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Todo mundo deveria ouvir o novo disco da Alaska, “Ninguém Vai Me Ouvir”

Por Felipe Ernani

Foto destaque por Stefano Loscalzo

Mudança de direção, quebra de paradigmas, reinvenção sonora… Quantas vezes não ouvimos esses termos quando se fala de um novo lançamento de uma banda? Mudar, de certa forma, virou clichê. Até porque é natural a expectativa de algum tipo de evolução, ainda que algumas bandas sejam levadas à frente pela inércia de lançamentos que consolidam uma carreira. Mais do que isso, na verdade, as mudanças foram se tornando previsíveis — assim como a ausência destas também, em alguns contextos.

Não foi nada disso que a banda paulistana Alaska fez com o seu novo disco, Ninguém Vai Me Ouvir, lançado ontem (31/08/2018) pelo selo Sagitta Records. O disco mostra, sim, tudo que foi citado ali em cima: uma quebra de paradigma, um rompimento com a sonoridade e atitude mais rock que o primeiro trabalho da banda (Onda, de 2015) propunha, uma adequação às tendências do mercado musical, etc.. No entanto, a grande importância desse trabalho é a sensibilidade instrumental e, principalmente, lírica.

Alaska é um quinteto formado por (da esquerda para a direita): Vitor Dechem (teclado, guitarra e voz), André Ribeiro (voz, guitarra e sintetizadores), Wallace Schmidt (baixo), Nicolas Csiky (bateria) e André Raeder (guitarra). (Foto: Stefano Loscalzo)

Quando as composições do disco começaram, a banda criou um espaço na plataforma Curious Cat para que fãs, amigos e pessoas em geral pudessem compartilhar histórias emocionalmente carregadas de forma anônima (ou não) que, em conjunto com as próprias cargas emocionais dos integrantes, formaram as inspirações da temática do disco: um grande manifesto sobre as frustrações das rotinas exaustivas, dos prazeres ditados (e ao mesmo tempo minados) pelas redes sociais, da eterna busca por uma resposta que parece estar em todo lugar mas ao mesmo tempo não está em nenhum.

Assim, paradoxalmente, o single inicial NVMO, lançado bem antes do disco, fala de forma bem crua e direta: “Tanta gente aqui / Mas se eu gritar ninguém vai me ouvir”. O instrumental (não só dessa música como do disco inteiro) muito mais focado nos sintetizadores, nos aparatos eletrônicos e na ambientação para as letras densas e os vocais cheios de efeitos reforça constantemente esse sentimento de estarmos perdidos no mundo, em meio a relações vazias, obrigações e regras sociais e profissionais ditadas por uma força cada vez mais invisível e difícil de se desgarrar.

Ao mesmo tempo, o disco deixa muito clara a relação de amizade entre os membros da banda e toda a equipe que trabalhou na confecção do disco, como se fossem justamente essas relações de proximidade e parceria quase incondicional a solução para toda essa confusão que nos permeia atualmente. Aliás, tamanha sensibilidade só é perceptível graças à produção impecável de Gabriel Olivieri, à mixagem fantástica de João Milliet e ao trabalho sensacional de Guilherme Garofalo tanto no projeto gráfico do disco quanto nos clipes lançados até agora.

Alaska — Ninguém Vai Me Ouvir (Projeto gráfico: Guilherme Garofalo)

É bastante difícil enumerar os destaques do álbum. Do começo ao fim, sente-se que o trabalho foi feito minuciosamente para que todos os detalhes remetam a sensações específicas, sentimentos outrora esquecidos e sem rebuscamentos desnecessários para camuflar a verdade (muitas vezes dolorosa) da mensagem transmitida. É assim com Tem Que Ver Isso Aí, cuja letra remete a um conflito interno entre o que somos e o que queremos ser. É assim também com Até o Mundo Acabar, talvez a faixa mais delicada do disco justamente pela auto-reflexão de um amor não mais possível. Instrumentalmente, Tudobem” aparece como um dos destaques por ter um refrão que resgata e recontextualiza a sonoridade do disco Onda; além dessa, a dupla O Que Foi Nosso e Infinita Procura / Eterno Desligamento se encaixam perfeitamente e chamam muito a atenção do ouvinte.

A contemporaneidade do trabalho é uma das características mais charmosas, com toda certeza. A crueza, a ousadia e ao mesmo tempo o embelezamento de cada canção demonstra de uma vez por todas que a Alaska veio para se estabelecer com força no cenário nacional sem medo de enfrentar e questionar conceitos pré-estabelecidos. Ninguém Vai Me Ouvir com certeza firma o posicionamento do grupo e se torna, sem dúvidas, um dos fortes candidatos a melhor disco do ano e, ironicamente, deveria ser ouvido por todos que têm algum interesse na nova direção que a música brasileira vai tomando.

Escute Ninguém Vai Me Ouvir, novo álbum da banda Alaska:

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Os Tijolos de Braza

Por Maria Paula

Ainda com a música Segue o Baile na cabeça, pertencente ao primeiro álbum auto intitulado Braza (2016), praticamente no início de junho a banda nos faz uma surpresa maravilhosa, seu mais novo álbum Tijolo Por Tijolo, estando disponível em todas as plataformas digitais!

Ao olharmos a capa, ficamos encantados com sua beleza e poética com o título. Desenvolvida pela banda em conjunto com Vagner DoNasc. e Marcel Gonçalves. O intuito aqui não é mergulhar no significado de cada música, pois como em qualquer outra arte, cada pessoa tem seu ponto de vista no momento da apreciação. Por isso, tentarei ser direta e mostrar o por quê de ouvir o Tijolo Por Tijolo.

