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Digerindo a morte de Bowie

Por Laura Tardin I Fotos Getty

Às 7:00 dessa segunda, acordei.

David Bowie morreu.

Cacete, Bowie não. Não, por favor, levem outro cara. Me peguei conversando há poucos dias exatamente sobre isso – quem vai morrer e me deixar triste? Depois da morte de Lemmy, nomes vieram à cabeça. Paul, Dylan, Smith, May. Os Stones. Led Zeppelin. Bowie.

Tomada pelo sono, me lamento em silêncio enquanto leio as notícias. Aparentemente não é mentira. Que ruim, me sinto mal por sua família. Apesar dos sentimentos, durmo de novo.

Quando acordo novamente, ponho para escutar Lazarus, clipe lançado do último CD, Blackstar. Aí, eu desabei.

MANCHESTER, ENGLAND - NOVEMBER 17: David Bowie in silhouette performs on the first night of his UK tour at the MEN Arena on November 17, 2003 in Manchester, England. (Photo by Alex Livesey/Getty Images)

Segunda-feira foi um dia estranho. Acho que para todos nós, fãs de rock. Passei o dia entre homenagens, leituras, discos devorados, tristezas. O que há na morte de um artista que nos atinge tanto? Aposto que tanta gente, como eu, sequer chegou a ver um show do Bowie.

Ora, Bowie nos disse muitas coisas durante sua carreira, inclusive que seu fim estava próximo. E estava. Entretanto, acho que daí vem a dor: como dissociar “Bowie” de todos os seus personagens, e  de “David Jones”, inglês, que morreu depois de 1 ano e meio lutando contra o câncer? O artista vira gente de carne e osso? Vive, cria e morre? Como…todo mundo?

Para mim, a morte de um artista sempre tem um quê de sexo dos anjos. É algo que evitamos falar, mistificamos, não sabemos explicar. Não sei porque a morte de David Bowie me faz chorar tanto quanto a morte da minha avó. Talvez o considere parte da família. Afinal, tem fotos dele na minha casa. Escuto sua voz, às vezes, por um dia inteiro. Ele é parte da minha vida, da minha história.

Volto à 2009, quando Michael Jackson morreu. Das mortes que acompanhei nos meus 24 anos de vida, essa foi com certeza a mais dolorosa. Primeiramente, ninguém esperava que, com turnê para começar, ele nos deixaria tão cedo, de uma forma tão estranha quanto sua trajetória pessoal. Foi dramático e, como sempre, tive pena do Michael. Um cara talentoso, mas perdido. Em segundo lugar, sua morte foi tão intensamente explorada pela mídia que a dor parecia multiplicar-se. Cara, jamais vou me esquecer do funeral de Michael Jackson, transmitido ao vivo. Dentro daquele carro funébre que ia pelas ruas de Los Angeles, lá estava Michael Jackson, genial e fraco, em seu último estrelado nesse mundo, para nunca mais voltar. Dias como aquele me fazem agradecer pelo fato de Jim Morrison e Freddie Mercury já estarem mortos quando eu nasci – sinceramente, não sei o que eu faria se visse um dos dois morrerem diante dos meus olhos.

Voltando à Bowie, memórias não paravam de vir. É realmente como perder um amigo, alguém que estava lá. “Lembra aquela vez em que…?” “É, David estava com a gente”. Ainda fiquei o dia todo pensando em meu pai e minha mãe, que mesmo após 11 anos separados, disseram exatamente a mesma coisa: “Agora estou órfão de Lennon e Bowie”. Caramba, um carinha colocou meus pais para pensarem na mesma coisa ao mesmo tempo, e isso é incrível.

Floral tributes are seen beneath a mural of British singer David Bowie, painted by Australian street artist James Cochran, aka Jimmy C, the day after the announcement of Bowie's death, in Brixton, south London, on January 12, 2016. Music legend David Bowie was famously private during his lifetime -- and in death, as a string of questions about the circumstances of his passing remained unanswered. His official social media accounts had announced the shock news of his death at 69 on January 11, 2016: "David Bowie died peacefully today surrounded by his family after a courageous 18-month battle with cancer," adding a request for privacy for the grieving family. / AFP / LEON NEAL (Photo credit should read LEON NEAL/AFP/Getty Images)

Os dias se passam e ondas maiores me atingem. Sou atingida pela morte de Bowie porque meus pais estão envelhecendo e penso que, um dia, eles vão partir. Podem parecer eternos como Ziggy Stardust, mas são efêmeros como papel. Se David se foi aos 69, talvez não reste muito tempo para meus pais, que viveram simultaneamente a ele. Sonhei que recebia a notícia de que meu pai tinha morrido e, ao acordar, pensei sobre como a morte de alguém que eu nunca conheci me afeta em questões profundas. Como meu pai diz, nunca sabemos como vai reagir.

