Por Guilherme Schneider | @Jedyte
Demorou. Demorou muito. Mas, enfim, (mais) um sonho musical foi realizado. O Asian Kung-Fu Generation finalmente foi apresentado para os fãs brasileiros, em um show irretocável no Carioca Club, no último domingo (15) em São Paulo. Como valeu fazer um bate-volta entre Rio e Sampa!
Quem curte rock japonês sabe como é difícil ver uma banda dessas por aqui. Felizmente já tive a sorte de ver alguns memoráveis, como por exemplo Dir en grey, X-Japan e Charlotte – todas bandas que vieram fora dos eventos de anime. Vir assim, na cara e na coragem (sem a multidão garantida de um evento) é respeitável. Coisa de banda grande, ambiciosa e segura. Merecem mesmo ganhar o mundo.
Antes de chegar ao Carioca Club fiz um já tradicional tour pelo bairro da Liberdade. Por lá já era possível sentir o clima no show. Encontrei outros amigos que vieram de tudo quanto era estado, apenas para ver o ‘Ajikan’ ao vivo. Em um karaokê japonês pude repassar o repertório e soltar a voz (enquanto ela existia), entre uns bons goles de cerveja.
O local do show não estava lotado, mas bem cheio (cerca de 70% no olhômetro) – mesmo com a ‘pista vip’ apresentando muitos espaços. A banda surgiu já ovacionada. Pendurou uma bandeira do Brasil nas caixas de som e mandou ver!
A apresentação fez parte da turnê de seu oitavo álbum de estúdio, lançado em maio no Japão. A diferença é que a perna latina da Tour 2015 Wonder Future trouxe menos músicas do novo álbum. Decisão sábia, para assim poder tocar as clássicas para quem nunca pôde conferir ao vivo.
O repertório escolhido abraçou diversas fases. Se não foi o mais completo (e como seria possível?), não decepcionou nem um pouco. N.G.S., Re:Re, Mugen Glider, Blue Train, Solanin… tanta música legal. Dava pra ver no rosto de cada um ali a satisfação de presenciar isso ao vivo. E digo ‘cada um’ incluindo os quatro membros da banda, que ficaram pra lá de felizes.
O vocalista Masafumi Gotoh agradeceu em português e tentou interagir ao máximo. Perguntou (em japonês) se estavam entendendo ele e a resposta foi surpreendente positiva.
A banda não nega que passou a ser conhecida no ocidente principalmente por conta das músicas temas de animes. Bleach, Naruto e Full Metal Alchemist fizerem muito sucesso, e combinaram bem com o som da banda (comparada no início de carreira ao Weezer). Alias, teve gente que foi apenas para ouvir a trinca After Dark, Haruka Kanata e Rewrite, as mais consagradas. Não percebi na hora, mas ouvi relatos de pessoas saindo após Haruka Kanata – seis músicas antes do fim. Perderam muita coisa boa.
A reta final foi marcada por surpresas. Eles toparam o desafio e fizeram um show com um bis maior do que na turnê europeia. Não esperava ouvir Loop & Loop e Mirai no Kakera, uma das mais empolgantes.
A interpretação de Gotoh é de contagiante. Dentro daquela pose discreta, tímida e às vezes shoegaze, o vocalista de 38 anos se solta, grita e mostra como poucos uma emoção sincera. De quem tem muito a dizer. De dizer ao mundo todo. E, mesmo cantando em japonês, não há quem ali não tenha entendido (e agradecido) o seu recado.
- Easter
- Little Lennon
- After Dark
- Soredewa, Mata Ashita
- Senseless
- N.G.S.
- Re:Re:
- Uso to Wonderland
- Siren
- Mugen Glider
- Black Out
- Blue Train
- Night Diving
- Aru Machi no Gunjou
- Marching Band
- Ima wo Ikite
- Standard
- Rewrite
- Haruka Kanata
- Solanin
Bis: - Loop & Loop
- Kimi to iu Hana
- Mirai no Kakera
- Opera Glass
3 respostas em “RESENHA: Sonho realizado! A empolgante estreia do Asian Kung-Fu Generation no Brasil”
Eles só tocaram Mirai no Kakera porquê a galera do AJIKLAN combinou de fazer as máscaras do clipe e distribuir no show =)
Por sinal, rolou um extra pós-show, que da pra ver pelo meu perfil =)
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[…] A banda já veio ao Brasil em dezembro de 2015 para uma única apresentação em São Paulo – devidamente conferida e elogiada por nós do Canal RIFF (vídeo […]
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Alguém sabe que extra foi esse que o cara do comentário à cima citou?
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