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Resenha: Imperadores do Underground! Medulla + menores atos @Imperator

Por João H Faber | Fotos Gustavo Chagas

Mais uma vez, o Centro Cultural João Nogueira – eterno Imperator – foi, ipsis litteris, o centro das atenções do rock underground. No coração da Zona Norte carioca e já acostumado a receber bandas independentes com frequência, neste último domingo, 8 de janeiro, o Imperator foi invadido pelo “Movimento”. O motivo? Medulla, que, depois de muito tempo longe de sua cidade, voltava a apresentar-se no Rio.

A banda formada pelos irmãos gêmeos Keops e Raony Andrade, e que hoje conta ainda com o guitarrista Alex Vinicius e o baixista Tuti AC, veio apresentar seu último trabalho, o álbum “Deus e o Átomo”, lançado em setembro de 2016. Trazendo elementos do trap, jazz, rap, hardcore, folk e eletrônico, esse segundo álbum de inéditas da banda é, sem dúvida, um álbum de transição. Muito embora a espiritualidade tenha sempre estado presente nas canções da banda, até mesmo de maneira patente em algumas delas, “Deus e o Átomo” contém uma temática própria, menos áspera, que corre em paralelo às gravações anteriores, e inaugura um novo rumo para o Medulla.

Com uma produção impecável e participações de peso, o álbum sintetiza uma nova proposta para a banda depois de mais de dez anos de carreira. E, no último domingo à noite, o Medulla teria uma grande responsabilidade pela frente: mostrar a seu público cativo, que sempre acompanhou a banda, que essa nova proposta pode coexistir com o antigo Medulla – e agradar tanto quanto. Para isso, somou-se ao line up da noite um relevante power trio para abertura do evento.

Grandes canções, Menores Atos

Encarregada de abrir o evento, a banda carioca menores atos (em minúscula mesmo) vestiu a camisa, assumiu a responsa e fez, como sempre, uma belíssima apresentação. Sinceros e intensos, tal qual se classificam, Cyro Sampaio (guitarra e vocais), Celso Lehnemann (baixo) e Ricardo “Bola” Mello (bateria) mostram muita determinação no palco e baseiam seu show no álbum ‘Animalia‘, lançado em fevereiro de 2014.

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Muito embora as letras de faixas deste primeiro álbum da banda sejam ainda balbuciadas com timidez pelo público em geral, os fãs assíduos – e que não são poucos – fazem questão de entoar a plenos pulmões as canções que, para eles, já viraram verdadeiros hinos, como “Doisazero“, “Passional” e “Sobre Cafés e Você”. A introdução no repertório de músicas que não integram a lista do Animalia deixa a pista de que as composições da banda andam a pleno vapor e que pode vir material novo por aí ainda esse ano – material esse que é aguardado ansiosamente.

Finalizando o show com a visceral “Sereno”, o menores atos mostra que não se prende a rótulos ou modismos, e consegue com facilidade se conectar com o público, angariando mais admiradores a cada apresentação. Esperamos que o surto de inspiração que gerou o Animalia se repita e, em breve, a banda possa nos brindar com mais um fascinante álbum.

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 Filhos do Átomo

Jogando em casa, logo que subiu ao palco, o Medulla tomou conta do Imperator. Com uma presença irretocável, os gêmeos Keops e Raony provaram que são a espinha dorsal e a alma da banda, que passou por grandes mudanças nos últimos anos.

Abrindo o show com o sampler da poesia intitulada “70×7”, composta e declamada pelo rapper Síntese, a banda obedeceu a sequencia do álbum e emendou com a catártica “Deus”, faixa que finca a bandeira da nova direção do Medulla. Está mais do que claro que o bom momento que a banda vive perpassa as canções e as apresentações ao vivo. E o público presente no Imperator ontem à noite abraçou “Deus e o Átomo” como se fizesse parte dessa revelação elementar; um breve passeio pela plateia mostrou que as canções “A Paz”, “Travesseiro Azul” e, em especial, “Abraço” são candidatas a novos hits da banda, uma vez que já são habilmente cantadas pela grande maioria.

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Vale ainda o destaque para a participação ao vivo da rapper Helena D’Troia, que roubou a cena em “Separação” e agitou o Imperator. Com uma abordagem singular quando comparada às demais faixas do álbum recém-lançado, “Separação” é uma música direta, sem disfarces e com um refrão cativante, tendo proporcionado talvez o melhor momento das inéditas executadas pelo Medulla: uma verdadeira declaração de amor do público à arte da banda.

Vem Cá Ver Que o Novo é Bom

Quando se consolida uma carreira frutífera, com diversos trabalhos e uma base de fãs apaixonados, por vezes ocorre de ser surpreendido com o pedido de uma ou outra canção que já não entra mais no setlist. Nada mais normal, ainda mais em se tratando do Medulla, que está na ativa há tanto tempo. Os pedidos de clássicos da banda, em especial de algumas músicas que integram o primeiro álbum deles (‘O Fim Da Trégua’, 2006), vinham aos montes e tiveram que ser, por vezes, contidos pelos vocalistas. Justo, uma vez que se tratava do show de lançamento de um álbum novo e os rapazes estavam orgulhosos, doidos para mostrar o belo álbum que arquitetaram.