Também tenho arrependimentos bobos, tipo, “por que diabos eu fiquei ouvindo o CD do Justin Bieber quando David Bowie estava em sua última semana na Terra?”. Revejo tudo o que estou fazendo, como se tivesse uma segunda chance de ligar para alguém. É assim que me sinto ao ver “Lazarus” – com um sentimento de pena, perda, ausência. Como se eu pudesse pegar na mão de Bowie enquanto ele está deitado e estar dançando com ele no segundo seguinte. Ou pedir para ele ficar antes que ele entre naquela porta.

Estou arrasada. Já declarei que essa é uma semana perdida, triste, pesada.

David, vá em paz, espero que você realmente esteja no paraíso com tantos amigos que já se foram. Ou em Marte, como preferir. Amamos você para sempre.

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Todos os vencedores do Prêmio RIFF de Música 2015

No último dia 21 de dezembro o Canal RIFF orgulhosamente apresentou a sua primeira premiação oficial: o Prêmio RIFF de Música 2015. Ao todo foram 13 categorias eleitas através de voto popular.

O grande vencedor de 2015 foi a banda Versalle, finalista do programa SuperStar da Rede Globo (vencedora do infame Glande de Ouro). A Versalle levou nada menos do que o Álbum do ano (Distante Em Algum Lugar), Música do ano (Marte) e Banda/Artista nacional.

Florence and The Machine faturou Banda/Artista internacional. O melhor show internacional foi para o System of a Down, pelo showzaço do Rock in Rio. Já o CPM 22 levou o melhor show brasileiro, justamente pelo apresentado no mesmo festival. Por sinal o Rock in Rio levou o prêmio de melhor line-up.

A revelação do ano foi a banda de rock Mr Catra e os Templários. O clipe de Histeria, do Scalene, foi eleito pelos fãs o melhor de 2015. A viajada capa de Currents, do Tame Impala, ganhou com a melhor do ano. E a mídia de música que mais se destacou em 2015 foi o canal Minuto Indie. O melhor riff de guitarra foi para Don’t wanna fight do Alabama Shakes.

Ah, e o próprio Canal RIFF quis saber qual quadro que mais agradou no ano. O finado Comentando SuperStar foi o grande vencedor (ele não está mais no YouTube, mas pode ser revisto no Facebook do RIFF).

Confira a lista COMPLETA dos resultados e até dezembro de 2016!

  • Banda/Artista do Ano – Internacional

Florence and The Machine

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Foto: Tom Beard/Toast Press
  • Banda/Artista do Ano – Nacional

Versalle

Foto: Divulgação/Facebook da Versalle
Foto: Divulgação/Facebook da Versalle
  • Melhor Clipe

Histeria (Scalene)

  • Melhor Show – Internacional 

System of a Down

  • Melhor Show – Nacional 

CPM 22

  • Revelação 2015 

 Mr Catra e Os Templários

  • Melhor capa de álbum 

Currents (Tame Impala)

Currents

  • Melhor riff de guitarra do ano

Don’t wanna fight (Alabama Shakes)

  • Melhor quadro do Canal RIFF 

Comentando SuperStar

  • Melhor line-up de Festival 

Rock in Rio

Foto por Ariel Martini / I Hate Flash
Foto: Ariel Martini / I Hate Flash
  • Mídia de Música 

Minuto Indie

minuto indie

  • Música do Ano 

Marte (Versalle)

  • Álbum do ano 

Distante Em Algum Lugar (Versalle)

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Para Entender: O Punk Inglês

Por Thiago Pinheiro I @pinheiro77

Punk. Se você sair às ruas e questionar sobre o que isso significa, receberá uma resposta para cada um que ouvir. Fora, claro, a eterna discussão sobre onde o movimento começou: Londres ou Nova Iorque (tudo sobre Ramones aqui).

