Por Alan Bonner | @Bonnerzin | Fotos @GustavoChagas
Noite de domingo (03/7) com som alto, bom e pesado no Teatro Odisseia! Quatro bandas dos mais diversos estilos do rock convidaram os cariocas a saírem da monotonia de um domingo nublado para bater um pouco a cabeça: 8mm, The Ocean Revives, Âncora e Gloria. O show foi mais uma produção da Cena Rock, que tem levado ótimos artistas de todo o Brasil para o Rio de Janeiro.
O hardcore casca-grossa da 8mm abriu a noite. O quinteto, formado por Alemão (vocal), Fabio Garcia (guitarra), Rodrigo Salgado (guitarra), Zé Freitas (baixo) e André Costa (bateria) é figurinha carimbada da cena carioca e trouxe ao palco riffs muito bem construídos, uma linha de baixo bem criativa em relação ao que se vê em outras bandas do estilo e uma bateria frenética, sustentando o vocal grave e as letras recheadas de críticas sociais cantadas por Alemão. Mesmo encarando um tipo de público que não costuma frequentar os shows da banda e tendo que passar por cima de problemas técnicos, a banda manteve a intensidade durante todo o show e agitou bastante a galera que chegava ao Odisseia.
Dando continuidade à noite, tivemos uma surpresa daquelas que só se acha saindo de casa e indo aos shows. Bandas de metalcore existem aos montes, e a sonoridade delas costuma soar repetitiva. Mas o que a The Ocean Revives (RJ) faz sai pela tangente do senso comum e toma um caminho bastante interessante. Com uma energia e uma presença de palco raramente vista em outras bandas, Charles Barreto (guitarra), Kevin Duarte (bateria), Rafael Carrilho (guitarra/vocal), Rodrigo Andrade (baixo), Rodrigo Nascimento (vocal) e Vic Corrêa (vocal) fazem um som que merece a atenção do fã do estilo. Com belas letras em português, vocais limpos e guturais se alterando de uma maneira muito agradável e uma produção de palco de dar inveja até em bandas com público grande, a banda agradou não só quem já conhecia (e que não era pouca gente, pela quantidade de pessoas cantando junto da banda) como também quem nunca tinha ouvido falar do som dos caras, como nós do RIFF que já estamos no aguardo de mais shows e mais material autorial dessa banda que tem um futuro muito interessante.
Penúltima banda da noite, a Âncora infelizmente teve pouquíssimo tempo para mostrar seu som. Mas deu pra perceber que o post-hardcore feito por Felipe Barboza (vocal) Brandon Antunes (guitarra) Rodrigo Macario (baixo) Johnny d’Avila (guitarra) e Marcos Eduardo (bateria) é original e tem uma pegada mais “tranquila” em relação às bandas anteriores. Destaque para a voz de Felipe, afinadíssimo e atingindo notas bem altas sem grandes dificuldades, e para Marcos, que sabe cadenciar muito bem o ritmo da banda.
Por fim, depois de uma espera de anos, o Gloria subiu ao palco para desfilar sucessos de todas as fases da banda. E, como era esperado, o público já estava ganho desde a primeira música. Fazendo um show tecnicamente perfeito, Mi (vocal) Elliot Reis (guitarra e vocal) Peres Kenji (guitarra) Thiago Abreu (baixo) e Leandro Ferreira (bateria) alternaram músicas dignas de mosh com baladas que fizeram um ou outro se emocionar. O quão alto o público cantou junto e de deixou conduzir por Mi, que parecia mais um maestro da multidão, impressionou bastante. Mostrou que os Guerreiros (pelo menos os do Rio de Janeiro) continuam firmes, fortes e sedentos por novos trabalhos da banda e torcendo para que a Gloria tenha uma vida longa pela frente.
Uma resposta em “Resenha: Gloria, Âncora, The Ocean Revives e 8mm @Teatro Odisseia”
Espera de anos? Eles tocaram ano passado no Odisséia.
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