O mesmo foi gravado por Pedro Garcia, BRAZA (Nícolas Christ – bateria; Danilo Cutrim – guitarra e Voz; Vitor Isensee – teclado e voz) e Pedro Lobo durante o verão e outono de 2017, nos estúdios Neblina e Cantos do Trilho, no Rio de Janeiro. Sendo mixado por Pedro Garcia no estúdio Garcia Mix Room, Laranjeiras, no Rio de Janeiro. E masterizado por Chris Hanzsek no estúdio Hanzsek Audio, Snohomish, em Washington.

Contando com acréscimos de Pedro Lobo no baixo e vocais de apoio, de Lelei Gracindo no saxofone, Vander Nascimento no trompete, Jhonson de Almeida no trombone, e Mafran do Maracanã na percussão. Percebo que nas passagens das faixas do álbum, são marcadas por estes instrumentos, além da guitarra de Danilo.

A abertura do “Tijolo” ficou com Ande, que tem clipe gravado na cidade do Rio de Janeiro, trazendo elementos corriqueiros no compasso da música. Muito show. E com esta noção de irmos adiante, somos convocados para uma sessão, “é brisa, é BRAZA, é braço, é bala de canhão”. Isso é Selecta trazendo gírias corriqueiras num ritmo de dança envolvente, com destaque o trecho “Vida vivendo em nós/ Na batida, em melodia e voz”. Percorrendo essa vida corriqueira da batida encontramos desigualdades sociais, e Moldado em Barro nos mostra isso, com um toque da guitarra que me lembrou Baiana System, banda que também traz temas sociais em  suas composições. Entre tantos trechos a destacar,  posso dizer que o “Guerreiro na Babylon/ Talha seu destino, é por desatino ou não”.

Em Ela Me Chamou Para Dançar Um Ragga, quero aprender essa dança, isso sim! Um estilo de dança que vem da Jamaica e traz um reggae eletrônico bem envolvente. A música seguinte possui o mesmo nome do álbum, Tijolo Por Tijolo. Considerá-la  chave do significado do álbum, não se aplica, pois cada música parece simbolizar um tijolo que forma um muro pessoal, não uma barreira, mas nos sentido da construção  do próprio ser. A flauta introduzida nesta faixa, se permitam sentir sua suavidade, sensacional.

E Chão chão terra terra? Que letra. Destaco somente este refrão: “Amor não tem sinônimo Alma não tem gênero/ Poder não é virtude/ E a vida é sopro efêmero/ Chão, Chão. Terra, Terra/ O ser humano erra”.

Em DUBrasilis temos o instrumental de Braza, e aconselho que fechem os olhos e sintam a vibe. É raro uma banda brasileira incluir som instrumental num álbum, porém há uma voz que fala da diversidade racial brasileira; também percebam as puxadas fortes da guitarra.

E sim, “a dança é oração”, trecho da faixa Racha a canela, que tem a participação do DJ Negralha. Mais uma faixa envolvente na batida e composição, e lembrem que as “vibes nunca mentem, vibes don’t don’t lie”.

Em Exército Sem Fala, temos a participação especial da Sister Nancy, a primeira mulher DJ de dancehall, que canta muito, direto da Jamaica. Se não a conhecem, recomendo o chamado hino do reggae Bam Bam. Nesta música ela complementa a mensagem do amor, num exército onde não há “Força armada e o bom senso é o comandante”.

E para fechar ou não o álbum, temos o questionamento Qual é o rosto de Deus. Me fez lembrar a temática da música Oxalá, pertencente ao álbum “Braza” e que teve videoclipe, mas o pensamento da faixa é diferente, voltado mais às nossas dúvidas pessoais, sendo que ”Ninguém sabe a verdade, mas nunca será tarde/ Enquanto um problema for uma oportunidade.” E este refrão  mexe com nosso interior “Diz pra mim qual é o rosto de Deus/ Talvez seja o seu, talvez seja o meu/ Ou nada, ou tudo, ou luz”.

Para não concluir, Tijolo Por Tijolo traz mensagens para nossa vida, enfrentamentos, de momentos alegres ou tristes, mas principalmente reflexivas, e que diante de dificuldades podemos superá-las, e sempre lembrarmos que não estamos só. Somos seres humanos, em nossa individualidade, mas assim como na dança, faz mais sentido a aprendizagem ao estarmos junto com o outro, nos desenvolvermos com e para o outro. Que possamos superar nossos “tijolos” e montarmos nossos muros e construirmos casas com outros muros.

Por quê ouví-lo?

Se não conhecem a banda, saibam que recomendo o  álbum anterior, denominado Braza, pois ambos se complementam, e mostram quem é o Braza, em sua plenitude. Também recomendo, se possível, o show ao vivo deles! Eles trazem ritmos do rap, reggae e rock, composições sobre problemas sociais, o cotidiano da sociedade, enfim, eles continuam a trazer a arte do dia a dia para a  musicalidade.


E aí, qual a sua faixa favorita do Tijolo Por Tijolo?

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A Banda Mais Bonita da Cidade: Muito mais que o sucesso “Oração”

Por Tiago Bruno

Lembram daquela música chamada “Oração” que estourou em 2011 e que tocava em todos os lugares incessantemente? Lembram daquela banda de nome comprido que tocava essa música? Então, ela cresceu (e é muito mais do que a faixa “Oração”).

A Banda Mais Bonita da Cidade é um dos nomes que compõem a nova MPB, junto de Rubel, Castello Branco, Marcelo Jeneci, Apanhador Só, entre outros. Após um brilhante DVD ao vivo lançado em 2016 e gravado no Cine Jóia, em São Paulo, o grupo lançou, na sexta passada (2), seu mais novo trabalho intitulado “De Cima do Mundo Eu Vi o Tempo”. Um disco fantástico que explora e muito a qualidade interpretativa de Uiara Torrente, vocalista da banda, e conta com excelentes composições de Alexandre França, Thiago Ramalho (guitarrista do grupo) e também com releituras da banda Los Porongas, Versos que compomos na Estrada, Ian Ramil e Maurício Pereira.

https://open.spotify.com/album/0Z3g6nhOcRo2wJ67hX7W58

O trabalho, que segue uma linha de amadurecimento, vinda desde “O Mais Feliz da Vida”, fala sobre temas como o peso da idade, sobre relacionamentos e sobre coisas que só são descobertas quando se olha de cima para tudo, assim como o nome do álbum promete.