Mas, deixando a discussão de lado, o Punk realmente surgiu lá nos EUA, mas é inegável que a Terra da Rainha soube dar uma cara única ao movimento a partir do Sex Pistols. Depois que Johnny Rotten começou a bradar sobre a anarquia pela ilha, centenas de bandas vieram a ser formadas ou tomaram coragem para sair da garagem.

O fato é que o Punk, com as pequenas gravadoras, fez reviver a era dos singles dos anos 50, o que foi mais uma das suas características de remeter ao surgimento do Rock and Roll. Assim, como movimento na Inglaterra, o Punk durou de 1976 até 1980. A partir dali, todas as bandas já haviam migrado para os novos estilos ou subestilos que haviam surgido: Hardcore, Post-Punk, New Wave ou 2Tone.

Entretanto, antes de se realocarem, dezenas de bandas que vieram a se consolidar em outros estilos, passaram pelo Punk. A Inglaterra, ou melhor, o Reino Unido, mais do que qualquer outro lugar no mundo, foi palco de uma profusão de grupos de estilos tão distantes como Buzzcocks, The Cure, Elvis Costello, Jam e Stiff Little Fingers.

Assim, nesta playlist, procurei não apenas relacionar os grupos que efetivamente vieram a ser identificados como Punk, mas todos que, de uma maneira ou de outra, surgiram por causa da onda Punk que passou pela Grã-Bretanha naquele período.

Ao ouvir a playlist, sugiro que o faça em ordem aleatória, pois não há sequência cronológica. Ela está, em grande parte, em ordem alfabética.

OBS: não há canções do Flys e do Crass no Spotify, por isso eles ficaram de fora da playlist.

Talvez a banda mais curiosa da listagem seja o Chumbawamba. Sobre eles, vale falar um pouco mais:

Apesar do sucesso com “Tubthumping” ao final da década de 90, a carreira do Chumbawmba remonta ao início da década de 80 quando estiveram envolvidos com o Anarcho-Punk junto ao Crass e ao Oi Polloi.  Curioso é que eles participaram de um LP chamado “Fuck EMI” em 1989 e assinaram com a gravadora em 1997, tendo o seu hit mundial no ano seguinte.

Bandas incluídas:

Primeira leva do Punk

Em comum, as bandas aqui têm o fato de terem sido da primeira geração do punk britânico ou de sempre terem sido identificadas como Punks.

999, Adverts, Alternative TV, Anti-Nowhere League, Banned, Billy Bragg, Buzzcocks, Carpettes, Chelsea, Cortinas, Drones, Eater, Generation X, Lurkers, Newtown Neurotics,  Penetration, Rezillos, Rudi , Sex Pistols, Sham 69, Stiff Little Fingers, Television  Personalities, The Adicts, The Boys (e The Yobs), The Clash, The Damned, The Flys, The Jam, The Nips, The Outcasts , The Stranglers, The Users, Toy Dolls, UK Subs, Undertones, Vibrators, Vic Godard & Subway Sect, X-Ray Spex.

sex pistolsSex Pistols

2Tone (Ska)

O 2Tone é o nome que se dá à segunda leva do ska, com a primeira tendo sido a original, à que deu origem ao Reggae, na Jamaica, nos anos 60. O nome do 2Tone é por causa das roupas, sempre em tons preto e branco, mas, principalmente, pela gravadora 2 Tone Records, do tecladista do Specials.

English Beat, The Selecter, The Specials.

Reggae/Ska

As bandas aqui surgiram no meio Punk, mas o reggae e ska acabaram por ser o seu principal componente.

The Ruts, The Police, Slits.

Oi! e Street Punk

Embora a maioria das bandas abaixo já existisse quando o jornalista (e vocalista do Gonads), Garry Bushell, intitulou o movimento com esse nome em uma resenha.  “Oi!” é algo que os ingleses, particularmente os do subúrbio (os cockneys), dizem como se fosse uma vírgula. Em qualquer frase, você poderá ouvir um “oi!”. Embora o som tenha sido, historicamente, ligado aos skinheads, a primeira leva de bandas não tinha ligação com o movimento.