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Em compensação, o Medulla não deixou de lado o fan service… Para atender aos mais fiéis, a banda intercalou as inéditas com músicas antigas, como “Salto Mortal” (O Fim Da Trégua, 2006), “O Novo” (‘Talking Machine’, 2009) e “Eterno Retorno” (‘Capital Erótico’, 2010), esta última que contou com a participação de Cyro Sampaio, do menores aos, nos vocais e também com a presença inusitada de Dudu Valle, ex-guitarrista do Medulla, que não hesitou nem um pouco, subiu ao palco e reforçou o coro. Mas quem conduziu a música de verdade foi o público.

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Diga-se de passagem, o público do Imperator na noite de ontem conduziu o show inteiro, deixando até os músicos do Medulla arrepiados lá em cima do palco. Em “Perigo” (‘O Homem Bom’, 2013) e “Prematuro Parto Fórceps” (‘Akira‘, 2008), ficou a sensação de que a galera não queria que as músicas acabassem… Mesmo depois do fim, os refrãos seguiram sendo cantados num mantra quase infinito, emocionando quem ainda não sabia o que era um show do Medulla no Rio de Janeiro.

Finalizando sua apresentação com a poderosa “Estamos Ao Vivo”, Keops e Raony convidaram o público para ver um novo Medulla. E o novo, de fato, amedronta, desafia, e mostra que pode, sim, ser bom. Enquanto as canções de “Deus e o Átomo” ainda estavam sendo digeridas, a banda voltou ao palco, porque o público fez valer seu direito ao encore. Para a consagração da noite, o Medullla entregou um “Movimento Barraco” (Capital Erótico, 2010) quase que improvisado, surpreendendo uma vez mais ao contar com Dudu Valle na guitarra. Em meio a saltos e empurrões, gritos e melodias, o Imperator mostrou que o Rio de Janeiro é, sem sombra de dúvida, a casa do Medulla.

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Resenha: Medulla + Hover + NVRA @Estúdio Aldeia/Petrópolis

Por Natalia Salvador  | @_salvadorna 

Se 2016 foi um ano importante para o rock nacional, 2017 já começou mostrando que o movimento vem se fortalecendo, cada vez mais, e não pretende sair de cena tão cedo. No primeiro sábado do ano, o já tradicional Estúdio Aldeia, em Petrópolis – cidade serrana do estado do Rio de Janeiro –, recebeu as bandas Medulla, Hover e Nóvera para dar inicio aos trabalhos.

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NVRA @2017

Para quem já teve a oportunidade de acompanhar um show na cidade imperial, sabe que o público costuma abraçar as bandas que estão no palco. Quando nos deparamos com músicos conterrâneos, ai é que a festa fica ainda mais bonita. A primeira apresentação foi da Nóvera (NVRA) e começou por volta das 21h30. Velhos conhecidos do público, o quarteto foi o esquenta para o que ainda viria naquela noite. Era fácil perceber o sentido literal do trocadilho nas gotas de suor que chegaram a molhar o baixo de Igor Rosa. Apresentando músicas próprias, a banda mostrou o som mais pesado da noite.

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Hover e Medulla @2017

Na sequência, os também petropolitanos da Hover assumiram o palco e, com um público fiel, fizeram mais um ótimo show em casa, mostrando que os fãs estão com as letras das músicas na ponta da língua. Com uma música no TOP 10 2016 de Gustavo Chagas e citado diversas vezes como um dos melhores discos do último ano, Never Trust the Weather é a grande força do setlist. Para completar a lista, The Miracle of Moving On, do EP Open Road, agitou a galera. A surpresa da noite ficou para a participação de Raony de Andrade, da banda Medulla, em Prayer.

Com o reforço de Raphael Miranda, baterista da banda Ego Kill Talent, Keops, Raony, Tuti e Alex trouxeram para as montanhas o lançamento do, muito elogiado por críticos e músicos, “Deus e o Átomo”. A energia dos músicos, equipe e plateia parecia ter se conectado de primeira e a entrega foi geral! Apresentando músicas do ultimo CD e de também de trabalhos anteriores, a banda Medulla fez novos admiradores e enlouqueceu os fãs, que cantaram, dançaram e ovacionaram o show inteiro.

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Medulla @2017

Em Separação, a banda contou com a participação de Helena D’Troia, artista Freestyle que gravou a faixa. “Sabe quando você sai pela segunda vez com uma pessoa e esse encontro é tão bom que parece o primeiro? É assim que está sendo esse show hoje, começando o ano muito bem!, afirmou Keops.

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E assim como num bom primeiro encontro, o quarteto deixou aquele gostinho de quero mais nos cariocas da serra. Alguns sortudos ainda tiveram a oportunidade de acompanhar o segundo show da passagem da banda pelo Rio de Janeiro, e você pode conferir um material exclusivo aqui no RIFF!

Fotos por: Natalia Salvador, Marcella Keller e Evelyn Oliveira

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Resenha: Mama Feet + Pedro @Solar de Botafogo

Por Thaís Huguenin (texto e fotos)

No primeiro sábado do ano, dia 07, os cariocas do Mama Feet  lançaram no  Solar de Botafogo ‘Brazilian Democracy’, o primeiro disco da banda. O álbum contém ao todo 28 músicas, metade em português e outra metade em inglês. “Estávamos montando o nosso próprio estúdio, então por que se limitar em escolher letras em português ou inglês?”, contou Mylo Samp ao Canal RIFF. Para o encarte, o grupo formado pelos irmãos Mylo e Fey Samp (vocais e guitarras), Tynho Campo Grande (baixo) e Pedryta Araruama (bateria) reproduziu, ao estilo Mama, 14 fotografias consagradas da história do cinema e da cultura pop.

