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Resenha: Disclosure @Metropolitan

Por Thais Rodrigues | @thwashere | Fotos @gustavochagas

Sexta à noite é o presságio de uma aventura surpreendente que ainda conhecemos muito bem como fim de semana. Cada plano pra curtir os dois dias off é arquitetado meticulosamente do início ao fim, mesmo que o fim não seja tão importante assim e tudo que sabemos é que a diversão é garantida – com ou sem Netflix.

Na última sexta-feira de setembro (30/9), não foi preciso sair de casa pra ter um daqueles finais de semana épicos. A chuva no Rio de Janeiro – esse tal lugar que chamamos de “lar” – limpou todo o caos da semana para recebermos com muita disposição e brindes o duo inglês Disclosure, que nos fazia a primeira visita, mas não a última, garantiram Guy e Howard Lawrence.

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Disclosure @2016

Com vários singles que sabemos até de trás pra frente, eles abriram espaço para um show iluminado e no sentido mais literal da palavra. Os irmãos chegaram animados e com toda educação possível, trazendo com eles equipamentos e um som inconfundível e bastante característico para fazer a melhor festa em casa que cariocas e turistas já viram.

Todos os convidados presentes foram recepcionados pela hospitalidade de Guy e Howard que não tinham cara, nem jeito de visita. O carisma e a energia dos dois ecoaram em alto e bom som e essa combinação tipicamente Made in Brazil trouxe à tona a selvageria de corpos em movimento em uma verdadeira pista de dança improvisada no Metropolitan.

Depois de incendiar o lugar inteirinho com “F For You”, “White Noise” e a própria “When A Fire Starts To Burn”, os caras prometeram duas surpresas antes de encerrar a apresentação e sem muito suspense, convidaram Brendan Reilly que fez com que o sentido da expressão “ao vivo” fizesse mais sentido durante sua apresentação.

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Logo em seguida, o duo levou o público à loucura com a apresentação de “Help Me Lose My Mind”, faixa que segundo eles não era tocada há muito tempo e encerrando a apresentação, “Latch” trouxe toda a energia do início do show de volta para que o título de melhor festa do ano fosse nossa.

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Resenha: Lucy Rose e José González, de coração aberto no Rio

Por Thais Rodrigues (fotos e texto) | @thwashere

A efemeridade de momentos no cotidiano não diminui o valor único e simbólico dos mesmos, pelo contrário: torna tudo isso, mesmo que esse tudo não seja muito e, mesmo que seja impossível medir, contar ou até capaz de ser expresso, precioso e eterno.

A última sexta-feira (06/05) foi memorável e reforçou aquele desejo sincero que se esconde em inquietações e dúvidas que, por muitas vezes e aparentemente, não tem explicação. O Circo Voador transformou-se em casa, abrigo, sala de estar e até desculpa para não passar a noite em casa.

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Queremos e Heineken abriram o primeiro final de semana de Maio com a visita harmoniosa de Lucy Rose e José González. A recepção acolhedora antes de ambas às apresentações foi como estar visitando um velho amigo, depois de algumas semanas que pareciam anos. Com um quê de “fica à vontade enquanto arrumo umas coisas aqui e ali”, mesmo em grupos, fomos deixados a sós com nossos pensamentos mais particulares, embalados por uma trilha sonora folk especialmente feita sob medida.

Como quem não quer nada e de repente, Lucy Rose caminhou pelo palco até chegar o microfone. Pegou o violão e sem ser anunciada, propõe-se a fazer sala para todos enquanto José, o anfitrião da noite, não recebia os empolgados. Foi como estar em casa! Ou melhor: saber o que é lar e como além de lugares, um lar, o meu ou o seu, pode ser alguém.

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Com uma voz doce, capaz de acalmar ao mesmo tempo em que pudesse fazer alguém chorar, Lucy nos recebeu com a humildade quase extinta em alguns artistas que com o passar do tempo, esquecem-se da importância da arte e dão poder e voz a imagens projetadas, que são falhas. A voz que ecoou naquela noite, no meio do silêncio, destacou-se pela sinceridade em composições que falam sobre amor, início, meio e fim, deixando clara a diferença entre cantores e performers.

Entre elogios isolados, incapazes de controlar, e olhares e lentes, um sorriso tímido. Incrédula, teve que parar e refletir sobre o que acontecia a sua volta quando na verdade, o que acontecia com todos e graças a ela, era mais importante e inédito. “Nós te amamos, Lucy” não foi o suficiente para agradecer a iniciativa de levar música, algo tão livre, sem custo para quem aprecia, de coração aberto para experiência que vão além de crítica e dislikes.

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A promessa antes da partida foi a de voltar. Dessa vez, com nossas músicas favoritas e ao som de seu piano, acompanhada pela sua banda e assim, Lucy Rose se despediu, sentindo-se abraçada e agradecida pela magia de estar no Brasil, sonho de muitos artistas independentes e que às vezes, não sabem o quanto são esperados por todos.

Uma pausa e mais instrumentos começam a tomar o espaço que Lucy não foi capaz de preencher. Mais alguns minutos e piscar de olhos, e já era impossível se mover na plateia. Quase lotado, o Circo voador abria espaço unicamente para José González que foi o ingrediente para tornar a experiência de show mais completa e diversificada.

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O ritmo instigante presente em algumas das canções presentes no setlist de José provocou passos e movimentos livres de regras que pudessem coreografar o quanto era contagiante estar ali, e acabou por empolgar inclusive aqueles que só queriam passar a noite fora.

