Por Thaís Huguenin (texto e fotos)
No primeiro sábado do ano, dia 07, os cariocas do Mama Feet lançaram no Solar de Botafogo ‘Brazilian Democracy’, o primeiro disco da banda. O álbum contém ao todo 28 músicas, metade em português e outra metade em inglês. “Estávamos montando o nosso próprio estúdio, então por que se limitar em escolher letras em português ou inglês?”, contou Mylo Samp ao Canal RIFF. Para o encarte, o grupo formado pelos irmãos Mylo e Fey Samp (vocais e guitarras), Tynho Campo Grande (baixo) e Pedryta Araruama (bateria) reproduziu, ao estilo Mama, 14 fotografias consagradas da história do cinema e da cultura pop.
O responsável por abrir os trabalhos da noite foi o músico catarinense Pedro. Mesmo com setlist curto, ele conseguiu cativar a plateia e deixar um gostinho de quero mais em sua primeira apresentação no Rio de Janeiro. “Obrigado por estarem tirando a minha virgindade”, brincou.
Acompanhado de seu violão ele entoou músicas do EP Zam, lançado em março do ano passado, que intercala composições em português e inglês. Para brindar a estreia em terras cariocas o músico tocou pela primeira vez a canção Olhos do Tempo.
Antes da última canção, Pedro falou sobre a perda de grandes referências musicais: “O ano de 2016 foi uma bosta, queria pedir licença para fazer essa homenagem”, começando a dedilhar notas de Careless Whisper, de George Michael. A melodia foi logo reconhecida pelo público que o acompanhou até o final da canção.
Para fechar o show, Pedro escolheu Ciranda e novamente fez uma homenagem. Dizendo que descobriu a pouco tempo que seria pai, dedicou a música para a companheira e a filha, Laura, que está a caminho.

Mesmo sendo um estilo totalmente diferente da banda principal, a simplicidade agradou quem estava presente. Pedro mostrou que não é necessário uma mega produção para se fazer uma ótima apresentação.
Diferentemente de outros shows, não houve uma grande espera até o início do Mama Feet. Foi perceptível a preocupação da banda com os mínimos detalhes. Eles transformaram a apresentação em um espetáculo completo: luzes, som, interação e uma mistura entre real e virtual, o que eles chamaram de Mama du Soléi: Brazilian Democracy, o vigésimo sétimo melhor espetáculo do Brasil.
Logo na entrada era entregue uma espécie de folheto, com o roteiro do espetáculo. Nele contém o cast, prólogo, teaser dos teasers –um resumo- com tudo que ia acontecer durante a apresentação, inclusive a ordem das canções para as pessoas não se perderem. Na capa está a imagem das músicas Bandolex/ Highsexual, releitura da clássica foto de Jack e Rose em Titanic.

Só com é isso já era possível imaginar que não seria um show qualquer. Um sinal característico de escola para anunciar o recreio indicava o que estava por vir. Ao som típico de Star Wars uma mensagem no telão contava a história por trás daquele show. Durante toda a apresentação as letras e as artes produzidas para as canções apareciam nesse telão e o público a todo instante interagia com a banda.
A presença de mamadeiras ao invés de garrafas d’água chamou a atenção e para reabastece-las um quinto elemento estava presente no palco: Cirylo, o roadie bartender da banda. Ao todo foram 15 músicas, a maioria em português, e incontáveis trocas de personagens. Teve desde Quente Perry até Tynho Travolta.
Entre Gin com Hortelã e Vacilão eles saíram um pouco dos personagens e falaram sobre as dificuldades enfrentadas durante o período de produção do CD. Para Fey no fim tudo valeu a pena “O maior prazer que a gente tem é saber que vocês estão aqui”, comentou.
A música Blue Sky indicava que o show se aproximava do fim. Seguida por Pesadelo Fiscal – uma história vivenciada por eles para a produção do disco -, e Um Gringo na Van eles encerraram a noite. “Foi cansativo, mas extremamente prazeroso”, afirmou Mylo Samp em entrevista ao Canal RIFF. A irreverência e os múltiplos estilos musicais unidos de forma harmoniosa dão a cara do Mama Feet. Vale a pena conferir!