No finalzinho do ano passado (mais precisamente 22 de dezembro) estreou nos cinemas brasileiros o longa de animação Sing – Quem Canta Seus Males Espanta, dirigido por Garth Jennings – o mesmo de ‘O Guia do Mochileiro das Galáxias’. Pai de filha pequena que sou fui assistir hoje e não me decepcionei nem um pouco.
Antes de mais nada não se iluda achando que Sing é meramente um filme infantil. Aliás, em pleno 2017 já é hora de assimilar que animação não é apenas ‘coisa de criança’. A história é na verdade uma grande homenagem à paixão por cantar.
E é fácil entender. O enredo é pontual e dialoga direto para um público que cresce vendo os reality shows como os principais celeiros de talentos, vide a imensa repercussão de programas como o The Voice, American Idol, X Factor, SuperStar, etc.
O pontapé inicial da história gira em torno do coala (todos personagens são animais antropomorfizados) Buster Moon, que tenta salvar da iminente falência o teatro que herdou de seu pai. A solução encontrada para aumentar as bilheterias é um concurso de canto. Moon sugere um prêmio de US$ 1000, mas graças a um erro de sua (maravilhosa) funcionária iguana a oferta aumenta cem vezes – e atraí a fauna toda.
Daí em diante o que se vê são nada menos do que 85 canções. Indo de Beatles à Lady Gaga, de George Michael à Gipsy Kings, de Ed Sheeran à João Gilberto. Destaques para as versões de ‘I’m Still Standing‘, de Elton John, ‘My Way‘, de Frank Sinatra, e ‘Shake It Off’, de Taylor Swift.
Os personagens são bastante carismáticos, muito em parte pelas vozes dos dubladores. A maioria já consagrada no cinema, como o coala Buster Moon (Matthew McConaughey), a porca-espinho Ash (Scarlett Johansson), a porquinha Rosita (Reese Witherspoon), o ratinho Mike (Seth MacFarlane) ou o gorila Johnny (Taron Egerton). A versão dublada também surpreende, com participações de cantoras como Wanessa Camargo e Sandy.
A produção da cada vez mais ascendente produtora Illumination vale a pena, especialmente para fãs de reality shows musicais – aqui no Canal RIFF não é diferente. O grande destaque é para a seleção da trilha sonora (link acima para o álbum). Sing é um programão para a família toda, independente de idades. O filme tem seus momentos cômicos, bem dosado com os emocionantes. Ah, e tem tudo para se tornar uma série. Sem contar que vem com tudo para abocanhar prêmios de animação e trilha sonora.