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O responsável por abrir os trabalhos da noite foi o músico catarinense Pedro. Mesmo com setlist curto, ele conseguiu cativar a plateia e deixar um gostinho de quero mais em sua primeira apresentação no Rio de Janeiro. “Obrigado por estarem tirando a minha virgindade”, brincou.

Acompanhado de seu violão ele entoou músicas do EP Zam, lançado em março do ano passado, que intercala composições em português e inglês. Para brindar a estreia em terras cariocas o músico tocou pela primeira vez a canção Olhos do Tempo.

Antes da última canção, Pedro falou sobre a perda de grandes referências musicais: “O ano de 2016 foi uma bosta, queria pedir licença para fazer essa homenagem”, começando a dedilhar notas de Careless Whisper, de George Michael. A melodia foi logo reconhecida pelo público que o acompanhou até o final da canção.

Para fechar o show, Pedro escolheu Ciranda e novamente fez uma homenagem. Dizendo que descobriu a pouco tempo que seria pai, dedicou a música para a companheira e a filha, Laura, que está a caminho.

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Pedro @2017

Mesmo sendo um estilo totalmente diferente da banda principal, a simplicidade agradou quem estava presente. Pedro mostrou que não é necessário uma mega produção para se fazer uma ótima apresentação.

Diferentemente de outros shows, não houve uma grande espera até o início do Mama Feet. Foi perceptível a preocupação da banda com os mínimos detalhes. Eles transformaram a apresentação em um espetáculo completo: luzes, som, interação e uma mistura entre real e virtual, o que eles chamaram de Mama du Soléi: Brazilian Democracy, o vigésimo sétimo melhor espetáculo do Brasil.

Logo na entrada era entregue uma espécie de folheto, com o roteiro do espetáculo. Nele contém o cast, prólogo, teaser dos teasers –um resumo- com tudo que ia acontecer durante a apresentação, inclusive a ordem das canções para as pessoas não se perderem. Na capa está a imagem das músicas Bandolex/ Highsexual, releitura da clássica foto de Jack e Rose em Titanic.

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Mama Feet @2017

Só com é isso já era possível imaginar que não seria um show qualquer. Um sinal característico de escola para anunciar o recreio indicava o que estava por vir. Ao som típico de Star Wars uma mensagem no telão contava a história por trás daquele show. Durante toda a apresentação as letras e as artes produzidas para as canções apareciam nesse telão e o público a todo instante interagia com a banda.

A presença de mamadeiras ao invés de garrafas d’água chamou a atenção e para reabastece-las um quinto elemento estava presente no palco: Cirylo, o roadie bartender da banda. Ao todo foram 15 músicas, a maioria em português, e incontáveis trocas de personagens. Teve desde Quente Perry até Tynho Travolta.

Entre Gin com Hortelã e Vacilão eles saíram um pouco dos personagens e falaram sobre as dificuldades enfrentadas durante o período de produção do CD. Para Fey no fim tudo valeu a pena “O maior prazer que a gente tem é saber que vocês estão aqui”, comentou.

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A música Blue Sky indicava que o show se aproximava do fim. Seguida por Pesadelo Fiscal – uma história vivenciada por eles para a produção do disco -, e Um Gringo na Van eles encerraram a noite. “Foi cansativo, mas extremamente prazeroso”, afirmou Mylo Samp em entrevista ao Canal RIFF. A irreverência e os múltiplos estilos musicais unidos de forma harmoniosa dão a cara do Mama Feet. Vale a pena conferir!

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Resenha: O amor existe + Jéf @Vizinha123

Por Natalia Salvador  | @_salvadorna 

O Happy Hour do dia 23 de novembro foi repleto de sentimentos. A combinação O amor existe e Jéf encantou os corações apaixonados e os casais que foram para a Vizinha 123, em Botafogo. Os shows inéditos na capital carioca foram recebidos com muito calor, carinho e apoio vocal do público. “Não imaginava que seria assim a recepção, foi muito bonito e emocionante”, afirmou o gaúcho Jéf.

O escritor e músico, Leandro Neko, foi quem abriu a noite e apresentou para os cariocas o projeto O amor existe, que une crônicas, música e convidados especiais. Em entrevista ao Canal RIFF, Neko afirmou que todos os dois EP’s e CD já lançados foram feitos com importantes parcerias, como Uyara Torrente (A banda mais bonita da cidade), Lucas Silveira (Fresno), Jéf e Anna Sofya, que participou do recém lançado CD Transbordar.

“E eu já estou para lançar uma música nova com a participação de uma amigona minha lá de Curitiba, cada vez chamando mais gente para agregar né. Estão para sair coisas bem legais por ai”, contou.

O show se desenrolou leve entre músicas e conversas. O setlist passeou entre canções dos 2 EP’s, como ‘Coração de Isopor’ e ‘Como meu coração foi gostar do teu?’, além de músicas do CD e o single ‘Eu também não é eu te amo’, lançados em 2016. O gaúcho ainda apresentou sua primeira composição para a banda Tópaz, onde é baterista, ‘Saudade de sentir saudade’ e deixou os fãs eufóricos.

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Em seguida, quem subiu ao palco foi o cantor e compositor Jéf, que nesse ano, além de se apresentar em diferentes cidades do Brasil, esteve presente no festival SXSW, em Austin, Texas (EUA). “Foi uma experiência incrível! Eu saí do país pela primeira vez, sem saber falar inglês direito, e tinha gente lá cantando as minhas músicas. Foi bem legal”, lembrou. Sem banda, o cantor se apresentou para um público cheio de carinho e músicas como ‘Rema e acredita’, ‘Quando você voltar’ e ‘Tão pra lá’ na ponta da língua.

