Categorias
Resenha

Resenha: Supercombo + Radioativa + Alaska @Democráticos

Por Natalia Salvador  | Fotos @_salvadorna & Marcella Keller

Depois de muita espera e ansiedade, o primeiro show da Tour Rogério, álbum lançado em julho de 2016, pela Supercombo, aconteceu. Formada em Vitória, no Espírito Santo, a banda já tem quase 10 anos de estrada e esse é o seu quarto álbum. Com uma mistura de ritmos, conceito bem amarrado, letras divertidas, inteligentes e o carisma que já é marca registrada. As expectativas para essa festa eram as melhores e não decepcionou.

Jpeg
Alaska @2016

Com uma hora e meia de atraso e uma fila que dava voltas no quarteirão, as portas do clube Democráticos se abriram e os paulistas da banda Alaska já estavam no palco. Depois de uma rápida passagem de som, os meninos já engataram com um show que levantou a galera. Os primeiros da fila puderam acompanhar tudo de pertinho e cantavam com animação e euforia as músicas do cd ‘Onda’, lançado em agosto do ano passado. Para compor a canção Exílio, os meninos contaram com a participação especial de Thiago Pádua, vocalista e baixista da banda Sarina. Mas o ponto alto da apresentação da Alaska costuma ficar para o fim: o coro da platéia acompanhou em alto e bom som o final marcante de Vista.

Jpeg
Radioativa @2016

Logo em seguida, quem assumiu o palco foram os cariocas da banda Radioativa. O pop rock apresentado por Ana, Felipe, Fabrício, Denny e Rodrigo deixou o público ainda mais ansioso para o último show da noite. Pontuando suas influências e reforçando a ideia de que é importante e preciso apoiar o rock nacional, a banda apresentou um cover de Sete vidas, da cantora baiana Pitty. Além, de claro, diversas músicas autorais que passearam por diferentes fases e trabalhos desses sete anos de estrada.

Jpeg
Supercombo @2016

A galera já não aguentava mais de ansiedade quando a Supercombo, finalmente, subiu no palco. A banda abriu o show com a música Jovem do último cd, e nesse momento ficou claro que a noite seria de grandes emoções. Apesar de recente, o público cantou com toda a força que os pulmões podem alcançar. Eles seguiram com uma sequência que incluiu músicas dos trabalhos anteriores, passando por Fundo do Mar e Saco Cheio.

Com muita luz e interação, o novo aparato tecnológico, que ajudava a compor o cenário, chamou bastante atenção e deixou a festa ainda mais bonita e interessante. Outra novidade que merece ser comentada é o baterista Maick Sousa, que assumiu as baquetas de Raul com excelência. Para fortalecer ainda mais a ideia de que é importante reconhecer e ressaltar o rock nacional, o vocalista Leo Ramos e o tecladista Paulo Vaz, fizeram uma versão acústica de Surreal, da banda Scalene.

Este slideshow necessita de JavaScript.

“Toda vez que a gente vem aqui dá vontade de chorar, o Rio de Janeiro é emocionante”, afirmou a baixista Carol Navarro, que, em entrevista ao Canal RIFF, contou amar o fato dos cariocas sempre fazerem as famosas rodinhas punk nos shows. Se para os músicos a noite foi especial, para os fãs ela foi inesquecível. Quem deixou o Democráticos na madrugada de sábado, saiu de alma lavada.

Categorias
Resenha

Resenha: Radioativa, Sun7, Drops96 e 161 @Lona de Jacarepaguá

Por Felipe Sousa | @felipdsousa

Dia 2 de julho de 2016 foi a data escolhida pela Radioativa pra comemorar seus 7 anos de estrada (28/6) e de quebra os aniversários da vocalista Ana e do baixista Denny (04/7). E Junto com as bandas Sun7, Drops96 e 161 decidiram que o palco pra essa festa seria a Lona Cultural de Jacarepaguá. Já conhecido por promover atrações das mais variadas, atrativas ao público local e ser um espaço que o circuito carioca precisa, a lona mostra-se cada vez mais atuante na cena underground. Não é à toa que já levou nomes como Versalle e a própria Radioativa.

Em contraste a essa esperança do ambiente tornar-se ponto de encontro da cena, devemos destacar que a Lona merece um upgrade no visual, e a acústica não é lá das melhores; o que dificultou um pouco as bandas na passagem de som e no show. Isso, aliado à dificuldade da cena underground em captar recursos, nos levou a um pequeno atraso no início do evento. Alguns problemas técnicos, microfonias, sonoridade falha, interferiram no andamento do show. Mas, calma! Continue lendo com a gente e vai entender porque esse evento vai além dele mesmo, e porquê VOCÊ, fã de rock, é tão importante pra esses sonhadores que fazem música. Confira em quatro atos e preste MUITA atenção a partir do 2°, principalmente.

11032378_1752175051680600_8939526061840395540_n

1° Ato. Apesar de fundada em 2011, a SUN7 tem integrantes bem jovens Thay Martins (Voz principal), Vinícius Távora (Guitarra e Voz), Fábio Florenzano (Guitarra), Duka Meirelles (Baixo e voz) e Raquel Igne (Bateria e Voz). Raquel Igne, no entanto, não esteve na festa, por problemas de saúde, sendo substituída pelo seu namorado, que também é baterista, Gabriel Lopes, que com apenas um ensaio, na noite anterior ao show,fez bonito e deve ter deixado a Raquel orgulhosa. A banda deu então o pontapé inicial ao evento, que nesse momento não contava com um público grande. O Pop Rock dos meninos alternava-se entre músicas autorais e covers. Thay Martins ditava o ritmo da galera com sua bela voz e certa dramaticidade na interpretação das canções, e era acompanhada pelo baixo e guitarras performistas dos meninos cabeludos que traziam à cabeça a lembrança do gigante Slash. Ao menos no visual. Os garotos tocaram poucas músicas, devido ao tempo curto, mas deu pra notar que a banda está buscando maturidade sonora e o tempo nos dirá até onde podem ir.

943845_1751118011786304_3815561619413503334_n

2° Ato. Fabio Valentte (Vocal), Nando Sampaio (Teclados/synths/programações), Marcio Quartarone (Guitarra), Leonardo Ugatti (Guitarra),Victor Toledo (Baixo) e Bruno Lamas( Bateria) formam a Drops96. Começou em 2006 como uma banda de colégio e, em 2010, como diz o site deles, colocaram o pé na estrada. A banda tem três álbuns sendo o terceiro, “Busque Mais da Vida”, de 2016. Todos eles foram feitos a partir de campanhas de crownfounding.

O entrosamento dos caras é visível, diante de todas as dificuldades técnicas e de estrutura do evento, botaram pra quebrar logo de inicio. Mais que triplicaram o público logo na primeira musica. Deram um ritmo frenético engatilhando uma canção atrás da outra, e o público reagiu indo à frente do palco. Apesar dos caras não apontarem uma influência direta, ou um gênero específico, o som é bem perto do pop rock, com intros e refrãos pesados, alternando com pegadas bem dançantes e uma voz potente do Fabio. Exemplo disso foi quando tocaram Estrada e agitaram a galera.

Apresentaram também um cover de Tim Maia, que com todo respeito ao mestre, ficou muito bom. A banda tirou a timidez da galera, fez cantar junto.

Fica bem claro que a Drops tem ouvido muito Foo Fighters, e CBJR, mas não param aí. O dinamismo das guitarras e pancadas na bateria faz da banda um grande talento. O que rendeu aos caras o Prêmio Melody Box – Apresentação no Circo Voador em 2011. Ouça Drops96. Melhor show da noite!