Com destaque para as faixas “Trovoa”, que é conduzida como uma “história”, e conta com uma letra fantástica e “moderna”, junto de uma das melhores interpretações de Uyara nos álbuns de estúdio da banda.

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Com “Last Young Renegade”, All time Low mostra crescimento e tenta alcançar novos objetivos na carreira

Por Ygor Gomes

O All Time Low cresceu e vem mostrou um amadurecimento em suas músicas. Isso pode ser percebido a cada lançamento e até mesmo no comportamento da banda, que foi de um grupo da cena alternativa americana a pessoas de quase 30 anos de idade consolidados em sua carreira, que sabem muito bem o que estão fazendo. O grupo vinha trabalhando em segredo no disco ‘’Last Young Renegade’’ a quase um ano. Atualmente eles fazem parte da Fueled By Ramen, uma gravadora conhecida por produzir artistas como Paramore e Twenty One Pilots.

“Last Young Renegade” é a conclusão de todo o trabalho que a banda fez durante todo esse tempo, no ano em que marca uma década de lançamento do disco que os fez ficarem conhecidos mundialmente. É um álbum bastante linear que consegue prender o ouvinte e também não deixa a desejar. Mesmo com diversas musicas que não usam muitas baterias e guitarras, trocando esses elementos por sintetizadores, os elemento de pop punk ainda são bastante presentes.

Esse tom mais adulto e um pouco mais pop do que punk pode levar a banda a um novo degrau na indústria musical, atraindo o grande publico e a mídia massiva. Uma grande evolução para o grupo, que já tentou isso com o álbum “Dirt Work“, lançado em 2011 por outra grande gravadora, mas não conseguiu atingir muito seus objetivos.

Podemos ver que a banda está mais evoluída e ciente do que fazem, “Last Young Renegade” é o trabalho mais adulto e sério do All time Low, é uma mudança bem vinda e bastante consciente e que nos mostra o crescimento tanto musical quanto individual da banda.

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Papa Roach faz uma visita às suas origens com o novo “Crooked Teeth”

Por Ygor Gomes

Com quase duas décadas de existência, o Papa Roach lançou no último dia 19 seu novo álbum de estúdio, “Crooked Teeth”.

A banda vem tentando se reposicionar na indústria desde seu o álbum, “F.E.A.R” em 2015. O CD não recebeu muita atenção na época e foi definido como fraco pela maioria da mídia especializada. O Papa Roach sumiu por um tempo após esse lançamento, retornando aos poucos no ano passado com uma turnê mundial e a produção do novo álbum.

Crooked Teeth chega como uma forma da banda se renovar pois, como nas palavras do próprio Jacoby Shaddix, vocalista da banda, em entrevista recente a uma rádio americana , o som deles estava se tornando repetitivo e eles precisavam sair um pouco da caixa e fazer algo diferente.

Com esse álbum a banda volta um pouco as suas origens produzindo um bom “rap-rock”, em musicas como “Break The Fall“, “Born For Greatness” e “Sunrise Trailer Park” que conta com a participação do rapper Machine Gun Kelly. O disco tem uma pegada muito mais pesada que seu antecessor e não deixa cair o ritmo em nenhum momento. A balada “Periscope“, que tem a participação da cantora Skylar Grey, que é um momento de transição do CD.

No contexto é um bom trabalho, porém não mostra uma verdadeira mudança na carreira da banda. O álbum é entregue como uma produção mais voltada para os fãs que já conhecem e acompanham o grupo há algum tempo. O disco e sua versão Deluxe vêm com uma apresentação ao vivo realizada no ano passado nos Estados Unidos, que vem como um bom bônus mas deixa a desejar na qualidade do som.

Podemos destacar desse trabalho as faixas “My Medication“, “None of the Above“, a faixa-título “Crooked Teeth” e “Help“, algumas dessa já haviam sido divulgadas antes e são uma ótima pedida para começar a descobrir a banda.

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Resenha: ‘Night People’, o novo álbum do You Me At Six

Por Ygor Gomes

Foi lançado nessa sexta-feira (06/01) Night People, o novo álbum dos ingleses do You Me At Six. Após quase três anos sem lançar nenhum material novo, a banda anunciou esse disco no fim de 2016 e já haviam lançado o single homônimo ao título do álbum.

Night People vem para afirmar a mudança de estilo que a banda teve nos últimos trabalhos, deixando um pouco de lado a pegada pop-rock e se voltando muito mais para o rock alternativo. Com um som mais maduro, eles se estão se reinventando e se tornando muito mais completos.

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O álbum começa com a pesada faixa que leva o nome do CD. Já anima desde o começo e se mantém bem para cima pelas três primeiras canções. Nas duas seguintes eles acalmam um pouco as coisas, dando um espaço para as próximas canções que completam um disco bem agitado em sua maioria e que podemos deixar bem destacadas as faixas: “Heavy Soul”, “Brand New” e “Swear”, que formam a identidade do álbum e faz dele ser tão linear.

Esse CD, o quinto da banda, é uma afirmação do crescimento do tanto artístico quanto pessoal do You Me At Six, que realmente deixou de lado aquele som mais adolescente e agora desejam dar passos maiores, isso já aconteceu desde o Cavalier Youth (o álbum antecessor, de 2014), que conseguiu alcançar primeiro lugar nos rankings do Reino Unido.

Esperamos que Night People seja muito bem recebido por todos, pois é um disco bastante completo e que não há perda de tempo em escutá-lo.

