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Resenha: City and Colour e as parcerias que dão o que falar

Por Thais Rodrigues | @thwashere | Fotos @gustavochagas

Além de ter sido motivo para muitos brindes, o segundo ano de parceria entre Queremos e Heineken deu o que falar, e pelo visto, tanto se falou que Dallas Green e seus amigos voltaram para colorir e movimentar o Rio de Janeiro com o projeto City and Colour na turnê “If I Should Go Before You”.

O Circo Voador inundou com muitos empolgados e seguidores da banda na última sexta-feira (29/04). Nem a chuva ou a frente fria recém-chegada foram o suficiente para impedir que inúmeros nomes citados na lista se privassem de ter mais uma chance de estarem compartilhando experiências e angústias, em busca da cura da alma por meio da música. E no final das contas, o clima colaborou para que todos ficassem mais juntinhos e combinasse com as faíscas dos apaixonados que aguardavam entre beijos e abraços, o início do show.

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Pelo segundo ano seguido, Queremos e Heineken trouxeram o City & Colour ao Brasil

Os primeiros acordes emocionantes, intensos e cautelosos de Woman marcaram o início da viagem mágica que estávamos prestes a embarcar. A voz impecável de Dallas e a sintonia da banda que o acompanhou não só apenas no último álbum lançado, mas também no show do ano passado, se fazia presente mais uma vez, acabando de preencher, de forma bem discreta e introspectiva, qualquer vazio ou espaço para comparações com outras apresentações.

Com intervalos curtos entre uma música e outra e nada mais que “thank you”, a banda aparentemente com um pouco de pressa na execução e, ao mesmo tempo, preocupada em não perder o ritmo, deu continuidade com Northern Blues, Two Coins e If I Should Go Before You, envolvendo a plateia que não tinha muito tempo para refletir sobre as faixas tocadas.

O blues que faltava fez com que alguns pés se movimentassem e vozes emocionadas começassem a mostrar o motivo de terem ecoado tanto, ao som de Killing Time meio I Don’t Trust Myself (With Loving You), mas não durou por muito tempo. De repente, uma luz angelical iluminava apenas Dallas e era como se estivéssemos congelados. Não era o frio, e sim uma brisa absurda das memórias provocativas do passado pedindo licença, um minuto ou dois de nossa atenção, com direito a “deprê” e mais um pouco ao som – e que som – de Hello, I’m In Delaware.

Wasted Love veio em boa hora, agitando mais uma vez o público, dando-o poder de se mover e colocar alguma atitude em seus passos de dança com quê de rock’n’roll e também para fazer com que se lembrasse de decepções amorosas e o quanto as mesmas nos deixam intensos em qualquer emoção que tenhamos.

O momento mais marcante do show foi quando Lover Come Back saiu do palco e voou pelo Circo. Ouvir todas aquelas vozes e ver palmas de agradecimento foi melhor que qualquer solo que estivesse por vir, tirando sorrisos de Jack e Dante que até então, permaneciam sérios e centrados na execução de cada música.

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O público compareceu em bom número ao Circo Voador

Todos nós precisamos de um tempo com nossos próprios pensamentos, medos, inseguranças e frustrações. A banda deixou o palco e só Dallas voltou, chamando a atenção de pessoas com cartazes que estavam atrapalhando e para o motivo de não incluir algumas músicas que estavam sendo pedidas durante o show no setlist. Disse ainda que não se sentia mais tão confortável com algumas músicas e que preferia que fosse desse jeito e ponto final. Sem muitas palavras, continuou o show atravessando uma onda de letras profundas, agora com a plateia mais silenciosa, tocada, arrepiada e emocionada que antes.

Quando finalmente deixamos as tristezas pra lá e nos pegamos dançando The Girl, já era tarde demais e a união que resultou em um dos álbuns mais carregados de significado, bem ali na nossa frente, nos deixava sem grandes declarações. Dallas e friends deixaram o palco e a partida deles, talvez, tenha sido menos dolorosa dessa forma, com uma pitada de “até logo” pra não falar mais sobre “adeus” que suas músicas e assim, sem competições, a parceria entre público e banda, banda e Dallas, Queremos e Heineken soou verdadeiramente como música em nossos ouvidos que vale a pena estar no “repeat”.

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City and Colour Setlist Circo Voador, Rio de Janeiro, Brazil 2016

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Clarice Falcão no Rio de Janeiro – Cobertura RIFF

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Resenha: Dobradinha entre amigos no show da banda Cimorelli e Jacob Whitesides

Por Thais Rodrigues | @thwashere

A descoberta de um talento na família, alguém com um dom com quê de estrelato, já é motivo para reunir a família e amigos em casa ou até no quintal para compartilhar a felicidade de ter a música cada vez mais presente na rotina. Mas, quando seis irmãs têm talento e a iniciativa de homenagear seus ídolos fazendo covers e compondo suas próprias músicas, não há melhor maneira de comemorar que vindo ao Brasil para um show.

A banda Cimorelli, composta de seis irmãs americanas, Christina, Katherine, Lisa, Amy, Dani e Lauren, fez seu primeiro show no Rio de Janeiro no último domingo (10/04) no Circo Voador, na Lapa, pelo Queremos. E, mesmo com bastante espaço no local do show, fãs adolescentes ficaram bem juntinhos perto do palco, vibrando com qualquer movimentação que indicasse o início da apresentação.

