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RESENHA: Eu não gosto mais de Tiago Iorc

Por Gustavo Chagas (texto e fotos) I @gustavochagas

Eu não gosto mais de Tiago Iorc.

Essa foi a primeira reação que eu tive quando acabei de ouvir o “Troco Likes”, seu último cd. Não sei por que, só não bateu.

Gosto do trabalho dele desde 2008. Um show que ele fez em julho de 2009, na Hideway, foi o primeiro show que consigo me lembrar que eu fui com a Thaís, minha namorada desde então. Ano após ano nós fomos em todos os shows do Tiago Iorc que conseguirmos ir. Já o vimos na praia, em teatro grande, pequeno, com banda, sem banda, you name it.

Mas isso mudou depois que escutei o último cd. Não fui em nenhum show que ele fez aqui. Por algum motivo eu me desconectei. Mas quando vi que iria ter em Niterói, alguma coisa me fez querer ir.

Citando o filósofo Phil Dunphy, de “Modern Family”, “as coisas mais especiais podem acontecer com a gente, quando as expectativas são baixas“. E a noite de ontem não poderia ser resumida.

Sempre teve alguma histeria nos shows, mas logo nos primeiros acordes de Bossa, notei que ela tava bem maior. O coro era uníssono, alto, afinado, lindo e numa imersão que eu nunca tinha visto em um show dele.

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O show da última quinta (19) foi no Teatro Popular Oscar Niemeyer

Assim continuou com Coisa Linda, Mil Razões e outras do chamado primeiro ato. Coro alto e feliz. Não me lembro ao certo qual foi a primeira em inglês que ele tocou ontem (tô velho). Acho que foi It’s a Fluke, mas pode ter sido Nothing but a song, mas não importa. O que notei foi que, apesar de serem clássicos necessários da carreira dele, o engajamento da galera não foi tão absurda quanto nas outras.

Foi nessa hora que notei o por que eu nunca tinha vista um coro tão alto nas dezenas de vezes que já o tinha visto ao vivo: ele, e quem o escuta, haviam mudado totalmente. Pode parecer idiota, mas eu só fui entender o por que da escolha em cantar português. A barreira que faltava ultrapassar pra atingir um publico maior era a da língua.

Parece óbvio por que é, mas eu não entendi de cara. Pode ser protecionismo de fã velho, e é. Mas ainda bem que fui ontem. De presente eu (e todo mundo) ganhei uma versão linda de Sentimental, do Los Hermanos.

O último cd foi tocado quase que na íntegra, e ainda teve as habituais Música inédita, Um dia após o outro, Forasteiro, Sorte, entre outras.

Não vou usar de recursos trocadilhísticos e escrever que eu amei te ver, mas sim que ainda bem que eu fui te ver.

Eu ainda gosto de Tiago Iorc.

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2 respostas em “RESENHA: Eu não gosto mais de Tiago Iorc”

Gustavo, só não te dou um beijo porque você é casado.
Eu senti exatamente a mesma coisa no início. Eu não me conectei a esse álbum do Tiago. Acompanho ele desde 2008, fui em milhares de shows, mas não senti a mesma coisa com “Troco Likes”. Apesar de reconhecer como a voz do Iorc melhorou muito de um trabalho para o outro, eu parei de acompanhar a carreira dele nesses últimos meses. No início, achei as letras rasas e ouvi, com dificuldade, todo o trabalho torcendo um pouco o nariz. Talvez seja realmente a língua, talvez seja o comercial, o fato de o trabalho ter ficado muito midiático. O fato é que eu dei uma segunda chance e comecei a gostar do CD aos poucos. Fui ouvindo, uma música de cada vez e tentando entender essa nova fase. Infelizmente, eu não fui no show dele aqui em Curitiba, talvez tenha perdido a oportunidade de ter essa epifania que você teve e voltar a dizer, como você, que eu ainda gosto de Tiago Iorc.

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