Além de projetos para produção de um novo CD, Jéf contou ao RIFF que, em 2017, estreia nas telonas como protagonista de um musical chamado ‘A maré’. “Eu também fiz a trilha do filme, são músicas novas e estão bem legais. Eu gosto muito de cinema né, o coração bate diferente”, acrescentou.

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Para quem já curte o som dos projetos a dica é ficar de olho nas novidades que estão por vir no próximo ano e torcer para Neko e Jéf voltarem logo para a cidade maravilhosa, por eles parece que tudo bem essa ideia. E se você ainda não sabe do que eu estou falando, vale a pena conhecer o trabalho desses dois gaúchos!

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Resenha: Wander Wildner @Teatro Rival

Por Guilherme Schneider | @Jedyte | Fotos: Marcelo Mirrela

Às vezes as boas oportunidades da vida estão pertinho de nós. E, infelizmente, nem percebemos. Um bom exemplo foi no último dia 3 de novembro. Uma quinta-feira chuvosa no Rio de Janeiro que poderia passar desapercebida – ainda mais na noite do Centro da cidade. Mas, havia algo de especial para acontecer no Teatro Rival: show de graça do Wander Wilder.

Mesmo garimpando para atualizar sempre a Agenda de Shows, não tem jeito: um ou outro show acaba de fora por desconhecimento. Por muito pouco não perdi o retorno do ex-vocalista dos Replicantes – fundamental banda oitentista de punk rock do Rio Grande do Sul. Fiquei sabendo na véspera, por acaso. Desde o show de junho, quando abriu para o Ira, fiquei com o som do Wildner na cabeça.

Confesso que pouco conhecia até então, mas, depois disso, virei fã do cara. Muito graças a sinceridade de um show ao vivo. O proclamado ‘bardo do punk brega‘ trouxe novamente um show à altura da expectativa recém-criada. Apesar do show de gratuito (vale muito a pena ficar de olho na programação do Teatro Rival), a casa encheu mesmo pertinho da hora do show – dando até um susto. Porque, convenhamos, seria muito injusto.

Aos 57 anos Wander Wilder mostra a fome de um garotão. Novamente fazendo tabelinha o talentoso Power Trio carioca Beach Combers, Wildner fez um show que foi crescendo aos poucos. Começou na voz e violão, sozinho, ao lado do LP ‘Feito para Dançar 9″ de Waldir Calmon, que servia de decoração do belo palco da casa. Até a entrada dos Beach Combers a maioria do público estava sentada nas mesas, como quem apreciava um show num bar.

Porém, a medida em que as cervejas desse bar iam sendo consumidas, o povo se levantava para dançar. O repertório pedia isso. Presentes as principais músicas da coletânea Wanclub, lançada neste ano. Sinceramente, para mim um dos melhores álbuns do ano – mesmo que não se trate apenas de lançamentos. Um resumão da carreira, que merece ser ouvido já, com regravações desde o tempo de Replicantes até as composições mais novas.

Músicas como ‘Bebendo Vinho‘, ‘Eu Não Consigo Ser Alegre O Tempo Inteiro‘, ‘Um Lugar do Caralho‘, ‘Surfista Calhorda‘, ‘Astronauta‘, ‘Amigo Punk‘ esquentaram o clima. Que presença. Um canastrão raro e necessário para o rock nacional.

Há quem diga que o público dos shows do Wander Wildner é quase sempre o mesmo. Habitués que não querem perder aquele vibe. Ganharam mais um para o time. E, espero que a crescente siga se confirmando – até porque tem álbum novo saindo do forno.

A saideira foi ao som de ‘Festa Punk‘, hino do gênero no Brasil. Palco devidamente invadido e aquela energia caótica que o underground pede. Wander agradeceu ao público, elogiou a casa e foi pra galera literalmente. Que volte mais vezes.

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Resenha: Guns N’ Roses @Estádio Mané Garrincha

Por Bruno Britto

E havia quem dissesse que o Guns N’ Roses nunca mais seria o mesmo.

Domingo, dia 20 de novembro, foi último show da turnê “Not In This Lifetime Tour” em terras tupiniquins. O local escolhido para tal encerramento foi o Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha, e o que ocorreu foi realmente digno de tal palco.

Desde cedo observávamos a presença dos fãs no local, tanto em filas como na área externa do estádio, confraternizando e compartilhando a ansiedade. O evento foi bastante organizado, com as filas fluindo de forma surpreendentemente rápidas e bastante sinalizado.

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O show de abertura ficou por conta dos brasilienses da Plebe Rude, que fez um show bastante empolgado, principalmente por estarem tocando em casa. O público, apesar da casa ainda não estar cheia, aplaudida bastante. A banda mostrou muita maturidade e uma excelente relação com a platéia, que já ficou bastante animada para o que vinha a seguir.

Eram por volta das 20h45 quando foi ouvido o primeiro grito de Axl Rose, que entrou no palco acompanhado de Slash, Duff Mckagan, Frank Ferrer, Richard Fortus, Dizzy Reed e Melissa Reese. Ao som de “It’s So Easy”, a banda iniciou o show, para delírio dos presentes. Logo em seguida, executaram “Mr. Brownstone” e a faixa que deu o nome ao último álbum, “Chinese Democracy”, cantada em uníssono pelos presentes. O público já estava completamente rendido ao Guns N’ Roses nesse ponto.