4-Skins, Angelic Upstarts, Blitz, Brats, Business, Chron Gen, Cock Sparrer, Cockney Rejects, Expelled, Gonads, Last Resort, Menace, Notsensibles, Partisans, Peter and the Test Tube Babies.

cockney rejectsCockney Rejects

AnarchoPunk

O Crass não tem como entrar em nenhuma das categorias. Embora o som do seu álbum inicial, “The Feeding of the 5000” fosse muito mais próximo do Street Punk, o grupo iniciou a vertente intitulada como AnarchoPunk e a levou até às últimas consequências. O Crass virou uma comunidade e suas atividades iam muito além das músicas.

Crass, Chumbawamba, Poison Girls.

New Wave e Pós-Punk

Muitas das bandas aqui não têm efetiva ligação com o Punk, mas são filhas indiretas do movimento. A maioria aproveitou o turbilhão do Punk como empurrão para começar as atividades e foram mudando o som à medida que o grupo crescia, distanciando-se do Punk que perdia a força com a chegada da década de 80.

Adam and the Ants, Au Pairs, Boomtown Rats , Department S, Elvis Costello, Joy Division, Magazine, Only Ones, Pop Group, Rich Kids, Siouxsie And The Banshees, Skids, Slaughter and the Dogs, The Cure, The Fall, The Members, The Photos, The Raincoats, Theatre Of Hate, U2, Ultravox , UK Decay, Wire, Wreckless Eric.

elvis costelloElvis Costello

Hardcore

O Hardcore é a evolução mais comumente associada ao Punk. Algumas das bandas simplesmente aceleraram o já rápido som do Punk e acrescentaram mais peso. O Hardcore também flertou mais com o anarquismo, mas não com a mesma intensidade do Crass.

Anti-Pasti, Exploited, G.B.H., Subhumans, The Varukers

Outros

Eddie & The Hot Rods e Tom Robinson Band.

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ESPECIAL: O K-Pop em 10 artistas imperdíveis

Por Lucas Sales I @LucasAtende I Com colaboração de Thais Hern e Suzana Schneider

Se você é um ser humano e habita o planeta terra já deve ter ouvido falar ao menos uma vez de Korean Pop – ou simplesmente K-Pop. E se não ouviu, eu te perdoo. Afinal, estou escrevendo para o Canal RIFF justamente para trazer conteúdo novo sobre pop.

O estilo musical Sul-Coreano que possui fortes influências no pop ocidental, tem suas origens no início dos anos 90 e hoje em dia com a globalização da cultura oriental tem feito a cabeça de milhares de jovens, inclusive no Brasil. A maior prova dessa globalização se dá por conta do clipe Gangnam Style. Vai me dizer que você não arranhou um coreano quando o clipe tava estourando? Minhas tias tudo fizeram a dança do cavalinho no meu aniversário daquele ano.

De algo desconhecido a um estilo completamente abraçado pela cultura pop, o ritmo coreano figura , hoje em dia, entre propagandas virais, páginas de moda a top das paradas e possui como principal característica batidas modernas porém geralmente sincronizada com coreografias de tirar o fôlego só de assistir, num videoclipe. Sim, no K-Pop a música é apenas uma parcela do pacote total.

Mas agora que você já sabe o que K-Pop é, vamos ao que interessa: riffs! O Canal RIFF separou 10 artistas essenciais do K-Pop para você curtir e conhecer um pouco dessa vertente do pop que fica forte a cada dia mais.


10) Gain
Gain é uma cantora coreana anteriormente conhecida pelo grupo Brown Eyed Girls, que estreou em 2005. Foi em 2010 com o single “Irreversible” que Gain ganhou asas com sua carreira solo. Seu estilo é bem particular, passeando pelo pop, eletro-dance e “nuevo tango” (estilo nuevo até pra mim).

9) f(x)
Certamente o f(x) é uma das bandas que mais se destaca dentre o K-Pop pelas suas singularidades e riscos. Com um estilo fashion singular bastante colorido e a aposta na sonoridade arriscada do electropop, foi com seu segundo album Pink Tape que a banda tomou notoriedade no show business internacional.

8) MBLAQ
Uma das primeiras bandas a pisar em território nacional, em 2014, o MBLAQ (acrônimo de “Music Boys Live in Absolute Quality”) é uma banda de 2009 onde seu principal estilo fica dentro do pop. Também com uma discografia japonesa, possui como single que marcou o início de sua carreira “Oh Yeah”.