3° Ato. Gabriel Bastos (Vocal), Daniel Cardoso (Baixo), Victor Fonseca (Guitarra), Letícia Santos (Bateria) e Marcio Marques (Guitarra) formam o quinteto SuperStar da 161. Conhecida por ter participado do programa global, iniciaram o seu show com alguns problemas técnicos (assim como as outras bandas), o microfone do Gabriel defeituoso irritava o cantor, e a guitarra do Marcio pouco se ouvia. Aí você pode pensar que o show não foi legal, né? Errado! Estamos falando de uma banda que se leva a sério. Gabriel é o típico Rock Star líder de banda, daqueles que mexe com a galera, e se você for daqueles tímidos, logo mudará isso e estará vibrando com o som dos caras na frente do palco. Foi o que aconteceu. A galera não se conteve nas chamadas cheias de entusiasmo e atitude rock’n’roll do vocalista.

161 tem claras influências em Charlie Brown Jr, além de riffs inflamados. Foi nessa pegada e com uma grande performance do vocalista Gabriel, que fizeram um baita show, na garra.

 13578878_265763230459839_1162793756_n 

Todo mundo sabe a dificuldade que é fazer rock no Brasil. Ainda mais difícil é a cena underground. Captar recursos, engajar pessoas, se inserir na mídia. Produzir um evento nesse cenário é desafiador e perigoso. Como já falamos, encontramos essa dificuldade no evento, público pequeno, estrutura e equipamentos sem grandes orçamentos. Mas se tem uma coisa que nunca vai mudar na batalha underground é a garra dessa galera em fazer música boa e promovê-la. Vimos isso quando a Radioativa subiu no palco e encontrou tais dificuldades, e não fez nada diferente do que proporcionar pra quem estava alia insanidade que é celebrar sete anos de estrada, nesse cenário, com um show cheio de coisa boa, e com muita vitória diga-se de passagem

4° Ato. Ana Marques(Vocal), Felipe Pessanha (Guitarra), Fabricio Oliveira(Guitarra), Denny Manstrange (Baixo) e Rodrigo Aranha (Bateria) têm dois EPs lançados e quatro clipes de produção totalmente independente, fazem um pop punk, com elementos do post-hardcore passando pelo emo. E é difícil não perceber também, tanto visualmente, quanto na sonoridade, nuances do Paramore.

Logo no inicio da apresentação, a banda promoveu seu hit Esquinas e de cara, levantou a galera. Dando a todos a oportunidade de ouvir a bela voz da Ana e belos riffs também. A música é muito boa, a melodia e letra grudam na cabeça.

Logo depois o microfone apresentou problema, e é aqui meus caros, que eu explico o porquê de vocês serem fundamentais. Quando a microfonia parecia não ter fim, o público comprou a briga, CANTOU JUNTO, no gogó, me deu a certeza de que a Radioativa não era mais só uma tentativa. A Radioativa VIVE. O ROCK VIVE. Foi demais ver a interação do público que ali estava. E com certeza, foi um belo presente do público pra banda.

Depois de conseguir que o microfone colaborasse a banda mandou um cover de Katy Perry e de novo animou a galera. Mas foi Acredite com seu riff inflamado em parceria com uma bateria pesada que agitou quem ali estava.

A música de trabalho da banda Vital foi outra amostra do potencial Pop Punk da banda. Contando com a participação de Bruno Dela Cruz, que veio de São Paulo pra se apresentar com a banda.

A banda encerrou com chave de ouro cantando Você não sabe nada sobre mim, e foi talvez o grande momento do show. Outra pancada na alma dos amantes do rock.

Radiotativa 7 anos foi o show pra celebrar bandas que você precisa e deve conhecer. Falamos aqui que o evento vai além dele mesmo, e de fato vai! Se por um lado houveram problemas, dificuldades, e a produção ficou a desejar; por outro, a garra e o som que mostraram merecem chegar no seu ouvido e ser compartilhado. Som de qualidade, atitude rock’n’roll, personalidade e muita disposição pra dar o melhor.