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Resenha: Novo do Alter Bridge é abaixo do esperado

Por Igor Gonçalves | @igoropalhaco

Lançado no último dia 7 de outubro, ‘The Last Hero’ é o quinto álbum da banda Alter Bridge. formada por Myles Kennedy (vocal/guitarra), Mark Tremonti (guitarra/backing vocal), Brian Marshall (baixo) e Scott Phillips (bacteria).

O disco conta com a produção de Michael “Elvis” Baskette, que além de também produzir os álbuns solos do guitarrista Mark Tremonti, conta com a minha amada Trivium, Slash e Falling in Reverse no currículo. Com 13 faixas e uma extra na versão deluxe (listadas ao final do review), o cd foi composto por Myles e Tremonti enquanto estavam em turnê juntos no ano passado.

14553339_1099263376808986_8148939960070701056_nMinha primeira impressão é que todos andaram ouvindo bastante metal progressivo ultimamente e resolveram incorporar isso no som do álbum, o que fez muitas músicas ficarem mais pesadas. Peso este que também pode ser justificado pelo uso inédito de uma guitarra de sete cordas na gravação. O instrumental é muito bem executado, pensado e fechado. Não passa a sensação de que está faltando algo em nenhum momento, mas a Alter Bridge nunca foi uma banda que ficou devendo no seu instrumental.

São todos excelentes músicos. Com algumas músicas dignas de se tornarem trilhas de filmes de luta da Sessão da Tarde, ‘The Last Hero’ me passa a impressão de que eles estão focados em tornarem a banda mais popular no gênero. Esse objetivo tornou o album um tanto quanto… sem graça.

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Apesar de ser repleto de músicas animadas, solos poderosos e a magnífica extensão vocal do Myles, peca nos quesitos essência e originalidade. Todas as músicas seguem uma receita já bem conhecida dos amantes do metal.

Ouvi o cd inteiro algumas vezes, mas a partir da segunda já tinha se tornado um pouco massante. Nenhuma música me cativou o suficiente para ouvir mais que uma vez. Infelizmente a banda se perdeu tentando fazer músicas para rádio ao invés de fazer para os fãs. A perceptível tentativa de reviver o espírito dos dois primeiros álbuns (One Day Remains e Blackbird), ‘The Last Hero’ não conseguiu me conquistar, mesmo após as exaustivas chances que dei, ouvindo-o.

Alter Bridge me decepcionou fazendo o que considero ser seu pior álbum até o momento. Nem parece a mesma banda que fez o excelente AB III


Ouça na íntegra e tire suas conclusões: 

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Resenha: As muitas participações especiais em “Rogério”, do Supercombo

Por Felipe Sousa | @Felipdsousa

Surgida em Vitória–ES e consolidada em São Paulo, a Supercombo é uma daquelas bandas difíceis de cravar um estilo, e como sugere seu nome, é formada por diversas vibes e influências com seus músicos. Léo Ramos (Voz e guitarra), Pedro Ramos (Guitarra e voz), Carol Navarro (Baixo e voz), Paulo Vaz (Teclado e efeitos) e Raul de Paula (Bateria) estão na ativa desde 2007, e hoje em 2016 aparecem como uma das grandes bandas do novo cenário do rock nacional, já tendo se apresentando inclusive em grandes eventos como no Lollapalooza e no Planeta Atlântida.

No final de Julho o quinteto lançou seu quarto álbum de estúdio intitulado Rogério, que deixou um pouco pra trás o indie rock convencional do seu antecessor Amianto e deu vez a uma grande mistura de elementos, gêneros e peso nas guitarras. Se por um lado, no entanto, Amianto foi o marco do amadurecimento da banda, com letras extremamente elaboradas, harmonias imprevisíveis levando a banda ao patamar de banda das mais relevantes da nova geração, Rogério chega pra consolidar ainda mais isso.

rogerio

A começar pelo seu nome, Rogério, já desperta a curiosidade em saber quem seria esse sujeito. E aos poucos o álbum vai nos mostrando que Rogério seria a personificação de uma junção de diversos sentimentos, especificamente, como Léo já falou, ele seria aquele lado ruim de cada pessoa. E assim podemos esperar grandes composições mais uma vez.

Cheio de grandes participações, o álbum começa com “Magaiver” com melodia e refrão bastante marcantes, especialmente pela voz da baixista Carol Navarro cantando letras que já mostram os dilemas um tanto existencialistas propostos. A música conta ainda com os irmãos Keops e Raony da banda Medulla cantando um rap no final.

A Piscina e o Karma”, segunda música, conta com a participação de Emmily Barreto vocalista do Far From Alaska. E com uma levada reggae e timbres bem dramáticos cadenciando com pesos nas guitarras e berros, o duo manda ver em um clima bem tenso.

Bonsai” aparece cheio de autocríticas, bem existencialistas, com riffs animais e cheia de peso. Essa música, inclusive, foi muito bem recebida pelo público, e embora a banda não confirme hoje ela aparece como uma das favoritas a se tornar single.

Grão de Areia” vem cheio de intensidade, uma bateria ditando o ritmo com contratempos muito bem elaborados e com um refrão marcado pela voz de Gustavo Bertoni da banda Scalene.

Em uma harmonia mais densa “Monstros” possibilita uma interpretação vocal que remete à vibe do disco anterior, cheio de melodrama, e Mauro Henrique do Oficina G3 explora bem isso e usa muito bem sua voz potente.

Depois de “Embrulho” e “Morar”, Supercombo recebe Lucas Silveira da banda Fresno e tocam “Bomba Relógio”, música bem melódica e que tratam de forma bem sádica o tal Rogério. Na mesma levada aparece “Jovem”.

O gigante Sergio Britto do Titãs chega com um rock and roll cheio de dramaticidade em ”Eutanásia”. Continuando com as criticas do álbum, essa música desvenda ainda mais o personagem principal e esse ganha ainda mais sentido. Logo em seguida o personagem principal aparece e “Rogério” detona na letra.

