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Resenha: Selvagens à Procura de Lei + Planar + Drops 96 @Kult Kolector

Por Natalia Salvador  | @_salvadorna 

Para quem mora na zona oeste do Rio de Janeiro e gosta do bom e velho rock agora tem mais uma opção para curtir o fim de semana e ainda assistir aos shows de bandas relevantes da cena brasileira. A Kult Kolector, apesar de pequena para o que se propõe, vem trazendo diversas opções para o público alternativo e, no sábado (8/10), reuniu os cariocas da Drops 96 e da Planar, além dos cearenses da Selvagens à Procura de Lei.

Com os ingressos esgotados e lista de espera, quem abriu a noite e aqueceu a galera foram os meninos da Drops 96. Descontraídos e animados, o sexteto apresentou músicas do cd lançado em março desse ano, ‘Busque mais da vida’. Além de músicas de trabalhos anteriores, como Mais que um olhar – queridinha dos fãs – e covers de grandes artistas como Tim Maia. Uma das surpresas da noite ficou por conta da participação especial de Caio Evangelhista, o ‘labrador humano’ segundo o tecladista Fernando Sampaio, dividindo o microfone com Fábio Valente em uma performance de A cera, da banda O Surto.

Rapidamente, os cariocas da Planar se ajeitaram no palco e deram sequência as apresentações da noite. A casa estava cheia e era preciso se esforçar para ver os músicos no palco. Selecionados para participar da 3ª edição do Festival SXSW, no Texas, EUA, ainda trabalham o setlist em cima do último disco ‘Invasão’, de 2014. O clima era dos melhores e o público respondia entusiasmado.

O último show da noite ficou por conta da Selvagens à Procura de Lei que, mais uma vez, não deixou ninguém parado. No seu segundo show em sequência no Rio de Janeiro, o quarteto trouxe algumas surpresas no setlist e fechou as apresentações na cidade maravilhosa com a energia lá no alto. A plateia acompanhava em coro todas as músicas.

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Apesar do som e estrutura precários para o que se propõe, a Kult Kolector é mais um espaço que promove eventos com boa música e uma vibe mais intimista, vale a experiência. Depois de dois shows seguidos, os fã de Selvagens à Procura de Lei já estão com saudades da energia e alegria desses meninos, mas com a certeza de que não demoram para voltar.

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Resenha: Luneta Mágica, Hunna e Montanee @Kult Kolector

Por Alan Bonner (texto e fotos) | @Bonnerzin 

Mais uma sexta-feira, mais uma noite de bandas independentes na Kult Kolector. A casa, localizada na Barra da Tijuca (Rio de Janeiro) e que tem movimentado a cena carioca, abriu suas portas para receber os manauaras da Luneta Mágica e os cariocas da Hunna e da Montanee no dia 17 de junho.

Luneta 3 @ Kult Kolector

A Luneta Mágica abriu a noite jogando nível lá em cima. Formada por Pablo Henrique (guitarra e vocal), Erick Omena (guitarra e vocal), Eron Oliveira (bateria) e Diego Gonçalves (baixo), a banda é uma deliciosa vitamina de música brasileira. Com influências que vão de Los Hermanos a Jorge Ben e de Mutantes a Clube da Esquina, a Luneta faz um ótimo rock alternativo/psicodélico que não se prende às influências e apresenta um som muito original. O repertório cheio de boas canções autorais e algumas versões bem interessantes de outras bandas, como Pink Floyd, fazem do show da Luneta um daqueles obrigatórios para quem curte a cena underground brasileira.

Hunna 2 @ Kult Kolector

A Hunna continuou a noite trazendo um pop rock que foge dos clichês e incorpora elementos de pop-punk e de post-hardcore, em um set com músicas autorais e alguns covers clássicos de Red Hot Chilli Peppers, Pearl Jam e Blur. O destaque vão para as baladas da banda, principalmente Não Há Nada. Uma boa dica para quem curte um som mais pop, mas não tão óbvio.

Case Montanee @ Kult

Enfrentando problemas com o som e na própria banda, a Montanee fechou a noite na raça e com um bom show. A banda subiu ao palco desfalcada de seu guitarrista Diogo Panico e com uma falha no microfone do vocalista Felipe Areias, mas assim mesmo não deixou a peteca cair e fez um rock alternativo autoral e muito original. Tão original que é difícil perceber quais as influências, mas Kurt Cobain e Dave Grohl apadrinhariam a banda sem pensar duas vezes. Apesar das excelentes canções próprias, o destaque ficou por conta dos surpreendentes covers de Drake e Lana Del Rey. Se a banda mandou bem assim desfalcada, dá pra se esperar um show incrível com ela completa. Fiquem de olho na agenda do Canal RIFF para não perder os próximos shows da banda e também na Hunna. E ficamos torcendo para que o retorno da Luneta ao Rio não demore muito.

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Resenha: A maturidade de Hover, Avec Silenzi e Menores Atos na Kult Kolector

Por Alan Bonner | @Bonnerzin

O cenário independente de música costuma reunir bandas com propostas nem sempre parecidas, mas que, por fazerem parte da cena em uma determinada época, acabam tocando nos mesmos eventos, tornando a coisa bastante interessante para quem gosta de descobrir novos artistas. A Kult Kolector, localizada na Barra da Tijuca (Rio de Janeiro) e que costuma abrir espaço para diversas bandas alternativas em seu palco proporcionou mais uma dessas noites na sexta-feira (03/06/2016), onde o destaque foi justamente a diversidade de sons, e, claro, a qualidade das bandas.