O som rico em referências suecas e argentinas também tirou os mais concentrados da zona de conforto e fez jus ao fato de ter sido gravado em casa, que não diminui em nada o conceito sobre a apresentação impecável e consistente que resultou não só em ótimos registros, mas também em um desejo incontrolável por repeat na vida real.

O conjunto de transformações notáveis após as duas apresentações ficou muito em evidência, assim como a ciência de que o acesso à cultura é para aqueles que desejam ser impactados por qualquer que seja a manifestação artística independente de cor, nacionalidade ou propósito que a mesma tenha. Lucy e José, ambos muito receptivos antes e após o evento, não foram descobertos, e só quem esteve presente mais de alma que de corpo, pode entender que a descoberta pessoal, singular e alcançada por poucos, foi o cartão de visita e a identidade do show.

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Resenha: City and Colour e as parcerias que dão o que falar

Por Thais Rodrigues | @thwashere | Fotos @gustavochagas

Além de ter sido motivo para muitos brindes, o segundo ano de parceria entre Queremos e Heineken deu o que falar, e pelo visto, tanto se falou que Dallas Green e seus amigos voltaram para colorir e movimentar o Rio de Janeiro com o projeto City and Colour na turnê “If I Should Go Before You”.

O Circo Voador inundou com muitos empolgados e seguidores da banda na última sexta-feira (29/04). Nem a chuva ou a frente fria recém-chegada foram o suficiente para impedir que inúmeros nomes citados na lista se privassem de ter mais uma chance de estarem compartilhando experiências e angústias, em busca da cura da alma por meio da música. E no final das contas, o clima colaborou para que todos ficassem mais juntinhos e combinasse com as faíscas dos apaixonados que aguardavam entre beijos e abraços, o início do show.

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Pelo segundo ano seguido, Queremos e Heineken trouxeram o City & Colour ao Brasil

Os primeiros acordes emocionantes, intensos e cautelosos de Woman marcaram o início da viagem mágica que estávamos prestes a embarcar. A voz impecável de Dallas e a sintonia da banda que o acompanhou não só apenas no último álbum lançado, mas também no show do ano passado, se fazia presente mais uma vez, acabando de preencher, de forma bem discreta e introspectiva, qualquer vazio ou espaço para comparações com outras apresentações.

Com intervalos curtos entre uma música e outra e nada mais que “thank you”, a banda aparentemente com um pouco de pressa na execução e, ao mesmo tempo, preocupada em não perder o ritmo, deu continuidade com Northern Blues, Two Coins e If I Should Go Before You, envolvendo a plateia que não tinha muito tempo para refletir sobre as faixas tocadas.

O blues que faltava fez com que alguns pés se movimentassem e vozes emocionadas começassem a mostrar o motivo de terem ecoado tanto, ao som de Killing Time meio I Don’t Trust Myself (With Loving You), mas não durou por muito tempo. De repente, uma luz angelical iluminava apenas Dallas e era como se estivéssemos congelados. Não era o frio, e sim uma brisa absurda das memórias provocativas do passado pedindo licença, um minuto ou dois de nossa atenção, com direito a “deprê” e mais um pouco ao som – e que som – de Hello, I’m In Delaware.

Wasted Love veio em boa hora, agitando mais uma vez o público, dando-o poder de se mover e colocar alguma atitude em seus passos de dança com quê de rock’n’roll e também para fazer com que se lembrasse de decepções amorosas e o quanto as mesmas nos deixam intensos em qualquer emoção que tenhamos.

O momento mais marcante do show foi quando Lover Come Back saiu do palco e voou pelo Circo. Ouvir todas aquelas vozes e ver palmas de agradecimento foi melhor que qualquer solo que estivesse por vir, tirando sorrisos de Jack e Dante que até então, permaneciam sérios e centrados na execução de cada música.

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O público compareceu em bom número ao Circo Voador

Todos nós precisamos de um tempo com nossos próprios pensamentos, medos, inseguranças e frustrações. A banda deixou o palco e só Dallas voltou, chamando a atenção de pessoas com cartazes que estavam atrapalhando e para o motivo de não incluir algumas músicas que estavam sendo pedidas durante o show no setlist. Disse ainda que não se sentia mais tão confortável com algumas músicas e que preferia que fosse desse jeito e ponto final. Sem muitas palavras, continuou o show atravessando uma onda de letras profundas, agora com a plateia mais silenciosa, tocada, arrepiada e emocionada que antes.

Quando finalmente deixamos as tristezas pra lá e nos pegamos dançando The Girl, já era tarde demais e a união que resultou em um dos álbuns mais carregados de significado, bem ali na nossa frente, nos deixava sem grandes declarações. Dallas e friends deixaram o palco e a partida deles, talvez, tenha sido menos dolorosa dessa forma, com uma pitada de “até logo” pra não falar mais sobre “adeus” que suas músicas e assim, sem competições, a parceria entre público e banda, banda e Dallas, Queremos e Heineken soou verdadeiramente como música em nossos ouvidos que vale a pena estar no “repeat”.

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City and Colour Setlist Circo Voador, Rio de Janeiro, Brazil 2016

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Resenha: Dobradinha entre amigos no show da banda Cimorelli e Jacob Whitesides

Por Thais Rodrigues | @thwashere

A descoberta de um talento na família, alguém com um dom com quê de estrelato, já é motivo para reunir a família e amigos em casa ou até no quintal para compartilhar a felicidade de ter a música cada vez mais presente na rotina. Mas, quando seis irmãs têm talento e a iniciativa de homenagear seus ídolos fazendo covers e compondo suas próprias músicas, não há melhor maneira de comemorar que vindo ao Brasil para um show.