Quando o RIFF te der as coordenadas de um show como esse, vá! Abraço, Riffeiros. Até o próximo show.

Categorias
Resenha

Resenha: Plutão Já Foi Planeta, Radioativa e Bordô @Teatro Odisseia

Por Alan Bonner (texto e fotos) | @Bonnerzin e @GustavoChagas

O melhor jeito de se surpreender com algo é quando, mesmo existindo uma expectativa boa no entorno da coisa, ela sai ainda melhor do que o esperado. É bem assim que pode ser definida a noite de quinta-feira (16/6), quando Plutão Já Foi Planeta, Radioativa e Bordô fizeram ótimos shows no Teatro Odisseia (Rio de Janeiro) e surpreenderam até aqueles que já conheciam seus trabalhos.

image3

Os cariocas da Bordô abriram a noite com um set curto, mas suficiente para mostrar a proposta da banda. Fazendo um rock ora dançante, ora mais introspectivo, Rafael Lourenço (vocal, guitarra e teclado), Daniel Schettini (guitarra), Marcelo Santana (bateria) e Rodrigo Pereira (baixo) trouxeram à tona aquela atmosfera de festa indie habitual do Odisseia durante pouco mais de meia hora e botaram o público para dançar. Uma banda para se ficar de olho, principalmente para quem curte um som na linha de Panic! At the Disco, Franz Ferdinand e Arctic Monkeys.

Radioativa @ Odisseia

A também carioca Radioativa subiu ao palco logo após, e as comparações com os americanos da Paramore foram inevitáveis, pela estética da banda, pela vocalista e pelas primeiras notas tocadas. Porém, as semelhanças ficaram nas primeiras impressões. Ana Marques (vocal), Felipe Pessanha (guitarra) Fabricio Oliveira (guitarra), Denny Manstrange (baixo) e Rodrigo Aranha (bateria) fazem um som com elementos diferentes da banda de Hayley Williams. A banda apresentou no seu set de cerca de 50 minutos um pop-punk com uma boa dose de peso e distorção, com influências de post-hardcore e real emo, além de um vocal potente de Ana. A dupla de guitarras também se destaca, com ótimos riffs e uma pegada forte, raramente vista em músicos do estilo. Merece a atenção dos fãs de Yellowcard, New Found Glory e do já citado Paramore.

image2

Para fechar a noite de boas surpresas com chave de ouro, a Plutão Já Foi Planeta, finalista da edição 2016 do programa Superstar, ganhou o palco do Odisseia com muito carisma e boa música. Quem vê a banda potiguar na TV ou ouve o EP “Daqui Pra Lá” e se encanta precisa urgentemente ir a um show deles. É ainda melhor! Os versáteis Natália Noronha (voz, baixo, sintetizador), Sapulha Campos (voz, guitarra, ukulele, escaleta), Gustavo Arruda (voz, guitarra, baixo), Vitória de Santi (baixo, sintetizador) e Khalil Oliveira (bateria) fazem um indie pop com muita originalidade, ótimos arranjos e uma entrega no palco que pouco se vê no mainstream atual. A banda é muito bem ensaiada e pareceu em casa no Rio de Janeiro, mesmo sendo a primeira vez em terras fluminenses. Até o público presente no show impressionou. A galera cantou todas as letras e brincou com os integrantes da banda entre as músicas, tornando a noite ainda mais agradável. E a maior e melhor surpresa de todas ficou para o final: a Plutão chamou os interagentes da OutroEu e da Playmobille, duas bandas que também participam do Superstar (a OutroEu também está na final) para cantar com eles no palco a última música do set, Você Não é Mais Planeta, e transformou o show numa festa. Fiquemos ligados na final do Superstar, pois a Plutão fez um show de campeã.

Este slideshow necessita de JavaScript.