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Antes das meninas subirem ao palco, mensagens inspiradoras gravadas das próprias integrantes emocionavam e deixavam a plateia cada vez mais ansiosa e foi aí que sem avisar ou ser anunciada, Dani entrou no palco cantando e logo em seguida, as outras já estavam pulando no palco causando histeria.

Apesar do entusiasmo dos empolgados aglomerados, tentando conseguir um aperto de mão ou snap descente que fosse, o clima ao redor do Circo Voador era de calmaria. Muitos responsáveis dos empolgados se animaram enquanto esperavam o término da apresentação e deu até pra ver pai achando tudo muito divertido ao se levantar pra bater uma foto, com certeza pra mandar pra familiares em alguma ocasião.

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Enquanto assistíamos ao show, um amigo e eu compartilhávamos de lembranças de alguns anos atrás e concordamos que Cimorelli dava o toque final a toda a nostalgia adolescente que pairava por ali, com direito a relato sobre corações partidos, pessoas ao redor nos desmotivando e muito mais problemas que só quem passou por essa fase, sabe como é. Deu até pra ver Amy se emocionar em algumas faixas.

Com direito a Sorry do Justin Bieber e Skyscraper de Demi Lovato, as irmãs tomaram conta do palco. Em alguns momentos do show, dava pra perceber que não pareciam estar comprometidas com seriedade irritante e chata ao se apresentarem e era como se estivessem em uma festa do pijama, dançando em frente ao espelho, contando segredos sobre crushes e pedindo conselhos. Christina foi praticamente a porta voz do grupo, apesar de um olhar ser o bastante pra gente saber que muitas das canções do novo álbum que tivemos o orgulho de ouvir ao vivo em primeira mão, tinham algo de muito sincero e motivacional.

Com looks bastante individuais e coreografias Spice Girls inspired, não teve como ficar sentado por muito tempo. Levantamos e fizemos coreografias desajeitadas também e além da energia, ficamos para mais um show com a mensagem de que a vida é difícil, mas se quisermos muito algo, devemos lutar por isso e não deixar qualquer mensagem negativa nos abalar. E assim, a reunião entre amigas e irmãs teve seu fim e a pausa para o próximo show foi o suficiente pra recarregar energias, conseguir selfies, autógrafos e depoimentos dos fãs mais apaixonados e dedicado que a Lapa já viu.

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Sai o grupo de amigas que todo mundo queria ter, entra aquele típico garoto fofo, bonito e que mais que ter a sorte de ser a namorada dele, privilégio seria tê-lo como melhor amigo, daquele que nos entende e é capaz de nos dar conselhos e colo se precisarmos. Jacob Whitesides invadiu o palco do Circo com direito a frio na barriga e declaração de que era o melhor show que o mesmo já tinha feito até então.

Jacob conquistou a todos sem muitas performances, só voz, banco e violão em algumas partes do show. Com sua própria versão de When We Were Young de Adele e Love Yourself de Justin Bieber, levou o público ao delírio e elogiou todas as vozes e até deixou escapar que todos juntos, cantavam melhor que ele.

Com tanta calmaria, seguida de hits de autoria própria, “o melhor amigo que todas as meninas gostariam de ter” surpreendeu a todos quando agarrou o celular de uma das pessoas da plateia. Aparentemente, a pessoa estava fazendo vídeo conferência com outra que não pode comparecer ao show e ele conversou por um tempo com ela, enquanto do outro lado, ela se emocionava vendo o seu ídolo tão perto, mas de tão longe.

Ao término do show, Jacob Whitesides e Cimorelli subiram ao palco juntos para agradecer a recepção calorosa de todos e que apesar da paixão exagerada por parte dos fãs, todos são muito amigos, diminuindo a distância entre astro e seguidor e aumentando a troca de experiência em nome da amizade, afinal, tudo entre amigos é só amor.

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Show do Bring Me The Horizon – Cobertura RIFF

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RESENHA: Him estreia no Rio e vê as fãs se “igualarem” ao ídolo

Por Guilherme Schneider | @Jedyte | Fotos/Vídeo: Daniel Croce

Quantos amores e desamores as músicas de uma banda podem carregar? Um monte, claro. Mas, dentro do metal, poucas traduzem tanto sentimentos como Him. Os criadores do love metal finalmente encontraram os fãs cariocas na última quinta-feira, dia 10.

O Circo Voador não lotou, mas encheu de fãs ansiosos para ver um cara: o finlandês Ville Valo, que completou recentemente 39 anos. Valo é quem atrai gritos eufóricos de mulheres (e homens) durante o show inteiro, a cada gesto ou  sorriso. Queria ou não ele é o Him.

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A expectativa por esse show era enorme, já que a banda nunca havia pisado em um palco carioca – apesar de já ter vindo ao Brasil anteriormente. E não poderiam ter escolhido lugar melhor, já que a proximidade dos fãs com o palco do Circo é ímpar. Porém, poucas vezes vi o som da casa tão ruim.

Não sei qual foi o motivo, mas após o show muita gente reclamou do volume. Inclusive Ville Valo se mostrou bastante incomodado durante o show, pedindo frequentemente para aumentar o seu retorno. Bom, isso foi o bastante para atrapalhar uma noite tão aguardada? Em parte sim, já que o vocal de Him merece ser ouvido com uma clareza que faltou.