A banda Cimorelli, composta de seis irmãs americanas, Christina, Katherine, Lisa, Amy, Dani e Lauren, fez seu primeiro show no Rio de Janeiro no último domingo (10/04) no Circo Voador, na Lapa, pelo Queremos. E, mesmo com bastante espaço no local do show, fãs adolescentes ficaram bem juntinhos perto do palco, vibrando com qualquer movimentação que indicasse o início da apresentação.

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Antes das meninas subirem ao palco, mensagens inspiradoras gravadas das próprias integrantes emocionavam e deixavam a plateia cada vez mais ansiosa e foi aí que sem avisar ou ser anunciada, Dani entrou no palco cantando e logo em seguida, as outras já estavam pulando no palco causando histeria.

Apesar do entusiasmo dos empolgados aglomerados, tentando conseguir um aperto de mão ou snap descente que fosse, o clima ao redor do Circo Voador era de calmaria. Muitos responsáveis dos empolgados se animaram enquanto esperavam o término da apresentação e deu até pra ver pai achando tudo muito divertido ao se levantar pra bater uma foto, com certeza pra mandar pra familiares em alguma ocasião.

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Enquanto assistíamos ao show, um amigo e eu compartilhávamos de lembranças de alguns anos atrás e concordamos que Cimorelli dava o toque final a toda a nostalgia adolescente que pairava por ali, com direito a relato sobre corações partidos, pessoas ao redor nos desmotivando e muito mais problemas que só quem passou por essa fase, sabe como é. Deu até pra ver Amy se emocionar em algumas faixas.

Com direito a Sorry do Justin Bieber e Skyscraper de Demi Lovato, as irmãs tomaram conta do palco. Em alguns momentos do show, dava pra perceber que não pareciam estar comprometidas com seriedade irritante e chata ao se apresentarem e era como se estivessem em uma festa do pijama, dançando em frente ao espelho, contando segredos sobre crushes e pedindo conselhos. Christina foi praticamente a porta voz do grupo, apesar de um olhar ser o bastante pra gente saber que muitas das canções do novo álbum que tivemos o orgulho de ouvir ao vivo em primeira mão, tinham algo de muito sincero e motivacional.

Com looks bastante individuais e coreografias Spice Girls inspired, não teve como ficar sentado por muito tempo. Levantamos e fizemos coreografias desajeitadas também e além da energia, ficamos para mais um show com a mensagem de que a vida é difícil, mas se quisermos muito algo, devemos lutar por isso e não deixar qualquer mensagem negativa nos abalar. E assim, a reunião entre amigas e irmãs teve seu fim e a pausa para o próximo show foi o suficiente pra recarregar energias, conseguir selfies, autógrafos e depoimentos dos fãs mais apaixonados e dedicado que a Lapa já viu.

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Sai o grupo de amigas que todo mundo queria ter, entra aquele típico garoto fofo, bonito e que mais que ter a sorte de ser a namorada dele, privilégio seria tê-lo como melhor amigo, daquele que nos entende e é capaz de nos dar conselhos e colo se precisarmos. Jacob Whitesides invadiu o palco do Circo com direito a frio na barriga e declaração de que era o melhor show que o mesmo já tinha feito até então.

Jacob conquistou a todos sem muitas performances, só voz, banco e violão em algumas partes do show. Com sua própria versão de When We Were Young de Adele e Love Yourself de Justin Bieber, levou o público ao delírio e elogiou todas as vozes e até deixou escapar que todos juntos, cantavam melhor que ele.

Com tanta calmaria, seguida de hits de autoria própria, “o melhor amigo que todas as meninas gostariam de ter” surpreendeu a todos quando agarrou o celular de uma das pessoas da plateia. Aparentemente, a pessoa estava fazendo vídeo conferência com outra que não pode comparecer ao show e ele conversou por um tempo com ela, enquanto do outro lado, ela se emocionava vendo o seu ídolo tão perto, mas de tão longe.

Ao término do show, Jacob Whitesides e Cimorelli subiram ao palco juntos para agradecer a recepção calorosa de todos e que apesar da paixão exagerada por parte dos fãs, todos são muito amigos, diminuindo a distância entre astro e seguidor e aumentando a troca de experiência em nome da amizade, afinal, tudo entre amigos é só amor.

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5 razões para ir ao show do City And Colour

Por Thais Rodrigues | @thwashere

A comoção causada por todas as bandas que agitaram o festival Lollapalooza nos últimos meses, com direito a apresentações épicas e bside shows, já começa a ficar no passado a partir das próximas semanas enquanto caminhamos em direção aos primeiros dias de abril. Sem dúvida, quem conseguiu colecionar memórias, palhetas, setlists de shows e até novos amigos, vai ter muito mais que um “já está quase no meio do ano” pra contar.


 
Quando agraciados com a primeira visita de um artista em terras brasileiras, fãs e admiradores ficam muito felizes e entusiasmados, isso inclui espera em filas, choro e ansiedade incontroláveis. Agora, pensem em tudo isso pela segunda vez e transporte-se direto para o Circo Voador! Talvez ter cantado Lover Come Back tantas vezes tenha finalmente funcionado, pois no dia 29 de Abril o City and Colour volta ao Brasil com a turnê do último disco If I Should Go Before You, lançado em 2015.