7) Super Junior
A banda estreou em 2005 com 12 integrantes, ganhando mais um posteriormente. Seu single de maior sucesso internacional é o “Sorry, Sorry”, de uma carreira onde venderam 1,7 milhões de cópias físicas de discos em um curto espaço de tempo. Também está no grupo de top banda mais amadas do K-Pop.

6) EXO
O EXO é um dos mais recentes no cenário, mas já é conhecido como um dos mais amados grupos masculinos na Coréia do Sul e Japão. Com estreia em 2012, o grupo possui originalmente 12 membros, dividido em 2 sub-grupos: O EXO-K e o EXO-M, que trabalham divulgando o grupo simultaneamente na Coréia e na China. Louco e bem singular, né?

5) SHINee
A banda estreou em 2008 e é conhecida pelas suas coreografias complicadas e completamente sincronizadas, além de seu estilo único e que faz a cabeça dos meninos na Coréia do Sul e Japão. Também esteve no Brasil no ano passado, durante o festival Music Bank.

4) Big Bang
Um dos mais populares e mais conhecidos grupos de K-Pop, foi fundado em 2006 pela gravadora YG Entertainment. Alguns membros (como por exemplo G-Dragon ou T.O.P) já possuam carreira relacionada ao entretenimento, seu estilo varia entre o pop, hip hop e dance.

3) 2NE1
Leia-se “to anyone” (“para qualquer um” em tradução livre), a banda começou como proposta alternativa para a banda masculina Big Bang, sendo divulgada no começo da carreira bem comumente como “Big Bang feminino”. Começaram sua carreira em 2009, e ironicamente foi com o single em parceria com o Big Bang chamado “Lollipop” que a banda ficou internacionalmente conhecida. Curioso é que a canção Lollipop não era elegível a figurar em paradas de sucesso oficiais por ser uma canção criada para promover o celular Cyon Phone Lollipo, configurando a música como jingle comercial.

2) Girls Generation
Uma girl-band formada por oito garotas que já possuíam histórico na industria do entretenimento, está na estrada desde 2007, mas foi com o sucesso do single “Gee” em 2009 que a banda ficou conhecida nacionalmente na Coréia do Sul. Não demorou muito e a banda lançou álbum no Japão em 2011, fortalecendo a conexão Nipo-Sulcoreana, e em 2013 lançou um álbum norte-americano pela Interscope.

1) BoA
A primeira a emergir no ocidente, fez a ponte de sucesso entre o pop japonês que permeava os eventos de anime há mais de dez anos, e o pop coreano. Seu álbum de estreia Listen to My Heart obteve notável sucesso no Japão, tornando BoA a primeira artista coreana abrangentemente conhecida no Japão. Há quem diga que ela foi responsável até mesmo por ‘restaurar‘ a ponte cultural entre o Japão e a Coreia do Sul – cuja conexão entre os países foi abalada por um histórico de guerras.

Bônus!
Fruto da internacionalização do K-Pop, eis que o internacionalmente conhecido Dj Skrillex chamou cantores pop coreanos para seu hit “Dirty Vibe”. Vale a conferida, pois representa a troca de duas culturas que andam se retro-alimentando nos últimos anos.

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Artigo Resenha

OPINIÃO: Do lado de fora do muro de Roger Waters

Por Thadeu Wilmer

Como já foi dito, na última terça-feira, dia 29 de setembro, Roger Waters foi às telonas ao redor do mundo com a exibição única da que promete ser a última remontagem de seu aclamado espetáculo The Wall – remontagem esta que possuiu um único objetivo: o de ser desmontada, destrinchada, explorada até seu último tijolo.

Foi a primeira vez que assisti a um filme com um prólogo. Antes da exibição, o ator norte-irlandês Liam Neeson nos contou acerca de sua experiência transformadora com a obra, que lhe caiu como uma luva no violento contexto separatista de seu país à época – afinal, isolamento não é o único dos temas centrais de The Wall, dividindo esse posto com a guerra.

bringtheboysbackhome

Isso fica nítido logo na primeira cena: Roger, no cemitério militar da comuna italiana de Anzio, onde está localizado o monumento a Eric Fletcher Waters, seu pai, tocando no trompete para um campo de lápides o tema de “Outside The Wall“, que compõe o início da primeira faixa da versão de estúdio do álbum, “In The Flesh?“, dá o tom do que estaria por vir ao longo dos próximos intervalos entre as músicas do show.