O álbum fecha com “Lentes” e a bela voz de Negra Li. Um trabalho incrível com os violões, ainda com uma vibe de distorção nas demais cordas e uma letra que te faz querer ouvi o disco todo de novo.

A Supercombo depois de entrar na realidade paralela do Superstar e mandar muito bem por lá, voltou ao mundo real e assimilou bem o que tinha que fazer pra despontar. Não é por menos que Amianto teve uma turnê com mais de 120 shows e seu single “Piloto Automático” foi a segunda música mais compartilhada no Spotify em 2014. Agora com Rogério a banda deve trazer muita novidade aos fãs, contando com nova tour, lançamentos de lyrics videos, novo single.

É um baita lançamento nacional. É uma baita banda. Pode contar que a Supercombo de levar muita gente aos shows e às plataformas de streaming para ouvir as tantas reflexões do álbum.

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MEGA RESENHA: ‘The Book of Souls’, do céu ao inferno em 17 opiniões

O Iron Maiden lançou há pouco mais de uma semana o The Book of Souls, 16º álbum de estúdio de sua bem-sucedida carreira. Naturalmente, os fãs receberam as músicas com grande entusiasmo – e poderia ser diferente?

No entanto, após um intervalo de cinco anos sem músicas inéditas, o Iron Maiden dividiu opiniões com esse lançamento. Passado o ‘calor do momento’, o Canal RIFF recrutou voluntários para resenharem o álbum. E, bem, as opiniões são bastante divergentes – o que é ótimo.

Avisamos logo que esse é um “textão”, repleto de amor e ódio pela Donzela de Ferro. Confira 17 opiniões sobre o The Book of Souls!


  • Daniel Matos/Escritor/31 anos
    “Soa exatamente como o que eu escutei no passado”

Meu conhecimento de Iron Maiden se resume a ter escrito Iron Man na primeira vez que escrevi isso. Eu conheço o nome, já vi pessoas usando o uniforme com o nome, igual aqueles fãs dos times do Habib’s, da Caixa, da Unimed.

Então, estou escutando o Book of Souls, e sim eu já escutei Iron Maiden antes, provavelmente em alguma festa, provavelmente porque eu queria pegar alguma garota vestida de preto e com tatuagens. E soa exatamente como o que eu escutei no passado, mesmos riffs de guitarra, mesma voz cantando músicas no mesmo ritmo.

Se ninguém tivesse me dito que esse cd (é… cd?, eu baixei, não tenho a mínima ideia se isso ainda existe) é desse ano, por mim podia ser de uns 30 anos atrás. As pessoas deviam se divertir mais fazendo música, não só repetir o mesmo dogma pela eternidade.

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  • Breno Andrade/Advogado/26 anos
    “Quase ajoelhei agradecendo quando vi que já estava na última música”

Nunca em minha vida, em momento algum, eu vi uma ponta de possibilidade de me tornar um fã de Iron Maiden. Não que eu odeie, longe disso, mas nunca me apeteci com o som a ponto de dizer “OH BOY!”. Também não vou negar que já me peguei várias vezes cantarolando aqueles “hinos”, que todo mundo já cantarolou, mesmo escondido, e que não precisam nem ser citados. Em suma, não gosto, nem desgosto, muito pelo contrário. Mesmo assim, decidi ouvir o novo álbum pra saber se eu, depois de 26 anos de vida, diria abertamente que curti um lançamento do Iron Maiden.

A introdução de If Eternity Should Fail fez com que eu especulasse mil coisas que poderiam vir adiante, o que poderia rolar de diferente, de inovador. Porém, o que a banda entrega é aquela velha fórmula de sequências exaustivas de mis, dós e rés que todo mundo já tá bem acostumado a ouvir. Uma afinação diferente aqui, uns compassos quebrados acolá, uns riffs mais progressivos pelo meio e músicas muito, muito grandes. Quase ajoelhei agradecendo quando vi que já estava na última música, a Empire of the Clouds. Isso, claro, antes de me perguntar por que ela nunca acabava e antes de ver que a duração dela era de 18 minutos.

Se nunca em minha vida, em momento algum, eu vi uma ponta de possibilidade de me tornar um fã de Iron Maiden, certamente não vai ser com a ajuda deste álbum que isso vai acontecer.

  • Rafael Viveiros/Analista de Suporte/30 anos
    “Me fez sentir como se tivesse escutando o ápice do Iron Maiden

Primeiramente o instrumental e a voz continua da mesma forma que outros cds da banda, isso quer dizer: impecável. Enfim, o cd em si na minha opinião voltou a ser Iron da antiga, com suas letras e som, claro. Me fez sentir como se tivesse escutando o ápice do Iron Maiden, nos cds clássicos deles.

Isso foi um fator que não estava acontecendo desde o Brave New World (2001), e que me animou a voltar a escutar a banda novamente. Excelente álbum! As músicas que mais gostei: If Eternity Should Fail, Speed of Light, Death of Glory, Shadows of the Valley e The Book of Souls. UP THE IRONS!! \m/

  • Artur Nascimento/Jornalista/33 anos
    “É apenas mais do mesmo”

Antes de mais nada, sou indiferente ao Iron Maiden, gosto das boas, mas não venero a banda.

Ao meu ver é apenas mais do mesmo o novo álbum, não tem uma Fear of the Dark para arrebatar novos fãs.

  • Vandré Monteiro/Servidor Público/32 anos
    “Não me incomoda em nada escutar, mas também não compraria o álbum”

Esse foi o primeiro álbum do Iron Maiden que eu ouvi (para dar esse depoimento). De cara, dá pra perceber que os caras são músicos excepcionais. Os arranjos e melodias são elaborados, mudam de tom, de andamento, e muitos solos são de difícil execução. Eles tentam sempre colocar coisas diferentes nas músicas, e conseguem sempre com naturalidade (em Empire of the Clouds tem um trecho em que a bateria parece um tambor tribal… ficou ótimo!). E o som é bom, dá pra ouvir numa boa.