Axl mostrou que realmente recuperou bastante da sua qualidade vocal ao cantar “Welcome To The Jungle”, que levou a galera ao delírio, já emendando com a agitada “Double Talkin’ Jive”. Em seguida, o clima ficou um pouco mais lento, com a belíssima “Sorry”. “Better”, “Estranged”, “Live and Let Die” e “Rocket Queen” não deixaram ninguém ficar desanimado, mesmo que a chuva, bastante forte antes do show, já retornasse, ainda que tímida.

Logo após tocarem “You Could Be Mine”, vemos Duff Mckagan tomar a frente (e vocais) da banda para ouvirmos  “Can’t Put Your Arms Around A Memory” e “Attitude”. Após isso, os versos iniciais de “This I love” chegaram para emocionar a todos os presentes, com destaque para o solo magistral de Slash. “Used To Love Her” também foi muito bem recebida por todos, com um clima inclusive de nostalgia. Porém, foi em “Civil War” que a banda chegou ao ápice do show, sendo a música da noite. “Coma” também não ficou atrás, sendo a banda ovacionada ao perceberem que a música seria tocada.

Após tantos clássicos, Slash nos presenteia com um solo e o tema de “The Godfather”, para depois performar os riffs de “Sweet Child o’ Mine” para completo delírio do público presente no Mané Garrincha, que cantarolava até o solo da música. “Out Ta Get Me” veio para dar uma acalmada nos ânimos, até que Slash e Richard Fortus fizeram o instrumental de “Wish You Were Here”, do Pink Floyd. E como tocou esse Fortus! O guitarrista saiu extremamente consagrado após o show, sendo bastante elogiado por todos.

Em um momento bastante simbólico, a chuva na capital federal voltou, trazendo com ela a bela “November Rain”, em um momento emocionante, onde era possível observar grande parcela do público em lágrimas. “Yesterdays” também continuou a onda de emoção, sendo uma das grandes surpresas do setlist e abrindo as portas para uma das mais esperadas da noite, “Knockin’ On Heavens Door”, momento de maior interação da banda com os fãs. “Nightrain” veio depois e encerrou a primeira parte do show, onde a banda saiu do palco agradecendo a todos.

A gritos de “Guns-N’-Roses” do público, o grupo voltou executando “Angie” e a balada “Patience”, tão famosa por sua introdução. “The Seeker”, do lendário grupo The Who e “Paradise City” vieram para encerrar de vez o show.

O público saiu bastante satisfeito e alegria era contagiante. Muitos, inclusive, ainda ficaram na área externa do estádio, em um momento de muita euforia e de felicidade. Pelo que foi observado, Brasília vai falar desse show por muito tempo.


Gostaria de agradecer ao amigo, e riffeiro por um dia, Saymon Oliveira pelo auxílio nas fotos e vídeos.

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Guns N’ Roses Setlist Estádio Mané Garrincha, Brasília, Brazil 2016, Not in This Lifetime

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Resenha: Esteban + Elektra + Tay Galega @Democráticos

Por Felipe Sousa | @Felipdsousa | Fotos: Natalie Oliver

Saudações riffeiro! No sábado da última semana (12/11), estivemos no Democráticos Social Club, na Lapa, prestigiando mais um evento promovido pela Cena Rock Produtora, uma das mais atuantes no Rio de Janeiro. O evento celebrava o segundo aniversário da produtora, que escolheu Esteban Tavares (com a turnê “Saca La Muerte de Tu Vida”), Elektra (com a turnê de Lançamento do EP “De Volta Na Terra”) e Tay Galega (com a turnê de lançamento “O Tempo Voa”) pra comandarem o show.

O palco do Democráticos não foi escolhido por acaso, a produção do show contava com a presença de um bom público, tendo em vista principalmente o excelente evento realizado quatro meses antes, com o mesmo Esteban, em uma outra casa de show tradicional do Rio. O ambiente era agradável, o espaço interessante, a qualidade de som era boa e a proposta da casa tornava o show bem intimista. Infelizmente, no entanto, o público não compareceu em peso. Mas isso não impediu de ser uma noite bem interessante.

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Tay Galega e Esteban @2016

Já era fim de tarde quando Elektra subiu no palco. Pra quem não a conhece, ela iniciou sua carreira em 2007 com a banda Fake Number, de onde saiu em 2010 pra dar inicio ao seu projeto solo. No show, a cantora se mostrou bem à vontade com o público, que por outro lado a recebeu bem e cantava junto. Sua participação teve como ponto alto a música “Memória Seletiva” que tem Leo Ramos (Supercombo) parceiro na composição, a canção sem mostra com uma pegada bem pop, com melodia e letra fáceis de grudar na cabeça. A paulista ainda arriscou um cover de “Bang” da Anitta.

A segunda apresentação ficou por conta da cantora e compositora Tay Galega. Natural de Blumenau (SC) e atualmente com 23 anos, ela já aparece com uma das boas revelações de 2016 e deve pintar forte no ano que vem. Cantando músicas de sua carreira, que tem uma vibe reggae/pop e com influências em Armandinho e Natiruts, a catarinense comandou com muita simpatia o show. Com sua namorada presente durante quase todo o tempo no palco, criou-se um clima bem romântico. Prato cheio pra um público que foi fiel às canções da Tay.

