O telão não sobe mais para o SuperStar. Após três temporadas de declínio na audiência, o reality show musical da Rede Globo não foi renovado e dará espaço ao programa ‘Tamanho Família’, comandado pelo apresentador Márcio Garcia.
Mas afinal, qual legado que o SuperStar nos deixa?
O programa ajudou sem dúvidas a revelar (ou pelo menos expor ao grande público) algumas bandas com enorme potencial. Vide a Scalene, segunda colocada na edição de 2014 do reality. Recentemente os brasilienses faturaram um Grammy Latino – além de ganharem dois Prêmios RIFF.
Basta na verdade relembrar quem foram os finalistas das três edições do programa:
- 2014: 1º) Malta; 2º) Jamz; 3º Luan e Forró Estilizado; 4º) Suricato
- 2015: 1º) Lucas & Orelha; 2º) Scalene; 3º) Versalle; 4º) Dois Africanos
- 2016: 1º) Fulô de Mandacaru; 2º) Plutão Já Foi Planeta; 3º) OutroEu; 4º) Bellamore
Repare que alguns nomes conseguiram alguma projeção pós-programa, figurando em festivais de música por exemplo, como a já citada Scalene, Suricato, Jamz, Versalle, OutroEu, Plutão Já Foi Planeta etc. Naturalmente outros caíram no ostracismo rapidamente…
No entanto isso pouco parece importar para a maior emissora do país. Sem dúvidas a questão financeira pesou. O custo-benefício do SuperStar ficou alto, inclusive por pagar royalties para a israelense Keshet Media Group, responsável pelo formato. Afinal, o SuperStar foi baseado no programa Rising Star. Assim, a tendência é que a Globo lance o seu próprio formato de reality musical, para reduzir custos e exportar tal qual os The Voices e X-Factors da vida.

E, lógico, a queda de audiência incomodou. O programa começou em horário ingrato para a maioria – após o dominical Fantástico – tarde da noite. Após duas edições terminando depois da meia noite, o programa passou para o início das tardes de domingo. E com isso mudou inclusive sua dinâmica, valorizando mais covers do que músicas autorais.
Se na estreia do programa (em março de 2014) a audiência marcou 20,4 pontos, no mês seguinte oscilou em torno de 12 pontos. As médias das duas temporadas seguintes foram ainda menores: 10,9 (2015) e 10,5 (2016). Ficando por vezes atrás de concorrentes diretos da Globo, como o SBT e a Record.
O programa bem que tentou, chamou nomes de peso do showbizz para o corpo de jurados – e assim tentar amenizar o aparente descrédito da audiência em cima de bandas ‘novatas’. Sandy e Paulo Ricardo foram os jurados que mais participaram do programa (duas edições cada). Mas também estiveram por lá (dividindo opiniões) Daniela Mercury, Thiaguinho, Dinho Ouro Preto, Fábio Júnior e Ivete Sangalo.
Seria bacana mas não vai ter mais! Um salve pro @bandascalene que ganhou o grammy!!!! https://t.co/ecJF2awHgo
— J.B. Oliveira (@boninho) 18 de novembro de 2016
Na verdade a confirmação do cancelamento não é exatamente uma novidade. O diretor Boninho já havia confirmado a notícia em novembro do ano passado através de sua conta no Twitter: “Adorei ter ajudado muitas bandas novas. Agora temos outros projetos”, disse Boninho.
Mesmo com alguns poréns, particularmente considero o SuperStar o meu formato de reality musical favorito. É nele que as bandas aparecem como um todo, e não só os vocalistas da maioria dos reality shows (que quase sempre seguem a mesma fórmula). Para o Canal RIFF o SuperStar proporcionou o nosso querido quadro Comentando o SuperStar, que tanto divertiu a gente e nosso público (veja aqui alguns episódios).
Sem dúvidas ficam as boas memórias do reality show. Quem soube aproveitar a oportunidade vai seguir forte. A música com sentimento sempre fica e faz o telão subir.
Uma resposta em “Vai deixar saudades? Globo cancela reality SuperStar”
[…] era do SuperStar na Globo chegou ao fim, ao menos por enquanto. O programa, que inspirou um dos quadros preferidos de todos os seguidores […]
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