Mas, os problemas de áudio abriram caminho para um espetáculo paralelo – e que surpreendeu a banda toda. Sedentos, os fãs cantaram o show todo, e, por vezes, superaram o som da banda. Os momentos mais emocionantes foram justamente aqueles em que  os fãs regeram o Him.

Os sucessos Join Me in Death, Right Here in My Arms e The Funeral of Hearts fizeram os fãs cantarem com todo o coração (ou melhor, heartagram). São tantos e tantos “hinos de fossa” que o romantismo extremista do Him precisou caprichar no setlist, revisitando boa parte da carreira de 24 anos.

Já assimilados na carreira do Him, os covers Wicked Game (de Chris Isaak) e Rebel Yell (do Billy Idol), também foram muito bem recebidos. Destaque para a jam durante Wicked Game, com um trecho de Sabbath Bloody Sabbath, do Black Sabbath.

Valo sorria toda vida, satisfeito com a calorosa recepção. Durante o show ganhou (pelo menos) dois soutiens de fãs mais provocadoras. E ele devolveu a provocação com requintes de crueldade: segurou uma toalha branca durante o show todo, e, ao invés de jogar para a plateia, preferiu deixá-la no chão do palco. Maldade, né?

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O mais legal foi ver a superação da banda, que atropelou qualquer problema técnico para fechar uma noite memorável. Os cinco nórdicos se desdobraram com talento. Vale o destaque para o baterista Jukka Kröger, que se mostra seguro em sua primeira turnê com a banda. Que não demorem para retornar ao Brasil!

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HIM Setlist Circo Voador, Rio de Janeiro, Brazil 2015

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RESENHA: Explosions in The Sky diz tudo sem dizer nada

Por Guilherme Schneider | @Jedyte 

Há uma célebre frase atribuída ao escritor francês Victor Hugo que diz: “A música expressa o que não pode ser dito em palavras mas não pode permanecer em silêncio”. E isso se encaixa na música instrumental do Explosions in The Sky, banda de post rock texana que tocou no Circo Voador na última quinta-feira (19).

Para quem ainda não conhece, o Eits (como é apelidado pelos fãs) faz um som instrumental denso, viajante e inspirador. Acho a trilha sonora perfeita para estudar, me concentrar. Mas serve para mil momentos – não é à toa que a música deles integra diversas trilhas sonoras de filmes.

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O pessoal do Queremos os trouxe novamente ao Circo, e o público veio junto. Casa muito cheia, com a grande maioria dos fãs tentando respeitar o ‘silêncio’ durante as músicas. Na falta de letras, o público acompanha como pode, com palmas e um transe alegre. O merecido grito de euforia fica preso na garganta até os intervalos das músicas.

O nível de composição da banda é absurdo. Músicas como First Breath After Coma, Your Hand in Mine ou The Birth and Death of The Day evocam todo tipo de emoções. A linha de frente com três guitarras é poderosa, com destaque para a energia de Michael James. Dá impressão que todo mundo ali tem a competência para assumir qualquer instrumento.

Exceto no alô inicial e na despedida, ambas puxadas pelo guitarrista Munaf Rayani, o Eits se concentrou mesmo na música, com muita entrega, recebida em forma de contemplação. É uma banda que diz tanto sem dizer nada. Sem praticamente abrir a boca. E precisa?

Bom, na verdade o quarteto (que é acompanhado na estrada pelo baixista Carlos Torres), deixou para conversar animadamente com os fãs após o show, ao lado do palco. Simpáticos, distribuíram autógrafos e posaram para selfies.

O grito preso enfim explode e a banda deixa o palco após a bela The Only Moment We Were Alone sem bis, sem firulas, e ovacionada como os mestres do rock instrumental. Foi o fim de uma turnê sul-americana que passou antes por Chile, Argentina, e desembarcou na véspera no Brasil para um show em São Paulo. Que voltem mais vezes para mostrar que o céu é o limite.

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Explosions in the Sky Setlist Circo Voador, Rio de Janeiro, Brazil 2015

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Filme

RESENHA: “Circo Voador, A Nave” – na qual você deve embarcar (de novo!)

Por Guilherme Schneider I @Jedyte

Quem é do Rio de Janeiro e costuma ir a shows certamente tem uma opinião formada sobre cada casa de espetáculos. “Gosto mais dessa”, “Aquela é ruim de chegar”, “Detesto a acústica daquela”. Costumo ouvir muito mais elogios sobre o Circo Voador do que críticas. Principalmente de quem não vê o local como uma simples casa de shows.

O lugar tem história. Tanta, mais tanta, que precisou de um documentário e um livro para reunir parte delas: “Circo Voador, A Nave”, que estreou nesta sexta-feira (23) nos cinemas cariocas.

O Canal RIFF foi convidado para acompanhar de perto a pré-estreia do filme dirigido pela estreante diretora Tainá Menezes. Em pouco mais de uma hora e meia o filme nos afunda em uma densa viagem sonora e afetiva.

Impossível não lembrar de shows marcantes por lá, especialmente se você também for aqui do Rio.

O primeiro show que fui na vida foi lá: o animado Rotnitxe, dia 28 de junho de 1994. Só sei a data porque fui ao Circo assistir o empate entre Brasil e Suécia (1 a 1) na Copa do Mundo de 94. Depois do jogo, o show, em um Circo roots – uma época provavelmente com uma democracia mais anárquica na casa.