Além de Dallas Green, o escritor solitário e vocalista, podemos contar com a presença de Jack Lawrence (baixo), Dante Schwebel (guitarra), Doug MacGregor (bateria) e Matt Kelly (guitarra) que farão jus ao trabalho que tiveram na faixa Friends e assim como no ano passado, se apresentarão juntos, porém dessa vez no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, graças à parceria entre Queremos! e Heineken.

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Os ingressos já estão à venda e se você ainda não está convencido, aqui estão cinco motivos que te levarão até o show pra curtir com a gente e mais um montão de empolgados.

  1. A experiência do show vale mais que mil selfies!

Na era onde cada piscar de olhos pode ser disseminado em várias mídias diferentes, aos poucos vai se deixando de lado a ideia de realmente aproveitar o evento em si, isso inclui cantar de olhos fechados ou até ficar em silêncio e entender o que o artista está tentando dizer. Dallas já se mostrou bastante preocupado com isso em alguns shows, assim como Rhye e outros e, com a promessa de pontualidade e emocionar o público em uma apresentação singular, a dica é: capte a mensagem com seus equipamentos naturais, olhos e ouvidos, e deixe todo o resto com os fotógrafos talentosos que estarão assistindo ao show. Não perca esse momento!

  1. Versatilidade!

Antes do City & Colour ganhar espaço com o álbum Sometimes em 2005, Dallas Green era vocalista da banda Alexisonfire que ganhou projeção com um estilo bem diferente do projeto atual e com quê de post-hardcore. Mudanças consideráveis entre um gênero musical e outro dão importância à trajetória do mesmo no cenário musical, e apesar dos primeiros álbuns serem orgânicos e repletos de individualidade poética, talvez característica da personalidade introspectiva, o If I Should Go Before You apresenta um som mais elétrico de um homem, que apesar de acompanhado de uma banda, busca por clareza e não se importa em ser soft e acústico em algumas faixas e em outras, abusar de acordes mais pesados para falar sobre amor e suas decepções.

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  1. Ifyou get lost, you can always be found.

Esse trecho é de uma música do Phillip Phillips, mas fala sobre a jornada de se aventurar em tudo que a vida proporciona e isso inclui decepções, momentos de solidão, tristeza e coisa felizes também, mesmo que todas as faixas tenham um pouco de melancolia o intuito é auxiliar o ouvinte a encontrar a si próprio. A faixa Blood que encerra o álbum fala sobre o fim de um ano, ou época, e como se deve relaxar e encarar as coisas de uma forma diferente, encontrando beleza até no esforço e sentindo o que de natural a vida e a terra pode oferecer e por fim, “I think we finally found a home in this place”.

  1. Fãs felizes, posts felizes!

Se você quiser saber como vai ser o show do City And Colour, mas não conseguiu ingresso ou não estará andando pela Lapa no dia, fique de olho nas redes sociais. Fãs felizes não mentem e o que não falta é depoimento de gente super agradecida pela vinda da banda ao Brasil antes e após o show.

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  1. Vai ter flashback sim!

Não ouviu o álbum novo ainda? Ainda dá tempo de se entregar a essa nova fase, não se preocupe! Conte também com a compreensão de Dallas durante o show, cantando músicas dos álbuns anteriores com todo aquele jeito humilde e fofo que é a cereja do bolo.

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RESENHA: A epidemia Jack & Jack fez ‘vítimas’ no Rio

Por Thais Rodrigues | @thwashere | Fotos: Maria Clara Vidal

Depois da Beatlemania e da Bieber Fever, outra epidemia contaminou o mundo. Os sintomas histeria e náuseas acompanhadas de possíveis desmaios ficaram em evidência no último show realizado pelo Queremos, graças a um viral que na verdade vale por dois. A contaminação partiu de Nebraska, e chegou a Varanda do Vivo Rio no último domingo (06/12) e ao que tudo indica, o Vine ajudou na disseminação dessa sensação da internet.

A causa de todas essas alterações que provocaram espanto e agitação em pais e organizadores foi a dupla Jack & Jack, amigos de infância que fizeram o Rio de Janeiro parecer mais quente e o ar bem mais rarefeito. Além de arrancar suspiros, roupas e gritos em conjunto que colocariam o falsete da Mc Melody como segundo melhor do mundo, os dois homens – e que homens, segundo as próprias fãs – levantaram mais pessoas da cama e mais cedo do que o próprio ENEM, aglomerando todas elas no portão principal às seis da manhã.

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O público não perdeu o pique nem por um segundo e mesmo que perdidos dos pais, fizeram com que um show de qualquer banda de metal que fosse parecesse um ótimo ambiente para discutir ideais e política. As músicas chiclete rapidamente reuniram até os que não os conheciam numa só dança coreografada, relembrando as apresentações de boybands como N’Sync, Backstreet Boys e Five que nem tão diferente de Jack Gilinsky e Jack Johnson, também levavam todos à loucura e quem sabe, direto para ambulâncias.

Com meninas correndo de um lado para o outro e a maioria se espremendo cada vez mais na grade como se estivessem possuídas pelo ritmo ragatanga, a dupla insistia em comentar o quanto estava sendo insano e divertido, mas que elas precisavam tomar mais cuidado e cuidar uma das outras. Mesmo assim, o choro e a falta de controle eram incontroláveis, principalmente ao som de Wrong One, Groove, Cold Hearted e Wild Life, que encerrou o show com gente pendurada em pilastras, pescoços e colos.

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Ao término do show que voou e passou por olhos e lentes de câmeras que mal paravam de tremer, todos se reuniram para gritinhos em grupo e disputa de quem chorou mais. Vídeos emocionados inundaram as redes sociais comprovando que os fãs brasileiros dão mais show que os próprios artistas, e que quando sabem o que querem, querem agora e pronto, afinal, quem demanda, manda.