A casa recebeu o show de lançamento do álbum “Avec III”, do trio carioca Avec Silenzi. O line up ainda contou com os petropolitanos da Hover em mais uma apresentação da turnê do recém-lançado “Never Trust The Weather” e com os também cariocas da menores atos em mais um show da turnê do aclamado “Animalia”.

Hover show @Kult Kolector 4
Hover

Antes de mais nada, é preciso elogiar duas coisas. Em primeiro lugar, a estrutura da casa. Por mais que fique devendo um pouco em relação à acomodação do público (por exemplo, grandes filas se formaram na porta do banheiro, pois havia apenas um para cada sexo disponível em um evento que recebeu cerca de cem pessoas), a estrutura de som e a acústica do local são bem acima da média em relação a outros picos.

O segundo ponto a se destacar é a maturidade das bandas. O cenário independente deixou de ser sinônimo de algo amador e sem qualidade faz tempo, e quem ainda tem essa concepção certamente não está acompanhando a cena com a atenção que ela merece. E o evento da Kult foi só mais uma prova disso. Os músicos tem uma qualidade absurda e não devem a nada a nenhuma banda de renome. Os álbuns tem uma produção excelente e a execução ao vivo, que alguns artistas já consagrados ficam devendo em qualidade, chega a ser melhor ainda que a experiência em estúdio. Os materiais de promoção e divulgação dos discos e dos shows deixam muita peça publicitária de horário nobre no chinelo. Tocar cover? Pra que? É tudo autoral e muito bem feito! Enfim, é possível se alongar aos montes aqui para falar sobre a qualidade das bandas que se apresentaram e da cena como um todo. Esse parágrafo é justamente para abrir o olho de quem ainda não está atento à safra maravilhosa do rock nacional que ganhou notoriedade nos últimos três anos e que está ganhando corpo rumo aos grandes palcos (vide Scalene, Far From Alaska, Suricato…).

Avec Silenzi formação trocada @Kult Kolector 1
Avec Silenzi

Voltando ao evento, quem abriu a noite foi a Hover, que criou um clima de boas vindas com There’s No Vampire in Antarctica, at Least for 6 Months e logo a seguir tratou de botar a casa abaixo com Hawkeyes, ambas do “Never Trust the Weather”. Ao longo do set, impressionou como a banda trouxe ainda mais peso às músicas em relação ao que foi feito no estúdio, principalmente as do EP de estreia da banda, “Open Road”, que tem uma pegada muito mais pop do que “NTTW”. A banda manteve essa marca ao longo do set, mesmo em músicas mais elaboradas como Teeth e I’m Homesick. Outra coisa que chamou a atenção foi como as três (!) guitarras da banda não se “atropelam” e soam muito bem. Isso geralmente é um desafio grande para as bandas durante suas performances, mas não pareceu um problema em momento nenhum para os ótimos Saulo von Seehausen, Felipe Duriez e Lucas Lisboa. A cozinha da banda, formada por Pedro Fernandes (baixo) e Álvaro Cardozo (bateria) também não faz por menos e mantém intenso o andamento das músicas. Enfim, um show bem porrada, pra bater cabeça e tudo.

menores atos @Kult Kolector 1
menores atos

Após um pequeno percalço com o acerto do som, a Avec Silenzi subiu ao palco para apresentar as músicas do seu novo álbum, além de outras preciosidades dos outros dois discos. E logo de cara foi possível perceber a experiência transcendental que seriam aqueles 50 minutos de set. Nos primeiros acordes e efeitos sonoros, a banda convida o público para uma jornada que certamente não é no plano em que vivemos. A interessante combinação de elementos de trip-hop, post-rock, música eletrônica, efeitos sonoros psicodélicos e uma pitadinha de death metal feita por Duda Souza (bateria), Rafael Ferreira (baixo) e Renan Vasconcelos (guitarra e efeitos) faz até aquele que não está prestando muita atenção no show entrar na viajar junto com os caras. E que músicos fantásticos! Quando você acha que já foi surpreendido ao máximo com toda a técnica do trio, Renan e Rafael trocam os instrumentos entre si para tocar a última música. Sensacional! A banda é ótima e certamente o novo álbum vai repercutir bastante.

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Para fechar a noite com chave de ouro, a menores atos ganhou o palco para fazer um set curto, mas pulsante e com uma participação incrível do público. A plateia praticamente dividiu os vocais com Cyro Sampaio e sua guitarra, o aniversariante Celso Lehnemann e seu baixo e Felipe Fiorini e sua bateria, substituindo o “titular” do posto Ricardo Mello, que passa por problemas de saúde. A banda parece estar se encontrando com o novo membro, e os erros de execução presentes na última apresentação quase não ocorreram (só um pequeno deslize no início de “Oceano”). No show, o que vimos foi o que tem se visto em todas as apresentações da banda. Uma linda introdução, precedendo “Animalia”, e depois o desfile de letras fortes, acordes muito criativos e um ritmo forte e pulsante. E show da menores atos não tem muito o que dizer, é só sentir. É “preparar, apontar, puxar o gatilho” da garganta e cantar da primeira até a última música. E sair rouco, mas de alma lavada.

Conheça mais da menores atos aqui no RIFF: