Categorias
Resenha

Resenha: Suricato + OutroEu + Café Irlanda @Circo Voador, Folk Fest

Por Thaís Huguenin (texto e fotos)

Entramos em abril com o pé direito! Em uma noite regada a música boa e estilos variados, os preconceitos musicais não atravessaram os muros do Circo Voador. A intitulada Folk Fest foi a balada de muitos nessa sexta, 31/03, e contou com as bandas Outro Eu e Suricato no palco principal. Já na Nave Anexa, aquele deck que fica na frente da rampa para o segundo andar, os cariocas do Café Irlanda nos transportaram diretamente para as ruas da Irlanda no começo e intervalo dos outros shows.

Começando como quem não quer nada, o Café Irlanda chamou a atenção de quem esperava o início dos shows não só pelo estilo do som, como também pelo timbre do vocalista. Eles tocaram músicas tradicionais irlandesa, mas com uma pegada brasileira. Asa Branca e outras músicas do baião ganharam versões inusitadas.

FolkFest-3

Um pouco depois das 23 horas foi a vez de OutroEu assumir o rumo da noite e nos trazer de volta para o Brasil.  Em um pouco mais de uma hora de show,  eles apresentaram diversas músicas novas que vão estar no CD, prestes a sair do forno. Além disso, eles ainda fizeram releituras das músicas Budapest, Dona Cila e Sexual Healing. O público muito participativo cantava e dançava todas as músicas, quando tocaram Coisa de Casa, a platéia foi de arrepiar. A felicidade e o carisma dos meninos em cima do palco contagiaram a todos. Já estamos esperando o próximo.

Com o fim do show da OutroEu, o Café Irlanda retomou o comando da noite, dessa vez um pouco mais intimista por conta da chuva. Bebida na mão, um pouco de frio e a música nos levaram novamente para além do Oceano Atlântico.

FolkFest-17

Direto do Lollapalooza para o palco do Circo Voador, o Suricato fez um show de experiências. Com músicas inéditas, integrantes novos, mas com a mesma energia contagiante em cima do palco. Caminhando entre as músicas dos álbuns Pra Sempre Primavera (2012), Sol-te (2014) e música novas o sexteto mostrou que está em plena sintonia, uma dessas composições inéditas foi a Amor de Sol, canção em parceira com o Paulinho Moska.

Este slideshow necessita de JavaScript.

 A canção escolhida para fechar com chave de ouro o repertório foi Talvez, mas por conta da chuva a banda resolveu estender um pouco mais o show. Dando espaço para os talentos dentro do grupo, eles convidaram o Cauê Nardi, responsável pela viola e violão no Suricato, para cantar uma composição própria. E depois chamaram ao palco todos os responsáveis por aquela noite acontecer: Café Irlanda, OutroEu e claro, os técnicos. Ao som de Eclipse Oculto e com todas a as estrelas da noite em cima do palco, eles se despediram pela segunda vez do público, que parecia não querer que aquela noite acabasse.

 

Categorias
Resenha

Resenha: Silversun Pickups + Cage The Elephant @Circo Voador

Por Gustavo Chagas (texto e fotos)

QUE SEMANA!! Amigos, que semana!!

