Por Felipe Sousa | @Felipdsousa
Surgida em Vitória–ES e consolidada em São Paulo, a Supercombo é uma daquelas bandas difíceis de cravar um estilo, e como sugere seu nome, é formada por diversas vibes e influências com seus músicos. Léo Ramos (Voz e guitarra), Pedro Ramos (Guitarra e voz), Carol Navarro (Baixo e voz), Paulo Vaz (Teclado e efeitos) e Raul de Paula (Bateria) estão na ativa desde 2007, e hoje em 2016 aparecem como uma das grandes bandas do novo cenário do rock nacional, já tendo se apresentando inclusive em grandes eventos como no Lollapalooza e no Planeta Atlântida.
No final de Julho o quinteto lançou seu quarto álbum de estúdio intitulado Rogério, que deixou um pouco pra trás o indie rock convencional do seu antecessor Amianto e deu vez a uma grande mistura de elementos, gêneros e peso nas guitarras. Se por um lado, no entanto, Amianto foi o marco do amadurecimento da banda, com letras extremamente elaboradas, harmonias imprevisíveis levando a banda ao patamar de banda das mais relevantes da nova geração, Rogério chega pra consolidar ainda mais isso.
A começar pelo seu nome, Rogério, já desperta a curiosidade em saber quem seria esse sujeito. E aos poucos o álbum vai nos mostrando que Rogério seria a personificação de uma junção de diversos sentimentos, especificamente, como Léo já falou, ele seria aquele lado ruim de cada pessoa. E assim podemos esperar grandes composições mais uma vez.
Cheio de grandes participações, o álbum começa com “Magaiver” com melodia e refrão bastante marcantes, especialmente pela voz da baixista Carol Navarro cantando letras que já mostram os dilemas um tanto existencialistas propostos. A música conta ainda com os irmãos Keops e Raony da banda Medulla cantando um rap no final.
“A Piscina e o Karma”, segunda música, conta com a participação de Emmily Barreto vocalista do Far From Alaska. E com uma levada reggae e timbres bem dramáticos cadenciando com pesos nas guitarras e berros, o duo manda ver em um clima bem tenso.
“Bonsai” aparece cheio de autocríticas, bem existencialistas, com riffs animais e cheia de peso. Essa música, inclusive, foi muito bem recebida pelo público, e embora a banda não confirme hoje ela aparece como uma das favoritas a se tornar single.
“Grão de Areia” vem cheio de intensidade, uma bateria ditando o ritmo com contratempos muito bem elaborados e com um refrão marcado pela voz de Gustavo Bertoni da banda Scalene.
Em uma harmonia mais densa “Monstros” possibilita uma interpretação vocal que remete à vibe do disco anterior, cheio de melodrama, e Mauro Henrique do Oficina G3 explora bem isso e usa muito bem sua voz potente.
Depois de “Embrulho” e “Morar”, Supercombo recebe Lucas Silveira da banda Fresno e tocam “Bomba Relógio”, música bem melódica e que tratam de forma bem sádica o tal Rogério. Na mesma levada aparece “Jovem”.
O gigante Sergio Britto do Titãs chega com um rock and roll cheio de dramaticidade em ”Eutanásia”. Continuando com as criticas do álbum, essa música desvenda ainda mais o personagem principal e esse ganha ainda mais sentido. Logo em seguida o personagem principal aparece e “Rogério” detona na letra.
O álbum fecha com “Lentes” e a bela voz de Negra Li. Um trabalho incrível com os violões, ainda com uma vibe de distorção nas demais cordas e uma letra que te faz querer ouvi o disco todo de novo.
A Supercombo depois de entrar na realidade paralela do Superstar e mandar muito bem por lá, voltou ao mundo real e assimilou bem o que tinha que fazer pra despontar. Não é por menos que Amianto teve uma turnê com mais de 120 shows e seu single “Piloto Automático” foi a segunda música mais compartilhada no Spotify em 2014. Agora com Rogério a banda deve trazer muita novidade aos fãs, contando com nova tour, lançamentos de lyrics videos, novo single.
É um baita lançamento nacional. É uma baita banda. Pode contar que a Supercombo de levar muita gente aos shows e às plataformas de streaming para ouvir as tantas reflexões do álbum.