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Esteban @2016

Pra encerrar com chave de ouro a comemoração, Esteban subiu no palco. Pra delírio dos fãs. O músico gaúcho que se recupera de uma cirurgia na perna, e que por isso estava há algumas semanas sem tocar, aparece pela segunda vez em quatro meses no Rio de Janeiro. Em agosto, em outro evento da Cena Rock, o colorado fez um grande show no Teatro Odisseia. E diferente desse show, onde Tavares resenhava bastante sobre sua vida e suas letras entre uma canção e outra criando uma interação muito grande com o público, no Democráticos ele optou por buscar um ambiente mais vibrante, e engatou uma música atrás da outra. Músicas essas que flutuaram por toda sua carreira. Não era de se esperar menos do que um grande coro do público. E foi isso que ouvimos durante toa a apresentação, o público muito ativo nas canções. A apresentação ainda contou com a presença da Tay cantando uma música de sua autoria junto com Esteban.

Como a própria Cena Rock fala, ela está ali pra levantar a cena carioca, sejam bandas, sejam casas de show. Depois de dois anos promovendo belos eventos, fica aqui nossa dica, acompanhem o trabalho dos caras. E que muitos outras como esse venham.

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Riffeiro, a gente sempre procura os melhores shows e eventos pra mostrar pra vocês que nossa música vive. E vive bem. Então não esquece de seguir a gente nas redes sociais e ficar por dentro do que está rolando por aí. Contamos sempre com vocês!

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Resenha: Festa Avalanche @Clash Club

Por Natalia Salvador  | @_salvadorna 

A cena independente brasileira vem se restabelecendo e fortalecendo cada vez mais. A prova disso são os festivais espalhados por todo pais que contam com um line-up totalmente nacional. Essa foi a proposta do Festa Avalanche, que aconteceu nos dias 29 e 30 de outubro no Clash Club, na zona oeste de São Paulo. Recheado de lançamentos, os shows arrastaram apaixonados pelo rock nacional de diferentes cantos do país.

No sábado, dia 29, o dia começou com o lançamento do CD “Deus e o Átomo” da banda Medulla. Com Pedro Ramos, guitarrista da Supercombo e vocalista da Tópaz, na bateria e a ajuda de um público entusiasmado para conferir esse som ao vivo, a banda carioca começou com o pé direito. Os fãs tinham todas as músicas novas na ponta da língua e cantaram do início ao fim. Se os músicos ainda tinham alguma dúvida de como seria a resposta do público, certamente puderam sentir que acertaram no novo trabalho!

Em seguida, para fechar a primeira noite, quem subiu ao palco foram os brasilienses da Scalene. Levando a tour do recente DVD “Ao vivo em Brasília” para a capital paulista, o quarteto fez no palco o que sabe de melhor: um show para enlouquecer qualquer fã. Além do repertório e da presença de palco já conhecidas, a apresentação contou com algumas surpresas. Entre elas a participação de Leo Ramos, vocalista da Supercombo, em ‘Surreal’ e Lucas Silveira, vocalista da banda Fresno, em ‘Legado’.

Ego Kill Talent foi a escalada para abrir os trabalhos no domingo, dia 30. Com um público um pouco maior que o dia anterior, o quinteto, que tocou em 2016 em festivais como o Lollapalooza Brasil e o Maximus Festival, aqueceu a galera para a noite que estava só começando. Com músicas que passeiam entre a série de três EP’s, o quinteto mostrou ao público um som maduro e muito bem produzido.

Seguindo a sequência de shows, quem subiu ao palco foi a Far From Alaska, banda originada em Natal, Rio Grande do Norte. Com um som irreverente e incomum, além de uma presença de palco única e uma vocalista que chama muita atenção pelo talento, o quinteto levou a platéia à loucura. A performance autêntica pode ser contemplada em ‘Politiks’, uma das músicas em que a resposta da galera era entusiasmada desde a primeira nota.

Para encerrar a noite e o festival, o aguardado lançamento de ‘Rogério’ na terra da garoa. O show da nova tour da Supercombo é completo: luzes, músicas indispensáveis de trabalhos anteriores, presença de palco e muita energia, tanto vindo do palco quanto da platéia. Além das participações de Keops e Raony em ‘Magaiver’, Emmily Barreto em ‘A piscina e o Karma’ e Gustavo Bertoni em ‘Grão de Areia’, o homem que inspirou o nome do álbum e também aparece na foto de capa marcou sua presença no palco! Também em ‘Grão de Areia’, o guitarrista Pedro Ramos afirmou que no primeiro show da tour, no Rio de Janeiro, a platéia tinha ‘representado’ e deixado os músicos muito felizes. “Será que São Paulo vai superar o Rio?”, perguntou. Aos gritos de bolacha e ‘ei Toledo, vai tomar no cu’, a música começou e quem pode conferir os dois shows certamente concluiu que nessa briga o Rio de Janeiro levou a melhor.

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A experiência de acompanhar shows fora da sua cidade e zona de conforto é muito interessante. Você pode sentir o calor e a energia diferente dos públicos, além de, de quebra, conhecer lugares e pessoas incríveis. É importante comparecer aos shows na nossa vizinhança, mas desbravar festivais, casas de show e lugares inusitados também podem – e devem – entrar nas ‘wishlists’.

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Resenha: Rogério Skylab + Arrigo Barnabé @Circo Voador

Por Guilherme Schneider | @Jedyte 

Dizem por aí que “de gênio e de louco todo mundo tem um pouco”. Talvez seja verdade. Às vezes, no campo da música, a linha entre loucura e genialidade seja mais tênue ainda, especialmente para dois cantores que brilharam recentemente no Circo Voador: Rogério Skylab e Arrigo Barnabé.