Eu sempre gosto de mês que tem o Lolla, porque parece que tudo fica mais musical. O quanto eu gosto de música aflora nessa época. O Lolla, como bem disse a linda Thais Zichtl, me faz gostar mais de música.
Todo ano eu começo a ouvir pelo menos uma banda nova e me apaixono. A desse ano foi o Silversun Pickups. Muito também dessa descoberta se deve a insistente recomendação de Ricardo Baianinho, nosso editor.
Gostei muito, de cara! Voz andrógina do Brian, o baixo pesado da Nikki, a linha reta, mas tresloucada da batera do Chris e a programação viajada do Joe, me remetia ao que eu mais gostava de ouvir nos anos 90. Aquele pós grunge boladão de raiz.
Os assisti em São Paulo (#chupaduranduran) e, já tinha ficado muito feliz tanto com a resposta do público, que conhecia bastante, quanto a performance da banda, já que eu tinha medo que aquele vigor do disco não transparecesse ao vivo. Ainda bem que o medo era infundado.
Como eu já falei, eu adoro essa época de Lollapalooza. Muito também porque ela proporciona que tenha aqui no Rio shows menores das bandas que tocam no festival. Eu já assisti shows INCRÍVEIS e, em lugares menores, por causa disso. Foster the People, Skrillex, Three Days Grace, TWENTY ONE PILOTS…
O show do Silversun Pickups foi feito pra ser tocado em um lugar menor. O show dessa quarta foi poderoso! A acústica do circo pareceu que foi projetada pro som deles. A cada palhetada que a Nikki dava, o grave batia e você sentia na alma. Essa mesma alma que era cortada a cada riffada e a cada grito do Brian. A mesma alma que balançava no groove do Chris e também a que contemplava o Joe. A alma que saiu lavada.
Nightlight’, ‘Circadian Rhythm’, ‘Panic Switch’, ‘Lazy Eye’, todas foram tocadas com intensidade e atenção a cada nota, numa tentativa de retribuir cada grito e gota de suor que o público estava entregando à banda. O som deles soa sincero. E, todo ano no Lolla, tem os candidatos a banda que daqui a pouco vão se tornar enormes. Os meus desse ano são o Catfish e o Silversun. Eles tem que ser grandes. As pessoas tem que ouvir o som deles. Tem que.
Ah, teve o show do Cage The Elephant também.
Maravilhoso. Intenso. Vigoroso. Inesquecível. Escolha um dos adjetivos e aplique ao show.
Sabe o que parece o show do Cage? É como se alguem pegasse aquelas duas obras primas do Guy Ritchie (‘Snatch’ e ‘Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes’), e transformasse esses filmes em música. Eu os classifico a partir de agora como indie-de-pub britânico-cinematográfico-mosh-stage dive-boladão.
Mick Jagger já pode se aposentar, pois já temos um substituto a altura. Matt Shultz é o melhor frontman que o indie já produziu! Eu dúvido que alguém vá ao show e não se sinta contagiado pela presença dele.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Que noite! Que semana! Que alegria! Até o ano que vem, mês maravilhoso do Lolla!

Cage the Elephant Setlist Circo Voador, Rio de Janeiro, Brazil 2017

Categorias
Resenha

Resenha: Jimmy Eat World + Two Door Cinema Club @Circo Voador

Por Guilherme Schneider | @Jedyte | Fotos: Gustavo Chagas

A 6ª edição brasileira do Lollapalooza não terminou no último domingo após o show dos Strokes. Quer dizer, ao menos os chamados ‘side shows’ do Lolla ainda dão uma esticadinha na agenda de algumas bandas, como o Jimmy Eat World e o Two Door Cinema Club. Ambas tocaram nesta terça-feira (28/3) no Rio de Janeiro diante de um público que lotou o Circo Voador.

A abertura da noite ficou com os norte-americanos do Jimmy Eat World, que estrearam nos palcos brasileiros enfim nesta semana. A espera foi longa e os fãs presentes foram recompensados e cantaram em alto e bom som os hits I Will Steal You Back, Pain, Work, 23, Swetness e, principalmente, The Middle.

Até por conta da espera de 24 anos, o repertório veio repleto de músicas antigas, especialmente do ‘Bleed American’ (2001) e ‘Futures’ (2004), fase em que a aura “emo” era sentida com mais emoção internacionalmente. Apesar do recente álbum ‘Integrity Blues’ (2016), o momento áureo do Jimmy está na década passada.

De lá para cá a banda experimentou variações na sonoridade e uma certa falta de identidade, que por vezes confunde. Como no caso do vocalista Vinny (aquele mesmo!), que através de suas redes sociais surgiu como um inesperado (e ácido) crítico da trajetória da banda.

Porém, na prática, esse timing atrasado não prejudicou em nada a apresentação no Circo Voador. Aos gritos de “Olê, olê, olê, olê! Jimmê! Jimmmê!”, a banda deixou o palco com sorriso de orelha a orelha (especialmente do simpático vocalista Jim Adkins), se desculparam pela demora em vir ao país, e prometeram voltar em breve.

No intervalo entre os shows era possível esbarrar com músicos de outras bandas gringas, como o Cage The Elephant e o Silversun Pickups. Nós, claro, também aproveitamos para tietar um pouco.