No entanto, uma vez que todas as músicas tem aquele som pesado, acaba ficando uma coisa um pouco cansativa, especialmente quando se ouve o álbum inteiro de uma vez (não a toa, minha música favorita foi a mesma Empire of the Clouds, que tem um bom pedaço onde se destacam instrumentos de música clássica). Acredito que seja um problema que tenho com o metal, já que esse som pesado provavelmente é o que atrai seus maiores fãs. Também procurei ouvir novamente acompanhando a letra (uma vez que a letra tem um peso grande na música, pra mim). E não fiquei muito impressionado, não.

Tem trechos bem legais; outros, nada de mais (nenhuma letra especialmente ruim). Eles brincam muito com a ideia de sagrado e profano. Também abordam algumas questões genuinamente humanas, o que é bem legal (poderiam explorar mais isso). Acho até que algumas músicas iam ficar MUITO BOAS se fossem tocadas num estilo mais “light”. Mas, não sei precisar por qual motivo, as letras não me tocaram muito. É um álbum divertido, gostoso de escutar (especialmente se você não ouvir numa sentada), e só.

Não me incomoda em nada escutar, mas também não compraria o álbum. Se alguém quisesse comprar e pedisse minha opinião, minha resposta seria algo do tipo: “Se você curte metal, provavelmente vai gostar bastante; se não, não vale a pena.” Escutando mais vezes, essa opinião pode vir a mudar. Mas como impressão inicial, é isso.

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  • Mario Mamede/ DJ e Músico/ 39 anos
    “Um novo clássico da banda certamente”

Gloriosos trinta e sete anos de carreira se passaram desde o primeiro EP gravado e o Iron Maiden continua alimentando gerações com o mais puro Heavy Metal da melhor qualidade. O álbum The Book of Souls conta com o peso e riqueza de elementos que a banda criou e desenvolveu ao longo da carreira para a felicidade dos fãs tradicionais, e conta com uma incomum riqueza de conteúdo em canções – até com mais de dezoito minutos – que fazem desse álbum, o primeiro duplo de inéditas, um novo clássico da banda certamente.

São mais de uma hora e meia de Heavy Metal, de integrantes na faixa de 60 anos, Bruce Dickinson passando pelo câncer de garganta e cantando pra cascalho, destacando canções maravilhosas como The Red And The Black do mestre Steve Harris, de When The River Runs Deep e a faixa título The Book Of Souls, do hit Speed of Light e seu criativo clipe ‘gamificado’, da empolgante Death Or Glory e da grandiosa Empire Of The Clouds. Sou fã da banda e não existe prazer maior que ouvir um álbum novo do Iron Maiden e sentir a mesma coisa boa no coração que sentia ouvindo os clássicos dos anos 80. Up The Irons!!

  •  Pedro Fraga/Barman/36 anos
    “Esse é o melhor trabalho desde a volta do Bruce”

Ouvindo aqui o álbum eu posso dizer que, na minha opinião, esse é o melhor trabalho desde a volta do Bruce Dickinson em 2000. O cara gravou o álbum com câncer né? Doideira…

Não está tão progressivo, e chato, como o álbum anterior. E olha que eu sou fã, hein. Achei o álbum mais voltado para a década de 80, o final dela. Mas compará-lo com os álbuns de lá (anos 80) acho um certo exagero.

Os caras estão com uns sessenta anos? Está um album bom pra cacete. If Eternity Should Fail é muito boa. Achei genial da parte deles programarem  a próxima turnê de acordo com o número  de downloads. Resumindo, é melhor trabalho da Donzela desde a volta do Bruce, sem dúvidas.

  • Victor Naine/Fotógrafo e Professor de Filosofia/33 anos
    “Não consigo ouvir uma banda que se repete por mais de três álbuns”

Eu podia me dedicar mais pra escrever um crítica mesmo, analisando detalhes, etc. Mas darei apenas meu parecer 100% subjetivo!

Não consigo ouvir uma banda que se repete por mais de três álbuns, muito menos uma que se repete por mais de 30 anos, diferente do Metallica, por exemplo, que sempre lançava um álbum com uma pegada diferente da anterior. – Sim, fazer isso é MUITO arriscado, ainda mais no meio do metal que o fã é chato pra caralho com essa parada de ser “tr00”. O Iron se mantém super tr00 até hoje e quem gosta de toda a carreira não tem porque não gostar do The Book of Souls, mas eu infelizmente não tenho paciência pra mesmíssima coisa que eu ouvia quando criança.

Em outras palavras, eu até gostei do álbum novo (tá bem feito, tá bonito), mas se eu pausar minha playlist pra ouvir Iron, que seja para ouvir um álbum clássico.

  •  Diego Padilha/Fotógrafo/32 anos
    “Iron Maiden é uma banda que sempre passa no teste cego”

Então, eu curti MUITO! Não de primeira.. Foi progredindo cada vez que eu escutava o disco. Me apeguei mais aos instrumentais do que as melodias de refrão, mas é inegável que eles sabem muito bem manter um estilo e deixar assinatura. Iron Maiden é uma banda que sempre passa no teste cego.

Os timbres desse cd estão incríveis e Bruce cantando pra caralho – apesar de, na minha humilde opinião, rolarem uns agudos que deixam claro o esforço dele (tadinho). Podemos concordar que ele não precisa mais provar nada pra ninguém, né? De qualquer forma, não tenho ouvido mais nada nessa última semana.

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  • Thiago Pinheiro/Jornalista e DJ/ 34 anos
    “Longo, chato, com canções repetitivas com jeito de ‘lado B’ e sem bons refrões”

Um álbum do Iron Maiden. Imediatamente, a primeira coçada na cabeça vem ao ver a duração das músicas. Tem três com mais de dez minutos, isso já assusta – e muito! O nome, claro, não ajuda nem um pouco, já que essa história de “O Livro das Almas” é muito filme de terror medieval. Enfim, abri uma página com as letras e dei play. Começou a tocar If Eternity Should Fail.