A verdade é que o Circo Voador já passou por várias fases, desde 1982 (ano em que nasci) quando ‘pousou’ no Arpoador. O filme mostra a vocação polivalente do espaço desde seu DNA. Um lugar que era ‘point de doidão’, cresceu e se firmou na Lapa. Aliás, transformou a cara da Lapa, como contam os depoimentos do longa.

E, por falar em depoimentos, o destaque do filme são as vozes de quem ajudou a escrever a história de lá. João Gordo, Tom Zé, Marcelo D2, Marcelo Yuka… histórias maravilhosas! Além de depoimentos gravados em imagens raríssimas, como de Tim Maia – um habitué daquele palco. Há também um rico apanhado de imagens raríssimas – como Caetano Veloso cantando com Cazuza, por exemplo.

Certamente você também deve ter alguma história do Circo Voador. Eu mesmo carrego no supercílio uma cicatriz de lá (por conta de um mosh dado durante o show da Bakuhastsu em 2007). Inesquecível.

JedyteEsse “caos” único do Circo Voador ficou marcado na minha cara

Essa permissividade para o público invadir o palco, dar moshs, e protagonizar rodas homéricas, fez do Circo um lugar único. Um canto onde até assistir do lado de fora valha a pena – “vi” o lendário show do Franz Ferdinand em 2006 assim, debaixo dos arcos.

Nesse ponto o documentário peca um pouco – mas com justificativas! Bandas gringas não liberaram imagens de seus shows por conta da burocracia de muitas gravadoras. Os custos aumentariam muito, e a produção preferiu focar no nacional. Justo. Ainda mais para uma produção 100% independente, feita ao longo dos últimos anos.

Da vocação de espaço polivalente, que abriga projetos sociais diversos, ao espírito de amplificador de ideias. O Circo sempre estará lá (mesmo que tentem derrubá-lo desde sempre), para “aplacar seus demônios”, como definiu Tom Zé, o dono das falas mais interessantes.

O filme é obrigatório para você, que já curtiu algum show lá. E, acredite, já ouvi várias vezes a frase “esse foi o melhor show da minha vida”, ao deixar o Circo – com a alma lavada, claro.


Confira as oito salas de cinema do Rio onde o ‘Circo Voador – A Nave” está em cartaz em sua primeira semana:

  • Estação Net Barra Point – Sala 1 (Barra da Tijuca)
    14:50 | 18:50
  • Estação Net Rio – Sala 1 (Botafogo)
    14:30 | 18:50
  • Cine Museu da República (Catete)
    16:20 | 20:00
  • Odeon (Centro)
    18:20
  • Estação Net Gávea – Sala 1 (Gávea)
    21:40
  • Ponto Cine (Guadalupe)
    14:00 | 18:00
  • Candido Mendes (Ipanema)
    14:10 | 18:10
  • Cine Santa (Santa Teresa)
    15:10 | 19:10
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RESENHA: Paradise Lost e Anathema juntos em uma noite irretocável

Por Guilherme Schneider I @jedyte 

Mais do que assistir a um show, ou mesmo ouvir uma música, quem esteve no Circo Voador nesta última terça-feira (8) sentiu. Diante de Paradise Lost e Anathema os fãs sentiram um show – principalmente na pele arrepiada e nos ouvidos, pra lá de agradecidos e agraciados. E isso não é pouco.

O que essas duas bandas inglesas fizeram naquele palco foi do profano ao sagrado, invocando uma gama de emoções. Tinha gente chorando, contemplando boquiaberta, cantando alto… querendo participar ao máximo.

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Fotos: Daniel Croce

Bom, mas até aí tem uma penca de shows que poderiam se enquadrar nesta descrição, certo? Eis aí o dilema de qualquer resenha. Às vezes, no calor do momento, há uma tendência de hiper-valorização do que acabou de ser visto. Em quantas saídas de shows você já não ouviu um passante dizer “cara, esse foi o melhor show da minha vida”. Pode até ter sido, claro – mas vai que foi ‘apenas’ aquela bela passionalidade que a música proporciona?

Mas, dessa vez foi diferente. Juro.

Antes mesmo dos shows começarem (super cedo, diga-se de passagem, às 20h30) já havia uma atmosfera diferente. O clima era tão bom que parecia que todo mundo ali era amigo. Provavelmente a maioria já se esbarrou em shows undergrounds, ou talvez em alguma pista de DDK ou afins.

A terça-feira chuvosa que fez a alegria de centenas de fãs (casa muito cheia, com pelo menos mil presentes) do Paradise Lost, banda que abriu a noite. Foi o retorno do Paradise ao Brasil após nada menos do que longos 20 anos. A maioria ali até podia ser nascida na época, mas foram poucos os sortudos que puderam acompanhar o Monsters of Rock de 1995, com Ozzy Osbourne, Alice Cooper, e o novato Paradise Lost – que mal havia acabado de lançar o já clássico Draconian Times.

Fato é que o povo estava sedento por um show deles. Hoje, a banda liderada por Nick Holmes pode flertar com até com synthpop, ou mesmo se manter com segurança naquela origem criada por eles mesmos do tal do Northern Doom  essa mística fusão do doom com o death metal. Não importa, chame como for. Mas o Paradise Lost ainda é muito gótico para um final de semana.

A inusitada terça chuvosa serviu para descarregar as energias cantando junto com Holmes e sua voz potente. A banda abriu com a porrada The Enemy, ganhando o público nos primeiros acordes. Refrão fácil – pra cantar junto sem dúvidas.