Se o Jimmy estreava nos palcos brasileiros, os norte-irlandeses do Two Door Cinema Club já são habitués do Circo Voador. A banda originalmente formada por Alex Trimble (vocal/guitarra), Sam Halliday (guitarra), Kevin Baird (baixo) já viera ao Rio em 2011 e 2013 para show memoráveis.

E o show desta terça provavelmente também entra para esse hall de shows memoráveis. Dessa vez como show da consolidação como os mais precisos hitmakers para pistas indies. Não é de hoje que eles são o coringa para qualquer DJ fazer a alegria de uma festa. Como disse meu colega Alan Bonner, Em terra de baile funk, o que se viu foi um verdadeiro ‘baile indie‘, com animadíssimos riffs de guitarra que chamavam para dançar a todo momento. E nessa hora, amigo, todo mundo vira indie rocker… Ronaldo Fenômeno vira, Tande do vôlei (que esteve no Circo e bloqueou minha visão) vira…

Após a arrebatadora estreia com o álbum ‘Tourist History’ (2010), o TDCC manteve o fôlego (e os hits) no ‘Beacon’ (2012) e no ‘Gameshow’ (2016). Tanto que no show se nota uma constante, sem deixar nem peteca nem os balões (surpresa bonita dos fãs) caírem. Destaques para as boas respostas do público carioca em Undercover MartynNext Year, I Can Talk, Someday, Something Good Can Work, What You Know. 

Este slideshow necessita de JavaScript.

Entre uma taça e outra (provavelmente de vinho), o agora cabeludo Alex Trimble mostrou que veio ao Brasil disposto a fincar o Two Door como futuro headliner dos grandes festivais. Quer show com público pulando que nem pipoca e dançando feliz da vida? Chama os caras!

O ‘puxadinho’ do Lolla segue nesta quarta-feira. Duran Duran toca em Belo Horizonte no BH Hall, enquanto o Cage The Elephant se apresenta com Silversun Pickups no Rio de Janeiro – novamente no Circo Voador graças ao pessoal do Queremos. E nós estaremos novamente lá para mais uma Cobertura RIFF!

Jimmy Eat World Setlist Circo Voador, Rio de Janeiro, Brazil 2017, Integrity Blues


Two Door Cinema Club Setlist Circo Voador, Rio de Janeiro, Brazil 2017, Gameshow

Categorias
Vídeos

Carne Doce + Boogarins | Cobertura RIFF

Categorias
Resenha

Resenha: Jake Bugg @Circo Voador

Por Gustavo Chagas (texto e fotos) I @gustavochagas

Inconstantemente bom. Assim foi o show do Jake Bugg. No Brasil pra lancar o seu terceiro disco, Jake apresentou no show músicas de todas fases de sua curta carreira. Sua discografia é variadíssima, assim como a noite de ontem.

Houveram momentos voz e violão, folk, pop… Em dado momento, eu e minha namorada ficamos tentando lembrar com quem a música que ele tava tocando parecia. Conclusão da mini reunião: parecia John Mayer! (Ps.: Eu adoro John Mayer, só pra constar)
 

Isso tudo faz sentido quando você lembra que ele tem só 23 anos! As quatro primeiras músicas foram apresentadas no formato voz e violão, intimista from the get go. Dessas primeiras, eu destaco a última, a singela “Simple as This“, que foi cantada em uníssono pelo bom público presente no Circo Voador.

Two Fingers” foi a música que abriu a parte “plugada” do show. Foram 21 músicas no total de um show que me surpreendeu bastante. Por ter um repertório que passeia entre o folk, blue grass e o pop intimista, o show não vai numa crescente. Quando parece que o baile vai começar, ele manda uma balada. Quando parece que vai dar pra chamar a garota ao lado pra uma dança sob o luar da Lapa, ele manda uma rápida. E isso foi muito bom.

Esse passeio me fez ficar prestando atenção no que iria vir a seguir, tentando entender a dinâmica, e isso fez com o show voasse, me deixando querendo ver mais.

O melhor momento da noite ficou a cargo das duas últimas músicas: “Broken” e “Lightining Bolt“. A primeira foi tocada por Jake, de novo, sozinho no palco. E a galera compareceu nessa. Foi o coro mais alto da noite, do mês, do ano!! Coisa linda! A segunda veio pra completar a catarse já instalada. Showzaço!

