Por Thiago Pinheiro I @pinheiro77
Punk. Se você sair às ruas e questionar sobre o que isso significa, receberá uma resposta para cada um que ouvir. Fora, claro, a eterna discussão sobre onde o movimento começou: Londres ou Nova Iorque (tudo sobre Ramones aqui).
Mas, deixando a discussão de lado, o Punk realmente surgiu lá nos EUA, mas é inegável que a Terra da Rainha soube dar uma cara única ao movimento a partir do Sex Pistols. Depois que Johnny Rotten começou a bradar sobre a anarquia pela ilha, centenas de bandas vieram a ser formadas ou tomaram coragem para sair da garagem.
O fato é que o Punk, com as pequenas gravadoras, fez reviver a era dos singles dos anos 50, o que foi mais uma das suas características de remeter ao surgimento do Rock and Roll. Assim, como movimento na Inglaterra, o Punk durou de 1976 até 1980. A partir dali, todas as bandas já haviam migrado para os novos estilos ou subestilos que haviam surgido: Hardcore, Post-Punk, New Wave ou 2Tone.
Entretanto, antes de se realocarem, dezenas de bandas que vieram a se consolidar em outros estilos, passaram pelo Punk. A Inglaterra, ou melhor, o Reino Unido, mais do que qualquer outro lugar no mundo, foi palco de uma profusão de grupos de estilos tão distantes como Buzzcocks, The Cure, Elvis Costello, Jam e Stiff Little Fingers.
Assim, nesta playlist, procurei não apenas relacionar os grupos que efetivamente vieram a ser identificados como Punk, mas todos que, de uma maneira ou de outra, surgiram por causa da onda Punk que passou pela Grã-Bretanha naquele período.
Ao ouvir a playlist, sugiro que o faça em ordem aleatória, pois não há sequência cronológica. Ela está, em grande parte, em ordem alfabética.
OBS: não há canções do Flys e do Crass no Spotify, por isso eles ficaram de fora da playlist.
Talvez a banda mais curiosa da listagem seja o Chumbawamba. Sobre eles, vale falar um pouco mais:
Apesar do sucesso com “Tubthumping” ao final da década de 90, a carreira do Chumbawmba remonta ao início da década de 80 quando estiveram envolvidos com o Anarcho-Punk junto ao Crass e ao Oi Polloi. Curioso é que eles participaram de um LP chamado “Fuck EMI” em 1989 e assinaram com a gravadora em 1997, tendo o seu hit mundial no ano seguinte.
Bandas incluídas:
Primeira leva do Punk
Em comum, as bandas aqui têm o fato de terem sido da primeira geração do punk britânico ou de sempre terem sido identificadas como Punks.
999, Adverts, Alternative TV, Anti-Nowhere League, Banned, Billy Bragg, Buzzcocks, Carpettes, Chelsea, Cortinas, Drones, Eater, Generation X, Lurkers, Newtown Neurotics, Penetration, Rezillos, Rudi , Sex Pistols, Sham 69, Stiff Little Fingers, Television Personalities, The Adicts, The Boys (e The Yobs), The Clash, The Damned, The Flys, The Jam, The Nips, The Outcasts , The Stranglers, The Users, Toy Dolls, UK Subs, Undertones, Vibrators, Vic Godard & Subway Sect, X-Ray Spex.
Sex Pistols
2Tone (Ska)
O 2Tone é o nome que se dá à segunda leva do ska, com a primeira tendo sido a original, à que deu origem ao Reggae, na Jamaica, nos anos 60. O nome do 2Tone é por causa das roupas, sempre em tons preto e branco, mas, principalmente, pela gravadora 2 Tone Records, do tecladista do Specials.
English Beat, The Selecter, The Specials.
Reggae/Ska
As bandas aqui surgiram no meio Punk, mas o reggae e ska acabaram por ser o seu principal componente.
The Ruts, The Police, Slits.
Oi! e Street Punk
Embora a maioria das bandas abaixo já existisse quando o jornalista (e vocalista do Gonads), Garry Bushell, intitulou o movimento com esse nome em uma resenha. “Oi!” é algo que os ingleses, particularmente os do subúrbio (os cockneys), dizem como se fosse uma vírgula. Em qualquer frase, você poderá ouvir um “oi!”. Embora o som tenha sido, historicamente, ligado aos skinheads, a primeira leva de bandas não tinha ligação com o movimento.
4-Skins, Angelic Upstarts, Blitz, Brats, Business, Chron Gen, Cock Sparrer, Cockney Rejects, Expelled, Gonads, Last Resort, Menace, Notsensibles, Partisans, Peter and the Test Tube Babies.
Cockney Rejects
AnarchoPunk
O Crass não tem como entrar em nenhuma das categorias. Embora o som do seu álbum inicial, “The Feeding of the 5000” fosse muito mais próximo do Street Punk, o grupo iniciou a vertente intitulada como AnarchoPunk e a levou até às últimas consequências. O Crass virou uma comunidade e suas atividades iam muito além das músicas.
Crass, Chumbawamba, Poison Girls.
New Wave e Pós-Punk
Muitas das bandas aqui não têm efetiva ligação com o Punk, mas são filhas indiretas do movimento. A maioria aproveitou o turbilhão do Punk como empurrão para começar as atividades e foram mudando o som à medida que o grupo crescia, distanciando-se do Punk que perdia a força com a chegada da década de 80.
Adam and the Ants, Au Pairs, Boomtown Rats , Department S, Elvis Costello, Joy Division, Magazine, Only Ones, Pop Group, Rich Kids, Siouxsie And The Banshees, Skids, Slaughter and the Dogs, The Cure, The Fall, The Members, The Photos, The Raincoats, Theatre Of Hate, U2, Ultravox , UK Decay, Wire, Wreckless Eric.
Elvis Costello
Hardcore
O Hardcore é a evolução mais comumente associada ao Punk. Algumas das bandas simplesmente aceleraram o já rápido som do Punk e acrescentaram mais peso. O Hardcore também flertou mais com o anarquismo, mas não com a mesma intensidade do Crass.
Anti-Pasti, Exploited, G.B.H., Subhumans, The Varukers
Outros
Eddie & The Hot Rods e Tom Robinson Band.