Do brusco corte ao início de fato da primeira faixa até os agradecimentos finais, a película é recheada de cortes para momentos importantes da vida de Roger Waters, transformando-se ali de mero autor em eu-lírico e contando a história de como derruba, diariamente, seus muros. Da primeira leitura da carta que sua mãe recebeu avisando-a da morte do marido à primeira visita ao túmulo de seu pai e seu avô, os tijolos vão sendo removidos, um a um, quase que num tutorial ou manual de instruções, a fim de dar exemplo a todos que têm muros a serem derrubados.

outsidethewall

Após a exibição do concerto, que se encerra com Roger no mesmo cemitério do início, tocando a mesma música do início, mas num ponto mais específico – o memorial de seu pai -, Roger tenta uma última vez derrubar a muralha mais difícil de sua vida: o Pink Floyd. Sentado na mesa de um bar reservado com Nick Mason, baterista da banda, eles respondem a perguntas enviadas por fãs de diversas partes do mundo, num curto trecho chamado “The Simple Facts”.

Perguntas de diversas naturezas, sobre os mais variados temas permearam essa descontraída conversa, desde o show que havíamos acabado de desfrutar até o turbulento relacionamento de Waters e Gilmour. As respostas, muitas vezes imprecisas ou incompletas – afinal, apesar de não aparentarem, estamos falando de dois jovens rapazes na casa dos setenta -, revelaram um tom bem-humorado e sem mágoas.

thesimplefacts

Apesar de sabermos que nem Roger Waters, nem David Gilmour – que vem ao Brasil em dezembro com a turnê de seu novo álbum, “Rattle That Lock” – estão interessados em cruzar a fronteira, é bom saber que, ao menos aparentemente, esse muro – construído com a fama, o sucesso e o dinheiro de um mal-praticado Dark Side of the Moon – não mais segrega de rancor duas das mentes mais privilegiadas da arte.

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ESPECIAL: Camisas, molhos, cervejas, caixões e vibradores – As alternativas para diversificar os produtos das bandas!

Por Guilherme Schneider I @Jedyte

Imagine a cena: você, caro apaixonado por música, acaba de presenciar um show mega maravilhoso. Perante o palco, você viveu uma experiência ao máximo. Aqueles minutos, com aquela banda do coração, foram com uma intensidade tão grande que supriria semanas de marasmo cotidiano. Mas, e logo depois em que as luzes se acendem?

Ainda no calor (literal, pode apostar) de um showzaço vem aquele impulso irracional por consumir a banda –sim,  tudo o que vier pela frente. Fãs cercam as barraquinhas nos pós-show da vida para devorarem todo o possível – e assim montar um estoque de emoções perpetuáveis. Bem, mas, e quando a empolgação termina em uma “olhadinha” apenas nos produtos?

Dance of DaysNenê Altro, do Dance of Days, já publicou livros e zines

Confesso que em diversos shows minha empolgação terminou em uma barraquinha “só” com CDs.

Um absurdo, né? Afinal, a arte de um grupo musical é traduzida ali, em um disquinho com uma dúzia de músicas. Mas, na era do MP3 e Streaming de música uma barraquinha com CDs não me satisfaz.

Posso até comprar, seja para ajudar, fazer minha parte, ou dar ‘uma moral’… Porém dificilmente vou ouvir mais de uma vez – provavelmente vou é converter o CD para MP3… E só.


O Weezer apelou para esse confortável cobertor com mangas

Entra ano, sai ano, e há quem discuta ainda uma “crise” na indústria fonográfica. Sem dúvidas o modelo de negócio mudou – e provavelmente você não consome mídia física (CD, DVD ou Blu-Ray) como consome música digital. A demanda existe, mas as bandas precisam de um pouco mais de ousadia e criatividade.

Bandas, o caminho é diversificar!

Tanto nas independentes, com orçamento contado em moedas de rateio, até os gigantes das gravadoras, chegou sim o tempo de consumir a marca. Sim, a maioria das bandas tem um potencial enorme de transformar as suas letras (e ideais) em produtos.

Ideologicamente chega a ser um pouco feio pensar assim. Mas, garanto que a magia não vai embora só porque os artistas decidiram investir no empréstimo de seus nomes para produtos. Camisas, zines, canecas, calendários, bonecos… Há espaço para todos os bolsos.

