Por Natalia Salvador | @_salvadorna
A cena independente brasileira vem se restabelecendo e fortalecendo cada vez mais. A prova disso são os festivais espalhados por todo pais que contam com um line-up totalmente nacional. Essa foi a proposta do Festa Avalanche, que aconteceu nos dias 29 e 30 de outubro no Clash Club, na zona oeste de São Paulo. Recheado de lançamentos, os shows arrastaram apaixonados pelo rock nacional de diferentes cantos do país.
No sábado, dia 29, o dia começou com o lançamento do CD “Deus e o Átomo” da banda Medulla. Com Pedro Ramos, guitarrista da Supercombo e vocalista da Tópaz, na bateria e a ajuda de um público entusiasmado para conferir esse som ao vivo, a banda carioca começou com o pé direito. Os fãs tinham todas as músicas novas na ponta da língua e cantaram do início ao fim. Se os músicos ainda tinham alguma dúvida de como seria a resposta do público, certamente puderam sentir que acertaram no novo trabalho!
Em seguida, para fechar a primeira noite, quem subiu ao palco foram os brasilienses da Scalene. Levando a tour do recente DVD “Ao vivo em Brasília” para a capital paulista, o quarteto fez no palco o que sabe de melhor: um show para enlouquecer qualquer fã. Além do repertório e da presença de palco já conhecidas, a apresentação contou com algumas surpresas. Entre elas a participação de Leo Ramos, vocalista da Supercombo, em ‘Surreal’ e Lucas Silveira, vocalista da banda Fresno, em ‘Legado’.
Ego Kill Talent foi a escalada para abrir os trabalhos no domingo, dia 30. Com um público um pouco maior que o dia anterior, o quinteto, que tocou em 2016 em festivais como o Lollapalooza Brasil e o Maximus Festival, aqueceu a galera para a noite que estava só começando. Com músicas que passeiam entre a série de três EP’s, o quinteto mostrou ao público um som maduro e muito bem produzido.
Seguindo a sequência de shows, quem subiu ao palco foi a Far From Alaska, banda originada em Natal, Rio Grande do Norte. Com um som irreverente e incomum, além de uma presença de palco única e uma vocalista que chama muita atenção pelo talento, o quinteto levou a platéia à loucura. A performance autêntica pode ser contemplada em ‘Politiks’, uma das músicas em que a resposta da galera era entusiasmada desde a primeira nota.
Para encerrar a noite e o festival, o aguardado lançamento de ‘Rogério’ na terra da garoa. O show da nova tour da Supercombo é completo: luzes, músicas indispensáveis de trabalhos anteriores, presença de palco e muita energia, tanto vindo do palco quanto da platéia. Além das participações de Keops e Raony em ‘Magaiver’, Emmily Barreto em ‘A piscina e o Karma’ e Gustavo Bertoni em ‘Grão de Areia’, o homem que inspirou o nome do álbum e também aparece na foto de capa marcou sua presença no palco! Também em ‘Grão de Areia’, o guitarrista Pedro Ramos afirmou que no primeiro show da tour, no Rio de Janeiro, a platéia tinha ‘representado’ e deixado os músicos muito felizes. “Será que São Paulo vai superar o Rio?”, perguntou. Aos gritos de bolacha e ‘ei Toledo, vai tomar no cu’, a música começou e quem pode conferir os dois shows certamente concluiu que nessa briga o Rio de Janeiro levou a melhor.
A experiência de acompanhar shows fora da sua cidade e zona de conforto é muito interessante. Você pode sentir o calor e a energia diferente dos públicos, além de, de quebra, conhecer lugares e pessoas incríveis. É importante comparecer aos shows na nossa vizinhança, mas desbravar festivais, casas de show e lugares inusitados também podem – e devem – entrar nas ‘wishlists’.