Foi no último 21 de outubro,  uma sexta-feira bastante chuvosa. Os dois apresentaram repertórios repletos de pérolas criativas. E que fique claro, ao meu entender, que tudo se passa bem longe de um show de humor – como alguns ainda encaram as obras dos dois. Cada frase parece meticulosamente estuda, por quem tem gosto pela palavra – e seus efeitos imediatos.

O primeiro a entrar no palco foi Skylab. Jogando em casa, o carioca que recentemente completou 60 anos, foi recebido nos braços do público que lotou o Circo. Era dia de lançar o DVD Trilogia dos Carnavais – 25 anos de Carreira ou de Lápide”, que como o ano diz celebra as “bodas de prata” de sua carreira. Especialmente dos seus três últimos álbuns, lançados entre 2012 e 2015.

Particularmente esse foi o terceiro show que vi do Skylab – e provavelmente o mais pesado – méritos para o trio Yves Aworet (baixista), Thiago Martins (guitarrista) e Bruno Coelho (baterista). Rogério entra no palco cantando com uma vontade impressionante. Sempre muito intenso em seus gestos e expressões, ele canta um setlist que surpreende por focar músicas que não estão no DVD – e com isso mais clássicos.

Destaques para as músicas que fazem perguntas incômodas: “Tem Cigarro Aí?” e “Você Vai Continuar Fazendo Música?“. Visceral. Como de costume “Carrocinha de Cachorro Quente“, “Fátima Bernardes Experiência” e “Matador de Passarinho” são as com recepção mais calorosa. O povo em êxtase acompanha e participa ativamente cantando.

Cinco anos mais velho que Rogério, o paranaense Arrigo Barnabé entra em seguida para fechar a noite. Típico músico vanguardista, que brilhou no início dos anos 80 destilando experimentalismo musical. O show foi uma oportunidade rara de ouvir sua obra prima na íntegra: o álbum Clara Crocodilo.

A ‘ópera pop’, como classificado pela Rolling Stone, é um jazz dos infernos – no bom sentido! Difícil de entender, até por conta da metódica e incomum construção musical, Arrigo se faz próximo do público por sua simples presença ao teclado.

É ovacionado do início ao fim. Destaques para “Clara Crocodilo“, “Diversões Eletrônicas” e “Sabor de Veneno” – esta última tocada duas vezes, na abertura e final do show, em um bis aparentemente inesperado para a banda. E que banda! Arrigo segue à frente de seu tempo e dos nossos tempos.

setlist

Rogério Skylab

  1. Frank Disko
  2. A Dança do Corpo e dos Membros
  3. Carne Humana
  4. Dedo, Língua, Cu e Boceta
  5. Eu Me Contradisse Ou Não Me Contradisse
  6. Na Festa do Meu AP
  7. Bengala de Cego
  8. Tem Cigarro Aí?
  9. Eu Pratico Futebol de Cego
  10. Câncer no Cu
  11. Você Vai Continuar Fazendo Música?
  12. É Tudo Atonal
  13. Carrocinha de Cachorro Quente
  14. Música Pra Paralítico
  15. Fátima Bernardes Experiência
  16. Eu e Minha Ex
  17. Matador de Passarinho
  18. Eu Tô Pensando
  19. Hoje

Arrigo Barnabé

  1. Sabor de Veneno
  2. Infortúnio
  3. Dedo de Deus
  4. Orgasmo Total
  5. Acapulco Drive-In
  6. Diversões Eletrônicas
  7. Office-Boy
  8. Clara Crocodilo
  9. Sabor de Veneno (Bis)
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Resenha: Anavitória @Circo Voador

Por Ricardo Irie I @Irie_ I Fotos: Natalie Oliver

O Circo Voador já é um palco mais do que conhecido do público carioca. Nele já passaram artistas consagrados e artistas em ascensão – e que caíram (ou cairão) cedo ou tarde nas graças do Brasil. O mesmo acontece com a dupla Ana Caetano e Vitória Falcão do Tocantins, também conhecidas como Anavitória.

O som delas é descrito como um pop rural, mas o que vi e percebi pelo show, é algo como uma evolução do sertanejo e não leia isso de forma pejorativa. Pelo contrário, a dupla faz uma releitura muito interessante de um estilo que particularmente achava que não tinha pra onde sair – e no final das contas me surpreendeu muito!

O show do dia 1º de novembro atrasou um pouco, deixando o público bem impaciente, mas foi bem recompensado. A interação das duas meninas é perfeita e a presença, entrega e entrosamento das vozes é algo impressionante. Pra um cara como eu que sou totalmente alheio a esse universo, mas amo música, foi uma experiência bem interessante ir num show de algo tão diferente pra mim.

Dentre as músicas que tocaram, um destaque foi Trevo (tu) onde o Tiago Iorc participou com as meninas. Barquinho de Papel também foi outro destaque pois os fãs estavam com barcos de papel balançando nas mãos e no final, acabaram jogando no palco.

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As músicas num geral são bem calmas e gostosas de ouvir. São em suma letras românticas, mas de uma forma doce e suave de se ouvir, sabe? Pra quem gosta de ouvir música sem preconceito, eu super indico o show delas. A casa de show estava lotada e fiquei me perguntando de onde elas ficaram tão famosas porque não conhecia.
Pra quem gosta de sons como Clarisse Falcão ou Tiago Iorc, pode ouvir sem medo. No mais, fico feliz com a tamanha diversidade dos artistas brasileiros da atualidade!