É difícil escrever sobre uma banda que você não gosta. Todos os preconceitos vêm na frente e as críticas que são desconsideradas. Mas, com preconceito ou não, não adianta. É um álbum bem fraco.

Por parte da produção, achei o vocal do Bruce Dickinson bem alta, mesmo passando para o fone de ouvido. Com isso, as guitarras praticamente desapareceram das canções, com um pico aqui e acolá em determinados momentos.

A faixa inicial começa em marcha lenta e não empolga. Mesmo que, hoje, em épocas de download, poucos ouçam um álbum em sua ordem, If Eternity Should Fail não parece decolar e deveria estar perdida lá para o final.

O álbum continua no mesmo nível, até chegar à longuíssima The Red And The Black, que lembrou muito o Iron Maiden dos anos 80, com aquela cavalgada de guitarra e baixo (que se repetem na faixa-título e em Death or Glory), seguida do tradicional “ôôôôô” no refrão. Deve funcionar nos shows.

When The Rivers Runs Deep é mais agitada, devendo agradar os fãs antigos, com Death or Glory no mesmo estilo, mas bem abaixo, assim como Shadows of the Valley.

A baladinha fica por conta de The Man of Sorrows, repetindo a manjada fórmula do metal de iniciar esse tipo de canção apenas com um dedilhado na guitarra acompanhando a voz. Nada de novo.

Tears of a Clown, The Book of Souls e a canção que encerra o álbum, Empire of The Clouds são canções de meio tempo que pouco acrescentam, não fariam falta alguma se ficassem de fora do álbum.

Fechando a conversa, para um fã de Iron Maiden, The Book of Souls deve ser uma álbum nota cinco. Longo, chato, com canções repetitivas com jeito de “lado B” e sem bons refrões. Para quem não é fã… Bem, você não vai ouvir um álbum do Iron Maiden, não é?

Próximo!

  • João Paulo Braga/Consultor de TI/33 anos
    “Você dificilmente pulará alguma música”

O novo álbum do Iron Maiden, The Book of Souls resgata, em grande parte, a identidade da banda que a muito não era vista. Com levadas muito características, a música que abre o álbum, If Eternity Should Fail, demonstra a tendência do novo álbum que reúne um pouco de várias épocas marcantes da banda. Alguns riffs e introduções remetem a outras músicas da banda, como no caso de Shadows of the Valley que tem uma introdução muito similar a Wasted Years. Mas todas as músicas possuem sua identidade com melodias marcantes e singulares com tudo de melhor que o Maiden pode oferecer.

Em resumo, Book of Souls é um álbum que flui muito bem e que você dificilmente pulará alguma música ao escutá-lo na integra. Todas são muito bem trabalhadas e não estão ali apenas por estar. Cada composição tem o potencial de integrar o setlist futuro do Iron Maiden juntamente com os clássicos conhecidos da época áurea da banda que estão sempre presentes.

  • Julio Cesar Caruso/Professor/39 anos
    “Não consegui ouvir até o final não”

Se alguém me perguntar: “Você gosta do Iron Maiden?”, eu já sei o que posso dizer: “Só das introduções das músicas”. Confesso que achei que não iria conseguir ouvir durante muito tempo, pois não gosto mesmo desse estilo de música. Não gosto principalmente da maneira de cantar do vocalista. Me faz lembrar do incômodo que é você tentar em plena boate, bem ao lado da caixa de som, você tentar perguntar qualquer coisa a um companheiro seu e, apesar de estar, bem ao pé do ouvido, você ainda tem que gritar. Para mim é como se o vocalista gritasse para superar o barulho – nem gosto de chamar de “som” o ruído produzido por guitarras e baterias.

Mas vou confessar que gostei da música que dá nome ao cd. Me superei e consegui ouvi-la até quase o final. Não consegui ouvir até o final não. É muito barulho. Mas depois ouvi aleatoriamente The Red and the Black, If The Eternity Should Fail, nessa ordem, e foi aí que me dei conta de que as introduções são muito boas! Mas quando começa a guitarrada, perco totalmente o tesão de continuar ouvindo. Aí fui tentar ouvir Speed of Light e já nos primeiros acordes começam os escândalos, assim como Death or Glory, e pronto, desisti de ouvir mais o álbum.

Talvez para um fã seja prazeroso ouvir, mas para mim não. Bom, está frase na verdade pode servir para qualquer estilo de música. Fã que é fã, gosta. Acho que eu disse algo meio óbvio. Mas se quer saber porque eu não gosto do Iron Maiden, a resposta é simples: não gosto desse estilo de música. Na minha cabeça vejo sempre caras de preto, cabelos compridos, venerando caveiras e esqueletos e quase que evocando espíritos do mal e entrando em êxtase a cada som de guitarra e baterias ensurdecedoras. Ok, estou bem preconceituoso e baseado em estereótipos. Mas é ou não é o estilo da maioria? Eu não gosto. Mas, como eu disse, não sou do tipo de pessoa que acha que o que eu gosto é o melhor e o único que presta. Quem gosta de se vestir de preto, couro, camisa com caveira, abrir a boca e por a língua para fora etc, etc…que curta e faça com prazer!

Por fim, queria dizer que não odeio o Iron Maiden. Só não gosto do estilo de música e pronto. Duvido que um fã do Iron conseguiria ouvir um cd de Bossa Nova ou Axé por inteiro a menos que fosse a trabalho…então, igual!

  • Osiris Larkin/Diretor Cinematográfico/30 anos
    “É um álbum pra quem gosta de Iron Maiden”

É Iron Maiden clássico. Se alguém tiver procurando alguma coisa fora Iron Maiden, não deveria ter comprado/baixado o álbum de uma banda que mantém seu estilo próprio tão fiel e por tanto tempo. Eles não querem mudar, e nem tem porque eles mudarem. Os fãs gostam de Maiden, e é isso que a banda mais uma vez proporciona. Eu, como fã, gostei bastante.