Durante um pouco menos de uma hora e meia o Paradise Lost revisitou toda a sua carreira. Canções de álbuns de diferentes fases como Shades of God,  Draconian Times e In Requiem foram intercaladas pelo álbum do momento – o bom The Plague Within, um dos mais pesados de 2015.

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Fotos: Daniel Croce

A banda sentiu também a participação do público, que batia palmas a todo momento – como que em sinal de gratidão. Holmes passou por cima do problema no laptop da banda (que desempenhou o papel do tecladista), e não decepcionou.

Ouvi fãs do Anathema dizendo que não conheciam Paradise Lost direito e que agora ficaram com vontade de (finalmente) conhecer. Destaques para o flerte eletrônico de Isolate (soando até como Rammstein), e as clássicas Hallowed Land, Faith Divide Us -Death Unites Us e Say Just Words, que fechou o show brilhantemente.

Aí veio o Anathema. E, sem dúvidas foi um acerto o Anathema vir depois do Paradise Lost. A impressão que dava é que na verdade a maioria estava ali para ver a segunda banda. E logo de cara uma catarse coletiva, com a música Anathema, que abriu o show, e a sequência com Untouchable partes um e dois.

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Fotos: Daniel Croce

Dava até pra ter ido embora depois dessas. Simplesmente uma das músicas mais emocionantes que já ouvi. A resposta do público foi imediata, alta e clara: estava bom demais.

Mas, felizmente, o show não parou por ali. O Anathema trouxe a turnê do belo (e progressivo) álbum Distant Satellites, lançado no ano passado. Além do trabalho mais recente, a banda não esqueceu de revisitar antigos sucessos – e mudou o setlist em relação a shows anteriores.

Uma boa surpresa foi a inclusão da música Deep, que abriu o álbum Judgement, de 1999. Aliás, álbum esse visto como um divisor de águas. Ouvi por ali no Circo Voador quem gostava apenas da fase “pré-judgement”, com a pegada mais doom, e quem preferiu a evolução que veio gradualmente – pelo visto a maioria.

É um prazer ver a versatilidade do Anathema. Há músicas com dois vocalistas; outras com dois bateristas; já em outras o baterista toca teclado; ou o vocalista ataca no sintetizador… enfim, são músicos com “M” maiúsculo.

Quem roubou a cena foi o guitarrista Daniel, um dos três irmãos Cavanagh que comandam a banda. Vestido com uma camisa do Nirvana, o comunicativo e super carismático guitarrista regeu o público. Lógico que as vozes de Vicent Cavanagh e de Lee Helen Douglas foram um show à parte – apesar de problemas técnicos no som da casa, especialmente no retorno.

Thin Air, A Natural Disaster, Universal… um desfile de belas composições, de uma banda cada vez mais madura – e que não tem medo de seguir se reinventando e explorando os seus limites. A sintonia era boa, e Vicent prometeu: “Essa é a nossa primeira vez aqui no Rio, mas não será a última. Quero voltar para cá, mesmo que seja sem a banda. Definitivamente há algo aqui”.

Foi Daniel quem chamou Nick Holmes de volta para o palco. A cereja do bolo foi ver o vocalista do Paradise Lost retornando na saideira para cantar (mesmo que no improviso) Fragile Dreams. Holmes passou boa parte do show do Anathema ao lado do palco, tomando umas biritas por quase uma hora e quarenta minutos. Até por isso já foi se desculpando e pedindo para que ninguém filmasse – de brincadeira, claro. Felizmente muita gente filmou e… que desfecho, que noite!

Setlist do show do Paradise Lost:

Setlist do show do Anathema:

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RESENHA: A (nova) consagração da loucura do Cachorro Grande

Por Laura Tardin

Noite chuvosa, Lapa meio vazia. Circo Voador confortavelmente tomado por rostos conhecidos. Após apresentação naturalmente explosiva do Far From Alaska, um amigo me pergunta: “E Cachorro Grande? É melhor do que Far From Alaska?”

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De volta ao Rio, o FFA  fez um show irretocável (Foto: Laura Tardin)

Uma enorme nostalgia tem gosto de Circo Voador. Lá estão eles, os cachorros gaúchos, latindo após 10 anos desde que estouraram na MTV – ela, saudosa, que ditava o que os jovens ouviam. Beto Bruno (vocais), Marcelo Gross (guitarra), Pedro Pelotas (teclados), Rodolfo Krieger (baixo e vocais) e Gabriel “Boizinho” Azambuja (bateria) aparecem como se o tempo não tivesse passado, no mesmo estilo de rock sólido, irreverente e eterno, com suas roupas mod e boinas na cabeça.

Formada em 1999, a Cachorro Grande provavelmente chegará aos seus vinte anos de estrada bebendo de suas fontes tão claras: ali estão os Beatles, The Who, Rolling Stones. Aos que ouvem a banda pela primeira vez, os refrões são de fácil entendimento, e dançar e pular são tarefas simples. Beto Bruno solta uns palavrões aqui e ali, o que aumenta ainda mais o seu carisma. Fala do amor e da saudade pelo Rio de Janeiro, cidade que inspirou a canção Bom Brasileiro, em versão adaptada para o show do Circo. E isso não é demagogia.

Após o DVD “Acústico MTV: Bandas Gaúchas”, de 2005 – no qual havia uma versão de Dia Perfeito, balada sensual digna de um strip-tease, cantada em dueto com Paulo Miklos (Titãs) -, a Cachorro Grande fez uma temporada no Rio, com direito a muitos shows em sebos, proximidade ao público e muita, muita cerveja à beira da praia. Ali foi o seu estouro para um público mais aberto, e provavelmente a formação para o animado público do Circo Voador, em setembro de 2015.