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RESENHA: Rhye, o convidado que roubou a cena de um aniversário

Por Thais Rodrigues (texto e fotos) | @thwashere

Há pessoas que não são boas com nomes, e algumas outras com números e mesmo com toda essa dificuldade seria indelicadeza não associar minha quinta resenha para o Canal RIFF ao aniversário de cinco anos do Queremos, que mesmo com poucas velas para soprar, coleciona momentos dignos de palmas e bis, onde de fato o importante é fazer acontecer e as experiências de realização são mais válidas que todo o processo, desde o primeiro pedido de um empolgado até o último suspiro do último fã ao deixar o local do show.

Toda comemoração que se preze conta com a presença de pessoas importantes e além de nomes que contribuíram mesmo que de forma mínima para história do Queremos até os fundadores, a festa que aconteceu no Sacadura 154 foi brindada não apenas por mais um show, mas sim por mais possibilidades de shows memoráveis e também, colecionáveis assim como os pôsteres que enfeitaram o local.

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Além de desfrutar de outras atrações, mesmo que de forma sutil, quem compareceu pôde entender do que se trata ter poucos anos de existência – sendo contrastados a grande responsabilidade de fazer jus ao nome, que mesmo jogado numa conversa fora, não é de se deixar pra lá. Os convidados foram então presenteados com Rhye que, com os mesmos cinco anos para contar, deixou a quinta-feira no Rio de Janeiro mais atraente.

O duo com quê de Sade e George Michael em Moment With You dispensou o conhecido “parabéns pra você” para fazer um convite até para os que não estavam tão próximos do palco, tentando uma conexão, digamos íntima com os fãs e todos os outros, deixando-os à vontade para então começar o verdadeiro espetáculo com ápices, frios na barriga e alívios. Ninguém foi forçado a ficar para assistir o clima, mas era como deixar de participar do discurso e perder a entrega do primeiro pedaço de bolo.

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O show começou transparecendo uma espécie de pureza, e até os músicos se organizarem, a luz azul que iluminava o palco dava a impressão de mais calmaria e então, fomos surpreendidos pelo jogo de sedução, intencionado ou não, eficaz e com altos e baixos, onde os baixos eram só um sinal para que se respirasse fundo e se preparasse para os próximos momentos de falta de fôlego.

Ao longo do show, o público foi levado para um teia por livre e espontânea vontade. Seduzidos por cada nota, cantada ou não, sem sombra de dúvidas o verdadeiro convite do Queremos foi a atração principal, que encantou a todos quase como uma espécie de canto de sereia. Qualquer outro ruído que não viesse do palco, não era bem vindo e nem olhos, muito menos lentes conseguiam focar em outra cena que não fosse a reproduzida pelos integrantes.

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A cumplicidade no olhares já dizia tudo, mesmo que eles não dissessem absolutamente nada um para o outro. Normalmente alguns músicos e bandas chegam a trocar informações relevantes entre uma música e outra, mas bastava apenas um olhar e até no meio da execução de uma delas para entender que a ligação entre eles era tão forte que talvez por isso, fosse necessário considerar o perigo de se deixar levar de vez pela onda e se afogar de vez.

Rhye lançou o álbum “Woman” em 2013 e embalou momentos solitários de pessoas aspirando por alguém e casais em “fase” de maior conexão. No show, promoveu encontro de desconhecidos ou velhos conhecidos, sem falar dos acompanhados com cada faixa mais afrodisíaca que a outra, explicando o motivo para o bem estar e clima de romance pós show.

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Recomendação

Conheça toda a paixão musical da surpreendente Lucy Mason

Por Thais Rodrigues I @thwashere

Grande parte das descobertas musicais que faço é graças ao Spotify e, mesmo com a correria, não tem um dia em que eu não dedique parte do meu tempo para dar ouvidos a artistas que queiram me contar um pouco da sua história com músicas que falem sobre festejar – ou até morrer de tristeza. De cara e com muita prática, nos tornamos capazes de identificar “mentiras” em algumas faixas, mas quando alguém quer desabafar, não tem como ignorar e seguir em frente, digo apertar o next. Não parar para ouvir é um erro, já que certas faixas imploram por atenção mesmo que de maneira sutil.

Lucy Mason apareceu para mim e não literalmente, de forma acidental enquanto eu me arrumava para dormir. Logo que ouvi White As Snow, tentei identificar características semelhantes a outros artistas e foi em vão, por incrível que possa parecer. O máximo que consegui foi um arrepio ou frio na barriga que até hoje não consigo explicar ou entender, o mesmo de White Coats da cantora Foxes. Apesar de provocarem sensações semelhantes, com clipes onde as respectivas cantoras vão em busca de algo, que não se sabe o que é e fora de casa e também, se encaixarem perfeitamente em uma playlist chill out, o pop de Foxes é mais presente o que torna automaticamente, a faixa de Lucy mais emocionante e que é sua proposta.

A cantora australiana, que atualmente vive em Londres, sonhava em ser cantora desde o jardim de infância e ao longo de sua vida, não satisfeita em ter a vida dos sonhos só em seu mundo imaginário particular, fez com que tudo acontecesse ao seu redor: aprendeu a tocar violão, fazendo suas primeiras apresentações na escola e começou a compor, o que fez com que as comparações começassem a aparecer e de forma desgovernada, mas por cantar sobre seus sentimentos mais sinceros, talvez não seja possível encontrar alguém que tenha tanta paixão pela verdade e pelo mundo, mais especificamente nessa faixa.