O álbum tem suas faixas mais inspiradas e outras nem tanto, como qualquer álbum de qualquer artista. Pra mim a introdutória If Eternity Should Fail cai na segunda categoria, mas o álbum melhora com Speed of Light (que tem um clipe ótimo pra geração que cresceu com os primeiros videogames), e quando chega na The Red and The Black, o álbum deslancha naquele bom e velho estilão que faz tantos fãs se acabarem nos shows cantando “Ôôôôoooooo Uôôôôôooooo!!”.

Para os que dizem que é mais do mesmo, realmente é. A introdução da música Shadows of the Valley por exemplo, é parecida até demais com a introdução da Wasted Years, mas pra quem gosta de Maiden isso não é necessariamente ruim. A novidade do álbum é o piano na Empire of the Clouds. Não lembro a última vez (se alguma) ouvi um piano numa música do Iron, e ainda me dizem que é o próprio vocalista Bruce Dickinson que o toca (o que esse cara não faz? Venceu até o câncer). Em suma: Esse é um álbum pra quem gosta de Iron Maiden. Eles não parecem interessados em alcançar novos públicos, e acho que o velho público vai ficar satisfeito.

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  •  Rafael Ferreira/Desenvolvedor de Software/35 anos
    “É um meio termo entre o pós-Brave New World e os ‘Golden Years'”

O novo álbum do Iron Maiden, The Book of Souls, pode ser classificado, na minha opinião, como um meio termo entre o estilo que a banda adotou nos álbuns pós-Brave New World, e o estilo tão consagrado nos chamados ‘Golden Years’.

Existem sim algumas músicas meio cansativas de ouvir, ao estilo Matter of Life And Death, mas também existem outras, como a tão falada Speed Of Light, que segue completamente os estilo, não somente do Maiden dos Anos 80, mas sim todo o Rock/Metal desta década. Gostei muito.

  • Gilberto Dutra/Fotógrafo/26 anos
    “Após tanto anos dessa pegada, acho que já tá um pouco gasta”

Sou um fã padrão de Iron Maiden. Gosto, mas não conheço todos os pormenores e portanto o que segue é só a minha opinião.

Lembro que uma das coisas que eu reparei mais rápido foi que a proposta da mixagem ou foi muito diferente, ou estava esquisita. Eu achei que a qualidade final da gravação não estava lá essas coisas, sabe? Digo, pra uma banda desse porte.

Dito isso, eu achei o álbum “OK”. Alguns pontos altos como Death and Glory que me lembraram algumas coisas mais antigas, com as cavalgadas, mas no geral, pra mim, que sou um fã médio da banda, é um álbum normal plus.

Isso pode se dar ao fato de hoje eu não escutar tanto metal quanto ouvia antigamente. Provavelmente ouviria de novo e acharia bacana de novo, mas só isso. Empire of Clouds eu achei muito bonita e gostei do fato dela demorar pra se desenvolver. Pareceu uma The Odyssey do Symphony X, mas feita pelo Iron Maiden, mas isso em si torna essa uma música mais limitada, tendo em vista que o que o Iron e o SX podem fazer em uma música serem coisas muito diferentes.

Eu senti uma certa nostalgia em algumas partículas de algumas músicas. The Red and The Black, por exemplo, me lembra alguma música do Brave New World que eu não lembro qual. Achei bacana, mas isso vem de alguém que gostou do Unarmed, do Helloween. Eu, essencialmente, prefiro coisas novas à nostalgias.

Acho que meu veredito final é que esse foi um álbum legal, mas bem seguro. Não que eu esperasse que o Iron Maiden fosse mudar o metal pra sempre com esse álbum, mas após tanto anos dessa pegada eu acho que já tá um pouco gasta. Algo tipo 6/10.

  •  Daniel Lima/Tradutor e blogueiro/31 anos
    “Algumas músicas trazem apenas riffs de antigos hits repaginados”

Não chego a ser um fã da banda, mas posso dizer que sou um fã do álbum Fear of the Dark (1992). Na minha humilde não-abalisada opinião, uma das melhores obras da história do Heavy Metal. Após anos sem lançamentos, fiquei achando que The Book of Souls poderia ser uma espécie de “reinvenção” da banda, trazendo inovações, novos elementos.

No entanto, terminei com a impressão de que algumas músicas trazem apenas riffs de antigos hits repaginados, além de faixas que talvez não precisassem ser tão longas. Obviamente, o poder da voz de Bruce e as guitarras da banda continuam sendo um show que vale a pena ser conferido. Eu destaco a faixa The Red and The Black. Não (apenas) por ser flamenguista. A canção tem uma introdução bem envolvente e uma letra bem inspirada.

  • Raphael Simons Lopes/Fotógrafo/30 anos
    “Você irá transbordar em felicidade e animação”

Bem, na minha opinião como fã, o Iron não decepciona. Ele mantém o mesmo padrão há anos e isso o torna único. As letras estão muito bem compostas, principalmente a que eu aguardava sobre o falecido mestre Robin Williams (mesmo contendo uma simplicidade melódica, mas que não deixa de ser um grude sentimental).

Está bem produzido e contém arranjos de piano e orquestra, que é excelente, e não falta aqueles momentos em que a galera irá cantar junto ou somente acompanhar no clássico “ôôô”. Resumindo informalmente: Se você se sente triste, deprimido, desmotivado, escute o novo álbum do Iron Maiden que você irá transbordar em felicidade e animação.


Ouça o The Book of Souls, tire suas próprias conclusões e compartilhe aqui com a gente nos comentários!

E novamente muito obrigado aos amigos-voluntários que deram a sua opinião para os leitores do Canal RIFF!