Por Guilherme Schneider | @Jedyte
Dizem por aí que alguns talentos só serão reconhecidos tardiamente, após a morte do artista. Não, definitivamente não foi o caso de Sabotage. Pouco antes de seu assassinato, em janeiro de 2003, o rapper já era uma realidade na cena de São Paulo e expandia suas rimas sagazes pelos quatro cantos do país – especialmente no auge da MTV.
Mas, inegavelmente, Sabotage ganhou o status de lenda após sua morte precoce, aos 29 anos. Sua carreira nas artes foi meteórica, com apenas um álbum de estúdio lançado, o histórico ‘O Rap É Compromisso‘, lançado em 1999 pela Cosa Nostra.

Mas, era pouco. A vontade desde então era de ouvir muito mais daquelas letras diretas, que ilustravam tão bem sua a realidade (e de muita gente). Antes, participou também em cinco das onze faixas da trilha sonora de ‘O Invasor‘, filme que também participou atuando. Outro momento em que se mostrou um artista versátil, Sabotage também foi ator em ‘Carandiru‘.
O lamento desde então era imaginar até onde o ‘Maestro do Canão’ poderia chegar. Um full álbum com onze músicas, e punhados de boas participações com rappers de peso como RZO, Rappin’ Hood, BNegão entre outros – que naturalmente renderam coletâneas.
Felizmente o garimpo em busca de gravações perdidas foi um sucesso. Ouro puro, tratado como tal. E nesse 17 de outubro de 2016 saiu enfim o ‘Sabotage‘, o almejado álbum póstumo.
Aí é de se tirar o chapéu para o primoroso trabalho de produção, feito por gente que reverencia a obra de Sabotage. E não é à toa, afinal, foi feito com o amor de seus dois filhos, Tamires e Wanderson ‘Sabotinha’ – ambos participam na faixa de abertura, Mosquito.

Mérito para a longa parceria com o coletivo Instituto, dos produtores Rica Amabis e Tejo Damasceno e Daniel Ganjaman – além de diversos rappers.
“Foram 13 anos de trabalho para superar, compilar, organizar, produzir e finalizar esse trabalho, sempre respeitando e priorizando a vontade da família e a memória desse grande amigo e eterna inspiração”, disse Ganjaman em sua página no Facebook.
Destaque para as faixas Canão Foi Tão Bom, Míssel e Sai da Frente. Grande momento é a embargada de voz de um emocionado Sabotage em País da Fome: Homens Animais, que dialoga com a faixa País da Fome, de seu primeiro álbum. Além de Quem Viver Verá, gravada um dia apenas antes de sua morte.
O lançamento só reafirma a genialidade do Sabota, provavelmente o maior (ou um dos maiores, vai do gosto de cada um) rapper nacional. 13 anos depois Sabotage segue atual, rimando forte, versátil e bem produzido. Ouça no Spotify um dos fortes candidatos a ‘álbum do ano‘:
Assista aos documentários para conhecer mais de Sabotage:
Uma resposta em “O respeito máximo é pra ele! O álbum póstumo de Sabotage é uma obra prima do rap nacional”
[…] 13 anos após seu falecimento, Sabotage, um dos maiores nomes do rap nacional, é homenageado com álbum póstumo de mesmo nome. Cheio de participações, como as de Negra Li e Rappin’ Hood, o segundo disco do grande Sabotage é um excelente presente pra música – e foi tema de reportagem aqui no site! […]
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