Como eu disse, ele tem só 23 anos e ainda vai surpreender o seu público, porque, se sendo inconstante ele já faz esse show, imagina já consolidado?! Ate as próximas, Mr. BUGG.

Jake Bugg Setlist Circo Voador, Rio de Janeiro, Brazil 2017

Categorias
Resenha

Resenha: Rogério Skylab + Arrigo Barnabé @Circo Voador

Por Guilherme Schneider | @Jedyte 

Dizem por aí que “de gênio e de louco todo mundo tem um pouco”. Talvez seja verdade. Às vezes, no campo da música, a linha entre loucura e genialidade seja mais tênue ainda, especialmente para dois cantores que brilharam recentemente no Circo Voador: Rogério Skylab e Arrigo Barnabé.

Foi no último 21 de outubro,  uma sexta-feira bastante chuvosa. Os dois apresentaram repertórios repletos de pérolas criativas. E que fique claro, ao meu entender, que tudo se passa bem longe de um show de humor – como alguns ainda encaram as obras dos dois. Cada frase parece meticulosamente estuda, por quem tem gosto pela palavra – e seus efeitos imediatos.

O primeiro a entrar no palco foi Skylab. Jogando em casa, o carioca que recentemente completou 60 anos, foi recebido nos braços do público que lotou o Circo. Era dia de lançar o DVD Trilogia dos Carnavais – 25 anos de Carreira ou de Lápide”, que como o ano diz celebra as “bodas de prata” de sua carreira. Especialmente dos seus três últimos álbuns, lançados entre 2012 e 2015.

Particularmente esse foi o terceiro show que vi do Skylab – e provavelmente o mais pesado – méritos para o trio Yves Aworet (baixista), Thiago Martins (guitarrista) e Bruno Coelho (baterista). Rogério entra no palco cantando com uma vontade impressionante. Sempre muito intenso em seus gestos e expressões, ele canta um setlist que surpreende por focar músicas que não estão no DVD – e com isso mais clássicos.

Destaques para as músicas que fazem perguntas incômodas: “Tem Cigarro Aí?” e “Você Vai Continuar Fazendo Música?“. Visceral. Como de costume “Carrocinha de Cachorro Quente“, “Fátima Bernardes Experiência” e “Matador de Passarinho” são as com recepção mais calorosa. O povo em êxtase acompanha e participa ativamente cantando.

Cinco anos mais velho que Rogério, o paranaense Arrigo Barnabé entra em seguida para fechar a noite. Típico músico vanguardista, que brilhou no início dos anos 80 destilando experimentalismo musical. O show foi uma oportunidade rara de ouvir sua obra prima na íntegra: o álbum Clara Crocodilo.

A ‘ópera pop’, como classificado pela Rolling Stone, é um jazz dos infernos – no bom sentido! Difícil de entender, até por conta da metódica e incomum construção musical, Arrigo se faz próximo do público por sua simples presença ao teclado.

É ovacionado do início ao fim. Destaques para “Clara Crocodilo“, “Diversões Eletrônicas” e “Sabor de Veneno” – esta última tocada duas vezes, na abertura e final do show, em um bis aparentemente inesperado para a banda. E que banda! Arrigo segue à frente de seu tempo e dos nossos tempos.

setlist

Rogério Skylab

  1. Frank Disko
  2. A Dança do Corpo e dos Membros
  3. Carne Humana
  4. Dedo, Língua, Cu e Boceta
  5. Eu Me Contradisse Ou Não Me Contradisse
  6. Na Festa do Meu AP
  7. Bengala de Cego
  8. Tem Cigarro Aí?
  9. Eu Pratico Futebol de Cego
  10. Câncer no Cu
  11. Você Vai Continuar Fazendo Música?
  12. É Tudo Atonal
  13. Carrocinha de Cachorro Quente
  14. Música Pra Paralítico
  15. Fátima Bernardes Experiência
  16. Eu e Minha Ex
  17. Matador de Passarinho
  18. Eu Tô Pensando
  19. Hoje