Aliás, a música Desentoa, sucesso diário do Disk MTV, não foi tocada pela banda. Mick Jagger falou que não chegaria aos 60 anos tocando Satisfaction, e no entanto chegou. Será que Beto Bruno enjoou de Desentoar?

O show começa aproximadamente à 1h40, após (os showzaços) di The Outs e Far From Alaska, com Você não Sabe o Que Perdeu, seguida de Hey Amigo. Nostalgia, nostalgia, dez anos não fazem diferença alguma. O Circo está captado e cativado. Apesar disso, a proposta da turnê é apresentar o disco “Costa do Marfim”, de 2014. Dele vêm as próximas canções do show, cantadas por menos fãs empolgados.

Beto Bruno, dignamente sempre alcoolizado, não poupa sua voz e seu estilo irreverente na comunicação com o público, tampouco na execução das músicas. Talvez pule menos do que há dez anos. Os vocais são divididos a todo o tempo com Rodolfo Krieger, tocando linhas simples e eficientes de baixo. Os teclados, típicos de classic rock, talvez curiosamente apareçam menos do que os teclados eletrônicos de FFA.

Cachorro Grande no Circo Voador 2015

Os gaúchos apresentaram o álbum ‘Costa do Marfim’ (Foto: Laura Tardin)

Ao voltar para os antigos clássicos, mais e mais músicas cantadas a plenos pulmões pelos presentes. Foi assim com Sinceramente, na qual Beto Bruno nem precisava ter aparecido para cantar uma estrofe sequer.

O único cover do show foi o bis, Helter Skelter, dos Beatles. Lembro-me mais uma vez da década passada – já ouvi a pergunta “como se chama aquela música que Cachorro Grande canta em inglês?” “É Helter Skelter, dos Beatles, cara pálida”. Sexperienced foi executada pela metade, intercalada com a letra de Holidays in the Sun, dos Sex Pistols.

Se Cachorro Grande é melhor do que FFA? O rock bêbado e claramente espelhado com os anos 60 é melhor do que o Beto Bruno com muita satisfação definiu como “rock da nova geração”? Sei lá, talvez sim, talvez não. Mas é minha banda nacional favorita, e fico feliz em ver que ela não é efêmera nem no que faz, nem no que é.

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RESENHA: A ‘violência intimista’ de Falling in Reverse e Issues

Por Guilherme Schneider

No último domingo, 30 de agosto, o Rio de Janeiro recebeu duas promissoras bandas de metalcore norte-americanas. O Issues, que veio pela primeira vez ao Brasil, e o Falling in Reverse, que retornou após dois anos. Dois shows na medida certa para os poucos fãs que compareceram ao Circo Voador.

Tanto a banda de abertura (Issues), quanto a a principal (Falling in Reverse) fizeram shows que por pouco não poderiam entrar na classificação de ‘pocket shows’.  Assim como uma partida de futebol, cada show durou um pouquinho mais do que 45 minutos.

No ‘olhomêtro’ o Circo Voador devia ter pouco mais de 200 fãs na noite de ontem. 300 forçando a barra? Nah… isso foi um problema? Para os fãs não. Quem estava lá curtiu bastante. Dava pra ver que os que foram são muito fãs – de uma ou de outra banda. Mas, cá entre nós, para os músicos deve ser frustrante uma casa esvaziada – ah, isso deve ser mesmo.

Bom, sem dúvidas havia muito espaço para as rodinhas – a maioria rolou durante o show do Issues, que comandou o ‘primeiro tempo’ com muito ânimo. A banda formada em 2012 em Atlanta (EUA) mandou muito bem, com muita interação por parte dos dois vocalistas Michael Bohn (com uma camisa retrô do Corinthians) e Tyler Carter (com a camisa da Seleção Brasileira).

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Foto: Ricardo Irie

Quem estava por lá pulou que nem pipoca. E essa em sido uma contante para a banda, que já tem (ou teve) turnês ao lado de grandes nomes como A Day To Remember e Bring Me The Horizon.

Destaque para o baixo na pressão de Skyler Acord, presente com a camisa do Fluminense. As guitarras distorcidas de AJ Rebollo e a batera eficiente de Josh Manuel seguraram a barra. A ausência foi a de Ty “DJ Scout” Acord, responsável pelos constantes samplers (substituídos por um laptop ao lado do baterista).

Foi a demonstração de mais pura energia juvenil. Em Sad Ghost o público arriscou um Wall of Death. O mosh foi nervoso, especialmente em King of Amarillo, ponto alto.

“Quero agradecer ao Brasil. Vocês tem sido incríveis e nos tratado muito bem”, agradeceu o Michael Bohn, antes de passar a bola para o Falling in Reverse.

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Foto: Gustavo Chagas

O Falling in Reverse entrou mantendo o nível do Issues, arrancando uma boa dose de histeria. Banda muito esforçada e competente, mas que ainda não é tão conhecida por essas bandas. Talvez falte “O” hit.

Queridinho dos fãs, o guitarrista britânico Jacky Vincent acertou em cheio ao usar uma camisa do Angra (com a imagem da capa do Rebirth). Uma homenagem ao Brasil mais consistente do que camisas de futebol.