Dividida entre se sentir em casa junto da família e desvendar os mistérios ao redor do mundo, Lucy admite em algumas entrevistas que não sabe o que vem pela frente. Com o EP lançado em março de 2014, intitulado White As Snow, a cantora que é movida pela fé tem tudo para ter seu próprio ou qualquer espaço no mundo, transformando o mesmo em seu diário pessoal ou de bordo.

Siga Lucy Mason: @LucyMason

Ouça mais no SoundCloud: Lucy Mason Music

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RESENHA: O intenso baile de Belle & Sebastian

Por Thais Rodrigues I @thwashere I Fotos Gustavo Chagas

Ao assistir (500) Dias Com Ela, muitas meninas automaticamente mudaram seus status no subnick do MSN ou no Whatsapp para “colore a minha vida com o caos do problema”. Tudo bem parecer bem poético e enigmático a princípio, mas há muito mais a ser entendido nessa frase aparentemente cheia de significado que o filme ou a própria protagonista Summer Finn, interpretada por Zooey Deschanel, deixaram transparecer.

A banda Belle & Sebastian trouxe seu festival com cara da década de 50 na última sexta-feira (16/10) para o Rio de Janeiro, mais exatamente no Vivo Rio, onde a única regra era não parar de dançar. Stuart Murdoch (vocalista) pedia a todo o momento que acendessem as luzes para se certificar de que estava fazendo um belo trabalho colocando todos aqueles corpos e pés saltitantes para promover um grande baile. Ele mesmo se rendeu a passos invejáveis dignos de gritos da plateia.

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Logo aquela frase de uma música da própria banda começou a fazer sentido. Não havia a menor possibilidade de parar de sorrir a cada música e, até os mais emocionados não deixaram o choro nem pedir licença. A alegria já havia tomado conta de todas as pessoas, inclusive de alguns seguranças que de vez em quando, davam uma espiadela no palco e soltavam um sorrisinho. Mas, como ainda faltava a parte do “caos”, eis que fomos surpreendidos.

Desde o início do show, Stuart em especial demonstrava-se imensamente feliz por estar de volta ao Brasil e depois de muito tempo e, com isso, e a todo o momento de novo, gostava de ter certeza de que a banda estava agradando. Durante a apresentação de mais uma música emblemática do repertório, o mesmo jogou o violão no chão com uma violência considerável e em seguida, chutou o microfone e por fim, mas ainda não o fim que queríamos ou que pelo menos era esperado, retirou-se do palco deixando todos, inclusive os outros integrantes da banda, bastante confusos. O jogo de cintura não foi o suficiente e de repente, ali estava o “caos” que faltava.

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Depois de alguns minutos, Stuart voltou ao palco para a felicidade de todos os empolgados. Pediu perdão e disse o quanto estava frustrado por estar perdendo a voz em um show tão especial e o que pensávamos ter sido um ataque de estrela graças a uma falha no som ou algo parecido, era na verdade preocupação em não decepcionar pessoas importantes. Não existiam mais barreiras entre a plateia e a banda e tudo virou festa em “The Boy With The Arab Strab”.

Alguns fãs e até eu tivemos a sorte de nos juntarmos à banda para coreografar a felicidade em saber lidar com problemas que fazem parte da vida. Essa história de dois passinhos pra lá, dois passinhos pra cá não tinham vez. Estávamos livres para, se quiséssemos, nos juntar a banda. Uma das meninas do grupo, inclusive assumiu os vocais o que garantiu nossa presença no palco, e com bastante presença de palco, em “Legal Man”.

Foto por Lucas Tavares (1)Foto: Lucas Tavares

Ao voltar à plateia, a sensação de ter ido diretamente ao paraíso e voltado não era o suficiente para descrever o quanto foi especial dividir o palco com pessoas tão incríveis e harmônicas. Sarah nos mostrou que fofa é pouco ao cantar “The Power Of Three” e Stevie parecia representar o elo entre todos os outros membros, caso algo desse errado, sem falar que tirou muitas risadas durante a apresentação. Mas se tem alguém que roubou muito corações foi Bobby, com todo aquele ar misterioso e blasé, que mal se movia, e mesmo assim, não deixava de lançar olhares apaixonantes e que deixaram várias pessoas ao redor sem o tal jogo de cintura.

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Depois de voltar para um bis, deixar uma lição valiosa de que não se pode perder a cabeça e transformar o Vivo Rio também em uma pista de dança com músicas do álbum “Girls In Peacetime Want To Dance”, lançado esse ano, a banda favorita de Summer Finn, depois de Smiths e Beatles, fez com que todos levássemos para casa mais que um pôster do Queremos.  A experiência do show foi completa, assim como a vida, que hora imita arte, mas que nunca nos engana sobre o que é a vida de verdade.

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  1. Nobody’s Empire
  2. I’m a Cuckoo
  3. The Party Line
  4. Seeing Other People
  5. Expectations
  6. Allie
  7. Perfect Couples
  8. The Stars of Track and Field
  9. The Power of Three
  10. Electronic Renaissance
  11. Sukie in the Graveyard
  12. We Rule the School
  13. Dog on Wheels
  14. The Boy with the Arab Strap
  15. Legal Man
  16. The State I Am In
    Bis:
  17. Get Me Away From Here, I’m Dying
  18. The Blues Are Still Blue
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RESENHA: Spoon apresenta a trilha sonora perfeita para a vida

Por Thais Rodrigues I @thwashere I Fotos IHateFlash

A música tem um grande papel na vida de cada pessoa e também, nas experiências vividas por cada uma delas. Além de fazer toda a diferença em um momento ou evento do cotidiano comum, transforma até qualquer ida ao ponto de ônibus em uma cena cinematográfica. Discute-se muito sobre isso em “Begin Again”, “Nick & Norah’s Infinite Playlist” e “Going the Distance” e como a música pode mudar pessoas, histórias e pontos de vista.