Arrigo Barnabé

  1. Sabor de Veneno
  2. Infortúnio
  3. Dedo de Deus
  4. Orgasmo Total
  5. Acapulco Drive-In
  6. Diversões Eletrônicas
  7. Office-Boy
  8. Clara Crocodilo
  9. Sabor de Veneno (Bis)
Categorias
Resenha

Resenha: Anavitória @Circo Voador

Por Ricardo Irie I @Irie_ I Fotos: Natalie Oliver

O Circo Voador já é um palco mais do que conhecido do público carioca. Nele já passaram artistas consagrados e artistas em ascensão – e que caíram (ou cairão) cedo ou tarde nas graças do Brasil. O mesmo acontece com a dupla Ana Caetano e Vitória Falcão do Tocantins, também conhecidas como Anavitória.

O som delas é descrito como um pop rural, mas o que vi e percebi pelo show, é algo como uma evolução do sertanejo e não leia isso de forma pejorativa. Pelo contrário, a dupla faz uma releitura muito interessante de um estilo que particularmente achava que não tinha pra onde sair – e no final das contas me surpreendeu muito!

O show do dia 1º de novembro atrasou um pouco, deixando o público bem impaciente, mas foi bem recompensado. A interação das duas meninas é perfeita e a presença, entrega e entrosamento das vozes é algo impressionante. Pra um cara como eu que sou totalmente alheio a esse universo, mas amo música, foi uma experiência bem interessante ir num show de algo tão diferente pra mim.

Dentre as músicas que tocaram, um destaque foi Trevo (tu) onde o Tiago Iorc participou com as meninas. Barquinho de Papel também foi outro destaque pois os fãs estavam com barcos de papel balançando nas mãos e no final, acabaram jogando no palco.

Este slideshow necessita de JavaScript.

As músicas num geral são bem calmas e gostosas de ouvir. São em suma letras românticas, mas de uma forma doce e suave de se ouvir, sabe? Pra quem gosta de ouvir música sem preconceito, eu super indico o show delas. A casa de show estava lotada e fiquei me perguntando de onde elas ficaram tão famosas porque não conhecia.
Pra quem gosta de sons como Clarisse Falcão ou Tiago Iorc, pode ouvir sem medo. No mais, fico feliz com a tamanha diversidade dos artistas brasileiros da atualidade!

Categorias
Listas

Cinco motivos para não perder o Matanza Fest!

Por Alan Bonner | @Bonnerzin

Um dos festivais de rock mais insanos do Brasil está rumando mais uma vez para o Rio de Janeiro. E quem é fã de música extrema pode reservar o sábado (23/7) na agenda e preparar o ouvido para a pancadaria sonora que vai rolar no Matanza Fest na lona do Circo Voador! Vem com o Canal RIFF que nós te damos cinco razões para não perder essa.

13256445_1246682612008581_1158095591279322458_n

1 – A abertura da noite fica por conta dos Monstros do Ula Ula. O nome pode soar novo para quem não acompanha a cena underground há muito tempo, mas trata-se do retorno de uma banda lendária do cenário carioca, composta originalmente por antigos membros do Planet Hemp e do próprio Matanza. E o melhor lugar para essa volta só podia ser o Circo! O punk rock com pegada surf music dos caras com certeza vai agradar aos mais novos e matar a saudade dos mais velhos que conheceram a banda em seu início, na década de 90. É pra encher a casa logo cedo!

2 – Teremos também uma das bandas de maior destaque recente do metal brasileiro. A Hatefulmurder vem fazendo um barulho considerável desde seu início e tem só expandido seus horizontes. Turnê latino-americana, abertura de shows de gigantes como Ratos de Porão, Krisiun, Kataklysm, Exodus e Killswitch Engage, álbum lançado pelo histórico selo Cogumelo Records… Nem a saída do seu primeiro vocalista, há menos de um ano, fez com que a banda perdesse o fôlego. O que os fãs de metal podem esperar é um som muito técnico pela ótima qualidade dos músicos (olho no baterista Thomás Martin!), encabeçados pela voz raivosa da nova vocalista, Angelica Burns. É pra chamar atenção até mesmo de quem não curte muito o estilo. Bandaça!

3 – Outra atração da noite é uma instituição do rock nacional. Com quase 40 anos de existência e muitas idas e vindas, os paulistas do Cólera vão fazer com que a noite seja épica só por ainda estarem de pé e tocando alto como sempre. A banda vai trazer seus clássicos para o palco do Circo, honrando o legado do falecido frontman e letrista da banda, Redson Pozzi, e com a energia e entrega no palco que o Cólera sempre apresentou ao longo da sua carreira. Será imperdível não só por ser um grande show, mas por tudo o que a banda simboliza para o punk rock brasileiro.

4 – Por fim, teremos os porradeiros do Matanza! O que dizer desses caras que, além de todo peso, de todas as letras cômicas e sarcásticas, de todo tempo em alta no rock brazuca sem deixar a peteca cair, ainda tem a moral de fazer um festival itinerante como é o Matanza Fest? Esse motivo é dois em um! Tem que respeitar muito o som do Matanza e a iniciativa dos caras de levar música boa para as maiores cidades brasileiras.

5 – O último motivo é a galera! O Matanza Fest tem feito sucesso não só pela qualidade das bandas, mas também pelo público que chega junto em todas as cidades do Brasil onde rola o festival. Público esse que agita MUITO, mas que, acima de tudo, respeita demais os limites e o espaço de cada um dos presentes. Portanto, vá preparado para bater cabeça e entrar em rodas do primeiro ao último acorde, mas vá tranquilo, pois consciência e respeito ao próximo não vai faltar. Nos vemos lá!

Matanza Fest

Categorias
Listas

Cinco motivos para não perder o show dos Titãs!

Por Alan Bonner (texto e fotos) | @Bonnerzin 

Os dinossauros do rock nacional estão chegando ao Rio de Janeiro. Nesse sábado (09/7) tem Titãs no palco do Circo Voador! E você quer um bom motivo para ver esse showzaço? Toma logo cinco!

1 – A abertura da noite ficara por conta de Toni Platão. Conhecido principalmente pela sua participação na banda Hojerizah, o artista carioca apresenta músicas do seu último álbum “Lov  – Labor Omnia Vincit”, lançado ano passado, entre outros sucessos. E quem conhece a carreira e a voz única do cara sabe que veremos um ótimo show, digno para aquecer o Circo para a porrada que será a apresentação dos Titãs!

2 – O show de sábado faz parte da turnê do DVD “Nheengatu Ao Vivo”, que foi premiado pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como o melhor show do ano. Ou seja, trata-se de um inquestionável sucesso de crítica.

10334351_704658566247602_5858226418529920489_n

3 – Apesar de se tratar de um show de divulgação do DVD do último álbum da banda, quem ainda não está familiarizado com as novas músicas pode ficar tranquilo. Branco Mello e companhia tem tocado alguns dos grandes clássicos da banda nessa turnê, como “Televisão”, “Desordem”, “Massacre”, entre outras. Portanto, preparem-se para um desfile de hits no Circo Voador!

4 – A música não será a única atração que os Titãs trarão ao palco. A banda tem apresentado uma estética muito interessante nos shows, com os membros da banda tocando com máscaras inspiradas pelo clipe de “Fardado”, música do último álbum. Se pelo vídeo as máscaras parecem ser muito bacanas, imaginem ao vivo!

5 – Talvez o melhor motivo é o fato de que ir a um show dos Titãs é presenciar e reverenciar o passado e o presente do rock em geral. Os Titãs são um patrimônio da música nacional, tendo influenciado várias gerações de músicos que procuram fazer um som com originalidade e atitude. E mesmo com mais de 30 anos de carreira, a banda ainda consegue manter seu alto padrão de qualidade e trazer inovações como o último álbum. Assim, nos preparemos para um show de qualidade gigante na noite de sábado, digno de um titã!

13332872_1093704327343022_2830144118985179027_n

Categorias
Resenha

Resenha: Ira e Wander Wildner @Circo Voador

Por Guilherme Schneider | @jedyte

No último sábado (25/6) o Circo Voador pôde presenciar dois nomes fundamentais do rock nacional: Wander Wildner e Ira! A noite fria para os padrões cariocas (chavão inevitável nas resenhas mais recentes do RIFF) foi muito melhor do que o imaginado. Mesmo do alto dos meus 33 anos, me senti um garoto, em um Circo praticamente lotado de quarentões e cinquentões.

Muitas vezes passamos batidos por shows assim, de figurões nacionais. Talvez por conta de uma (errada) ideia de que “podemos ver essas bandas quando quisermos”, ao menos em comparação com as gringas, mais “valorizadas”. Confesso que só havia visto o Ira! no Rock in Rio III, em 2001 – em show dividido com o Ultraje a Rigor.

13548886_10153691020751961_581911147_o

O que dizer então da abertura, do ex-Replicante Wander Wildner? Nunca tinha visto um show do bardo punk ao vivo. Certamente por conta disto eu tinha uma imagem totalmente equivocada do gaúcho. Muito por causa do “Acústico MTV: Bandas Gaúchas”, especial de 2005 que deu um gás nas carreiras de Cachorro Grande, Bidê ou Balde, Ultramen e do próprio Wander Wildner.

A imagem que (envergonhadamente) guardei foi completamente desconstruída por um show arrebatador. No palco, Wander é um cara que passa uma sinceridade absurda. Posso até estar enganado, mas o que ele canta é verossímil. Você consegue sentir mesmo aquela emoção.

O setlist foi pautado em seu mais recente lançamento, Wanclub, que saiu em março. Trata-se de uma coletânea, com regravações de diversas fases da carreira – diga-se de passagem, upgrades. Destaque para Astronauta, Mantra das Possibilidades, Eu Queria Morar Em Beverly Hills e Surfista Calhorda. Um Lugar do Caralho (Júpiter Maçã) e Amigo Punk (Graforréia Xilarmônica) deram o tom de homenagens ao aclamado rock gaúcho.

Além do comanchero velho de guerra Jimi Joe (guitarra), Wander teve a companhia do competente trio carioca Beach Combers. Rouquidão poderosa, postura rock and roll despojada, e a cara-de-pau de se denominar um ‘punk brega’ fazem dele um herói da resistência digno. Ovacionado, o magnético Wander deixou o palco com o hino Festa Punk, clássico dos Replicantes.

Logo depois foi a vez do Ira! entrar em cena. Liderado pelos lendários Nasi (vocal) e Edgard Scandurra (guitarra), o Ira! está cada vez mais família. Daniel Rocha, filho de Scadurra, é o baixista. Johnny Boy (teclado) e Evaristo Pádua (bateria) completam a banda.

Com o perdão de qualquer trocadilho, o show do Ira! foi iradíssimo! A ideia era comemorar os 30 anos do segundo álbum de estúdio, o “Vivendo e Não Aprendendo” – gravado no Rio de Janeiro e produzido pelo Liminha. Nasi cantou todas as músicas, tanto do Lado A quanto do Lado B. Algumas, como Casa de Papel, não eram cantadas ao vivo há décadas.

Mas a banda também tocou músicas de outros discos, no início e no final do show. Em Bebendo Vinho, Wander Wildner subiu novamente no palco, junto com Jimi Joe, para uma tabelinha sensacional.

13569862_10153691020856961_53466621_o

A sequência de sucessos do cancioneiro roqueiro nacional foi incrível. O público cantou alto em Envelheço na Cidade, Dias de Luta (inclusive com o seu “refrão secreto”), Flores em Você e Núcleo Base. Destaque também para a irresistível Pobre Paulista, iniciada com um direto “Pau no cu do Bolsonaro”.

Estranhamente o som do Circo não esteve em seus melhores dias, justamente no Ira!, mas nada que atrapalhasse a noite de celebração de um dos álbuns mais importantes do rock brasileiro. É um privilégio ver (e ouvir) ao vivo Scandurra, um dos maiores da história no país. Além, é claro, de Nasi, emocionado com mais uma recepção calorosa no Rio. Saiu do palco aos gritos de “Ole, ole, ola, Ira, Ira!”, aquela certeza de quem vive, aprende e ensina como pode.

setlist

SETLIST IRA! (RJ – 25/06/16)

13523834_10153691021526961_1732419230_o

Categorias
Vídeos

Dead Fish 25 anos | Cobertura RIFF

Categorias
Resenha

Resenha: Lucy Rose e José González, de coração aberto no Rio

Por Thais Rodrigues (fotos e texto) | @thwashere

A efemeridade de momentos no cotidiano não diminui o valor único e simbólico dos mesmos, pelo contrário: torna tudo isso, mesmo que esse tudo não seja muito e, mesmo que seja impossível medir, contar ou até capaz de ser expresso, precioso e eterno.