Lá pelas tantas a banda percebeu que o caminho era se divertir. E quem estava mais no clima era o vocalista Ronnie Radke, que fazia caras e bocas. Ronnie interagiu com o público, recebeu dois quadros de presente e pegou celular de um fã para fazer uma selfie.

O grande momento foi na música Just Like You (tema perfeito para um filme adolescente), última do show. Quando parecia que a apresentação terminaria faltando um pouco mais de ‘loucura’, Ronnie desceu do palco sorrateiramente e saiu nos braços da galera.

O corre corre foi geral, e, no meio disso, alguns fãs aproveitaram para subir no palco e abraçaram os ídolos. Talvez até por isso o show tenha sido um pouco encurtado. Mas, ponto para esse delicioso caos que só o rock proporciona.

opinião dos fãs

                                                                                 ISSUES
John Vitor Naylor, 15 anos
Ponto alto?
“Cheguei logo que apagaram as luzes, e vi os caras com muita emoção. Os caras da banda estavam tentando tirar o máximo da galera. Gostei disso. O set estava bom também”
Ponto baixo?
“Não achei que teve um ponto ruim. Espero que a galera que esteja aqui em volta chegue mais pra perto do palco no Falling in Reverse”

Marcos Vinícius da Silva Lima, 20 anos
Ponto alto?
“O mais legal foi a galera interagindo. O espírito que teve. Até tomei um soco na boca, do meu primo, que é o maior fã da banda. E até para homenagear ele eu peguei um cd autografado para ele”
Ponto baixo?
“Fui entrar na rodinha pra defender ele. Tava muito violenta, mas na lealdade. O pior foi o soco na boca mesmo, de resto tudo ótimo. O show foi perfeito, a galera tá curtindo. Tá muito bom”

Wendell Luan, 22 anos
Ponto alto?
“O ponto alto pra mim foi a segunda música, que é uma das minhas favoritas, Stingray Affliction. Eles interagem muito com o público, pedem pra pular, dão a mão… isso pra gente que é fã é muito bom”
Ponto baixo?
“O ponto ruim é porque está vazio. Não sei o motivo… pode ser porque o Issues não é muito conhecido e o Falling in Reverse já veio outra vez (em 2013)”

Juliana Portes, 21 anos
Ponto alto?
“Vim por causa do Issues e o show foi maravilhoso, sem palavras para descrever. A presença de palco da banda é super foda…. a banda toda é foda. Issues salvou minha vida, literalmente. Me influenciaram a fazer coisas boas, a ser uma pessoa melhor, então posso dizer que me salvaram”
Ponto baixo?
“Não faltou nenhuma música, todas que eu queria eles tocaram. Inclusive queria deixar bem claro que o Mike gritou que me amava. Eu gritei ‘I love you’ e ele gritou de volta”

Daniel Croce, 36 anos
Ponto alto?
“Estou ouvindo Issues há uns 20 dias e estou achando bom pra caralho. Vocês imaginam assim se o Justin Bieber enlouquece, surta, pira na batatinha e chega pro produtor: ‘Aí gente, quero que vocês se fodam, caguei pra vocês! Vou tocar metalcore, deathcore, djent’. Aí monta uma banda foda, com um vocalista gutural foda… aí pronto, esse aí é o Issues. Por incrível que pareça essa mistura me ganhou fácil”
Ponto baixo?
“Gostei do show pra caralho, conhecia todas as músicas. O único ponto fraco foi porque não teve a música ‘Late’. Se tivesse eu ia me juntar a criançada ali, abraçar e cantar junto”
                                                           FALLING IN REVERSE

Filipe, 24 anos
Ponto alto?
“O show foi foda, não faltou nada. Só acho que ele não devia ter descido, porque acho que o show não iria acabar agora”
Ponto baixo?
“Acho que ele ficou puto, porque foi todo mundo em cima dele. Acho que faltou mais segurança em cima dele, do Ronnie. Todo mundo em cima dele puxando a roupa, o cabelo… sacanagem. Os fãs são loucos pelo ídolo. Ele faz isso em todo canto, mas lá fora tem seguranças protegendo”

Matheus Richard, 20 anos
Ponto alto?
“O que achei mais legal as músicas novas. Foi um bom show. Gostei da última música, quando ele veio aqui na galera. Fui na muvuca, corri atrás dele. Muito bom”
Ponto baixo?
“A parte que eu menos gostei é que eles deixaram de tocar algumas músicas mais antigas. Pena que acabou muito cedo, poderia ter bem mais”

Elmo, 17 anos
“Achei foda pra caralho. Peguei a toalha de uma das bandas, e nem vou lavar ela. Amo as duas bandas são duas das minhas favoritas. O show foi na medida certa, não achei curto”

Tânia, 22 anos
“O show foi incrível genial. A presença de palco do Ronnie… foi tudo lindo, maravilhoso. Amei! Peguei o setlist e estou nervosa até agora. Vou tentar tirar um foto e pegar um autógrafo”

Geovana, 19 anos
“Achei que eles estavam bem mais comunicativos do que o último show, mais conectados com a gente. Em geral foi muito bom. Fui atrás do Ronnie e abracei ele. Foi muito bom”

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setlist

ISSUES

  1. Life of a Nine
  2. Stingray Affliction
  3. Never Lose Your Flames
  4. Princeton Ave
  5. Love Sex Riot
  6. Sad Ghost
  7. King of Amarillo
  8. Mad at Myself

FALLING IN REVERSE

  1. God, If You Are Above…
  2. Sexy Drug
  3. Rolling Stone
  4. Raised By Wolves
  5. Bad Girls Club
  6. I’m Not a Vampire
  7. Alone
  8. Situations (Cover do Escape the Fate)
  9. The Drug In Me Is You
  10. Just Like You
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Resenha

RESENHA: Sleeping With Sirens se apresenta pela primeira vez no Rio

Por Guilherme Schneider

O Canal RIFF esteve ontem no show da banda norte-americana Sleeping With Sirens (pode chamar também de SWS, vai),  no domingo, 16 de agosto, no Circo Voador, Rio de Janeiro. E valeu a pena!