É bem verdade também que foi por uma dessas que o finado Chorão, do Charlie Brown Jr, acertou um socão no olho do Marcelo Camelo, dos Los Hermanos. Ou quando João Gordo, do Ratos de Porão, esculachou o Dado Dolabella na MTV.

Separei algumas bandas que trouxeram soluções criativas (algumas apenas bizarras) na hora de monetizar um pouquinho mais. Lógico que existem trocentas outras ideias legais, então, se souber, por favor coloque nos comentários, pode ser?

Confira a lista, com alguns itens criativos e outros excêntricos:

11 – Álbum de figurinhas do Detonator

Detonator

Detonator, o ex-vocalista do Massacration, lançou no ano passado o ótimo Metal Folclore. No ritmo da Copa do Mundo, o cd trouxe dentro do encarte um álbum de figurinhas. Timing perfeito!

10 – Kit de costura do White Stripes

White Stripes

Os White Stripes são certamente uma das bandas mais criativas na hora de vender produtos. Câmera Holga, vitrolas personalizadas, teremim, kilt… Jack White sempre surpreende de alguma forma. Mesmo que com um singelo kit de agulhas e botões – e pode ser útil!

9 – Livro + álbum do MarmorAlma Celta

Uma solução bem legal para vender CDs foi encontrada pelo rock orquestrado da Marmor. A banda formada pelo baterista Marcelo Moreira lançou no ano passado o livro Alma Celta. Cada faixa do álbum corresponde a um capítulo do livro, o que valoriza (e amplia) a experiência, tanto da leitura, quanto da música.

8 – Banco Imobiliário do Metallica

Metallica Banco Imobliliário

Ao lado de War, Jogo da Vida e Imagem e Ação, Banco Imobiliário deve ser um dos jogos de tabuleiro mais queridos do Brasil. Mas nada supera essa versão especial do Metallica, totalmente adaptada para a a história dos álbuns  da banda de metal.

7 – Molhos do Marky Ramone

Marky Ramone Souce

A ideia de uma banda explorar os cinco sentidos só é de fato possível quando o paladar é contemplado. Pensando nisso, alguns já se arriscaram em molhos e pimentas, como os RaimundosPierce The Veil, Gwar ou Bring me The Horizon. Mas, ninguém mandou tão bem como o baterista Marky Ramones, ex-Ramones , que assina uma linha de molho de tomate e outra de pimenta.

6 – Tarô do Neck Deep

tarot

O pop punk galês do Neck Deep proporcionou um inusitado baralho de tarô no álbum Wishful Thinking. As ilustrações seguem o estilo mais tradicional – só que com os membros da banda, claro.

5 – Bonecos!

Beatles Toys

Figure toys, plush, bonecos… chame como for. Desde os modelos cabeçudos de vinil da Funko Pop, aos detalhadíssimos da McFarlane Toys… eles certamente ficam bem na estante de qualquer fã – como essa linha Yellow Submarine dos Beatles.

4 – Esse tênis com a cara do Noel Gallagher

oasis shoe

O eterno Oasis Noel Gallagher teve o seu rosto estampado em uma limitadíssima coleção de tênis da Adidas: apenas 120 pares.

3 – Cervejas!

Cervejas de bandas

Tem sido um clichê interessantíssimo das bandas. Várias já lançaram as suas versões etílicas, tanto aqui no Brasil quanto lá fora. Por exemplo, Matanza, Angra ou Velhas Virgens viraram cervejas aqui. Enquanto AC/DC, Iron Maiden ou Pearl Jam… nada mal, né?

2 – O caixão do Kiss

Kiss Caixão

Só para quem leva MUITO a sério o estilo de vida da ‘Kiss Army’. Os fãs do Kiss podem encomendar um caixão (dois modelos na verdade, até autografados) para um sepultamento memorável – ao menos para os que presenciarem vivos.

1 – Vibradores de Ranmstein, Ghost BC e Motörhead

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Dificilmente a linha de brinquedos eróticos das bandas pode ser mais bizarra. O Motörhead (rei do merchan) ganhou destaque recentemente, mas não chega nem perto aos modelos do Ghost e Ranmstein: um vem embalado em uma bíblia, outro em uma caixa com seis membros. Extrassensorial ao extremo…


E você, tem alguma sugestão? Comente!