A última sexta-feira (06/05) foi memorável e reforçou aquele desejo sincero que se esconde em inquietações e dúvidas que, por muitas vezes e aparentemente, não tem explicação. O Circo Voador transformou-se em casa, abrigo, sala de estar e até desculpa para não passar a noite em casa.

IMG_0226

Queremos e Heineken abriram o primeiro final de semana de Maio com a visita harmoniosa de Lucy Rose e José González. A recepção acolhedora antes de ambas às apresentações foi como estar visitando um velho amigo, depois de algumas semanas que pareciam anos. Com um quê de “fica à vontade enquanto arrumo umas coisas aqui e ali”, mesmo em grupos, fomos deixados a sós com nossos pensamentos mais particulares, embalados por uma trilha sonora folk especialmente feita sob medida.

Como quem não quer nada e de repente, Lucy Rose caminhou pelo palco até chegar o microfone. Pegou o violão e sem ser anunciada, propõe-se a fazer sala para todos enquanto José, o anfitrião da noite, não recebia os empolgados. Foi como estar em casa! Ou melhor: saber o que é lar e como além de lugares, um lar, o meu ou o seu, pode ser alguém.

IMG_0178

Com uma voz doce, capaz de acalmar ao mesmo tempo em que pudesse fazer alguém chorar, Lucy nos recebeu com a humildade quase extinta em alguns artistas que com o passar do tempo, esquecem-se da importância da arte e dão poder e voz a imagens projetadas, que são falhas. A voz que ecoou naquela noite, no meio do silêncio, destacou-se pela sinceridade em composições que falam sobre amor, início, meio e fim, deixando clara a diferença entre cantores e performers.

Entre elogios isolados, incapazes de controlar, e olhares e lentes, um sorriso tímido. Incrédula, teve que parar e refletir sobre o que acontecia a sua volta quando na verdade, o que acontecia com todos e graças a ela, era mais importante e inédito. “Nós te amamos, Lucy” não foi o suficiente para agradecer a iniciativa de levar música, algo tão livre, sem custo para quem aprecia, de coração aberto para experiência que vão além de crítica e dislikes.

IMG_0405

A promessa antes da partida foi a de voltar. Dessa vez, com nossas músicas favoritas e ao som de seu piano, acompanhada pela sua banda e assim, Lucy Rose se despediu, sentindo-se abraçada e agradecida pela magia de estar no Brasil, sonho de muitos artistas independentes e que às vezes, não sabem o quanto são esperados por todos.

Uma pausa e mais instrumentos começam a tomar o espaço que Lucy não foi capaz de preencher. Mais alguns minutos e piscar de olhos, e já era impossível se mover na plateia. Quase lotado, o Circo voador abria espaço unicamente para José González que foi o ingrediente para tornar a experiência de show mais completa e diversificada.

IMG_0369

O ritmo instigante presente em algumas das canções presentes no setlist de José provocou passos e movimentos livres de regras que pudessem coreografar o quanto era contagiante estar ali, e acabou por empolgar inclusive aqueles que só queriam passar a noite fora.

O som rico em referências suecas e argentinas também tirou os mais concentrados da zona de conforto e fez jus ao fato de ter sido gravado em casa, que não diminui em nada o conceito sobre a apresentação impecável e consistente que resultou não só em ótimos registros, mas também em um desejo incontrolável por repeat na vida real.

O conjunto de transformações notáveis após as duas apresentações ficou muito em evidência, assim como a ciência de que o acesso à cultura é para aqueles que desejam ser impactados por qualquer que seja a manifestação artística independente de cor, nacionalidade ou propósito que a mesma tenha. Lucy e José, ambos muito receptivos antes e após o evento, não foram descobertos, e só quem esteve presente mais de alma que de corpo, pode entender que a descoberta pessoal, singular e alcançada por poucos, foi o cartão de visita e a identidade do show.

setlist