutown” do The Baggios. Emmily Barreto (Far From Alaska), Felipe Ventura (Baleia), Jorge Du Peixe (Nação Zumbi) e mais, Cantam com o grupo que já um dos bons nomes do novo rock nacional. Tá demais!


E aí riffeiros, curtiram? Quais destes já ouviram? Quais ficaram fora da lista? Conta pra gente e aproveita para seguir o RIFF lá no Spotify!