O Sacadura 154 recebeu a banda Spoon na última quinta-feira (15/10) da melhor forma possível: com pessoas que realmente acreditam no poder da música. Dessa vez, o fato da banda não ser tão popular, com hits discretos, porém dignos de respeito e admiração, ajudou na hora de reconhecer os fãs e reunir pessoas que sabem apreciar de forma pacífica um som enérgico sem estarem munidas de julgamentos ou reclamações insistentes, implorando pela próxima atração.spoon rj

Mesmo as pessoas que nunca tinham ouvido falar da banda até o anúncio do show, realizado pelo Queremos, não conseguiam ficar paradas durante a apresentação da banda que contagiou a todos com sua presença de palco peculiar. Eles realmente sabiam o que estavam fazendo a cada música e pela primeira vez em muito tempo, assisti a um show realizado pela própria banda. Não foi egoísmo ou falta de “agora é com vocês” e sim uma grande parceria, onde a banda não exclui o público e vice versa.

O vocalista Britt Daniel, com toda sua presença vocal, deitou e rolou, literalmente. Não foram necessários todos aqueles gritos histéricos que já fazem parte de shows para que quem estivesse assistindo, pudesse retribuir em energia que logo fez com que toda a banda vibrasse em harmonia de volta.

O som quase que idêntico ou talvez até melhor que os álbuns gravados desde 1996, trouxeram de volta a esperança do fim da fase de experimentação da música, onde as mesmas deixam de se tornar produtos descartáveis para serem apreciadas com bastante atenção. A cada intervalo entre uma música e outra, podia-se sentir a expectativa no ar já que as pessoas não tiravam os olhos do palco e muito menos os pés do chão.

Ao término do show, pode-se perceber que lentamente as pessoas foram voltando à realidade e saindo do transe natural deixado de presente em terras brasileiras. A atmosfera do show nos levou para dentro de um filme com quê de sessão da tarde, onde a música ficava por conta da banda que não é a mais bonita da cidade, e talvez, nem a mais tocada nas rádios, mas com toda certeza a trilha sonora perfeita para a vida toda.

setlist

  1. Rent I Pay
  2. Knock Knock Knock
  3. The Way We Get By
  4. Don’t You Evah
  5. Small Stakes
  6. The Ghost of You Lingers
  7. The Beast and Dragon, Adored
  8. Satellite
  9. I Turn My Camera On
  10. Inside Out
  11. Do You
  12. Outlier
  13. I Summon You
  14. Don’t Make Me a Target
  15. You Got Yr. Cherry Bomb
  16. TV Set (cover de The Cramps)
    Bis:
  17. Black Like Me
  18. The Fitted Shirt
  19. Got Nuffin
  20. The Underdog
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RESENHA: All Time Low revive o melhor da adolescência

Por Thais Rodrigues I @thwashere

Quando se tem catorze anos, tudo parece o fim do mundo. Além de ser uma transição complicada da infância para a adolescência, quando ainda não se é considerado adulto, mas também não mais criança, inúmeros são os acontecimentos marcantes e colecionáveis que bombardeiam corações e toda uma história, que acabam influenciando o futuro.

All Time Low Rio

Foto: Gustavo Chagas

Ao passar pela entrada principal do Sacadura 154, todas as obrigações da rotina foram deixadas de lado e recebemos um “presente” parecido com o passe livre para os parques da Disney. Dizem que até as pessoas mais orgulhosas e emburradas deixam o orgulho de lado para deixar-se levar. O All Time Low conseguiu ser esse mesmo passe, e a tão sonhada máquina do tempo da grande maioria, trazendo todas as aflições de se estar crescendo de volta, com um quê de “você não está sozinho nessa, estou com você” de sempre.

Apesar da chuva, do frio e de tantos outros fatores meteorológicos ou não, e que não podiam ser controlados, os fãs da banda estavam bastante empolgados. Antes, durante e logo após o show que deixou saudade até mesmo sem ter hora para acabar, quem estava por lá não desanimou. A festa Crush assumiu papel de testemunha dessa felicidade de voltar às raízes, bater cabelo e cantar tão alto a ponto de considerar todas essas atitudes como um grande desabafo do peso que é levar a vida a sério, e não com a barriga.

All Time Low botando o Sacadura 154 abaixo com “Weigthless”

Um vídeo publicado por Canal Riff (@canalriff) em Set 12, 2015 às 10:39 PDT

O show foi para não perder e perder, ao mesmo tempo. Diferente do falecido cantor Wando, os caras colecionaram sutiãs no palco, então, valia tudo! Inclusive, perder a vergonha de dançar, chorar e soltar gritos histéricos com as demonstrações de carinho e comentários de duplo sentido que foram feitos nos intervalos entre as músicas. Facilmente podia se perder a cabeça, a compostura e a cueca. Só não dava pra perder oportunidades, e quem subiu ao palco para dar um show junto com Alex, Jack, Zack e Rian, fez não só a festa, mas com que a banda prometesse não demorar tanto para voltar ao Brasil.