Formado em 2009 na Flórida, o SWS veio pela primeira vez ao Brasil para a turnê do seu mais novo álbum, Madness, o terceiro da banda, lançado em março. O show de ontem foi o último dos cinco realizados no país (que passou por Porto Alegre, Curitiba e São Paulo).

Diante de um Circo Voador com público bem abaixo do esperado (algo entre 400 e 500 pessoas), o SWS começou o show na hora prevista, às 20h. De cara ficou visível a energia da banda – e do público apaixonado, que participou o quanto pôde: balões verdes e amarelos, plaquinhas, bandeiras brasileiras (duas delas no palco). Ah, e gritos. Muitos!

O vocalista Kellin Quinn gritava de lá, e as fãs (pouco mais da metade do público era formado por meninas) devolviam de cá. Aliás, a banda é focada na figura do vocalista de 29 anos, fundador da banda. E, que como uma sereia, consegue mesmo chamar e prender a atenção de quem está assistindo.

Tirando os gritos, a delicada voz do franjudo Kellin lembra os melhores momentos de Claudio Sanchez, do Coheed and Cambria – só que sem o screamo. Difícil mesmo é cantar junto acompanhando o mesmo tom.

Ainda falta alguma consistência e talvez alguma maturidade ao som do SWS. Mas, sem dúvidas, o show foi honesto. Deve se destacar que a banda se divertiu muito no palco. Vide o baixista Justin Hills, que deu um show de simpatia e manobras no seu belo baixo. Fora isso, três guitarras? Parece um pouco de exagero.

SWS

(Fotos: Gustavo Chagas)

O set passou rapidinho. 15 músicas, mais da metade delas do Madness.  Destaque para a porradaria We Like It Loud, que rendeu uma bom rodinha. Outro bom momento foi o set acústico. O cover de Iris do Goo Goo Dolls foi cantado em uníssono pelo público – mas cover ser destaque não é exatamente um bom sinal. Por isso, o destaque tem que ir para If You Can’t Hang, Kick Me e Don’t Say Anything  (minha preferida). Se você ainda não conhece, comece por essas.opinião dos fãs

Matheus Lage (17 anos)
Ponto alto?
“O que mais gostei foi a interação da banda com a plateia, do guitarrista e tal. A  música que mais gostei foi Kick Me, logo no começo, que teve mais explosão, e foi a mais animada”
Ponto baixo?
“Talvez por ser o formato de screamo, a performace do Kevin, o vocalista, deixa um pouco a desejar. Mas isso é natural, era de se esperar”

Pedro Oliveira (18 anos):
Ponto alto?
“Cara, a gente espera esse show desde que conhecemos a banda. Não tenho palavras, foi incrível, inacreditável. Foi muito bom. Estava esperando desde quando conheci a banda – que faz uns quatro anos. O melhor momento foi Iris. Tava esperando por ela e foi emocionante”
Ponto baixo?
“Sinceramente, acho que não teve nenhum ponto negativo”

Iasmin Guedes (16 anos):
Ponto alto?
“Acho que a melhor parte foi quando ele colocou o microfone pro público cantar, e ele fez isso várias vezes! E todo mundo cantou, todo mundo interagiu, e foi muito legal!
Ponto baixo?
“Não teve ponto baixo nenhum. Só faltou Madness, que era a música que dá nome ao CD, mas for isso foi perfeito. Na setlist da tour acústica eles costumam cantar, mas não trouxeram pro Brasil”

Nathálie Soares (15 anos):
Ponto alto?
“Acho que o show foi muito foda! Quando jogaram o microfone, dava pra ver ele pertinho. Cheguei a encostar no microfone, eu tava do lado. A melhor foi November , que é a música mais foda deles, desse novo álbum”
Ponto baixo?
“Não teve”

Giseli Gaudie (17 anos):
Ponto alto?
“O mais foda é quando eles se aproximam do público. Porque parece que não tem essa coisa de cantor e público, fica tudo muito próximo. Com certeza eles tem que voltar. Foi o melhor dia da minha vida. Foi o melhor show da minha vida! A melhor foi If You Can’t Hang, a última”
Ponto baixo?
“Deveria ter tido meet and greet, que não teve em nenhuma outra cidade”

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setlist

  1. Kick Me
  2. Do It Now Remember It Later
  3. We Like It Loud
  4. Go Go Go
  5. Tally It Up, Settle the Score
  6. Fly
  7. Gold
  8. The Strays
  9. Scene Two: Roger Rabbit
  10. Iris (Cover de Goo Goo Dolls)
  11. Parasites
  12. Better Off Dead
  13. Don’t Say Anything
  14. If I’m James Dean, You’re Audrey Hepburn
  15. If You Can’t Hang