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Resenha: The Black Dahlia Murder + Siriun + Reckoning Hour @Teatro Odisseia

Por Igor Gonçalves | @igoropalhaco

A Dark Dimensions fez a grande gentileza ao público de death metal trazendo o The Black Dahlia Murder para uma turnê de três shows no Brasil, sendo eles em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Fomos, no domingo (23/10), conferir a última apresentação da banda aqui no país – no Teatro Odisseia, Rio. A noite teve Siriun e Reckoning Hour como bandas de abertura.

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The Black Dahlia Murder @2016

O quarteto carioca da Siriun abriram o evento com seu death metal e sua dupla de Schecter apresentando músicas muito bem construídas e dominando os instrumentos no palco – como quem faz isso todo dia por muitos anos. Eu não conhecia a banda e sinceramente não tive tempo de parar para ouvi-los antes do show, então os assisti sem quaisquer expectativas. Apesar da formação relativamente recente da banda, já tiveram outros feitos como abrir o show da Krisiun em setembro também no Odisseia, e ter tido a participação de Kevin Talley (ex baterista do The Black Dahlia Murder) em pelo menos uma de suas músicas. O show me convenceu e me agradou. Siriun tem a minha atenção daqui pra frente.

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The Black Dahlia Murder @2016

Dando seguimento ao sentimento de orgulho do underground carioca, a Reckoning Hour assumiu os instrumentos. Assim como a Siriun, a banda também abriu o show de São Paulo. Reckoning Hour já era conhecida minha e o gênero deles é algo que considero difícil de classificar. Diria que é um meio termo entre metalcore e death metal melódico… Talvez? Bom, o importante é que eu curto o som dos caras. O último show da banda que assisti foi no ano passado e deu pra notar uma mudança de lá pra cá. Uma boa mudança. Eu diria que eles aprenderam a usar melhor o palco. Com seu álbum mais recente, ‘Between Death and Courage’, a banda apresentou uma setlist agitada. Carregada de pedal duplo acompanhado por um baixo bem executado e belos riffs do seu par de guitarras Dean, a banda deixou o ambiente perfeito para os astros da noite comandarem o final da festa.

Os americanos da The Black Dahlia Murder subiram ao palco e foram tratados como heróis. Para a minha grata surpresa, como heróis se comportaram. Já conhecia a banda pois alguns conhecidos são muito fãs, mas só fui dar a devida atenção a banda antes do show. Eles apresentam um metal de muito peso e qualidade. A bateria é orquestrada com maestria e a guitarra segue pesada até os solos que trazem harmônicos inesperados para uma banda do gênero. Continuando o seu espetáculo de surpresas, The Black Dahlia Murder tem uma presença de palco extremamente carismática. Trevor Strnad (vocalista) domina a platéia de forma que muitos frontmen de rock, onde a característica é até exigida de certa forma, invejariam. Entre conversas, piadas e high fives com todos ao alcance do palco, conquistou os ainda céticos no meio de um público já apaixonado. Os sucessos de Miasma e Nocturnal (setlist acima) foram eficientes em fazer os fãs de cabelos e barbas longas parecerem crianças num parque de diversões. Saí do Odisseia feliz pela experiência e todo o público estampava no rosto que saíram da mesma forma.

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Resenha: Vilipêndio @Via Láctea

Por Guilherme Schneider | @Jedyte 

Após mais de um ano longe dos palcos o Vilipêndio retornou. E, parafraseando música deles, foi uma autêntica ‘Noite do Vilipêndio’ no Estúdio Via Láctea. Aliás, o espaço surge como um promissor cenário para shows underground na tríplice fronteira entre Andaraí, Vila Isabel e Tijuca.

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Vilipêndio @2016

E uma ‘Noite do Vilipêndio’ normalmente é marcada por um show direto, forte, com a honestidade e face do underground. O power trio de punk metal é formado pelo casal Ricardo Caulfield (guitarra, vocal) e Simone Caulfield (teclado), além do experiente baterista Alexandre ‘Vovô’ Fersan.

Os três apresentaram um setlist com novidades, como as primeiras vezes ao vivo de ‘O Silêncio que Foi Costurado‘ e ‘Tem Sempre Um Idiota Querendo Ensinar Uma Lição‘, músicas que fecharam a apresentação. Destaques também para o retorno ao set de ‘Eu Defendo a Lei – Parte 2‘ e ‘Olhos Vermelhos‘, que há muito tempo não figuravam nos shows.

A noite contou ainda com shows de outras bandas do underground carioca que merecem atenção: Homens de Verde (banda que capitaneou a organização do evento), Band’Doido, New Day Rising, Mau Presságio, Repressão Social e Lacrau.

Agora o Vilipêndio retorna aos palcos no próximo dia 30 de outubro, no tradicional Calabouço Heavy & Rock Bar, em Vila Isabel. A noite terá ainda Sevciuc e Defenders (cover do Judas Priest). Que esse retorno seja cada vez mais frequente!

setlist

  1. Paraíso
  2. Shangri-lá
  3. A Viagem
  4. Anestesiado
  5. Eu Defendo A Lei
  6. Eu Defendo A Lei – Parte 2
  7. Vigia ou Vampiro
  8. Olhos Vermelhos
  9. Crime Perfeito
  10. Noite do Vilipêndio
  11. O Silêncio que Foi Costurado
  12. Tem Sempre Um Idiota Querendo Ensinar Uma Lição