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Resenha: Salvage e El Toro Fuerte @Swing Cobra

Por Alan Bonner | @Bonnerzin | Fotos Raquel Domingues

Essa vai ser uma das resenhas mais difíceis de escrever aqui para o Canal RIFF. As palavras estão faltando para descrever a experiência única que foi o segundo e último dia do 040 Fest no estúdio da Swing Cobra (Vila Isabel, Zona Norte do Rio de Janeiro)! Das muitas sensações, as que mais marcaram foram a intensidade e a sinceridade dos shows dos cariocas da Salvage e dos mineiros da El Toro Fuerte, além da vibe festiva e pacífica do pré/pós show, da cerveja gelada e barata, do rango vegano maravilhoso e das pessoas fantásticas que prestigiaram a noite.

Salvage - Foto Raquel Domingues (2)
Salvage @2016

A noite já começou com o suor se confundindo com lágrimas no show da Salvage. O show era o último do baterista Marcel Motta, e a banda (bem como o próprio Marcel) tratou de dar uma despedida de respeito para o cara. As belas palavras do baixista Ingo Lyrio entre algumas das músicas descrevendo a emoção de ver o Swing Cobra lotado para prestigiar a banda, falando da amizade entre os membros e do amor pela música tornaram a noite ainda mais bonita. Os comentários engraçados dos guitarristas Victor Cardoso e Herbert Santana e a interação com a plateia deram um alívio cômico aos comentários emocionados de Ingo e Marcel. Mas o que mais emocionou, sem dúvidas, foi o som. A banda mostra ao vivo a mesma qualidade absurda do EP “MΔE” e fez seu post-rock preciso, cheio de belos efeitos e que marca por não ter aquele aspecto sombrio que a maioria das bandas do estilo costuma apresentar. E quando a plateia “canta” uma música que é instrumental, como rolou com ganhardepoisperder, provavelmente a música mais conhecida da banda, é porque o show foi um sucesso.

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A seguir, a El Toro Fuerte estreou em terras fluminenses. E que estreia! Contando com a participação do prodígio mineiro Fábio de Carvalho nas guitarras e nos vocais, a banda de Diego Soares (baixo, guitarra e vocal), Gabriel Martins (bateria) e João Carvalho (vocais, guitarra e baixo) fez um show que incendiou o já abarrotado estúdio. Era preciso tomar cuidado para não pisar nos pedais de guitarra e baixo, tamanha proximidade entre público e banda. E que energia os caras tem ao vivo! É uma entrega e um cuidado com cada nota, cada acorde, cada linha vocal que leva junto todo mundo, até aquela pessoa que não conhece o trabalho dos caras. Leva junto até o teto, literalmente! Vimos crowdsurfings que arrancaram sorrisos e até olhares de espanto dos músicos, que pareciam não acreditar que a plateia estava cantando e pulando durante todas as músicas do setlist. Set esse que contou com quase todas as músicas do “Um Tempo Lindo Para Estar Vivo”, além de algumas do trabalho solo de Fábio. O membro convidado da noite, inclusive, parecia ter fundado a banda junto com os outros membros, de tão entrosado que estavam. O destaque do show ficou para a extensa e psicodélica João e o Mar, que fez o público entoar um longo coro de “hoje o único fantasma/em mim sou eu”. A banda fez valer cada quilômetro da viagem e cada gota de suor derramado no estúdio que tem um ótimo ar condicionado, mas que não deu vazão para a energia que a galera deixou ali dentro. Uma noite memorável para a banda, a plateia, os organizadores e principalmente para esse riffeiro que vos escreve.

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