Por Thais Rodrigues I @thwashere
Quando se tem catorze anos, tudo parece o fim do mundo. Além de ser uma transição complicada da infância para a adolescência, quando ainda não se é considerado adulto, mas também não mais criança, inúmeros são os acontecimentos marcantes e colecionáveis que bombardeiam corações e toda uma história, que acabam influenciando o futuro.
Foto: Gustavo Chagas
Ao passar pela entrada principal do Sacadura 154, todas as obrigações da rotina foram deixadas de lado e recebemos um “presente” parecido com o passe livre para os parques da Disney. Dizem que até as pessoas mais orgulhosas e emburradas deixam o orgulho de lado para deixar-se levar. O All Time Low conseguiu ser esse mesmo passe, e a tão sonhada máquina do tempo da grande maioria, trazendo todas as aflições de se estar crescendo de volta, com um quê de “você não está sozinho nessa, estou com você” de sempre.
Apesar da chuva, do frio e de tantos outros fatores meteorológicos ou não, e que não podiam ser controlados, os fãs da banda estavam bastante empolgados. Antes, durante e logo após o show que deixou saudade até mesmo sem ter hora para acabar, quem estava por lá não desanimou. A festa Crush assumiu papel de testemunha dessa felicidade de voltar às raízes, bater cabelo e cantar tão alto a ponto de considerar todas essas atitudes como um grande desabafo do peso que é levar a vida a sério, e não com a barriga.
O show foi para não perder e perder, ao mesmo tempo. Diferente do falecido cantor Wando, os caras colecionaram sutiãs no palco, então, valia tudo! Inclusive, perder a vergonha de dançar, chorar e soltar gritos histéricos com as demonstrações de carinho e comentários de duplo sentido que foram feitos nos intervalos entre as músicas. Facilmente podia se perder a cabeça, a compostura e a cueca. Só não dava pra perder oportunidades, e quem subiu ao palco para dar um show junto com Alex, Jack, Zack e Rian, fez não só a festa, mas com que a banda prometesse não demorar tanto para voltar ao Brasil.
Com todos os seus doze anos movendo corpos e fazendo corações dispararem, o All Time Low contagiou o público com a poção da juventude e não teve quem ficasse o tempo todo pra baixo, nem parado, muito menos em silêncio! Graças ao público que mais uma vez comandou o show, mesmo sendo dominado pela energia da banda, músicas como Therapy, Weightless, Poppin’ Champagne e Remembering Sunday não deixaram de ser tocadas, e mexeram não só com o psicológico de quem esperou ansiosamente por tudo que a banda tinha a oferecer no show realizado pelo Queremos, mas também com os hormônios. De repente, até as dores nas pernas pediram licença pra poder pular sem pensar em cansar.
Atravessar o show foi como passar pela puberdade, tirando a parte das transformações físicas. Com tantas sensações diferentes ao mesmo tempo, mais uma vez o All Time Low se encarregou de ser a trilha sonora perfeita pra entendermos quem não estamos sozinhos, e que só vale se perder se for na música, comprada ou baixada.
- Satellite
- The Irony of Choking on a Lifesaver
- Lost in Stereo
- Stella
- Runaways
- Damned If I Do Ya (Damned If I Don’t)
- Weightless
- Tidal Waves
- Therapy
- Remembering Sunday
- Missing You
- The Reckless and the Brave
- Poppin’ Champagne
- A Love Like War
- Backseat Serenade
- Time-Bomb
- Something’s Gotta Give
- Kids in the Dark
- All the Small Things (Cover do Blink‐182)
- Dear Maria, Count Me In