Com todos os seus doze anos movendo corpos e fazendo corações dispararem, o All Time Low contagiou o público com a poção da juventude e não teve quem ficasse o tempo todo pra baixo, nem parado, muito menos em silêncio! Graças ao público que mais uma vez comandou o show, mesmo sendo dominado pela energia da banda, músicas como Therapy, Weightless, Poppin’ Champagne e Remembering Sunday não deixaram de ser tocadas, e mexeram não só com o psicológico de quem esperou ansiosamente por tudo que a banda tinha a oferecer no show realizado pelo Queremos, mas também com os hormônios. De repente, até as dores nas pernas pediram licença pra poder pular sem pensar em cansar.

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Atravessar o show foi como passar pela puberdade, tirando a parte das transformações físicas. Com tantas sensações diferentes ao mesmo tempo, mais uma vez o All Time Low se encarregou de ser a trilha sonora perfeita pra entendermos quem não estamos sozinhos, e que só vale se perder se for na música, comprada ou baixada.

setlist

  1. Satellite
  2. The Irony of Choking on a Lifesaver
  3. Lost in Stereo
  4. Stella
  5. Runaways
  6. Damned If I Do Ya (Damned If I Don’t)
  7. Weightless
  8. Tidal Waves
  9. Therapy
  10. Remembering Sunday
  11. Missing You
  12. The Reckless and the Brave
  13. Poppin’ Champagne
  14. A Love Like War
  15. Backseat Serenade
  16. Time-Bomb
  17. Something’s Gotta Give
  18. Kids in the Dark
  19. All the Small Things (Cover do Blink‐182)
  20. Dear Maria, Count Me In
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RESENHA: Iron & Wine hipnotiza público no Rio

Por Thais Rodrigues

Quando a canção Flightless Bird, American Mouth embalou o casal Edward e Bella no primeiro filme da saga Crepúsculo –  que também conta com outros grandes nomes do cenário alternativo em seu soundtrack – não esperava-se que algo mais viesse depois disso. Até então, Iron & Wine era só mais um nome. Ou dois!

Iron & Wine

Foto: Thais Rodrigues

E não é que veio e em 2015? Recebi o setlist do show de hoje, que aconteceu no Sacadura e pelo Queremos, às dez da manhã nessa ensolarada quinta-feira de setembro. A primeira surpresa foi não ter encontrado músicas que não só eu, mas outros conhecidos esperavam que Sam Beam tocasse. A coisa toda tinha ido bem mais longe: não tinha mais nada a ver com vampiros e modinha adolescente, e sim com um encontro com o inesperado.

Depois de tomar ciência de que as músicas favoritas não eram as óbvias e não necessariamente por escolha, mas talvez por identificação ou feeling, chega a hora de entender o que acontece de verdade em um show da banda de um homem – e que homem, com aliança no dedo e família – só.

Ao chegar no Sacadura, outra surpresa: o público. Achava-se que o pré-requisito para fazer parte do target de um show como o de hoje era ter barba e coque. Obviamente, a parcela lumbersexual marcou presença, mas não deixou de dar espaço para pessoas tão diferentes umas das outras, as quais, com um simples anúncio de que o show começaria em alguns minutos, ficaram com o mesmo brilho nos olhos: todas hipnotizadas, ainda encarando o Dj da ‘Que Se Folk’, esperando por qualquer sinal, de barba, voz ou violão.

Dois violões, duas garrafas d’água e uma taça de vinho. Um ‘Hello, Brazil‘ bem tímido, porém feliz e surpreso por ver tantas pessoas. Lamentou a falta do português na ponta da língua, soltou um obrigado e, logo em seguida, a voz. E lá estava a primeira música do mesmo setlist que havia recebido pela manhã. The Trapeze Swinger deu o pontapé inicial para a atmosfera mais acolhedora. Todos subimos em um balão, e a cada acorde, íamos um pouquinho para mais perto do céu.

Aparentemente, o show duraria mais que o esperado, e esperar pelo inesperado deveria ser a resposta para a noite. Não demorou muito para que o show fosse do Sam Beam, e não de Iron & Wine. Foi como passar a tarde no sofá de casa, ouvindo-o cantar despretensiosamente, sem esperar da gente como a gente, mais que aplausos. Overwhelming, ele repetia. Parece que o jogo virou não, é mesmo?

Iron & Wine

Foto: Pamella Renha

Apesar de ainda ter em mãos o violão, entregou o show nas mãos de fãs e quem mais podia ouvi-lo. Decidiu que decidiríamos o repertório, e assim, o show voou. Todos nós voamos, ainda naquele mesmo balão, lembra? A cada pausa para aplausos ou elogios, um tempo para assimilar e respirar. Estávamos nas nuvens, longe de casa, mas com aquela sensação calorosa de lar.

Mesmo pedindo por músicas “tristes”, a alegria estava estampada em cada um. Foi incrível ver tanta gente deixar celular e câmera de lado para apreciar o show como merecia. Ele hipnotizou a todos, novamente com voz e violão, e até com apenas um dos dois, e só nos demos conta do fim quando ele disse que voltaria mais vezes ao Brasil. E não o vimos voltar mais com a taça de vinho para o palco.

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O bem estar ficou, mas aquela sensação lúdica foi sendo desconstruída aos poucos. Na verdade, era mais próxima do real do que pensávamos, pois facilmente imaginaríamos domingos em família com Sam Beam tocando para nós, com chuva batendo na janela e tudo! Se desse, até barulho do vento. O show terminou e a vontade de “fica pra um café” grudou, como todas as outras canções de seu repertório bastante rico.